terça-feira, 30 de junho de 2009

"Nós pregamos Cristo crucificado"

Por Prof. Pedro M. da Cruz

torre Andando pelas cidades podemos observar enlevados alguma cruz que se ergue altaneira sobre nossas Igrejas ! É o sinal da Vitória de Cristo, Rei do universo. Ao contemplá-la somos seduzidos pelo passado, radicados no presente e remetidos a um futuro glorioso. Ela é verdadeiramente um brado cristão, tão silencioso quanto eficaz. Sua haste vertical que se encontra harmoniosamente com a outra, nada mais é que a proclamação magnífica das duas naturezas do Redentor, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Seu formato singelo nos lembra, além dos pássaros que cortam os céus quase fundindo-se ao infinito, uma Espada fincada em solo inimigo demarcando o território outrora adverso, ou mesmo, finalmente, um grande amigo predisposto ao abraço amoroso... Sua riqueza simbólica, entretanto, é um quase nada ante os efeitos espirituais que nos advém do piedoso uso que dela se pode fazer. De fato, a Cruz é um grande sacramental.[1]
Mas, quantos tratam com desprezo este magnífico símbolo do cristianismo, principalmente quando acompanhado da Imagem estupenda e desconcertante do Deus crucificado. Sim! Um Deus crucificado ... que mistério !!! Muitos ataques vem comumente de grupos protestantes, mergulhados na ignorância bíblica e em rancores infundados. Dizem, muitas vezes, tomados de ódio ou desprezo: “Nós cremos em Jesus glorioso, e não num Deus morto !!!. Esqueceram-se das palavras comovedoras de São Paulo que afirmou: “Julguei não saber coisa alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado”[2].
Quereis mais argumentos a favor desta prática belíssima da exaltação da cruz de Nosso Senhor ? O apóstolo das nações possui autoridade o bastante para esclarecer nossa consciência, a final ele foi escolhido pelo próprio Salvador. Na mesma Bíblia Sagrada este grande apóstolo é forçado a reconhecer: “A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem , mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina”.[3]
Talvez aqueles que defendem esta idéia absurda de que a cruz seja coisa do passado ou um objeto desnecessário, se assustem com esta misteriosa afirmação deste discípulo do Senhor: “Estou pregado à cruz de Cristo[4], ou mesmo aquela outra: “Quanto a mim não pretendo gloriar-me a não ser na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo[5].Ora, estes “inimigos da Cruz[6] falam como se não fosse no Sagrado Madeiro que se tenha dado a reconciliação de Deus com a humanidade pecadora.[7] De fato é Ele que nos perdoou todos os pecados, cancelando o documento escrito contra nós abolindo-o definitivamente ao encrava-lo na cruz bendita.[8]
El Cristo de la Expiración de La Victoria 2 
El Cristo de la Expiracíon de la Victoria - Francisco Romero Zafra

Ao entrarmos no templo santo de Deus salta aos nossos olhos aquela comovente imagem de Jesus Crucificado. Ali, tocados pela Graça, quantas vezes não nos prostramos em pranto tocados pelo amor grandioso daquele Deus aniquilado, humilhado, obediente até a morte, e morte de Cruz?[9] A “Virtude da Cruz”[10], de que nos fala as Sagradas Escrituras, parece unir-nos novamente a Nosso Senhor, e assim recomeçamos fortalecidos nosso caminho rumo aos céus.
Aqueles que desvirtuam a cruz do Salvador[11] são os alvos daquela interrogação bíblica: “Ó insensatos (...) Quem vos fascinou a vós, ante cujos olhos foi apresentada a imagem de Jesus Cristo crucificado?[12] Pois, de fato, o objeto que para os antigos era símbolo de dura condenação,[13] e que para muitos hoje é motivo de escândalo[14], para nós cristãos, filhos da única Igreja do Redentor, é causa de júbilo e glória indizíveis.
Assim reforcemos nossa defesa deste magnífico símbolo do Cristianismo. Procuremos traze-lo sempre conosco, senão preso ao pescoço, indiscutivelmente fixado ao coração e como projeto de uma vida santa, pois assim quis Nosso Divino Mestre que fizéssemos: “Quem quiser vir após mim renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me.[15]Pois “não há outro caminho para a vida e para a verdadeira paz interior senão o caminho da santa cruz e da contínua mortificação.”[16]É como lembrava-nos os Textos Sagrados: “Os que são de Cristo crucificaram a carne, com as paixões e concupiscências” [17],ou como nos ensinava Santo Inácio de Loyola: “Não há árvore mais apropriada para produzir e conservar o amor de Deus do que a árvore da cruz.”[18]
Porque há muitos por aí, de quem repetidas vezes vos tenho falado e agora o digo chorando, que se portam como inimigos da cruz de Cristo”[19] (São Paulo apóstolo)


[1] Sacramentais são sinais sagrados, mediante os quais, imitando de certo modo os sacramentos, são significados principalmente efeitos espirituais que se alcançam por súplica da Igreja. (Código de Direito Canônico, Cânon 1166.)
[2] I Coríntios 2, 2
[3] I Coríntios 1, 18
[4] Gálatas 2, 19
[5] Gálatas 6, 14
[6] Filipenses 3, 18
[7] Colossenses 1, 20
[8] Colossenses 2, 13-15
[9] Filipenses 2, 8
[10] Efésios 2, 16
[11] I Coríntios 1, 17
[12] Gálatas 3, 1
[13] Gálatas 3, 13
[14] Gálatas 5, 11
[15] S. Lucas 9, 23
[16] DE KEMPIS, Tomás. A imitação de Cristo. Trad. Frei Tomás Borgmeier, O.F.M.13ª Edição. Petrópolis, Vozes, 1956, pg. 90.
[17] Gálatas 5,24
[18] DE LIGÓRIO, S. Afonso. A prática do amor a Jesus Cristo. Trd. Pe. Gervásio Fabri dos Anjos C.SS.R. Aparecida- S.P., Editora Santuário,2000, pg. 64.
[19] Filipenses 3, 18

7 comentários:

  1. Parabéns. Muito Bom!!!!

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  2. Mais um texto brilhante! Parabéns meu amigo!
    Te louvamos, Santa Cruz.

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  3. Mais um excelente artigo!
    Deus o abençoe!

    Pax Domini!

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  4. É BOM OS PROTESTANTES LEREM ESTE ARTIGO. É MUITO ESCLARECEDOR!

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  5. Que a Cruz de Cristo seja nossa luz na caminhada.

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  6. é bom mesmo os protestantes terem acesso a essas informações assim poderão entender como é também bíblica a fé da igreja.

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  7. Depois de hoje vou voltar a usar uma cruz no peito pessoal.É uma coisa simples mais que a gente tem dificuldade de entender. Brigaduuuuu.

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