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terça-feira, 18 de junho de 2013

Sobre a nova moda de protestar

Por J. S. de O. Jr.


Vamos apenas indicar dois ótimos e esclarecedores artigos:

E o artigo do padre Cristóvão, publicado no Fratres in Unum, sobre a real intenções do 'Movimento passe livre' que começou os protestos em São Paulo e em outras capitais.

Nada a acrescentar aos dois excelentes textos, quem estiver surpreso, é a prova que precisa se atualizar e conhecer muito mais os inimigos da própria civilização cristã.

Só uma observação a se registrar:


Se a quantidade de católicos, (incluindo religiosos) que aderiram a moda da manifestação, aderissem o manifesto pela família, contra o aborto e seus derivados...
Ah... Deus está vendo tudo.

"A quem muito foi dado, muito será pedido." (Lucas 12,48).

"Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios." (Efésios 5,15).

Virgem Aparecida, rogai por nós.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Para descontrair - o circo juvenil esquerdizado

Paulistanos protestam contra a cubana Yoani Sánches, 21/02/2013.

SÃO PAULO, 21 Fev (Reuters) - A dissidente cubana Yoani Sánchez precisou encerrar um debate na noite desta quinta-feira após ser interrompida por dezenas de manifestantes pró-Cuba durante um evento em uma livraria na região central de São Paulo. Notícia completa aqui.

Nota (por João S. de O. Jr):


É cômico ver estas mocinhas e mocinnhos, da classe média, surrados pela lavagem cerebral ideológica de nossas Universidades, irem protestar contra uma "dissidente" da ditadura cubana. Não tão dissidente assim, na verdade, nem um pouco, pois, os verdadeiros dissidentes cubanos não fazem viagens internacionais, não se hospedam em hotéis caros, nem têm contato com agentes do governo Castro como é o caso da famosa blogueira; os verdadeiros dissidentes cubanos estão encarcerados e morrendo de fome nas celas. Entendam sobre Yoani Sànches e a desinformatzia cubana). 
Como podemos ver, um show de desinformação.

Mas voltando aos estudantes da matéria, levam seu protesto ontológico, onde qualquer suposta oposição ao sonho comunista cubano é maquinação dos Yankes norte americanos. Levam cartazes impressos à Epson T1110 A3 depois de terem marcado uma reunião pelo Ipod após saída do shopping-center. Bem provável que trocaram mensagens pelo chat após a manifestação e postarão suas fotos preferidas daquela, escolhidas livremente, com máquinas digitais da Sony no facebook.

Depois disto, recordei de um produto que parece estar sendo muito vendido para nossos juvenis universitários, conheçam também:


Misére nobis.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

China comunista: implacável perseguição anticatólica

Padre Cervellera

“A estrangeiros parece que a China mudou, quando, de fato, sempre foi assim. Há perseguição contínua, cuja extensão pode ter variado, mas nunca cessou”

Bispos, sacerdotes e leigos católicos são presos, mandados para campos de trabalhos forçados, torturados e executados. Entretanto, apesar de tão atroz perseguição, cresce o número de católicos na China. “O martírio de um católico conduz à conversão de outros”, afirma o Pe. Bernardo Cervellera, do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras.
Atualmente fala-se muito sobre a China, mas pouco se sabe a respeito da verdadeira situação dos católicos chineses. A fim de proporcionar a nossos leitores uma ideia do que está ocorrendo naquele país, Valdis Grinsteins, colaborador de Catolicismo, entrevistou em Roma o Pe. Bernardo Cervellera, do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras, considerado o maior especialista romano sobre a Igreja na China. Professor na Universidade Beida, em Pequim (de 1995 a 1997) e diretor da Agência de imprensa vaticana “Fides” (de 1997 a 2002), ele é o atual diretor da prestigiosa Agência “AsiaNews” (www.asianews.it).
  
*       *       *

CatolicismoCircularam ultimamente muitas notícias sobre um esfriamento das relações entre a China e o Vaticano. O que há de certo nisso?
Pe. Cervellera — Sou convidado algumas vezes a participar de encontros com industriais italianos que me perguntam sobre a China. Quando me refiro às perseguições que sofrem lá os católicos, ficam surpresos. Porque hoje muitíssimas pessoas possuem uma imagem turística da China, aliada a uma noção confusa oriunda de notícias que informam sobre a quantidade de arranha-céus construídos nas grandes cidades, da existência de grande número de automóveis Ferrari, do aumento da renda média do trabalhador chinês, etc. Pensam tais pessoas que, pelo fato de a China estar apresentando aparentes mudanças do comunismo para o capitalismo, a situação dos direitos humanos também se alterou. Acompanho há 20 anos a situação chinesa e posso afirmar que, se do ponto de vista geográfico muita coisa mudou (novas autopistas, condomínios, trens, etc.), por outro lado, a perseguição religiosa manteve-se sempre constante.
Houve há poucos meses sagrações ilícitas de bispos, ou seja, sem mandato papal. Nos últimos quatro anos ocorreram cinco dessas sagrações. Alguns bispos débeis ou timoratos foram obrigados a participar das mesmas, tendo sido conduzidos à força pela polícia. Isto é algo que não se registrava desde a época da Revolução Cultural dos anos 50 e do início do maoísmo. Época na qual se tentava criar uma igreja nacional composta de padres e bispos sob a direção do Partido Comunista Chinês. Na teoria, uma igreja independente de Roma; na prática, dependente do governo comunista. Perguntei recentemente a um católico chinês sobre a mudança de rumo do governo. Ele simplesmente respondeu-me dizendo que para os estrangeiros parece que a China mudou, quando ela, de fato, sempre foi assim. Há uma perseguição contínua, cuja extensão pode ter variado um pouco, mas nunca cessou desde que os comunistas tomaram o poder em 1949.


