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segunda-feira, 8 de abril de 2013

A Anunciação por Santo Afonso de Ligório



Ecce concipies in utero et paries filium, et vocabis nomen eius Iesum – “Eis que conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus” (Lucas 1, 31)

Summario. Eis como Maria, enquanto na sua casa está suplicando a Deus pela vinda do redentor, vê um anjo que a saúda e lhe anuncia ser ela mesma destinada para Mãe do Salvador. A humilde Virgenzinha, julgando-se nimiamente indigna de tamanha honra, fica toda perturbada; mas afinal dá o consentimento, e naquele mesmo instante o Verbo divino se tronou seu Filho. Ó grande Mãe de Deus, vós, tão privilegiada e tão humilde, nós tão pecadores e tão orgulhosos! Obtende-nos a santa humildade.

I. Querendo Deus enviar seu Filho para se fazer homem e assim remir o homem perdido, escolheu-lhe uma mãe virginal, entre todas as virgens a mais pura, a mais santa e a mais humilde. Enquanto Maria estava em sua pobre casa suplicando a Deus pela vinda do redentor, eis que lhe aparece um anjo que a saúda e lhe diz: Ave gratia plena: Dominus Tecum; benedicta tu in mulieribus (Lc 1,28)—“Ave, cheia de graça: o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres”. Que faz a humilde Virgem ouvindo tão elogiosas palavras? Não se desvanece, mas cala-se perturbada, julgando-se indigna de tais louvores: Turbata est in sermone eius – “Turbou-se com as suas palavras”. – Ó Maria, vós tão humilde, e eu tão orgulhoso! Obtende-se a santa humildade.

Mas, ao menos aqueles louvores não fizeram surgir em Maria a ideia de que porventura fosse ela escolhida para Mãe do Redentor? Não, serviram tão somente para fazê-la entrar num grande temor, de modo que foi preciso que o anjo a animasse a não temer, porque tinha achado graça diante de Deus. E então lhe anunciou que era escolhida para Mãe do Salvador do mundo: Ecce concipies in utero, et paries filium, et vocabis nomen eius Iesum – “Eis que conceberás, e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus”.
Ora, pois, assim lhe fala São Bernardo, por que tardais, ó Virgem santa, a dar o consentimento? O Verbo Eterno espera-o para tomar a natureza humana e fazer-se vosso filho; também o esperamos nós, que estamos infelizmente condenados à morte eterna. Se consentirdes em ser Mãe do Redentor, todos nós seremos livres da morte eterna. Respondei, Senhora, depressa: não retardeis mais a salvação do mundo, que agora depende de vosso consentimento. Mas felizmente, eis que Maria já responde ao anjo: Ecce ancilla Domini, fiat mihi secundum verbum tuum. Eis aqui, diz a Virgem, eis aqui a escrava do Senhor, obrigada a fazer o que seu Senhor ordena. Se ele escolhe uma escrava para sua mãe, não se louve a escrava, mas unicamente a bondade do Senhor, que se digna honra-la assim. – Ó bem aventurada Virgem Maria, quanto soubestes agradar e ainda agradais a vosso Deus! Tende piedade de mim!


II. Ó Virgem imaculada e santa, das criaturas a mais humilde e maior diante de Deus! Éreis bem pequena a vossos próprios olhos, mas aos olhos de vosso Senhor éreis tão grande, que ele vos elevou a ponto de vos escolher para sua mãe. Dou graças a Deus por vos ter elevado tão alto, e me regozijo convosco ao ver-vos tão unida a Deus, que mais o não podia ser uma simples criatura. Vendo que juntais tamanha humildade a tantas perfeições, envergonho-me de aparecer diante de vós, orgulhoso como sou, não obstante tantos pecados. Mas, miserável como sou, quero saudar-vos.

Ave Maria, gratia plena: Vós sois cheia de graça, obtende-me uma parte dela. Dominus tecum: O Senhor foi sempre convosco, desde o primeiro instante da vossa existência, mas a vós se uniu muito mais estreitamente fazendo-se vosso filho. Benedicta tu in mulieribus: Ó mulher bendita entre todas as mulheres, obtende-me também as divinas bênçãos. Et benedictus fructus ventris tui: Ó feliz planta, que destes ao mundo tão nobre e santo fruto!
Santa Maria, Mater Dei: Ó Maria, reconheço que sois verdadeiramente Mãe de Deus, e em defesa desta verdade pronto estou a dar mil vezes a minha vida. Ora pro nobis peccatoribus: Se sois Mãe de Deus, sois também Mãe de nossa salvação, Mãe dos pobres pecadores, porque, para salvar os pecadores, é que Deus se fez homem, e se ele vos fez sua Mãe, é para que vossas orações tenham virtude de salvar qualquer pecador. Rogai então por nós, ó Maria – Nunc et in hora mortis nostrae. Rogai sempre: rogai agora que estamos expostos a mil tentações e perigos de perder a Deus; mas rogai, sobretudo na hora de nossa morte, afim de que, salvos pelos merecimentos de Jesus Cristo e por vossa intercessão, possamos ir saudar-vos e louvar a vosso divino Filho e a vós, no céu, durante toda a eternidade.

