Por Prof. Pedro M. da Cruz.
“Não se interrompa a Oração Eucarística (...) com aplausos, vivas, procissões, hinos de louvor eucarístico e outras manifestações...” (pg. 22)
“... evite-se alimentar um clima de exaltação da emoção e do sentimento.” (pg. 25)
“Os carismas (...) não devem ser temerariamente pedidos nem se ter a presunção de possuí-los.” (pg. 27)
Os senhores Bispos do Brasil escreveram anos atrás um documento à “Renovação Carismática Católica” (RCC) pretendendo evitar, por parte deste movimento, deturpações e atitudes parciais que dificultam a comunhão da Igreja. [1]
O objetivo era claro: “corrigir o que for necessário” [2], pois, as várias associações de fiéis na Igreja precisam manter a responsabilidade de professar a fé Católica no seu conteúdo integral, como bem afirmara o saudoso Papa João Paulo II (cf. Christifideles Laici).
Ao utilizar “métodos próprios” - afirmam os Bispos - a RCC deve manter-se dentro da doutrina da fé e da grande comunhão do Corpo Místico; enfim, não pode destoar daquilo que é essencial à Tradição. Ora, esta postura do episcopado brasileiro faz-nos recordar aquela exortação de São Pio X a membros da Igreja que sem um sólido conhecimento de filosofia e teologia, mas embebidos das teorias envenenadas dos inimigos da Igreja, vangloriavam-se, desprezando e transgredindo toda moderação necessária. (Pascendi, S. Pio X).
Cremos ser este um dos motivos por que a CNBB tenha determinado à Renovação Carismática que submetesse seus livros de estudos e de formação doutrinal à aprovação eclesiástica[3], para que se evitassem os flagrantes desvios já observados por muitos estudiosos e membros da hierarquia eclesiástica.
Em seu parágrafo 35 o documento por nós apresentado foi obrigado a ressaltar os perigos de falsas interpretações de textos bíblicos por parte de líderes da RCC. Com efeito, não estaria havendo uma “reta leitura” da Palavra de Deus. Pode-se perceber que, ainda hoje, tem-se caído, ordinariamente, tanto no fundamentalismo[4] quanto no intimismo[5]. Ora, isso conduz o leitor desprevenido a fazer o texto bíblico afirmar aquilo que, na verdade, não era a intenção dos autores sagrados. [6]
Questões Particulares da Renovação Carismática
Ao abordarem no documento determinadas “Questões Particulares” da RCC, os senhores Bispos foram taxativos em sua explanação: “Alguns temas necessitam de maior aprofundamento teológico”. Citam, em seguida, não só a expressão ambígua “Batismo no Espírito Santo”, como também, o chamado dom de “orar e falar em línguas”; terminam, enfim, por se referirem ao estranho “Repouso no Espírito”, assim como, aos tão mal compreendidos “poder do mal” e “exorcismo”, entre outras coisas.
Porém, ao terminarem suas explanações, não se furtam a afirmar categoricamente:
“Como é difícil discernir, na prática, entre inspiração do Espírito Santo e os apelos do animador do grupo reunido, não se incentive a chamada oração em línguas e nunca se fale em línguas sem que haja intérprete. (...) Em assembléias, grupos de oração, retiros e outras reuniões evite-se a prática do assim chamado ‘Repouso no Espírito’.” [7]
Recorda, também, a CNBB, que o exorcismo deve ser praticado de acordo com as normas estabelecidas pelo Código de Direito Canônico (Cân. 1172) “Por isso seja afastada a prática, onde houver, do exorcismo exercido por conta própria.” [8]
Finalmente, essas são palavras conclusivas dos senhores Bispos em sua exortação: “As orientações aqui oferecidas são expressão da solicitude pastoral com que o episcopado brasileiro acompanha a RCC (...) mas também mostrando sua preocupação com os desvios ocorridos, que são prejudiciais para a RCC e para toda a Igreja.”.
“A experiência religioso-cristã não se realiza em mera experiência subjetiva, mas no encontro com a Palavra de Deus confiada ao Magistério e à Tradição da Igreja...” (pg. 24)
“Diante das pessoas que teriam carismas especiais, o juízo sobre sua autenticidade e seu ordenado exercício compete aos pastores da Igreja.” (pg. 27)
Maria, Mãe da Igreja, rogai por nós!