CatolicismoOs bispos chineses fiéis ao papado continuam sendo presos?
                          Stalin e Mao Tsé-Tung



Pe. Cervellera — Por uma sugestão de Stalin a Mao Tsé-Tung, o Partido Comunista Chinês quis inicialmente exterminar a Igreja, mas isto não funcionou. Criaram então, em 1957, a Associação Patriótica, a qual ficou encarregada pelo Partido Comunista de controlar a Igreja. Já o Papa Pio XII condenou essa associação em 1958 e declarou que os bispos que sagrassem outros bispos escolhidos por ela estavam excomungados. Todos os bispos que se opuseram, nos anos 50, a essa manobra comunista, terminaram na prisão, sendo obrigados a permanecer 20 ou 30 anos sob o regime de trabalhos forçados. Por exemplo, o bispo de Xangai, D. Ignatius Kung; o bispo de Booding, D. José Fan Xueyan; o bispo de Cantão, D. Dominic Tan Yee-Ming, e tantos outros. Há ainda vários bispos “clandestinos” — ou seja, que se negam a fazer parte dessa Associação Patriótica — os quais se encontram nas mãos da polícia. É o caso, por exemplo, de D. Jacobo Su Zhimin, há 15 anos nessa situação. Ele está desaparecido e sem sinais de vida. E isso só por não querer fazer parte da Associação Patriótica. Também o bispo de Yixian, D. Cosme Shi Enxiang, encontra-se nas mãos da polícia há 10 anos. De forma totalmente ilegal, apesar das poucas leis existentes na China. Estamos preocupados, porque muitos bispos que a polícia fez desaparecer, reapareceram depois... mortos.
Foi o caso, entre outros, de D. José Fan Xuyean, bispo de Booding. Após passar três meses nas mãos da polícia, em 1992, seu cadáver foi deixado diante da porta de sua casa, envolto em papel celofane. Seus familiares constataram que ele tinha sido torturado brutalmente, a ponto de ter uma de suas pernas quebrada. Era um ancião de 90 anos, que já havia passado 32 anos na prisão.
Há poucos anos ocorreram outras mortes. Em 2007, alguns meses antes das Olimpíadas (esta celebração da modernidade da China...), um dos prelados da província Hebei, D. Giovanni Han Dingxian, bispo de Yongnian, reapareceu num hospital após seis anos de detenção. Seus familiares encontraram-no moribundo. De fato, ele faleceu às 23 horas daquele mesmo dia. Seu corpo foi cremado e sepultado às 5 horas da manhã, sem a presença dos familiares. Os fiéis julgam que a cremação foi efetuada para evitar as provas que derivariam da autópsia.

*“O bispo de Booding, após passar três meses nas mãos da polícia, em 1992, teve seu cadáver deixado diante da porta de sua casa, envolto em papel celofane”

CatolicismoQual é a situação atual dos bispos “subterrâneos”, considerados “ilegais” pelo regime comunista?
   Missa clandestina de católicos chineses





Pe. Cervellera — Existem na China 37 bispos “subterrâneos”, ou seja, que não pertencem à igreja oficial, controlada pela Associação Patriótica. Esses bispos encontram-se em prisão domiciliar; estão isolados, não podem exercer seu ministério. O mais velho deles é o bispo de Zhengding, D. Julio Jia Zhiguo, muito estimado pela população. Ele mantém 200 meninos abandonados, sobretudo deficientes físicos, que não são aceitos por motivos culturais. O bispo lhes proporciona roupa e alimento, cuida dessas crianças com a ajuda de algumas freiras. Ele é vigiado dia e noite por quatro policiais, para que não possa sair de casa nem se encontrar com quaisquer pessoas. Sua “culpa”: não querer renunciar a seus vínculos com o Papa. Muitas vezes é preso e levado para “férias” forçadas, a fim de receber doutrinação política do Partido Comunista sobre a grandeza de seu programa e de como se deve dar adesão ao mesmo.
Atualmente até os bispos da igreja oficial — de obediência ao governo — estão na mira do Partido Comunista. Não é uma perseguição na qual eles são conduzidos a campos de trabalhos forçados ou fuzilados, mas são controlados. Desde 2006, quando das novas sagrações ilegais, eles são seguidos e controlados em suas viagens pastorais. Por que este medo do governo? É que, graças ao trabalho dos Papas, quase todos esses bispos da igreja oficial — sagrados mediante intervenção do partido e sem permissão papal — escreveram ao Vaticano pedindo perdão pela sua situação, tendo sido reintegrados na comunhão católica. Quando o Papa Bento XVI escreveu uma carta aos católicos da China, em 2007, ele a enviou indistintamente aos bispos da Igreja Católica, não fazendo distinção entre aqueles que eram fiéis e os que não eram.