“Ó Deus, que mediante a embaixada do anjo quisestes que vosso Verbo tomasse carne no seio da Bem-aventurada Virgem Maria: concedei-me que, assim como a venero com verdadeira Mãe de Deus, seja ajudado pela sua intercessão junto a vós.” Fazei-o pelo amor do mesmo Jesus Cristo.


Santo Afonso Maria de Ligório. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo Primeiro: Desde o primeiro Domingo do Advento até a Semana Santa inclusive. Friburgp: Herder & Cia, 1921, p. 454-456.
                                                                                        

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Bento XVI, o Papa dos sonhos de Dom Bosco?

Por Pe. Marcelo Tenori
 
O mundo se surpreendeu nessa última segunda-feira, 11 de fevereiro, pela renúncia do Santo Padre o papa Bento XVI.
Muito se tem falando sobre esse gesto do papa que, embora já tenha ocorrido por três vezes na história bimilenar da Igreja e também  previsto pelo Código de Direito Canônico, não deixa de ser para nós algo “ novo”, inusitado, visto que  a enorme  maioria dos Pontífices envelheceram,  foram amparados em suas enfermidades e morreram no Trono de S. Pedro.
Segundo a Lei da Igreja, um papa pode renunciar, e para isso apenas basta manifestar o seu desejo publicamente e de forma inteiramente livre. Essa renúncia não pode ser aceita por nenhum dos cardeais, visto que a única autoridade acima do Vigário de Cristo é o próprio Cristo.
No canon nº 332, par. 2,, encontramos: “Se acontecer que o Romano Pontífice renuncie a seu múnus, para a validade se requer que a renúncia seja feita livremente e devidamente manifestada, mas não que seja aceita por alguem”.

E foi assim que Bento XVI procedeu, deixando claro que tem plena consciência de seu ato e com pleno uso de sua liberdade, renuncia ao Trono de S. Pedro, “ para o bem da Igreja”

