quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Leila Lopes e seu Julgamento Particular

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Prof. Pedro M. da Cruz.

"Que monta viver muito a quem na senda
           Da correção não vai?
Mais augmento de culpas do que emenda
           De longa vida sai."
Como é sabido, a atriz Leila Lopes foi encontrada morta na madrugada de hoje em seu apartamento. Ao lado de seu corpo haviam embalagens vazias de antidepressivos, motivo pelo qual a Polícia Civil de São Paulo trabalha com a hipótese de suicídio.
Tendo passado uma vida moralmente conturbada, (pelo menos é o que se pode deduzir de tudo o que temos ouvido), chegou ao extremo de atuar como atriz pornô num filme nacional (imagem acima). Tudo isso nos faz recordar a verdade tão ensinada pela Igreja de como são fugazes as alegrias deste mundo!
Ensina-nos a Doutrina Católica, que após a morte, todos serão levados ao tribunal de Cristo para um "Julgamento Particular", ocasião em que prestaremos as devidas contas de nossa vida á divina Justiça. Será a hora da verdade! Ali, nada haverá de encoberto ou impossível de ser revelado.
Perante morte tão inesperada dessa atriz, marcada por sua beleza e presença midiática, perguntemo-nos, a nível de reflexão: qual o destino eterno de sua alma? Em entrevista concedida a certo canal de tv, Leila afirmou a certeza de sua salvação. Ora, tal postura mostra-se estranha à doutrina bíblica e tradicional. Segundo a Revelação Cristã, podemos, no máximo, elencar sinais de predestinação eterna sem nunca afirmar categoricamente a certeza do Céu por via meramente natural.
Que sinais seriam estes? Segundo a teologia católica, sinais como a humildade, a vida devota, a assistência à Santa Missa, a devoção a Maria Santíssima, entre outros, seriam indícios prováveis da futura bemaventurança de uma alma qualquer.

Que a meditação escatológica  sobre o Juízo Particular sirva para nossa conversão interior. Por alí, todos passaremos, mas o que ouviremos dos lábios do Cordeiro redivivo? Já nos escrevia Affonso Celso quando traduzira em versos a tão conhecida obra " Imitação de Cristo":
 
"Já viste alguém morrer? Na mesma via
     Pensa que has de passar
E, de manhan, que podes desse dia
   À noite não chegar."

Que a Mãe do Bom Conselho nos alcance com sua intercessão a graça de produzirmos dignos frutos de penitência.
***
Referências bibliográficas:
CELSO, Affonso. Da imitação de Cristo. Tradução em verso por Affonso Celso. São Paulo: Laemmert, 1898. 231 p.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O perdão fraterno na Regra de Santo Agostinho

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Capítulo VI

O perdão fraterno

Prevenir as ofensas

41. Discussões - ou não surgiam entre vós[34] ou se acabem o quanto antes. De outro modo, a ira crescendo se torna ódio,[35] transformando o cisco em trave[36] e tornando a alma homicida. É assim que ledes: "Quem odeia seu irmão é um homicida" (1Jo 3,15).

Dar e receber o perdão

42. a) Se alguém ofender o outro com insultos, palavras maldosas ou acusações graves,[37] lembre-se o culpado de dar, o quanto antes, satisfação de seu ato.

b) O ofendido, por sua vez, perdoe sem recriminações.

c) Se a ofensa for recíproca, o perdão deve ser também recíproco. E isso de acordo com vossas próprias orações,[38] que repetis tão freqüentemente e que, por isso mesmo, devem ser tanto mais sinceras.

Dificuldades em perdoar

d) Melhor é quem, irascível por temperamento, é solícito em pedir desculpas a quem reconhece ter ofendido, do que aquele que, tardo em se irritar, mais dificilmente se dobra ao pedido de perdão.

e) Quem negar seu perdão ao irmão não espere receber os frutos de sua oração.

f) Mas aquele que nunca quer pedir perdão ou não o faz de coração,[39] sem razão vive na Comunidade, ainda quer não chegue a ser expulso dela.

Conclusão: a boca que fere, cure!

g) Portanto, cuidai-vos das palavras ásperas, que se porventura vos saírem da boca, não vos custe tirar os remédios da mesma boca que produziu as feridas.

Caso um formador se exceda...

43. a) Entretanto, quando, ao repreender os mais novos, as exigências da disciplina vos levem a usar palavras duras, não se exige de vós, mesmo com a consciência de vos terdes excedido, que lhe peçais perdão, pois, deste modo, se evita que um gesto de excessiva humildade enfraqueça, aos olhos dos que devem estar submissos, a autoridade da direção.

b) Contudo, pedireis perdão ao Senhor de todos, o qual sabe com quanto afeto amais aqueles que talvez repreendais além da medida. Pois a amor entre vós não deve ser carnal, mas sim espiritual.

 

[34] Cf. 2Tm 2,24; Eclo 28,10.

[35] Cf. Ef 4,26 (= Sl 4,5).

[36] Cf. Mt 7,3-5.

[37] Cf. Eclo 29,9; Mt 7,21-26.

[38] Cf. Mt 6,12.14; Mc 11,25; Lc 11,4.

[39] Cf. Mt 18,35.

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Fonte: http://allormidolsi.blogspot.com/2008/07/regra-de-santo-agostinho.html