* “Nos anos 50 os comunistas queriam destruir todas as religiões. Convencendo-se de que não o conseguiam, tentaram então criar religiões nacionais”

CatolicismoSe há tantos bispos que tiveram de pedir perdão ao Papa por estarem ligados à Associação Patriótica, por que o governo tem tanto medo deles?
Pe. Cervellera — Porque a Igreja Católica chinesa é hoje muitíssimo mais unida que no tempo da Revolução Cultural ou nos anos 80. Este é o ponto importante e o que explica o aumento da perseguição. A unidade da Igreja na China é um dos grandes fracassos do Partido Comunista Chinês. Nos anos 50 eles queriam destruir todas as religiões. Convencendo-se de que não o conseguiam, tentaram então criar religiões nacionais — seja a budista, a islâmica, ou igrejas protestantes nacionais. E, transcorridos 60 anos, na prática, a Igreja Católica é hoje mais unida do que antes. É por isso que a Associação Patriótica — cujo novo presidente é paradoxalmente um bispo em comunhão pessoal com o Papa — deseja a sagração de bispos ilegítimos, a ponto de forçar um bispo excomungado a ser presidente de um organismo subordinado a ela, a conferência dos bispos da igreja patriótica. Este é um modo de misturar as coisas, criar divisão e confusão generalizada.
A situação é muito dura. Os bispos oficiais [subservientes ao regime] e os “subterrâneos” [obedientes a Roma] são muito controlados. Fiscalizam-se todos os seus encontros e discursos, são levados à força a reuniões onde os obrigam a ouvir dissertações sobre a política do partido, além de serem isolados, para não receberem o reconforto e o apoio da Igreja.
Em maio, por ocasião da festa da Padroeira da China — Nossa Senhora de Sheshan, próximo de Xangai — Bento XVI pediu orações pela Igreja naquele país e, sobretudo, pelos bispos, para que não defeccionem. E para que não sejam derrotados pela tentação de oportunismo, ou seja, de uma vida cômoda e de não perseguição. Uma vida tranquila é melhor do que uma vida isolada. E a Associação Patriótica exerce esse tipo de perseguição, vencendo o coração pelas suas debilidades. Infelizmente, há pessoas que por oportunismo desejam se tornar bispos, ou seja, ser promovidas a tais pelo partido, receber honrarias, uma residência cômoda e nova e, de vez em quando, lembrar-se do Papa na oração. É preciso rezar muito por elas.


CatolicismoPoder-se-ia então afirmar que o Partido Comunista está preocupado porque não consegue controlar a Igreja?
Pe. Cervellera — O partido não está tão preocupado com o controle da Igreja Católica quanto com a difusão dela. O cristianismo difunde-se muitíssimo na China. E isso não obstante serem necessários três a seis meses de catecismo, assistência à missa, participação nas orações, etc. Há anualmente pelo menos 150.000 adultos – não nos referimos às crianças – que se fazem batizar. Enquanto o governo prega que a riqueza é o mais importante, as pessoas procuram a vida espiritual. Este é o motivo da perseguição. Enquanto os direitos humanos forem comer, beber, vestir, etc., o partido pode controlar. Ele pode permitir que se construa uma casa ou que se vista com roupas Armani; permite a satisfação das necessidades materiais. Mas quando surgem necessidades espirituais, o partido não sabe o que fazer e teme que as pessoas escapem de seu controle. Para os comunistas, as religiões devem ser controladas ou eliminadas. Isto cria problemas para o partido, porque na China está ocorrendo um grande renascimento religioso. Nós afirmávamos isto anos atrás e não nos davam crédito. Hoje se trata desse tema com frequência, existindo abundante documentação a respeito. Fala-se do regresso de Deus à China. As pessoas procuram algo mais do que o materialismo.
CatolicismoQue tipo de pessoas se convertem ao catolicismo?
Pe. Cervellera — Todo tipo de pessoas. Mas existe uma categoria que chama especialmente a atenção. Convertem-se ao catolicismo antigos — e dos mais ardorosos — membros do Partido Comunista, que estão desiludidos pelo que ali se faz. Eles vêm que estão nas mãos de um grupo que os utiliza para ganhar dinheiro — com o qual, por sua vez, financiam o partido para que este controle o povo. Notam haver uma grande simbiose entre capitalismo e comunismo. Estão desiludidos com a insensibilidade do partido diante das necessidades das pessoas. O salário dos trabalhadores é dez vezes menor que no Ocidente, não existem auxílios de seguridade social, etc. Estes desiludidos aproximam-se da Igreja. Por exemplo, um ativista que criou um sindicato não oficial e que havia estado no massacre da Praça de Tiananmen tornou-se católico.