Referência Bibliográfica:
Documentos da CNBB, N. 53. Orientações Pastorais sobre a Renovação Carismática Católica. (34º Reunião Ordinária do Conselho Permanente/ 94. Brasília, DF, 22 a 25 de novembro de 1994.). 32 pgs.
[1] Documentos da CNBB, N. 53. Orientações Pastorais sobre a Renovação Carismática Católica. (34º Reunião Ordinária do Conselho Permanente/ 94. Brasília, DF, 22 a 25 de novembro de 1994.). Pg. 8.
[2] Ibidem, pg. 17.
[3] Ibidem, pg. 19.
[4] Não respeitar, por exemplo, o contexto histórico dos textos nem, muito menos, as contribuições das ciências bíblicas, entre outras coisas.
[5] Por exemplo, o fato de muitíssimos “carismáticos” interpretarem as Sagradas Escrituras de modo subjetivo e até “mágico”.
[6] Ibidem, pg. 20.
[7] Ibidem, pg. 29-30.
[8] Ibidem, pg. 30.
Cês tão querendo é briga.
ResponderExcluirO pior é que não sei quem tem mais razão.
A RCC está muito melhor que outros grupos da Igreja como aqueles que só querem saber de politica.Gosto da RCC e não sei porque os bispos falaram isso, só sei que eles não devem esta sabendo muito bem da RCC que é obra de Deus.
ResponderExcluirSe os bispos falaram, então ta falado.
ResponderExcluirPra mim vcs são uma seita que além de atacar um grupo da igreja ainda defende cigarro e cerveja.Isso não é catolico.Vcs deveriamm ler mais a bíblia e seguir a igreja.Quando as pessoas fazem o que vcs estão fazendo então acabam criando outra igreja.Mesmo quando atacam coisa errada vcs acabam falando como se fossem intolerantes enquanto jesus pediu amor e perdão.cada um tem direito de ser o que quiser.
ResponderExcluirEu não conhecia esse documento e acho que o genivaldo também não agora posso falar que o pio cego e quem não que ver.
ResponderExcluirGenival, gostaria de dizer-te algo.
ResponderExcluir"Pra mim vcs são uma seita que além de atacar um grupo da igreja ainda defende cigarro e cerveja.Isso não é catolico.Vcs deveriamm ler mais a bíblia e seguir a igreja.Quando as pessoas fazem o que vcs estão fazendo então acabam criando outra igreja."
Primeiro, unidade no essencial e liberdade no questionável.O que questionamos é o que a Sagrada Tradição e o Sagrado Magistério nos permitem questionar, o que é inquestionável,contudo, defendemos radical e intransigentemente, como manda a Santa Igreja.Seguir a Cristo é seguir sua Igreja, e seguir sua Igreja é viver segundo a Sagrada Tradição, é viver sob o Magistério vivo da Santa Madre Igreja.
Quem está criando outro catolicismo são os hereges, não os que querem ser um eco fidelíssimo do ensinamento de 2000 anos da Santa Madre Igreja.
Não sou “menos católico” por não balbuciar sons irracionais, ou seja, por não "rezar em línguas"( refiro-me à visão da RCC sobre a oração em línguas) , sou “menos católico” se sou infiel ao Magistério e à Tradição, como tantos têm feito.Eu o desafio a tecer uma crítica razoável contra o nosso trabalho, ou seja, fundamentada na Tradição e no Magistério.
Quando o fizer, pois de fato não somos infalíveis em nosso propósito de ser eco do ensinamento infalível da Igreja, não estamos livres de cometer erros, o ouviremos e lhe seremos gratos por tal ato heróico de amor.
"Mesmo quando atacam coisa errada vcs acabam falando como se fossem intolerantes enquanto jesus pediu amor e perdão.cada um tem direito de ser o que quiser."
