Por Prof. Pedro M. da Cruz.
“Ai daqueles que ao mal chamam bem, e ao bem, mal, que mudam as trevas em luz e a luz em trevas.” [1]
“Trocaram a verdade de Deus pela mentira, adoraram e serviram à criatura em vez do Criador.” [2]
“Que relação pode haver entre a luz e as trevas? Ou, que acordo entre o fiel e o infiel.”[3]
Tem crescido em nosso meio, e de forma acentuada, o relativismo quanto aos temas religiosos. A Verdade deixa de ser vista como algo objetivo; passa a reinar em muitas mentes o pérfido subjetivismo, que reduz todas as coisas ao “eu penso”, “eu acho”, ou mesmo, ao corriqueiro, “eu gosto”... Só uma atmosfera como esta pode tolerar o absurdo da crença em certa divindade vaga e “fumacenta” do ocultismo, submissa à concepção egoísta de cada indivíduo. Deus, para estes ego-cêntricos, é aquilo que se concebe como tal. Ele é “O Deus dos corações”, o “deus” de cada um, e não mais aquele Ser supremo revelado por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Observemos, atentamente, o quanto algumas expressões tem sido baldeadas em nossa sociedade. É tão gritante este problema, que, talvez, ao ouvirmos verdadeiras heresias por aí, acabemos por acreditar que estamos em contato com a genuína Revelação cristã. Muitas palavras utilizadas pelo catolicismo receberam, estrategicamente, nova “maquiagem”, tornando-se qual “cavalo de Tróia” nas mãos dos inimigos.
Comprar um livro, por exemplo, devido ao fato de, na capa, está indicado falar sobre “Deus”, não significa, necessariamente, que trate-se do Deus cristão, aliás, o único verdadeiro. O mesmo, diga-se de passagem, sobre o termo “Alma”; brincando, poderíamos dizer que existem tantas versões sobre a “Alma” quantas almas há.
Referindo-se a esta técnica de baldeação num certo ramo do esoterismo, escreve-nos Monsenhor Léon Meurin, S.J.:
“Os nossos leitores sabem que, para desviar da verdade os espíritos dos seus adeptos, os judeus cabalistas cuidaram de trocar o valor das palavras. Assim: Deus é Satã e Satã é Deus. O Bem é o Mal e o Mal é o Bem. A Virtude é o Vício e o Vício é a Virtude. A Verdade é a Mentira e a Mentira é a Verdade. A Luz é a Treva e a Treva é a Luz. A Revelação é o Obscurantismo e o Obscurantismo é a Revelação. A Religião é a Superstição e a Superstição é a Religião.”[4]
Certa feita, um amigo meu, elogiava determinado autor, não sabendo que o mesmo seria, supostamente, um “Espírito de Luz”; estes que, segundo o Espiritismo, já abandonaram as “vestes físicas”... vai entender tamanha lorota! Nem todo mestre é mestre verdadeiro, assim como, nem todo aquele que se afirma existente existe de fato, a não ser, na mente delirante de quem o inventou.
Bom, já que temos visto algumas curiosidades referentes à Ordem Rosacruz, cremos que será interessante estudarmos determinados termos usados pelos mesmos, a nível de exemplificação. Veremos a que sofisticação levaram certos conceitos, agora, tão distantes da realidade. Com exceção do vocábulo “Avatar”, todos os outros encontram-se também na teologia católica, porém, com quanta diferença de significação...
Possa a Santíssima Mãe de Deus vir em socorro de tantas almas perdidas em mil caminhos de ilusão. Que ela, pisando sobre a cabeça da serpente infernal, conduza-nos à presença de seu divino Filho, onde teremos paz e verdadeira felicidade. Amém.
Dicionário Rosacruz
(Conf.: LEWIS, H. Spencer. Manual Rosacruz. 17º Edição norte americana. Coordenação: Maria A. Moura, F.R.C . 6º Edição brasileira . Biblioteca Rosacruz, Volume especial. Rio de janeiro: Editora Renes. 271 Pgs.