O envelhecimento e o sumir das forças do Santo Padre é visível a todos , e  justamente é esta explicação que o Sumo Pontífice coloca para justificar o seu ato.
Em seu comunicado aos cardeais e à cúria, determina o dia e a hora que a Sé de Pedro deve ser considerada vacante: dia 28 de fevereiro, às  20h ( horário Vaticano).
Sabemos, sem ingenuidades, que muitos lhe faziam oposição, inclusive dentro do próprio Vaticano: disputas, intrigas, escândalos e outras coisas lhe cercaram de perto, todavia sou de plena opinião que nada faria o Papa renunciar, nenhuma pressão; nem de um lado nem do outro. Embora de certa timidez, Bento XVI é incisivo naquilo que deseja realizar. Ficaria, sim, até o martírio se fosse necessário.
Mas enfim, o que o levou à renuncia?
 Após a morte de João Paulo II, era da intenção de Ratzinger o recolhimento para descanso e sobretudo  vida de oração.
De grande perspicácia , o Papa nada fazia que não falasse alto em gestos, desde o primeiro, na basílica de S. Pedro, quando, de forma diferente saudou os fiéis. Nenhum papa, que eu saiba, até hoje, fez aquele gesto: gesto de quem sai da batalha, ganhando a vitória e, claro, não era ele o vencedor, mas a Santa Igreja. Outro que deve nos falar muito é antes de tudo, a escolha de seu nome: Bento , com clara referência a S. Bento, patrono da Europa, fundador da “Escola do serviço do Senhor”. Aliás, Bento XVI, no inicio de seu reinado se colocou como um “humilde trabalhador na vinha do Senhor.”
Não! O papa não renunciou por fuga, deixando suas ovelhas à mercê dos lobos. Aliás no início ele nos pediu oração para  que “ não sucumbisse diante dos lobos”.
 Tenho a convicção que esse gesto do Santo Padre, mais que humano é sobrenatural. Nossa Senhora, nas bodas de Caná,  antecipa a hora da Graça. Bento XVI, com sua renuncia, antecipa todas as coisas na Igreja. Como Moisés  que conduziu o povo, mas não entrou na terra da promessa, necessitando de um novo líder, assim Bento XVI quer entregar o leme da Igreja àquele que já viria por vontade divina.
Nas aparições de Fátima, Jacinta assim exclama em relação à sua visão:
“Não sei como foi, eu vi o Santo Padre numa casa muito grande, de joelhos diante de uma mesa, com as mãos no rosto a chorar; fora da casa estava muita gente e uns atiravam-lhe pedras, outros rogavam-lhe pragas e diziam-lhe muitas palavras feias. Coitadinho do Santo Padre, temos que pedir muito por ele!”
Aqui Lúcia a repreende dizendo que se ela continuar a falar poderá revelar o segredo.
Na época das aparições era Vigário de Cristo o papa Bento XV e, não nos consta que a profecia de Jacinta tenha se cumprido nos papas posteriores, a não ser no papa Bento XVI que foi o papa mais odiado pelo mundo inteiro, após Fátima. E claro, essa visão de Jacinta está diretamente ligada ao Segredo, visto que Lúcia lhe proíbe de continuar para não terminar revelando o segredo.
Muito se tem falado no Segredo de Fátima. É verdade que por ocasião da beatificação de Francisco e Jacinta houve uma “ revelação” do que seria o Segredo, mas acredita-se e, com muita propriedade que, tratou-se de uma revelação parcial, não total do Segredo.
Outro fato também importante e que não pode  ficar de lado é o sonho de D. Bosco, vejamos, vale a pena ler na integralidade:
Destaque de alguns fatos do sonho:
(Méritos ao site da Monfort)
a)    O navio majestoso é a Barca de Pedro onde está o Papa e as barcas menores, que recebem comandos são as igrejas particulares.
b)   As duas colunas são uma clara alusão à Santíssima Eucaristia, cento de nossa fé e à Virgem Imaculada, a onipotência suplicante que sempre teve, na história da Igreja um papel extremamente importante através de suas  poderosas intervenções.
c)    A primeira conferência convocada pelo comandante supremo e logo interrompida pelos ataques dos inimigos, é claro tratar-se do Concílio Vaticano I, interrompido pela guerra e a segunda reunião convocada pelo papa é o Concílio Vaticano II.
O Papa, inesperadamente, é atingido e cai:
“De súbito, o Papa cai gravemente ferido. Imediatamente, os que estão com ele o ajudam e o levantam”. Percebam que o papa não morre aqui. É apenas ferido e logo ajudado a levantar-se. Seria  João Paulo II no atentado de 13 de maio de 1980?
Continua o sonho:
“Uma segunda vez, o Papa é atingido; ele cai de novo e morre. Um grito de júbilo e vitória irrompe dentre os inimigos; de seus navios eleva-se uma indizível zombaria. Mas assim que o Pontífice cai, um outro assume  seu lugar. Os pilotos, tendo-se reunido, elegeram outro tão prontamente que, com a notícia da morte do anterior já se apresentam as boas novas da eleição do sucessor. “
Nessa última parte vemos um papa que é atingido “cai” e “ morre”. Primeiro cai, depois é que morre. A renúncia de um papa não poderia ser visto também como uma queda? A morte acontece logo depois da “queda”, mas tão rapidamente é eleito o seu sucessor que a notícia da morte do ultimo se mistura com a da eleição do novo.
Ora mas me dirão que no sonho de Dom Bosco são dois os papas que aparecem e aqui, em nosso pensamento aparecem três: o que cai ferido, o que cai ferido e morre e o que coloca a Barca em seu devido lugar. O próprio D. Bosco, retrucando a quem dizia diferente, exclama que eram três os papas do sonho, confira:
É um sonho tremendo e que não pode ser  desprezado.
Toda essa luta dos papas era para recolocar a barca de Pedro em segurança, presa às duas colunas.
 Ora, todos  sabemos os esforços que Bento XVI travou pela pureza do culto, sobretudo da Missa. Seu trabalho  incansável pela restauração litúrgica, favorecendo a Missa antiga, como bem explicou em seu Motu Proprio “ Summorum Pontificum”, como também a correção dos desvios provocados pelo o que ele chamou de “espírito de ruptura”.