Deus não nos deu a liberdade para podermos pecar, mas para que pudéssemos alcançar mérito praticando livremente as virtudes. Nós,contudo, o traímos ao usarmos da liberdade para pecar, liberdade ,repito, que nos foi dada para praticarmos as virtudes livremente e assim alcançando méritos.Em nenhum instante, Deus propôs ao homem o caminho do pecado como alternativa e nunca o fará, o pecado é sempre um abuso da liberdade que Ele nos deu para amá-lo, é sempre uma traição contra Nosso Senhor, e uma grande decepção para Ele.
Meu caro, como bem disse alguém certa vez: "O Cristianismo é a espada que separa o pecado e o pecador ".Eu completo: de um lado o pecado, de outro o pecador.Ao pecador todo o amor, mas ao pecado todo ódio.Afinal, "ninguém pode amar o que é bom sem odiar o que é mau", como ensina Santo Tomás, o Doutor angélico.
Assim, na mesma medida que Deus nos ama, ele odeia o nosso pecado, na mesma medida que os santos alimentavam seu amor aos homens, eles alimentavam o ódio aos seus erros.Não estou exagerando ao dizer na mesma medida, estou apenas sendo exato.
Nós,aliás, não apenas parecemos intolerantes, nos esforçamos diariamente por sê-lo.
Estude o ensinamento tradicional e a História da Igreja e verá com mais clareza o que eu digo.
Continua...
Você realmente pensa que a Virgem Maria não seria uma inimiga "intolerante" de sátanas e do pecado ?
ResponderExcluirAfinal o pecado é uma ofensa ao seu Deus , uma revolta contra o projeto d 'Ele e a causa dos sofrimentos de seu Filho.
E você nos diz que não podemos ser intolerantes com o erro,então temos que ser tolerantes ? Ser intransigente com o erro não é ser cristão ?
Cristo SERIA então (perdoe-me a expressão) um tolo,um idiota que nega a justiça¿ Claro que não.
A Sagrada Escritura, assim como toda a Sagrada Tradição, que tanto falam da ira divina estão ,então, erradas ? Pois agora Deus perdoa sem mesmo estarmos arrependidos, dispostos a mudar, e nos acolhe em sua morada mesmo que nós o odiemos ?
Quem está negando a Justiça e a Ira Divinas e está indo contra o ensinamento perene da Santa Igreja,protestando contra ela, e portanto criando outra Igreja, é você e não nós.
Vá estudar o catecismo,ou seja, a Tradição, o Magistério, depois busque fundamentar sua vida nesses pilares, não que já não o esteja fazendo(mas é claro, isso não sei, não posso afirmar) , por fim, critique nossas posições de modo minimante razoável e respeitável.
Assim, você percebe o quanto essa sua afirmação supracitada é perigosa e mesmo leviana ¿
Sobre o cigarro e a bebida, não somos contrários ao uso moderado,e o repetiremos mil vezes se necessário for, mas intransigentes com o vício, como a Igreja o é.Meu caro, não sejamos maniqueístas.
Mas você com o seu maniqueísmo prático, pelo menos é o que se subentende da sua afirmação,está certo e não o Beato João XXIII, que fumava moderadamente, e os últimos Papas, que beberam moderadamente.E nem o Senhor Jesus, o “beberrão”, como diziam os fariseus. Todos estão errados, mas você, os puritanos e maniqueístas estão corretos.Se é assim, Parabéns para vocês !
Não tome as minhas palavras como infalíveis e livres de crítica e erro, sou um miserável pecador que quer apenas amar a Santa Igreja e defendê-la sempre.
E gostaria de tê-lo como companheiro nessa empreitada, juntos aos pés do Santíssimo Sacramento, de rosário numa mão e crucifixo na outra.Venha conosco viver uma fé plenamente em harmonia com a razão, nem fideísta nem racionalista.Ajude-nos, primeiro com sua orações, a nós miseráveis e indignos filhos da Santa Madre Igreja !
Uma pergunta min intriga.
ResponderExcluirPorque as autoridades da Igreja Católica, cria leís que contradiz a Biblia ?? Linguas estranhas, Carismas, Batismo no espirito, repouso,etc. se é efícaz o uso a pratíca na Igreja! Porque não criam leis a padres/bispos Pedófilos, fumantes,alcóolatras; ou mesmo para a Pastoral da Juventude onde se encontra ínumeros absurdos.( existem muitos bispos/padres, com certos vicios sendo eles mesmos não gostarem da RCC.
