Por Lisa Mary
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“A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor” [1]
Todas as mulheres nascem virgens, independente do meio pelo qual foram geradas, seja de união legítima e honesta ou forçada e ilícita entre um homem e uma mulher.
Já a virgem consagrada decide-se por livre opção de amor pelo estado de virgindade perpétua. Diz S. Agostinho (foto): “Não honramos a virgindade por si mesma, mas por estar consagrada a Deus... Nem nós louvamos nas virgens o serem virgens, mas o estarem consagradas a Deus com piedosa continência”.
Esta virtude angélica atrai para si, honra e insuperáveis louvores pelo fato de ser consagrada a Deus, Criador da alma e do corpo, tendo como princípio e fundamento o grande amor a Cristo, modelo de toda virgindade e pureza.
É admissível pensar a Mãe de Deus como quem alavancou o estado de virgindade consagrada, unindo por inspiração da graça, a prática e o voto da continência perpétua. Prova disso é que naquela época esse voto não era um costume entre os judeus e Maria, apesar de ter sido dada em casamento a José, deixa transparecer em Sua resposta ao anjo que lhe anunciava a maternidade divina, que anteriormente a anunciação Ela já havia consagrado Sua virgindade a Deus (cap.4): “Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum”? (Lc 1,3-4). E para confirmar, S. Agostinho, nos seus Sermões lembra a virgindade de Maria não somente ante partum, mas in partu et post partum. (Sermo 51,18; 190,2; 196,1).
A virgindade consagrada a Deus não torna a virgem estéril, mas leva-a a participar da fecundidade da Igreja, que sendo virgem na perfeita integridade da fé, da esperança e da caridade, gera os filhos de Deus para a vida da graça.
O princípio que leva uma virgem a se consagrar de corpo e alma é o amor e o serviço de Deus, para os quais dedica toda a vida; não é em vista de uma vida mais tranqüila, cheia de egoísmo e fuga dos deveres a serviço da família, mas por transbordar em sua alma o amor a Deus e para poder livre e eficazmente levar os outros ao reino dos céus. (caps.22-23). “Quem tiver capacidade para compreender, compreenda” (Mt 19,12).
À virgindade são prometidas recompensas eternas; eis o que disse o Apóstolo: “Se temos esperança em Cristo tão-somente para esta vida, somos os mais dignos de compaixão de todos os homens” (I Cor 15,19). “A alegria das virgens – delas somente – é de serem chamadas a cantar um cântico novo de louvor e seguir o Cordeiro aonde quer que vá (Ap 14,2-4)”. (caps. 24-30). É na intimidade das virgens com Cristo que está o sentido de sua alegria: “gaudium virginum Christo, de Christo, in Christo, cum Christo, post Christum, per Christum, propter Christum”... O deleite das virgens de Cristo procede de Cristo, está em Cristo, com Cristo, após Cristo, mediante Cristo e é por causa de Cristo. (cap.27).
Que a Virgem Maria, modelo e inspiração das virgens consagradas, seja auxílio e proteção nesta vida de total entrega por amor a Deus e ao próximo.
“Por conseguinte, Maria deve ser a regra de nossa vida”. “Oh, riquezas da virgindade de Maria”!(S. Ambrósio, De institutione virginis, c.3, n.19, c.13, n.81).
1. Sl 83,3.
✠ ✠ ✠
Fonte: Livro “A virgindade consagrada”, S. Agostinho, 1990, ed. Paulinas.
Belíssimo texto! A autora está de parabéns.
ResponderExcluirQue a Virgem Santíssima interceda por nós.
Ótima reflexão!
ResponderExcluirGostei muito do artigo.
Parabéns à autora.
Pax Domini.
Parabéns à autora. Num mundo como o nosso (escravo de hedonísmo) urge textos como estes nos mostrando a beleza luminosa da Virgindade, tão cara a Nosso Senhor.
ResponderExcluirObrigado senhora Lisa Mary.
Que Nossa Senhora a ilumine sempre com sua intercessão.
Esperamos com entusiasmo seu próximo artigo...
Parabéns pelo texto, Lisa. Objetivo, e nem por isso isento de unção e bom conteúdo.
ResponderExcluirDeus abençoe e nossa mãe te sustente na fé e no amor!