segunda-feira, 27 de junho de 2011

Vinho, remédio contra a degradação.


“Ele me introduziu em sua adega...” (Cantares 2,4)


Por Prof. Pedro M. da Cruz

     O vinho evoca majestosamente caracteres sublimes da alma cristã; e mais, forma com a Igreja um binômio indissolúvel. Basta-nos recordar, por exemplo, sua rubra imagem ligada a um tesouro da cristandade: o Sacratíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Elemento cheio de significados, o vinho foi estimado por todas as nações cultas do passado como alimento, remédio, ou mesmo, matéria de sacrifício (Conf. Lc. 10,34; Gn. 14,18). Tomá-lo como objeto de reflexão é, de fato, mergulhar em universos de luzes e possibilidades.

No homem de verdadeiro espírito católico a simples tez da bebida será, no mínimo, agradável convite para adoração; a conformação do vinho ao feitio da taça, referência singela à docilidade espiritual; e, finalmente, no odor por ele exalado, terá qualquer vestígio da cerimônia sacrifical cumulando-o de gozo e alegria.  Com efeito, quantas vezes em pequenas capelas não somos tomados pelo cheiro tão característico do vinho que se espalha como arauto de Nosso Senhor...  
     Elevar a mente pelos “degraus das coisas criadas” (São Roberto Belarmino) é prática eficaz contra todo mau cheiro naturalista e antimetafísico da modernidade. Indivíduos deformados pela cultura malsã poderão encontrar numa simples taça, movidos pela graça, “remédios” para sua degradação.
Talvez, por ser tão pródigo em significação é que o vinho tenha sido introduzido pelo Mestre como parte integrante da Santa Missa. Ele é matéria essencial no sacrifício eucarístico. Ali, no aconchego do altar, o próprio Salvador nos dá de beber o “vinho aromático” e “estreita-nos com seu braço direito” (Conf. Cant. 8,2-3).
Portanto, brindemos!
Sem receio e com alegria!
Tomar um cálice de vinho em nossas mãos é carregar por entre os dedos um mundo de altas considerações. Saboreá-lo é, simbolicamente, assimilar a verdade do Corpo Místico, pois, uma vez composto do sumo de muitos bagos, representa, não só a totalidade da vida humana, mas também, a união de todos os fiéis com Cristo.
Brindemos!
Brindemos por nossa união com o Filho de Deus!
Brindemos por nossa união com todos os seres humanos!
Brindemos por nossa união com Maria Santíssima! Vinho de nossa alegria.

Maria Santíssima, Rogai por nós!

2 comentários:

  1. Meus parabéns pelo texto repleto de sabedoria e profundidade.Nós deveriamos elevar nossa mente diante de todas as coisas para encontrar a Deus.

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  2. Prof. Pedro M. da Cruz1 de outubro de 2011 às 19:07

    Caríssimas Helena e Karine, pois, sendo assim, (segundo o espírito do texto)acomselho às senhoras tomarem um bom vinho em família, falando sobre as coisas de Deus.
    Falem sobre a vida, os encantos da amizade cristã,os bons livros para leitura (sei lá...) mas também, sobre o preocupante estado em que se encontram muitos católicos no dia de hoje, as dores por que poassa a única Esposa do Cordeiro.
    Que isso as leve a entender o ideal que norteia os trabalhos desse humilde Blog, e, quem sabe, diante disso, tornarem-se solidárias ao nosso trabalho.

    Juntem-se a nós! Lutemos por Cristo! Não derramemos só lágrimas pela perseguição por que passa o Salvador em seu Corpo Místico, a Igreja: derramemos também suor, e muito suor, na luta pela causa do Reino.

    Que Nossa Senhora as conduza e ilumine sempre!

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