CatolicismoExiste alguma possibilidade real de a Igreja mudar a situação na China?
Pe. Cervellera — O que teme o partido é que haja uma fusão entre a busca dos valores espirituais e a tensão dentro da sociedade. Existe nisso algum nexo. Esta tensão aparece em situações que são relativamente pouco conhecidas, mas na China há anualmente 180 mil rebeliões sociais. O governo as chama de “incidentes de massa”. São pessoas que se rebelam devido às injustiças, porque confiscaram suas casas, contaminaram os rios e não há água para beber, por problemas de transporte, saúde, etc.
Os ex-comunistas que se tornam religiosos procuram alguma dignidade para as pessoas, e o fundamento para isso é religioso. O homem possui direitos inalienáveis. Ao Estado incumbe reconhecê-los, e não se arvorar em deter poderes para concedê-los ou não. Se o homem não tivesse uma dimensão religiosa ele seria apenas um objeto nas mãos do poder. As pessoas procuram os fundamentos espirituais do direito do homem.
Um advogado cristão que defendia pessoas perseguidas por sua fé, foi sequestrado pela polícia, torturado, colocado em situação de isolamento, sem poder comer, etc. Ao ser liberado, em junho último, ele denunciou tudo quanto sofreu. Isso antes não acontecia. As pessoas começam a denunciar os maus tratos recebidos e perdem o medo que tinham. Para o governo, esta mistura de rebelião social aliada à busca de fundamentos religiosos e de coragem pode ser fatal.
CatolicismoÉ conhecido o dito de Tertuliano de que “o sangue dos mártires é semente de cristãos”. O Sr. conhece algum caso na China que nos pudesse contar?
Martírios na China, durante a perseguição anticatólica de 1900

“Para os comunistas, as religiões devem ser eliminadas. Isto cria problemas para o partido, porque na China está ocorrendo grande renascimento religioso”
 

Pe. Cervellera — Recentemente entrevistei um chinês que acabava de se converter ao catolicismo. Eu queria saber o que o havia levado a abraçar a fé. Ele contou-me que tudo começou quando a polícia deteve um de seus vizinhos. Intrigado sobre o motivo da detenção de alguém tão tranquilo e normal como esse vizinho, foi perguntar aos familiares dele. Estes lhe disseram que havia sido preso por ser católico. Isto chamou sua atenção, pois o que podia uma fé ter de importante quando o mais valorizado na sociedade era possuir bem-estar material, comodidades e reconhecimento social? Como não entendia, começou a estudar os fundamentos de nossa Religião e constatou que a fé é o bem mais importante da vida. É por ela que arriscamos tudo o que temos. É a mais preciosa pérola. Como resultado, decidiu se converter e foi batizado. O martírio de um católico conduz à conversão de outros.

Virgem Santíssa, mãe dos Católicos, Rogai por nós!

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Fonte: Revista Catolicismo ( www.catolicismo.com.br )

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O CASO EMBÚ DAS ARTES: AMOSTRA DE UMA CONSPIRAÇÃO?


Por Fr. R.G. dos Santos


     O fato novo de Embu das Artes, na grande São Paulo, choca. O material com conteúdo altamente imoral e pornográfico sendo posto ante os olhos ainda inocentes de crianças entre nove e dez anos de uma escola municipal na cidade supracitada revolta. E aos poucos conscientes desse contexto doentio em que vivemos, faz também pensar... em escala micro e macro.
Comecemos pelo pensamento em “escala micro”. Tal situação na região metropolitana da capital paulista nos remete como que num “estalo de figueira” a alguns ditos pontuais de Nosso Senhor. Em primeiro lugar elas, as crianças, são bem quistas pelo Redentor. Ele as acolhia com puro e são afeto, próprios de um homem perfeito, conforme podemos conferir em certas passagens do evangelho (1).
Em outra parte do texto bíblico, o Senhor é ainda mais assertivo. Referindo-se a lastimável realidade do escândalo no seio da comunidade de fé, o Filho de Deus Encarnado diz o seguinte: “(...) todo aquele que levar ao pecado um destes pequeninos que crêem teria melhor sorte se lhe amarrassem uma grande pedra ao pescoço e o jogassem no mar” (2).
Partindo dessa realidade do escândalo (que pelo menos ainda “desconserta” a alguns... graças a Deus), que infelizmente está para além do caso abordado acima, pode ser levantada uma questão lapidar: há em nossa realidade hodierna uma conspiração anti cristã organizada? Em outros termos, existe uma “estrutura habilmente forjada” que legitime tais ações (como no caso de Embu das Artes e também no das profanações da “gaystapo” aos ícones católicos, dentre outras...)?
A julgar pela configuração política atual em escala nacional e global, sim. Afinal, desde que assumiram o governo brasileiro, por exemplo, os “PTralhas” labutam no intuito de rascunhar um “novo homem tupiniquim”. E muitos governos estaduais e municipais seguem sua nefasta linha, mesmo não sendo petistas (3).
Este novo homem, na concepção da corja “marcuseano-habermasiana”, deve ser “democrático”, “maleável”, aberto às diferenças (mesmo que sejam negativas, erradas, antinaturais, “inconstitucionais” e quiçá pecaminosas), aberto também aos desejos e pulsões, além de  manobrável. Dialógico, para fazermos jus ao “habermasiano” da expressão. Por isso não vemos grandes manifestações das massas defendendo a moralidade na política e nas ações governamentais de escala sobretudo nacional.
 Já profetizando os perigos que uma maioria trouxa e “rasa”  oferece, diz-nos (1991, p. 24) que “nada é pior que escutar a fala da sociedade – considerando justo o que a maioria aprova, e imitar o modelo do comportamento da massa, vivendo não segundo a razão, mas pelo conformismo”.
Como tem valência ainda o dito do ilustre estóico que, já fato aceito mesmo para a história eclesiástica, era amigo de São Paulo. E Não queremos evocar aqui apenas a letargia do vulgo quanto ao caos do material pornográfico nas mãos de nossas crianças. Há o desperdício do dinheiro público tácito nesses materiais e campanhas errôneas.
Mais. Há uma indústria que, ao fim e ao cabo, advertida e/ou inadvertidamente, ganha com isso. Referimo-nos aqui àquelas que fabricam preservativos e anticoncepcionais, além daquelas que produzem a pornografia para um público já conscientizado e amaciado pelas campanhas “educativas” referentes à “naturalidade” da vida sexual ativa” tomada de qualquer forma.
Para além da legitimação da imoralidade sexual, temos ainda outros fatos - os quais gostaríamos de aprofundar-  mas que por aqui não nos é possível, referentes à conspiração claramente existente em favor de uma ordem de coisas anti cristã, direita e/ou indiretamente.
Porque ninguém para pra pensar seriamente, por exemplo, na razão pela qual a “tradicional” coroa britânica financia o MST, grupo esquerdista que leva o terror no campo com seus conhecidos saques(4)? Porque o The New York Times fez e continua a fazer apologia ao criminoso regime de ditadura castrista, opressor do povo cubano há décadas e inimigo político do país ao qual pertencem?
Che, tomando uma Coca-Cola.
Porque o mesmo jornal, a exemplo do Washingthom Post e de muitos outros, propagandeia e “apologiza” o cândido assassino e covarde Che Guevara(5), o homem que deu as linhas mestras em 1961 para que, quarenta anos mais tarde, as torres gêmeas fossem sucumbidas matando milhares de pessoas? E porque muitos intelectualoides da chamada esquerda católica entronizam esta escória da humanidade (6)?
Ao que parece, produzimos uma salada mista de informações aparentemente desconexas nestas linhas que acabamos de escrever. Entrementes se em meio a esta “zuada” (7) de informações conseguirmos filtrar a essência das desordens reinantes e entendermos um pouco do estado de coisas em que vivemos, nos daremos por satisfeitos.


