“Ele me introduziu em sua adega...” (Cantares 2,4)
Por Prof. Pedro M. da Cruz
O vinho evoca majestosamente caracteres sublimes da alma cristã; e mais, forma com a Igreja um binômio indissolúvel. Basta-nos recordar, por exemplo, sua rubra imagem ligada a um tesouro da cristandade: o Sacratíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Elemento cheio de significados, o vinho foi estimado por todas as nações cultas do passado como alimento, remédio, ou mesmo, matéria de sacrifício (Conf. Lc. 10,34; Gn. 14,18). Tomá-lo como objeto de reflexão é, de fato, mergulhar em universos de luzes e possibilidades.
No homem de verdadeiro espírito católico a simples tez da bebida será, no mínimo, agradável convite para adoração; a conformação do vinho ao feitio da taça, referência singela à docilidade espiritual; e, finalmente, no odor por ele exalado, terá qualquer vestígio da cerimônia sacrifical cumulando-o de gozo e alegria. Com efeito, quantas vezes em pequenas capelas não somos tomados pelo cheiro tão característico do vinho que se espalha como arauto de Nosso Senhor...
Elevar a mente pelos “degraus das coisas criadas” (São Roberto Belarmino) é prática eficaz contra todo mau cheiro naturalista e antimetafísico da modernidade. Indivíduos deformados pela cultura malsã poderão encontrar numa simples taça, movidos pela graça, “remédios” para sua degradação.
Talvez, por ser tão pródigo em significação é que o vinho tenha sido introduzido pelo Mestre como parte integrante da Santa Missa. Ele é matéria essencial no sacrifício eucarístico. Ali, no aconchego do altar, o próprio Salvador nos dá de beber o “vinho aromático” e “estreita-nos com seu braço direito” (Conf. Cant. 8,2-3).
Portanto, brindemos!
Sem receio e com alegria!
Tomar um cálice de vinho em nossas mãos é carregar por entre os dedos um mundo de altas considerações. Saboreá-lo é, simbolicamente, assimilar a verdade do Corpo Místico, pois, uma vez composto do sumo de muitos bagos, representa, não só a totalidade da vida humana, mas também, a união de todos os fiéis com Cristo.
Brindemos!
Brindemos por nossa união com o Filho de Deus!
Brindemos por nossa união com todos os seres humanos!
Brindemos por nossa união com Maria Santíssima! Vinho de nossa alegria.
Maria Santíssima, Rogai por nós!
Meus parabéns pelo texto repleto de sabedoria e profundidade.Nós deveriamos elevar nossa mente diante de todas as coisas para encontrar a Deus.
ResponderExcluirCaríssimas Helena e Karine, pois, sendo assim, (segundo o espírito do texto)acomselho às senhoras tomarem um bom vinho em família, falando sobre as coisas de Deus.
ResponderExcluirFalem sobre a vida, os encantos da amizade cristã,os bons livros para leitura (sei lá...) mas também, sobre o preocupante estado em que se encontram muitos católicos no dia de hoje, as dores por que poassa a única Esposa do Cordeiro.
Que isso as leve a entender o ideal que norteia os trabalhos desse humilde Blog, e, quem sabe, diante disso, tornarem-se solidárias ao nosso trabalho.
Juntem-se a nós! Lutemos por Cristo! Não derramemos só lágrimas pela perseguição por que passa o Salvador em seu Corpo Místico, a Igreja: derramemos também suor, e muito suor, na luta pela causa do Reino.
Que Nossa Senhora as conduza e ilumine sempre!