Isso não seria a busca urgente de atracar a Barca na coluna da Eucaristia?
E o que dizer do culto à Nossa Senhora, tão precioso para a Igreja e que chegou ao ápice no reinado de Pio XII?
Não precisa fazer análises delongadas para se constatar que o culto à Nossa Senhora, após o Concílio, sofreu uma baixa enorme. Já na época  de Pacelli houve várias oposições à proclamação dogmática da Assunção, devido aos protestantes, todas ignoradas pelo Papa que queria e fez tal proclamação.
Era do desejo de Bento XVI a proclamação do dogma da Mediação Universal. Eu mesmo li a consulta que o papa enviou a todos os bispos do mundo inteiro sobre isso. Em Castel Gandolfo, conversando com um monsenhor da Cúria sobre o desejo do papa, ele se colocou desfavorável, devido ao diálogo ecumênico. Para esse monsenhor, bastava a Mediação Universal ficar nas litanias.
Eu guardava muita esperança que o papa tomasse a decisão de proclamar Nossa Senhora Medianeira de todas as Graças, mas infelizmente não aconteceu. Entretanto o seu desejo em realizar tal ato sinaliza que esse papa não estava longe de fazer a barca ser amarrada, também, na coluna da Virgem. E, se ele não estava longe…logo podemos acreditar, de alguma maneira, que o sonho de D. Bosco está chegando à sua plena realização.
No dia 28 de fevereiro, Bento XVI vai se retirar do Trono e a Sé ficará vacante. Quais os reais motivos de seu afastamento? Com a “queda” do papa também cai toda a Cúria Romana ou pelo menos, os cargos chefes.
Tive a oportunidade de  no verão de 2010, entregar ao Santo Padre um belo quadro pintado por um artista de Campo Grande, Moacir Queiroz, no qual ele retratou o “Sonho de D. Bosco”. O pintor colocou no papa timoneiro o rosto de Bento XVI. Quando ele avistou o quadro, exclamou, olhando a figura do papa: “ Sou Eu!”…O “ Sou Eu” do papa fez-me lembrar a resposta de Deus a Moisés. Não sei se o papa estava dizendo isso porque se achou parecido com o  do quadro, ou porque mesmo se identificou com o sonho. Nesse momento disse-lhe: “ O senhor é o Papa do sonho de D. Bosco”!
Bento XVI demorou-se, em silêncio, com seu dedo indicador percorrendo as duas colunas: primeiro, a da Eucaristia, segundo a de Nossa Senhora. O silêncio  e a demora do papa foi notada  não só por mim, mas por outras pessoas que comigo estavam.
Em que pensava o Santo Padre? Qual a razão de sua demora sobre a tela?…..Não saberei dizer. Só sei que em Bento XVI repousa um mistério, não humano, mais divino que silenciosamente avança….
Nota do Blog SA.: 
Evidente, estas colocações são só especulações e análises de conjunturas mas que não deixam de ter seus méritos e coerência. A certeza é: Rezemos pela Igreja, façamos jejuns e mortificações, a quaresma é um tempo propício. Que Deus ilumine o nosso então Papa Bento XVI e seu Sucessor, rezemos pelo conclave.
Salve Maria Santíssima! 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Católicos São Idólatras! – Parte II


Papa sendo louvado pelo povo


“Judá, teus irmãos te louvarão; a tua mão estará sobre a cerviz de teus inimigos; os filhos de teu pai se inclinarão a ti.” (Gênesis 49,8)


Pelo Prof. Pedro M. da Cruz


Como havíamos prometido, trataremos nessa última parte de nosso artigo sobre a seguinte questão: “A Bíblia não proíbe o louvor devido a grandes seres humanos, como os santos por exemplo.” Veremos como é infundado o ataque dos “crentes” que nos acusam de idolatria por louvarmos Maria Santíssima e outros grandes homens da Igreja Católica.

Cremos que para um bom entendedor bastaria aquele primeiro texto bíblico apresentado acima onde se afirma que Jacó, um simples homem, seria louvado por seus irmãos. Ora, se louvaram a Jacó então existe um louvor devido a grandes homens, caso contrário a Bíblia jamais afirmaria o que está escrito ali.

O mesmo se diz, por exemplo, da “Amada” dos Cânticos de Salomão (Texto, creio,  pouco lido das Sagradas Escrituras) depois de intitulá-la “Imaculada” e “Predileta”, como fazemos nos referindo a Nossa Senhora:

“Mas uma só é a minha pomba, a minha imaculada; de sua mãe, a única, a predileta daquela que a deu à luz; viram-na as donzelas e lhe chamaram ditosa; viram-na as rainhas e as concubinas e a louvaram.” (Cânticos de Salomão 6, 9)

Perguntemo-nos: se o rei podia tratar assim sua “amada”, não poderemos tratar do mesmo modo “aquela que encontrou graça diante de Deus”, a Virgem Maria? Com toda certeza, Nossa senhora é muito mais digna de ser louvada pelos homens por ser a Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo! Ademais, se Filipenses (4,8) ensina que as coisas louváveis e de boa fama devem ocupar nossos pensamentos, então estamos obrigados a jamais nos esquecermos dos grandes santos de nossa Igreja, principalmente da Mãe do Filho de Deus.

"Honra a quem deveis honra."
Está escrito: “Pagai a todos o que lhes é devido: a quem deveis tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem deveis honra, honra.” (Romanos 13,7) Ora, se Cristo honrou sua mãe (segundo o mandamento: “Honra teu pai e tua Mãe”), e nós somos obrigados a ser imitadores de Cristo, então como não honraríamos a Mãe de Deus? Ao cumprirmos esse mandamento até nós seremos dignos de louvor, pois estaremos fazendo o grande bem que é obedecer a Sagrada Escritura.

Mereceríamos inclusive o louvor do Estado, uma vez que esse, subordinado ao poder espiritual e devendo prestar-lhe reconhecimento, deveria cumprir com as palavras de São Paulo: “Faze o bem e terás o louvor”. (Romanos 13,3) Com efeito, de acordo com a carta de São Pedro, as autoridades foram enviadas por Deus “(...) para castigo dos malfeitores e para louvor dos que praticam o bem.” (I Pedro 2,14)

Como podem os anti-católicos continuar a taxar-nos de “idólatras” por louvarmos os santos? Será que nunca viram esses textos bíblicos? Será que nunca leram em Coríntios que o próprio apóstolo das gentes louvou aos cristãos por sua fidelidade à tradição?