 NOTAS
(1)  Cf. Mt 19, 13 e SS
(2) Cf. Mc 9, 42
(3) Por “ironia do destino” descobrimos que, por mera casualidade, a cidade de Embu das Artes é governada por um petista. Mero acaso?
(4) Cf. http://comunismoassassino.wordpress.com/2009/11/22/comunismo-x-capitalismo/ - Apresenta boas informações fundamentadas a respeito do fato e de outros mais.
(5) A respeito da verdadeira manipulação midiática que fizeram de Ernesto Guevara, vale a leitura do excelente texto de Humberto Fontova, listado ao final deste texto.
(6) http://www.youtube.com/watch?v=m1Qgi65bLnk Vale a pena assistir a este micro documentário a respeito do verdadeiro Che, assassino cruel e inveterado. O título: Guevara: Anatomia de um mito.
(7) Expressão tipicamente piauiense que significa bagunça, desordem.

REFERÊNCIAS
FONTOVA, Humberto. O verdadeiro Che Guevara e os idiotas úteis que o idolatram. Trad. Érico Nogueira. São Paulo: É realizações, 2009.
SÊNECA.  A vida Feliz. Trad. André Bartholomeu. Campinas: Pontes Editores, 1991.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Finalidade da vida humana segundo escolas filosóficas não cristãs

image  

Revolução Cultural de 68 - Sorbonne, Paris

 

Capítulo I

 

SOLUÇÕES ERRADAS

 

5. - I. O materialismo (1). Negando a existência de tôda a realidade distinta da matéria, não pode o Materialismo admitir nenhum fim ou escopo transcendente à mesma matéria. Podem a êle referir-se não só os velhos erros de muitos antigos (Leucippo, Demócrito, Epicuro, Lucrécio, etc.), mas também o daqueles que atribuem todos os fenômenos da vida (sensibilidade, inteligência, afetos, etc.), às atividades e às fôrças físicas de que são os corpos dotados.

A vida, opinam, ou não tem nenhuma finalidade, ao menos transcendente, ou, se a tem, deve consistir no dinamismo que impele o homem de uma conquista à outra, segundo as condições evolutivas da matéria.

 

imageA forma mais atual e progressiva é representada pelo  Materialismo histórico e dialético de Carlos Marx (foto) no qual se inspira o Comunismo.

Coloca êle o fim supremo da existência na consecução da última e mais profunda aspiração do homem, que consiste, segundo afirma, no equilíbrio de uma ordem social que realize nova participação de bens, no tocante às várias necessidades de todos, através de uma série de lutas entre o capitalismo e o proletariado (cfr. n. 115).

 

II. O positivismo (1), é uma forma mais mitigada do materialismo. É antes um método baseado na experiência e no cálculo matemático, rejeitando como ilusória tôda a idéia metafísica acêrca da natureza e das causas dos sêres materiais ou espirituais.

Várias suas tendências. Único o objetivo: negar tôda finalidade transcendente ao homem e à humanidade.

 

III. O idealismo (2) vai ainda mais longe. Afirma que princípio e fim de tôda atividade humana não podem ser procurados fora do homem, o próprio sujeito da ação. O homem não sòmente conhece, intui e quer, mas cria a normal moral da sua atividade, o juízo último do bem e do mal éticos, porque sòmente êle pode referi-los aos valores universais e ideais que atinge com o seu próprio espírito.

imageTôda realidade moral, pois, tôda norma e todo direito, não têm nenhum objetivo fora do espírito humano. A ética, como também o fim da atividade humana, não passam de produtos da atividade criadora do homem. Numa palavra, existe sòmente uma moralidade do sujeito, subjetiva e transcendental, criada, modelada e determinada pelo Eu (Fichte) ou pela Idéia (Hegel (foto) ou pelo Absoluto (Schelling). Com alguma modificação original, o idealismo é professado na Itália pelas correntes que têm como chefe B. Croce, G. Gentile e U. Espirito.

