Da correção não vai?
Mais augmento de culpas do que emenda
De longa vida sai."
Pensa que has de passar
E, de manhan, que podes desse dia
À noite não chegar."
Capítulo VI
O perdão fraterno
Prevenir as ofensas
41. Discussões - ou não surgiam entre vós[34] ou se acabem o quanto antes. De outro modo, a ira crescendo se torna ódio,[35] transformando o cisco em trave[36] e tornando a alma homicida. É assim que ledes: "Quem odeia seu irmão é um homicida" (1Jo 3,15).
Dar e receber o perdão
42. a) Se alguém ofender o outro com insultos, palavras maldosas ou acusações graves,[37] lembre-se o culpado de dar, o quanto antes, satisfação de seu ato.
b) O ofendido, por sua vez, perdoe sem recriminações.
c) Se a ofensa for recíproca, o perdão deve ser também recíproco. E isso de acordo com vossas próprias orações,[38] que repetis tão freqüentemente e que, por isso mesmo, devem ser tanto mais sinceras.
Dificuldades em perdoar
d) Melhor é quem, irascível por temperamento, é solícito em pedir desculpas a quem reconhece ter ofendido, do que aquele que, tardo em se irritar, mais dificilmente se dobra ao pedido de perdão.
e) Quem negar seu perdão ao irmão não espere receber os frutos de sua oração.
f) Mas aquele que nunca quer pedir perdão ou não o faz de coração,[39] sem razão vive na Comunidade, ainda quer não chegue a ser expulso dela.
Conclusão: a boca que fere, cure!
g) Portanto, cuidai-vos das palavras ásperas, que se porventura vos saírem da boca, não vos custe tirar os remédios da mesma boca que produziu as feridas.
Caso um formador se exceda...
43. a) Entretanto, quando, ao repreender os mais novos, as exigências da disciplina vos levem a usar palavras duras, não se exige de vós, mesmo com a consciência de vos terdes excedido, que lhe peçais perdão, pois, deste modo, se evita que um gesto de excessiva humildade enfraqueça, aos olhos dos que devem estar submissos, a autoridade da direção.
b) Contudo, pedireis perdão ao Senhor de todos, o qual sabe com quanto afeto amais aqueles que talvez repreendais além da medida. Pois a amor entre vós não deve ser carnal, mas sim espiritual.
[34] Cf. 2Tm 2,24; Eclo 28,10.
[35] Cf. Ef 4,26 (= Sl 4,5).
[36] Cf. Mt 7,3-5.
[37] Cf. Eclo 29,9; Mt 7,21-26.
[38] Cf. Mt 6,12.14; Mc 11,25; Lc 11,4.
[39] Cf. Mt 18,35.
***
Fonte: http://allormidolsi.blogspot.com/2008/07/regra-de-santo-agostinho.html