“Alma – Erroneamente falamos da alma no homem ou da alma do homem como se cada Ser humano ou cada organismo consciente tivesse, no interior de seu corpo neste plano terreno, um algo separado e distinto que chamamos de ‘Alma’; portanto, em cem seres haveria cem Almas. Isso, no entanto, é errado. Existe apenas uma alma no Universo; a Alma de Deus. A consciência Vivente e Vital de Deus. Em cada ser vivente há um segmento inseparável dessa Alma universal e, esse, é a Alma do Homem.[5] Jamais deixa de ser parte da Alma universal, do mesmo modo que a eletricidade em uma série de lâmpadas elétricas de um circuito não é uma porção separada da eletricidade sem ligação com a corrente que flui através de todas as lâmpadas. A Alma, no homem, é Deus no homem, e torna a humanidade parte de Deus, Irmãos e Irmãs sob a Paternidade de Deus.” (LEWIS, pg. 219)
“Avatar – Na linguagem mística corrente e como usado pelos Rosacruzes, um avatar é uma pessoa cuja personalidade-alma está altamente evoluída ou espiritualmente desenvolvida devido a vários ciclos de encarnação neste plano. Não há número específico de encarnações que designe alguém como um avatar. O discernimento espiritual de um indivíduo, sua compreensão humana, domínio da vida e serviço altruísta são as características de um avatar. Um avatar não manifesta maneira peculiar no vestir, no falar ou na forma de se apresentar. Seu conhecimento da vida e de seus problemas, e sua conduta, são seus únicos sinais exteriores de realização. Evidentemente ninguém se torna avatar em uma encarnação. Trata-se de um processo de evolução. A etimologia da palavra é sânscrita. É comumente usada na filosofia hindu, embora de maneira não totalmente compatível com a interpretação mística ocidental.” (LEWIS, pg.222)
“Deus – Para os Rosacruzes existe apenas um Deus, sempiterno, onipresente, ilimitado, e sem forma definida de manifestação. É o Deus de nossos corações, expressão encontrada no decorrer de nossas práticas ritualísticas e meditativas. O Deus que concebemos, do qual nos podemos tornar conscientes, mais cedo ou mais tarde se manifestará naquela singular intimidade de nosso interior. Os Rosacruzes pertencem a muitos credos e seitas religiosas em todas as partes do mundo, porém há unidade absoluta nesta concepção de Deus, da Inteligência Suprema, da Mente Divina. Nos rituais antigos encontramos esta frase como parte da promessa Rosacruz; “O Homem é Deus e Filho de Deus, e não há outro Deus senão o Homem.” Isto, porém, tem significado místico e não deve ser tomado no sentido literal. A concepção Rosacruz de Deus é essencialmente a de uma mente universal, inteligência e poder infinitos. Essa concepção não é dogmática. Os Rosacruzes difundem o princípio de que Deus é, na verdade, uma experiência subjetiva, e desse modo uma interpretação pessoal. Consequentemente o Rosacruz diz: ‘Deus do meu Coração.’” (LEWIS, pg. 227)
Mestre - Termo usado, de várias maneiras, em nosso trabalho, porém não analisaremos aqui o uso desse vocábulo para designar o Oficial de uma loja ou Diretor de um dos Graus do trabalho. De outro modo, o termo é usado para designar aquele que alcançou determinado grau de perfeição na evolução ou um alto senso de domínio das leis e princípios. Neste sentido há Mestres visíveis e invisíveis. Dos classificados como Mestres visíveis, alguns vivem na carne, no plano terreno, e são por nós vistos com os sentidos objetivos, físicos, e outros vivem na carne, neste plano, e podem projetar seu corpo psíquico, pensamentos e impressões, sem consideração de distância, de modo que seu corpo psíquico se torne visível, sob determinadas condições, e sensíveis à nossa compreensão psíquica, ou objetiva, os seus pensamentos e impressões. Os Mestres invisíveis, por outro lado, são aqueles que passaram deste plano para o plano cósmico, e dali projetam sua personalidade para o plano psíquico, jamais atuando ou se expressando no plano terreno até que se reencarnem. Para que possamos perceber esses Mestres, e não vê-los com a visão objetiva, deveremos nos harmonizar com o plano psíquico em grau tal que, na ocasião, estejamos atuando, total e psiquicamente, no plano psíquico ( Isto é, com o nosso corpo psíquico, enquanto o corpo físico permanece adormecido, ou inativo em todo o seu funcionamento com exceção do aspecto de natureza puramente física, como quando adormecido, em estado passivo, ou num estado de meditação profunda) e, nessa ocasião, estabelecer contato com a personalidade, mente, pensamentos e mensagens das Mentes Invisíveis. Esses Mestres podem, então, ser ‘vistos’, porém não com a visão objetiva; na verdade, não se trata absolutamente de visão e, sim, de um estado Cósmico de percepção que interpretamos como visão após recobrarmos a consciência no plano objetivo, por falta de um termo melhor para descrever a sensação.