 

image

IV. O existencialismo (1). Como reação ao Idealismo, desde o século passado, com Soren Kierkegaard († 1855),  surgiu o Existencialismo, que é largamente desenvolvido na doutrina de Heidegger (foto), Jaspers, Abbagnano e outros. Filosòficamente, apresenta-se o Existencialismo como adesão à existência concreta do homem individual, existência que constitui a inconfundível personalidade do homem e que está em contraste com a existência superficial, pública, coletiva, sujeita às exigências da sociedade.

Do contraste da existência concreta com a existência superficial, surge aquela angústia da qual o homem é tomado e determinada pelo desejo de emancipar-se, de ser verdadeiramente êle mesmo. Sentir nesta existência autêntica é o meio para encaminhar-se em direção a um futuro de conquistas.

Os existencialistas dão grande importância aos valores éticos e religiosos: de fato, falam do bem e do mal, do dever, da culpa, da fé, da redenção, da oração e até do pecado original.

 

imageVárias e confusas são, na realidade, as tendências dos existencialistas. Enquanto alguns (Heidegger, Sartre  (foto) desprezaram, pelo menos, qualquer finalidade específica da existência e outros (Iaspers, Abbagnano) eliminaram qualquer solução sobrenatural ficando presos à problemática da vida; Gabriel Marcel procurou resolver os problemas da existência, dum ponto de vista construtivo, à luz da fé e da filosofia cristã.

O existencialismo, negando todo valor transcendente, tornando assim impossível a metafísica, base da religião e da Teologia, é reprovado por Pio XII na Encíclica “Humani Generis” (12 de agôsto de 1950).

Acêrca do Existencialismo ético, ou seja, da moral da circunstância, Pio XII num discurso aos Congressistas da “Fedération Mondiale des Jeunesses Féminines Catholiques” (18 de abril de 1952), assim se exprime: “A nova ética (adaptada às circunstâncias) dizem os seus autores, é eminentemente “individual”. Na determinação da consciência o homem individual encontra-se diretamente com Deus e diante dÊle delibera sem qualquer intervenção de lei ou autoridade, comunidade, culto, ou confissão. Existe sòmente o Eu do homem e o EU de Deus pessoal. Não do Deus da lei, mas do Deus Pai, ao qual o homem deve unir-se com amor filial. Assim considerado é pois a decisão da consciência um “risco” pessoal, proporcionado ao conhecimento e à avaliação própria em plena sinceridade diante de Deus. Estas duas coisas, a reta intenção e a resposta sincera, são tomadas em consideração por Deus. A ação não lhe importa nada. Assim, a resposta pode ser a de mudar a fé católica por outros princípios, de divorciar-se, de interromper a gestação, de recusar obediência à autoridade competente na família, na Igreja, no Estado, e assim por diante”.

A esta ética oportunista da circunstância, contrapõe o Papa as três seguintes máximas: “A primeira é que, concedamos, Deus quer antes de tudo e sempre a reta intenção. Mas isto não basta. Êle quer também a boa obra. A segunda é que não é permitido fazer o mal para que venha o bem (cfr. Rom 3,8). Mas tal ética opera, talvez, sem atentar a isso, segundo o princípio que o fim santifica os meios. A terceira é que podem dar-se circunstâncias, nas quais o homem, e especialmente o cristão, deve lembrar-se ser necessário sacrificar tudo, mesmo a própria vida para salvar a sua alma” (Cfr. Atti e discorsi di Pio XII, Edizioni Pauline, v. XIV, pág. 137).

 

image V. O pessimismo. Para o pessimismo não existe felicidade. A vida é intoleràvelmente má, sem um objetivo, sem meta a alcançar. É uma dor contínua, fazendo Schopenhauer (foto) e outros consistir o fim do homem, em dela libertar-se, renunciando sobretudo à vontade de viver.

 

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Notas:

(1) Bibl.: A. D. Sertillanges, Les sources de la croyance en Dieu, Paris, 1928; G. Bertola, La morale materialista di Trotzky, in Civitas, A, n. 4 (1952), 21 ss.; R. Lombardi, La dottrina marxista, Roma, 1947; L. Kania, Il bolscevismo e la religione, Roma, 1945; G. Angrisani, Comunismo e giustizia sociale cristiana, Turim-Roma, Marietti, 1949; La filosofia del Comunismo, Atti della Settimana di Studio indetta dalla Pont. Accademia di S. Tommaso nell’aprile 1949.


(1) Bibl.: A. Zacchi, Filosofia della religione, P. I: Dio. II. La negazione, Roma, 1925; G. Zamboni, Il valore scientifico del positivismo di R. Ardigò e della sua conversione, Verona, 1921.

(2) Bibl.: A. Tilgher, Filosofi e moralisti del Novecento, Roma, 1932; A. Guzzo, Idealismo e cristianesimo, Nápoles, 1936-1942, 2 vol.: A. Zacchi, Il nuovo idealismo italiano di B. Croce e di G. Gentile, Roma, 1925: M. Cordovani, Cattolicismo e Idealismo, Milão, 1928: C. Fabro, Idealismo, in EC, vol. VI, 1562 ss.


