Por João S. de Oliveira Júnior
Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca. (Isaías 49,15)
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Joana, todos os dias, acompanha e leva no colo seu filho Pedro, que tem uma grave patologia congênita, ao hospital. Chances nulas de ele ter uma vida normal, respira só com ajuda de aparelhos e se alimenta por sondas. Dona Euália, todas as semanas vai ao presídio visitar e levar comida ao filho Joaquim, preso por homicídio e tráfico de drogas. Ela tem fé que, quando ele sair, possa arrumar um emprego. A senhora Ana Helena, viúva com cinco filhos, acorda todos os dias às 6:00 horas da manhã para pegar no pesado e garantir o leite da família. Dá duro para que possam estudar e terem um futuro melhor. Ela só volta a dormir à meia noite, quando os mais velhos já retornaram para casa.
Prezado leitor, estes são nomes e situações que foram criados por este autor, mas são casos tão verídicos e corriqueiros, que você certamente também presencia ou identifica semelhanças no seu dia-dia. Poderia imaginar mil e um poemas para representar o amor materno, no entanto parece que apenas citando fatos já o deduzimos.
Não é de estranhar que Deus mostrando seu grande amor e fidelidade aos seus diletos (1), comparou aquele com o de uma mãe. Sim, se tem um Amor Terreno que mais se aproxima do Divino, sem dúvidas, é o Materno. Poucos entenderam, quando Madre Tereza de Calcutá declarou em discurso oficial à ONU que o maior perturbador da Paz Mundial na atualidade é o aborto: _ Por que se uma mãe é capaz de matar o seu próprio filho, o que falta para eu matar você e você me matar? Não falta nada (...) (2). Ela referia que tal ato não é apenas a morte de um indefeso no ventre materno, mas também uma morte da própria mulher que por natureza tem o dom sobretudo de ser mãe (3), ou seja, a morte do potencial de Amor verdadeiro naquela ocasião. Claro que, uma vez dado a luz, ainda que indesejado ou em circunstâncias adversas, dificilmente uma mulher desejaria a morte de seu filho. Sempre recordo que 95 % das mulheres que abortam não abortariam caso tivessem apoio do pai da criança (4) ou tivessem mais ciência do que estariam fazendo. Logo, o maior assassino do mundo atual chama-se “mentalidade abortista” que quer roubar da mulher a consciência de seu dom mais precioso e divino, ser mãe.
A propósito, o próprio Deus quis ter uma mãe! Eis mais uma vez o mistério da encarnação: E o verbo se fez carne e habitou entre nós (...) (5) Como citou são Luiz de Montfort, nosso Senhor Jesus Cristo não quis apenas vir ao mundo por meio de uma Mulher, também quis ser cuidado e ter dependido dela (6). Muito além de carregar Deus Filho nove meses no ventre, Maria Santíssima acompanhou-o por toda a vida terrena, desde o nascimento passando pela vida cotidiana em mais de 30 anos até ao drama da Cruz. Tamanha humildade de nosso Senhor que resplandece a Sabedoria infinita de Deus. Maria, que regozijou como ninguém o mistério da encarnação (7), sentiu naturalmente (por ser mãe) mas, sobrenaturalmente também (pelo Filho que tem) as agonias d’Ele no momento mais difícil(8). Se caso questionássemos se alguma criatura foi tão íntima e próxima de Deus, Uno e Trino, Todo Poderoso, teríamos dúvida ainda de quem fosse? Teríamos dúvida de quem mais amou, de fato, a Deus?
Já dizia dona Ilda, minha genitora: A mãe só quer o bem, mãe é mãe.
Neste mês de maio, dedicado às mães e Àquela que foi o exemplo de mãe, suplicamos a Ela, mais uma vez, que interceda por nós e por nossa Madre Igreja a seu Filho amado.
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(1) Vide Isaías 49,1 e15.
(2) Vide discurso de Madre Tereza à ONU, dezembro de 1979, quando recebeu o Nobel da Paz: http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=OPINIAO&id=opi0266
(3) Carta Apostólica Mulieries Dignitatem, vide capítulo VI – Maternidade e Virgindade: http://agnusdei.50webs.com/muldig0.htm
(4) Vide estudo do Prof. Doutor Adriano Vaz: http://www.freewebs.com/somosmedicosporissonao/sadepsquicadamulher.htm
(5) Vide Isaías 7,14 e são João 1,14.
(6) Vide “Tratado de Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, cap. V, art. II, 139.
(7) Vide São Lucas 1,46-55.
(8) Vide São Lucas 2,34-35 e 51 e São João 19,25.
Muito obrigado,eu precisava mesmo ler isto. O Blog tem me ajudado a ser mais bom cristão.
ResponderExcluirEu gostei do texto. Inclusive a mãe é um símbolo muito mais rico de tudo o que foi abordado, acredito que o que foi ditoipode nos ajudar a valorizar a meternidade como uma forma de amor de deus.
ResponderExcluirÓtimo texto!
ResponderExcluirParabéns ao blog.
Já diz a canção: "Que mãe permanece indiferente ao filho, que mãe não sabe o que ele passa? Maria te acolhe mesmo que não reconheças, mesmo que rejeites seu amor."