Eu vos louvo porque, em tudo, vos lembrais de mim e guardais as tradições assim como vo-las entreguei.” (ICoríntios 11,2)

Vejam que interessante! Além de louvar os cristãos (o que já deixaria os “protestantes” de cabelo em pé!) São Paulo ainda elogia a fidelidade às tradições... O que dirão agora os “evangélicos” que nos criticam por guardarmos tradições? Bom, mas esse já não é o assunto do nosso presente artigo; vamos deixá-lo para outro momento.

Para não nos alongarmos demais em dúvida tão simples, terminemos com uma última citação:

“Levantam-se seus filhos e lhe chamam ditosa; seu marido a louva, dizendo: Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas. Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada. Dai-lhe do fruto das suas mãos, e de público a louvarão as suas obras.” (Provérbios 31, 28-31)

Portanto, louvemos Maria Santíssima! Louvemos aos santos! Louvemos nossos irmãos e irmãs quando forem dignos do louvor, porém sem jamais esquecermos que mesmo o louvor pode ser causa de provação. (Provérbios 27,21)

Quanto a ti, caríssimo leitor, “Seja outro o que te louve, e não a tua boca”. (Provérbios 27,2)

Ó Maria, Virgem do Bom Conselho, alcançai-nos a graça da fidelidade para com as coisas de Deus, assim como, da sabedoria necessária para a defesa e propagação da fé. É tanta a ignorância religiosa que encontramos ao nosso redor (e isso, entre tantas outras coisas degradantes) que, muitas vezes, sentimo-nos fraquejar e o desânimo ameaça nos vencer; porém, não podemos debandar! Nunca! Jamais! Sede nosso auxílio, Virgem poderosa! Assim, como diz São Paulo, receberemos o louvor devido da parte de Deus. (I Coríntios 4,5)

Virgem de Guadalupe, rogai por nós!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Católicos são Idólatras! - Parte I


"Evangélicos" prostrados perante imagens de anjos



“Não te prostrarás diante deles...” (Êxodo 20:5)


Por Felipe da Cruz

Vez ou outra temos escutado por parte dos “crentes” ou “evangélicos”¹ a seguinte acusação descabida: “Os católicos são idólatras, pecadores porque se ajoelham perante as imagens e louvam os santos!” Com efeito, de acordo com os “evangélicos’ o louvor e o ato de prostrar-se só deve ser feito para com Deus.

Porém, essa é uma grande mentira! Afinal, nem todo ato de “louvar” ou “prostrar-se” (ajoelhar-se) equivale a adoração.

Como veremos:

1 – A Bíblia não proíbe prostrar-se em sinal de reverência perante pessoas ou objetos dignos, em algum sentido, desse ato respeitoso.



2 - A Bíblia não proíbe o louvor devido a grandes seres humanos, como os santos por exemplo.

Para abordarmos com mais cuidado cada uma dessas questões, dividiremos esse artigo em duas partes. Agora trataremos do primeiro ponto (A Bíblia não proíbe prostrar-se em sinal de reverência perante pessoas ou objetos dignos, em algum sentido, desse ato) e, num segundo artigo, trataremos, finalmente, do último ponto.

I - PROSTRAR-SE PERANTE SERES HUMANOS

Confiramos esses textos da Bíblia:

Crianças ajoelhadas perante Bispo
“Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, e se inclinou à terra.” (1Samuel 25:23)

“E o fizeram saber ao rei, dizendo: Eis aí está o profeta Natã. E entrou à presença do rei, e prostrou-se diante dele com o rosto em terra.” (1Reis 1:23)

"E mandou o rei Salomão, e o fizeram descer do altar; e veio, e prostrou-se perante o rei Salomão, e Salomão lhe disse: Vai para tua casa." (1Reis 1:53)

"Estando, pois, Obadias já em caminho, eis que Elias o encontrou; e Obadias, reconhecendo-o, prostrou-se sobre o seu rosto, e disse: És tu o meu senhor Elias?" (1Re 18:7)

"E veio Judá com os seus irmãos à casa de José, porque ele ainda estava ali; e prostraram-se diante dele em terra." (Gen 44:14 )

“E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.” (Mateus 18:25-26)

(favor conferir também os seguintes textos da Palavra de Deus: 2Crônicas 24:17; Êxodo 18:7; 1Samuel 24:8; 2Samuel 9:6; 2Reis 2:15; 2Samuel 14:4; 2Samuel 14:22; 2Samuel 19:18; 1Reis 1:16; 1Reis 1:31; 2Reis 4:37; 1Crônicas 21:2; Isaias 60:14; Isaias 45:14 )