(1) C. Fabro, Introduzione all’esistenzialismo, Milão, 1943; R. Lombardi, Il clima dell’esistenzialismo, in “Cività Cattolica” 1944; V. M. Kuiper, Aspetti dell’esistenzialismo, in “Acta Pont. Acad. Rom. S. Tomae Aq.” Vol. IX, 1944, pp. 99-123.

 

-Dados da Obra-


Teologia Moral - Compêndio de Moral Católica para o Clero em geral e Leigos
Autor: P. Teodoro da Tôrre Del Greco, O.F.M. Cap.
Doutor em Direito Canônico
Edições Paulinas
Capítulo I - Soluções Erradas
Páginas: 30-34
Ex parte Piae Societatis a Sancto Paulo Ap.
NIHIL OBSTAT
Scti. Pauli, 8-XII-1958
Sac. Joannes Roatta Sup. Provincialis
NIHIL OBSTAT
Sact. Pauli, 25-XII-1958
Mons. J. Lafayette Álvares
Censor
IMPRIMATUR
Scti. Pauli, 25-XII-1958
† Paulus Rolim Loureiro
Ep. Auxil. et Vicarius Generalis
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Caixa Posta, 8107 - São Paulo 1959
Acabou-se de imprimir em maio de 1959

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Coréia do Norte, Copa e totalitarismo

 

Por João S. de Oliveira Júnior

 

 

 

 

 

Há alguns meses antes da Copa, trouxemos informações sobre a expectativa da seleção norte-coreana, país que há décadas vive sob a ditadura comunista e que não poderá ver ao vivo os jogos da própria seleção de futebol por vaidade estatal, caprichos do seu ditador Kim Jong-Il.

Bom, já fizemos a comparação sobre a real situação do país asiático por causa do regime que o oprime com o filme A vida é bela.O jogo contra o Brasil acontecerá nesta terça-feira:

Acompanhando os programas esportivos, sempre ouviremos dos comentaristas sobre a seleção norte-coreana que _ este é o time mais misterioso da Copa_ não só porque um jogador apenas (é treinado) para dar as entrevistas, mas porque de fato quase nada se conhece dos mesmos. Bem, na verdade não se desconhece somente da seleção de futebol, mas sim de todo o país.

Todos sabemos do conflito político ideológico que a décadas divide as 2 Coréias.Na fase classificatória para a Copa de 2010, em março de 2008, sa duas Coréias empataram as duas partidas que disputaram, o intrínsico nisto é que um dos jogos, aquele ao qual seria em Pioyang (capital norte-coreana) foi suspenso porque antes da partida o governo Kim Jong-Il decretou que o hino do time adversário não seria tocado, e a bandeira nem sequer hasteada. Sentindo-se constrangidos, os sul-coreanos conseguiram após algumas reuniões com a FIFA transferir o jogo para Xangai, na China.

Outro fato que me chamou muito a atenção, notícia vinda de um locutor esportivo: em entrevista a um jornal europeu, um dos lideres da comissão técnica da Coréia do Norte dissera que_ com a ajuda de Kim Jong-Il o time de seu país poderá vencer_ claro, na mesma hora o locutor objetou que quem jogaria seriam os onze jogadores e não o ditador Kim. Vejam só! Pode? Sabemos que é comum no mundo todo, não só aqui no Brasil, políticos se auto-promoverem a custas do sucesso alheio, no caso o futebol. Mas ainda estava incomodado com o discurso. Recordei que é comum, ora mais ou ora menos, contarmos com a ajuda de Deus_ Com a ajuda de Deus, Nossa Senhora, conseguiremos!_ ,assim que frequentemente ouvimos e dizemos. É certo que tal frase é dita, muitas vezes, mais como uma força de expressão, mas reflete bem a nossa crença. Perguntei pra mim mesmo porque o membro da comissão técnica norte-coreana não dissera a mesma coisa mas substituindo o ‘Kim Jong-Il’ por ‘Deus’. Daí lembrei: no regime comunista não existe liberdade de Credo, há sim é o culto ao Estado e ao “Senhor do Estado”, o general é do tipo “onipresente e onisciente”. Pobres norte-coreanos...

 

 

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quinta-feira, 15 de abril de 2010

O Demônio e o Comunismo

 

stalin 

                         O democida Josef Stálin

 

Bukharin, o secretário geral da Internacional comunista, dizia que Stálin “não era um homem, mais um demônio”. Deve-se lembrar que os primeiros pseudônimos escolhidos por Stálin em seus escritos foram “Demonoshvili”, o que, em georgiano, equivale a algo como “o êmulo do demônio”, e “Besoshvili”, o que equivale a “o demoníaco”.

A filha de Stálin, Svetlana, entre outras coisas, escrevia: “Um terrível demônio se apossara da alma de meu pai. Ele considerava que a bondade e a misericórdia que perdoa eram piores do que qualquer crime”.

Como afirmou na encíclica Divini Redemptoris, Pio XI admitiu que na origem do comunismo ateu havia influências satânicas. “O antigo tentador nunca deixou de enganar o gênero humano: no decorrer dos séculos assistimos a uma sucessão de desordens que desembocaram na atual revolução que já se desencadeou e que, por todos os lados, torna-se ameaçadora. Pode-se dizer que, pela amplitude e violência, ela supera tudo o que se experimentou nas perseguições contra a Igreja. Este perigo é o comunismo bolchevista e ateu.”