O funcionamento total no plano psíquico, por minutos ou horas em determinada ocasião, conforme se deseje, e o contato com a personalidade dos Mestres Invisíveis é uma condição grandemente almejada por todos os místicos, conseguida por meio de cuidadoso estudo e preparação, muitos experimentos preliminares e pureza de propósito. É desse modo que a Iluminação Cósmica ou Consciência Cósmica é alcançada.” (LEWIS ,pg. 239-240)
Personalidade da alma - A personalidade[6] é o Eu, e o Eu é uma expressão da alma no interior do corpo do Homem. A alma se esforça para manifestar sua natureza divina e qualidades Cósmicas através da consciência objetiva do Homem. Na proporção em que o Homem se torna consciente de sua essência divina, sua alma, nessa mesma proporção o Eu, ou personalidade, com ela se identifica. A personalidade, portanto, é a manifestação objetiva da reação do indivíduo ao segmento inseparável da alma universal com que o Homem está infundido. (...) A alma é a essência perfeita, no homem, pois é parte da Alma Universal que flui através de todos os homens, da mesma maneira...” (LEWIS, pg. 248- 249)
(P.S.: O negrito é nosso)
[1] Conf. Isa.5,20
[2] Conf. Rom.1,25
[3] Conf. II Cor.6,14-15
[4] PINAY, Maurice. Complot Contra a Igreja. Trad. Dr. João Afonso. Lisboa: Editorial J. Castelo Branco, 1970. Pg. 500.
[5] Segundo Cecil A. Poole, o “Eu Interior”, por exemplo, seria uma espécie de consciência subjetiva, diferente de nosso “eu” objetivo. Esse “Eu interior” relaciona-se, ou talvez, até mesmo, se identifique com a própria Alma. Seria o Eu da própria Alma. “ O Eu Interior serve como um meio para a voz divina que existe no homem. É uma fagulha da chama sempiterna que existe por todo o universo e provém, diretamente, da Fonte de todas as coisas. Vem de Deus, é Deus.(...) o universo inteiro é o corpo de Deus, sua expressão no tempo e no espaço. Assim é Deus o Eu Interior, um universo em miniatura que existe dentro do indivíduo.” Conf. POOLE, Cecil A. Misticismo, A Suprema Experiência. Biblioteca Rosacruz. Volume XXXV. Rio de Janeiro: Renes, 1983. Pg. 140.
[6] Os Rosacruz distinguem Personalidade (psíquico, Imaterial e incorpóreo) de Individualidade. Personalidade revelaria tudo o que foi acumulado através de incontáveis experiências, e absorvido como parte de sua própria essência de expressão. Deste modo há inúmeros estágios de personalidade, de acordo com a evolução de cada indivíduo. A Personalidade revela a verdadeira identidade psíquica de cada membro da raça humana. Por outro lado, a individualidade refere-se à parte transitória e mortal do homem. Refere-se ao indivíduo objetivo que possui um corpo composto de unidades que não podem e não devem ser divididas ou separadas umas das outras, sem destruir a manifestação objetiva. A Individualidade é, essencialmente, terrena e material, porque sua finalidade é funcionar no plano mundano.
Muito coerente tudo o que os rosacruzes afirmam. Achei ótimo! Não usam Deus, ou Jesus prá escravizar as pessoas, mas sim para libertá-las. Para usarem o dom da inteligência, dado por Deus, para não se deixarem ser manipuladas por um grupo elitizado de pessoas, que usam Deus e seu "conhecimento" intelectual e sobre a alma humana, prá exercer poder e influência sobre as decisões das pessoas...
ResponderExcluirAnônimo, medite sobre isso:
ResponderExcluir“Ai daqueles que ao mal chamam bem, e ao bem, mal, que mudam as trevas em luz e a luz em trevas.” [1]
“Trocaram a verdade de Deus pela mentira, adoraram e serviram à criatura em vez do Criador.” [2]
“Que relação pode haver entre a luz e as trevas? Ou, que acordo entre o fiel e o infiel.”[3]
Muito coerente tudo o que os rosacruzes afirmam. Achei ótimo! Não usam Deus, ou Jesus prá escravizar as pessoas, mas sim para libertá-las. Para usarem o dom da inteligência, dado por Deus, para não se deixarem ser manipuladas por um grupo elitizado de pessoas, que usam Deus e seu "conhecimento" intelectual e sobre a alma humana, prá exercer poder e influência sobre as decisões das pessoas...
ResponderExcluir[2]
Coerente sim, mas com um pensamento anti-bíblico. cuidado anônimo para não apoiar mentiras diabólicas.
ResponderExcluirJamais haverá algum pensamento anti-bíblico por parte de quem está consciente do ser que é e será. Não confunda parábolas com ilusões e acima de tudo, ocultismo com trevas. A quem é literal, perderá o valor sincero de umas das maiores obras já escritas por aqueles que tiveram a inspiração para tal. A quem é literal, apenas a ignorância é o desafio mais difícil.
ResponderExcluirmas, o que garante que isso é de origem sobrenatural assim como vc parece querer dizer? mais uma vez as crendices infundadas e logo em quem diz que tem mente elevada kkkkkkkkkkkkkk
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