É muito intrigante, mais rezo por todos, apesar Cristo ama á todos!
Caro anônimo, você afirmou:
ResponderExcluir"Porque as autoridades da Igreja Católica, cria leís que contradiz a Biblia ?? Linguas estranhas, Carismas, Batismo no espirito, repouso,etc. se é efícaz o uso a pratíca na Igreja! Porque não criam leis a padres/bispos Pedófilos, fumantes,alcóolatras; ou mesmo para a Pastoral da Juventude onde se encontra ínumeros absurdos.( existem muitos bispos/padres, com certos vicios sendo eles mesmos não gostarem da RCC.
É muito intrigante, mais rezo por todos, apesar Cristo ama á todos!"
Quais leis que as autoridades competentes da Igreja criaram que são contra as Sagradas Escrituras?
Você, pelo visto não sabe a distinção entre uma determinação pastoral e uma definição em questãos de fé ou moral, nem mesmo a distinção entre o que se chama de magistério ordinário e o que se chama de magistério extraordinário.
Provavelmente não sabe a doutrina acerca da hierárquia católica, acerca do que compete a cada um, nem o que seja a Tradição.
E exalta de tal maneira um movimente que surgiu há pouco, cuja interpretação indevida das Escrituras- a exemplo dos protestantes- leva a inúmeros erros doutrinais e pastorais, a que se chama RCC e cujo valor reside apenas, e tão saomente, no seu caráter católico, se existe e na medida em que o existe.
A RCC surgiu.Caso tenha "vindo de Deus"-digamos assim- veio para auxiliar a missão da Igreja, enquanto movimento da Igreja, suscitado como os outros, para situações específicas e de caráter contigente, nunca necessário,pois só a Igreja o é afinal.
Os conceitos de contigente e necessário que afirmo são os tomados pela filosofia aristotélico-tomista.
Cuidado para não confundir RCC com Igreja, tomando aquela em detrimento dessa.
Percebo uma tendência protestante no seu discurso ao tratar das leis da Igreja e a Escritura como se houvesse conflito entre ambas.
Primeiro as determinações do texto dos Bispos do Brasil são orientações pastorais, não determinações infalíveis em aspectos de fé ou moral.
O que há em conflito é a sua interpretação das Escrituras, favorável as práticas questionadas, e a interpretação dos membros da hierarquia ao longo dos séculos- leia os textos acerca do dom de Línguas presente no blog.
Você e o seu dircuso claramente de influência protestante está correto e o discurso de inúmeros doutoras da Igreja sobre o assunto é equivocado?
A Igreja católica não é uma democracia- aliás, grças ao bom Deus, não é a casa da "mãe joana".
Se queres ser católico, conheça a Doutrina católica, ame-a e viva a mesma.
Sem achismos infundados protestantes...
Segundo,
você afirma:
"Porque não criam leis a padres/bispos Pedófilos, fumantes,alcóolatras; "
O Código de Direito Canônico existe, bem como o Direito Canônico como um todo, e já condenam, obviamente, a pedofília, ou você acha que a Igreja o incentiva ou aprova? Se sua afirmação é no sentido de leis que supõe coerção de liberdade, entre outras coisas, isso compete ao poder temporal a que todo padre, enquanto cidadão, está sujeito. A Igreja não os livra do dever de responder perante o estado.
O direito eclesiástico prevê ainda a possibilidade de sanções de caráter espiritual, como a excomunhão.Prevê ainda a possibilidade de suspensão da celebração dos ofícios litúrgicos, no caso de sacerdotes, bem como um afastamento dos meios pastorais.
E ninguém é mais ou menos católico por gostar ou não da RCC. O é se aderi integralmente à doutrina e à fé da Igreja ou não. E não é matéria de fé a adesão à RCC.
Essa eu quero ver:"Porque as autoridades da Igreja Católica, cria leís que contradiz a Biblia ?? " Favor cita-las.O que mais vemos é pessoas falando sem provas.As pessoas só sabem condenar a igreja sem conhece-la.
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