JOSUÉ SE PROSTRA PERANTE UM OBJETO SANTO:

Ajoelhado perante o corpo de José M. Escrivá
“Então Josué rasgou as suas vestes, e se prostrou em terra sobre o seu rosto perante a arca do SENHOR até à tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre as suas cabeças. (Josué 7:6)



PROSTRARAM-SE AO SENHOR E AO REI:

“Então disse Davi a toda a congregação: Agora louvai ao SENHOR vosso Deus. Então toda a congregação louvou ao SENHOR Deus de seus pais, e inclinaram-se, e prostraram-se perante o SENHOR, e o rei.” (1Crônicas 29:20)

Perceba, caro leitor, que nesta passagem mostra justamente um ato parecido, porém com sentidos e razões diferentes: eles se prostram a Deus, para adorá-lo, mas também ao Rei, para reverenciá-lo. Deus em momento algum se enfureceu com aquilo.



II  - OBJEÇÕES FEITAS POR ALGUNS “EVANGÉLICOS”



1 – JOÃO SE PROSTROU AO ANJO E FOI REPREENDIDO:

Ajoelhado perante São Padre Pio
“E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo-as ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava para o adorar.” (Apo. 22:8)

Perceba aqui, estimado leitor, que João deixa muito claro qual foi o ato dele: adoração. Ele se prostrou justamente para adorá-lo, e foi repreendido pelo próprio anjo.

O mal aqui não estava em se prostrar, mas em se prostrar para adorá-lo. Compare o ato de João com os citados acima, como 1Crônicas 21, 16, em que Davi se prostra para o anjo e não é repreendido pelo mesmo, pois não se prostrava para adoração, mas simplesmente por respeito.


2 - CORNÉLIO REPREENDIDO:

“E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem.” (At 10:25-26)

Ajoelhados perante o papa
Aqui acontece a mesma coisa: Cornélio se prostra para adorá-lo e não simplesmente para reverenciá-lo, por isso foi repreendido. Compare com esse texto:

E, acordando o carcereiro, e vendo abertas as portas da prisão, tirou a espada, e quis matar-se, cuidando que os presos já tinham fugido. Mas Paulo clamou com grande voz, dizendo: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos. E, pedindo luz, saltou dentro e, todo trêmulo, se prostrou ante Paulo e Silas. E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar? E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa. (At 16:27-31)

A diferença entre esse texto e o de cima fica clara: em um houve adoração, já no outro não, mas apenas um ato de respeito. Paulo e Silas não repreendem o carcereiro, pois o que ele fez foi apenas um ato de respeito, uma suplica, um pedido em desespero, longe de ser uma adoração aos mesmos.



Nossa Senhora do Bom Conselho, rogai por nós!



1 – Identificamos (sem entrarmos em maiores detalhes) nossos irmãos separados como “crentes” ou “evangélicos”; todavia, poderíamos taxá-los tão simplesmente, de modo geral, “protestantes” ou “neo-protestantes” para englobá-los todos naquela corrente oriunda também das heresias do final da Idade Média e princípios da Idade Moderna. O fato é que o termo “evangélicos” se deveria aplicar mais acertadamente aos católicos uma vez que seguem, em sua integridade, os ensinamentos das sagradas escrituras. O termo “crente” por sua vez, pode ser aplicado inclusive ao Demônio, que crê, “mas treme”.

Referência: para a primeira parte desse artigo utilizamo-nos de uma já catalogada lista de textos apresentada no site Veritatis Splendor, além de fazermos pequena adaptação de seus comentários para facilitar ainda mais a leitura do conteúdo.


Segunda parte aqui.





terça-feira, 18 de maio de 2010

Mãe... é mãe

 

Por João S. de Oliveira Júnior

 

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Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca. (Isaías 49,15)

 

 

 

 

 

 


 

 

Joana, todos os dias, acompanha e leva no colo seu filho Pedro, que tem uma grave patologia congênita, ao hospital. Chances nulas de ele ter uma vida normal, respira só com ajuda de aparelhos e se alimenta por sondas. Dona Euália, todas as semanas vai ao presídio visitar e levar comida ao filho Joaquim, preso por homicídio e tráfico de drogas. Ela tem fé que, quando ele sair, possa arrumar um emprego. A senhora Ana Helena, viúva com cinco filhos, acorda todos os dias às 6:00 horas da manhã para pegar no pesado e garantir o leite da família. Dá duro para que possam estudar e terem um futuro melhor. Ela só volta a dormir à meia noite, quando os mais velhos já retornaram para casa.

Prezado leitor, estes são nomes e situações que foram criados por este autor, mas são casos tão verídicos e corriqueiros, que você certamente também presencia ou identifica semelhanças no seu dia-dia. Poderia imaginar mil e um poemas para representar o amor materno, no entanto parece que apenas citando fatos já o deduzimos.

