sexta-feira, 31 de julho de 2009

Polifonia Sacra - "Anima Christi"

 

Magnífica composição, cuja letra é uma oração  frequentemente atribuída a Santo Inácio de Loyola.

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Anima Christi, sanctifica me.
Corpus Christi, salva me.
Sanguis Christi, inebria me.
Aqua lateris Christi, lava me.
Passio Christi, conforta me.
O bone Jesu, exaudi me.
Intra tua vulnera absconde me.
Ne permittas me separari a te.
Ab hoste maligno defende me.
In hora mortis meae voca me.
Et iube me venire ad te,
Ut cum Sanctis tuis laudem te.
In saecula saeculorum.
Amen
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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Alma gêmea, esse mito...

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Mito estúpido e venenoso, o da alma irmã criada especialmente para cada um de nós e que é suficiente encontrar para realizar na terra o paraíso do amor. Sem dúvida, um mínimo de harmonia pré-estabelecida é indispensável á eclosão de um grande amor, mas este mínimo de consonância entre as almas pode ser realizado a priori por centenas de mulheres em relação a um homem e por centenas de homens em relação a uma mulher. É precisa toda a candura da juventude e uma completa ignorância da vida para desconhecer esta verdade. É preciso também muito orgulho: julgar-se único e solitário como um deus a quem só um outro deus, igualmente único e solitário, pode compreender e amar.

Um só Tristão para uma só Isolda: divinização do amor humano que, como todas as idolatrias, conduz em linha recta à destruição do ídolo. D. João é filho de Tristão e parece-se tremendamente com o seu pai. Ambos se encontram cativos do mito do amante único e perfeito, preparado de antemão pelo destino: um imagina possuí-lo, outro procura-o. Ambos crêem no absoluto, no paraíso do amor, mas num paraíso gratuito e terreno, criado pelo mero encontro e pela simples presença.

Na realidade a harmonia única e insubstituível entre duas almas, não é mais, na hora do encontro, que um começo indeterminado no meio de uma ganga de ilusão. É da comunhão quotidiana, das alegrias, das dores, dos esforços e sacrifícios partilhados que ela tirará depois a sua forma precisa e imutável. “A alma irmã”, “a metade de nós mesmos”, não é dada a priori, mas posteriori: são o nosso amor e a nossa fidelidade que a criam. Ela poderia ter sido outra, mas, depois da prova do amor, ela só podia ter sido essa. A esposa única merece-se. A verdadeira monogamia, isto é, a fusão de dois destinos, encontra-se mais no termo do que na origem do amor.

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Livro:O QUE DEUS UNIU, p. 179-180

Autor: Gustave Thibon