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Dados da Obra
Livro: Para falar de Anjos -
Os anjos maus (Páginas: 109 a 116)
Página: 115
Tradução: Silvana Cobucci Leite - Edições Loyola

segunda-feira, 22 de março de 2010

A vida não tão bela dos norte-coreanos e a Copa do Mundo

João S. de Oliveira Júnior

 

image Dirigido e protagonizado por Roberto Benigni, o filme A Vida é bela é uma premiada produção lançada no ano de 1997. Seu enredo se passa em meados dos anos 40, na Segunda Guerra Mundial, quando Guido (Benigni) é levado com seu filho pequeno para um campo de concentração nazista. A fim de proteger o pequeno da violência e do terror que os cercam, Guido usa de sua criatividade para convencer a criança de que tudo era apenas um “jogo”. Mais informações sobre este bom e elogiado filme aqui. O recomendo.

Poucos meses para um dos maiores eventos esportivos do planeta, o mundo vive a expectativa de assistir ao espetáculo da Copa do Mundo de futebol na alegria de uma boa e sadia competição. Recordando que dia 15 de junho a seleção Brasileira enfrenta a da Coréia do Norte, país que também é apaixonado por esse esporte e retorna ao mundial depois de 44 anos quando disputou a copa na Inglaterra em 1966.

Pergunta-se, e daí? O que uma coisa tem a ver com a outra?

Bem, a Coréia do Norte vive a décadas uma ditadura comunista, considerado o país mais fechado do mundo, não verá os jogos da própria seleção ao vivo. Poderá apenas assistir as reprises das vitórias e triunfos, caso houver.coreiadonorte-kimjongil_narrowweb Essa condição é imposta por seu ditador Kim Jong-Il (de óculos escuro na foto ao lado). Uma vez que  ele, cumprindo as régias do totalitarismo comunista, acredita que deve ser transmitida a população norte-coreana apenas àquilo que poderá convergir para o patriotismo (iludido) da Coréia do Norte. O país não poderia, nem por TV, ver outros “mundos” (como torcedores de outros países) ou acompanhar a própria seleção competir porque uma possível derrota “abalaria” a nação (dominação). Isto na cabeça do kim Jong-Il.

Então, estaria eu comparando o ditador Kim ao personagem Guido (do filme apresentado)? Necessariamente, não. Na verdade, quando conferi a notícia, inevitavelmente me recordei do filme e vi o antagonismo das situações. Acompanhem:

 

No Filme – A Vida é Bela (ficção)

A Copa do Mundo norte-coreana (realidade)

O terror do Nazismo na 2ª guerra mundial no início dos anos 40. A euforia e expectativa da Copa da África do Sul em 2010 depois de 44 anos.
O protagonista é um pai dedicado, carismático e protetor. O responsável é um ditador, o “Senhor” do Estado, conhecido como um “fanfarrão”.
Uma criança de 6 anos que está começando a ver a vida num lugar extremamente desumano. 23 milhões de norte-coreanos, que mal podem conhecer a realidade e verdade do local e do mundo onde vivem.
O regime Nazista, totalitário, um antigo, mas extinto vilão. O regime Comunista, tão totalitário e vilão, contudo, existente até hoje.
Mesmo em meio a tristezas da guerra e do genocídio humano, o filme mostra que é possível sorrir.

Mesmo na alegria da confraternização que a Copa do Mundo pode proporcionar para uma nação, há motivos pra lamentar antes mesmo dela acontecer.

O fim estimado dos personagens é a tão sonhada liberdade a ser alcançada. Esta querida liberdade mal pode ser desejada e conhecida pelos norte-coreanos, vítimas do Regime.

 

Esta querida liberdade mal pode ser desejada e conhecida pelos norte-coreanos, vítimas do Regime.

norte-coreanos reverenciam a estátua de Kim Il-sung, pai do ditador Kim Jong-Il Lembro que é sempre típico dos sistemas Totalitários a doutrinação ideológica, a propaganda do governo, meios de manipulação da massa, a privação de Liberdades(1) e o emprego da violência para os fins a serem alcançados pelo Estado. Vendo um documentário jornalístico sobre a Coréia do Norte e notícias como esta, misturam-se sentimentos (pensamentos) de pena e solidariedade para com o povo norte-coreano e ao mesmo tempo “bate” um alívio por estar num país em que, embora com adversidades, podemos desfrutar da individualidade. Expressar, poder manifestar nossa fé e ter opções de escolha para o bem dos nossos entes.

Não assistir a Copa por capricho ou vaidade estatal é cômico, entretanto, é apenas um “pedaço do iceberg” de privações que o totalitarismo Comunista pode impor. Fica o aviso para o Brasil: Cuidado! Com a Coréia do Norte no jogo do dia 15/06? Não, que vença o melhor e confesso que poderei estar torcendo pro time coreano nesta partida. Porém, atenção para com o fantasma do totalitarismo que vez ou outra sonda nossa querida América Latina. Afinal, a vida é bela, mas haverá lugares em que ela é sempre mais sofrida, os norte-coreanos que o digam.

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(1) Vide Catecismo da Igreja Católica, parágrafos: 2211 (Liberdade da família), 2304 e 2498 (liberdade de informação e comunicação).