Não é de estranhar que Deus mostrando seu grande amor e fidelidade aos seus diletos (1), comparou aquele com o de uma mãe. Sim, se tem um Amor Terreno que mais se aproxima do Divino, sem dúvidas, é o Materno. Poucos entenderam, quando Madre Tereza de Calcutá declarou em discurso oficial à ONU que o maior perturbador da Paz Mundial na atualidade é o aborto: _ Por que se uma mãe é capaz de matar o seu próprio filho, o que falta para eu matar você e você me matar? Não falta nada (...) (2). Ela referia que tal ato não é apenas a morte de um indefeso no ventre materno, mas também uma morte da própria mulher que por natureza tem o dom sobretudo de ser mãe (3), ou seja, a morte do potencial de Amor verdadeiro naquela ocasião. Claro que, uma vez dado a luz, ainda que indesejado ou em circunstâncias adversas, dificilmente uma mulher desejaria a morte de seu filho. Sempre recordo que 95 % das mulheres que abortam não abortariam caso tivessem apoio do pai da criança (4) ou tivessem mais ciência do que estariam fazendo. Logo, o maior assassino do mundo atual chama-se “mentalidade abortista” que quer roubar da mulher a consciência de seu dom mais precioso e divino, ser mãe.

A propósito, o próprio Deus quis ter uma mãe! Eis mais uma vez o mistério da encarnação: E o verbo se fez carne e habitou entre nós (...) (5) Como citou são Luiz de Montfort, nosso Senhor Jesus Cristo não quis apenas vir ao mundo por meio de uma Mulher, também quis ser cuidado e ter dependido dela (6). Muito além de carregar Deus Filho nove meses no ventre, Maria Santíssima acompanhou-o por toda a vida terrena, desde o nascimento passando pela vida cotidiana em mais de 30 anos até ao drama da Cruz. Tamanha humildade de nosso Senhor que resplandece a Sabedoria infinita de Deus. Maria, que regozijou como ninguém o mistério da encarnação (7), sentiu naturalmente (por ser mãe) mas, sobrenaturalmente também (pelo Filho que tem) as agonias d’Ele no momento mais difícil(8). Se caso questionássemos se alguma criatura foi tão íntima e próxima de Deus, Uno e Trino, Todo Poderoso, teríamos dúvida ainda de quem fosse? Teríamos dúvida de quem mais amou, de fato, a Deus?

Já dizia dona Ilda, minha genitora: A mãe só quer o bem, mãe é mãe.

Neste mês de maio, dedicado às mães e Àquela que foi o exemplo de mãe, suplicamos a Ela, mais uma vez, que interceda por nós e por nossa Madre Igreja a seu Filho amado.

 

✠ ✠ ✠

 

(1) Vide Isaías 49,1 e15.

(2) Vide discurso de Madre Tereza à ONU, dezembro de 1979, quando recebeu o Nobel da Paz: http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=OPINIAO&id=opi0266

(3) Carta Apostólica Mulieries Dignitatem, vide capítulo VI – Maternidade e Virgindade: http://agnusdei.50webs.com/muldig0.htm

(4) Vide estudo do Prof. Doutor Adriano Vaz: http://www.freewebs.com/somosmedicosporissonao/sadepsquicadamulher.htm

(5) Vide Isaías 7,14 e são João 1,14.

(6) Vide “Tratado de Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, cap. V, art. II, 139.

(7) Vide São Lucas 1,46-55.

(8) Vide São Lucas 2,34-35 e 51 e São João 19,25.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Palavras de Jesus à Santa Faustina sobre a Rússia socialista

Capela das Aparições (Santuário de Fátima), construída a pedido de Nossa Senhora do Rosário, que hoje festejamos

 

Neste dia de Nossa Senhora de Fátima, convém relembrar o precioso conteúdo das suas aparições na Cova da Iria. Entre os pedidos da Virgem Maria está o de rezar para que o Santo Padre consagre a Rússia ao seu Imaculado Coração, porque este país se converta. Na mensagem de Fátima, Maria profetizou a disseminação dos erros da Rússia pelo mundo todo. Este erro é o comunismo ateu e todas suas vertentes e ramificações. Demonstrando como a doutrina comunista é nefasta, colacionamos abaixo um trecho do diário de Santa Faustina Kowalska em que Jesus expõe sua angústia diante da ideologia atéia socialista. Reparemos o ano do escrito (1936), em pleno terror stalinista.

 

 

 

"16.12.[1936]. Ofereci este dia pela Rússia; ofereci todos os meus sofrimentos e as minhas orações por esse pobre país. Depois da Comunhão Jesus me disse: 'Não posso suportar por mais tempo esse país; não Me tolhas as mãos, minha filha'. Compreendi que, se não fossem as orações das almas agradáveis a Deus, toda essa nação teria sido reduzida a nada. Oh! como sofro por causa dessa nação que expulsou a Deus das suas fronteiras." (Santa M. Faustina Kowalska, Diário - A Misericórdia Divina em minha alma, 2008, p. 235, § 818).

 

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domingo, 9 de maio de 2010

A devoção do Santo Rosário - exemplos edificantes

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Nossa Senhora do Rosário - Caravaggio

 

No mês dedicado a Maria Santíssima, excertos sobre a devoção que mais a agrada.

 

 

 

Um velho soldado oprimido pelas fadigas e feridas estava no hospital dos incuráveis, em Antuérpia. Envelhecera nas campanhas, porém conservara sua alma sempre pronta a abrir-se às inspirações da piedade.

Um Sacerdote veio visitá-lo, falou-lhe da devoção do Rosário e ensinou-lhe a rezar o Terço. O militar achou tanta consolação nesta prática a ponto de se lamentar por conhecê-la tão tarde. “Se eu tivesse conhecido mais cedo esta devoção, tê-la-ia praticado todos os dias.” No ardor de seus sentimentos, esforçava-se em recuperar o tempo perdido e conforme a expressão de um cronista, rezava seu Terço com o passo acelerado de um viajante que caminha sob os ardores do sol e deseja alcançar a sombra. “Se a Santíssima Virgem” dizia ele, “quisesse conceder-me ainda três anos de vida, eu rezaria tantos Rosários quantos são os dias de minha existência.” Perguntando uma vez que número de dias compreendem 60 anos, responderam-lhe: “em 60 anos há 21.900 dias.” O militar perguntou, ainda, quantos Rosários seriam necessários rezar cada dia para completar esse número em três anos. Disseram-lhe que era preciso rezar 20 Rosários por dia. O velho soldado impôs-se este trabalho com coragem; dia e noite tinha ele seu Rosário na mão e no fim de três anos concluiu os 21.900 Rosários. Porém, a morte esperava-o ali. Sua vida não durou nem um dia, nem uma hora mais; morreu rezando a última Ave-Maria.

A Santíssima Virgem quis mostrar-nos, por este exemplo, o zelo que devemos ter oferecendo-lhe, cada dia, uma homenagem que tanto Lhe agrada.

 

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Lê-se na vida da Bem-aventurada Benedita Rancurel, santificada pela devoção do Rosário, que muitas vezes o demônio a transportava para longe e a colocava sobre um rochedo inacessível. Acontecia então que o Anjo Custódio da santa ia buscá-la. Abria-lhe uma passagem através das rochas, dos gelos e dos abrolhos cobertos de neve, trazia-a dos lugares desconhecidos em que estava perdida pela malícia de satanás e ajudava-a a transpor a torrente impetuosa que lhe embaraçava o caminho. Viva imagem do que fazem todos os dias nossos bons Anjos para nos preservarem ou livrarem da astúcias de nossos inimigos invisíveis, que procuram sem cessar fazer-nos cair no pecado e conduzir-nos à nossa perda eterna! Quando a santa camponesa era levada pelo demônio sobre o teto de certa Igreja, o que aconteceu por mais de vinte vezes, um Anjo a ajudava a descer e, abrindo a porta da Igreja, rezava com ela o Rosário. Quando as perseguições do demônio contra esta santa criatura chegavam a seu auge, os Anjos, sob a forma de passarinhos, vinham rezando e cantando, assistir a seus sacrifícios e provas. Ela os via, ora brancos, ora vermelhos, e sempre luminosos. Outras vezes, as duas cores alternavam-se na coroa que eles formavam voando sobre a sua cabeça. O branco, sem dúvida, significava a virgindade tão perfeita dessa santa donzela e o vermelho o martírio causado pelas perseguições que sofria. Mas, o que podia representar a coroa, senão essa coroa mística de Ave-Marias que Benedita oferecia 20 vezes ao dia à Rainha do Santo Rosário?

Eis como os Anjos se comprazem em proteger, fortificar e consolar os verdadeiros servos e fiéis servas da Sua amável Soberana, especialmente aqueles e aquelas que põem todos os dias em Sua fronte o místico diadema do Terço ou do Rosário e se esforçam para caminhar sobre Seus passos no caminho das virtudes.

 

✠ ✠ ✠

 

Fonte:


Livro: Trinta e uma Meditações Sobre as Excelências do Santo Rosário
Páginas: 39, 40 e 68
Subtítulos: Quanto Maria Ama o Terço (Pág. 38 - 41)
O Rosário Louvado Pelos Demônios (Pág. 66 - 69)
Pelo Padre Luiz Bronchain - Redentorista
Friburgo, Brisgau - Alemanha
1° Edição- 1912
Reedição - 1999
2.000 Exemplares.

domingo, 14 de março de 2010

Maria teve outros filhos além de Jesus?

 

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Por Paulo L. F.

 

“Quem são os irmãos de Jesus? Os irmãos de Jesus são os parentes de Maria e parentes em todos os graus.” (Santo Agostinho, 354-430)

 

Essa é uma pergunta muito comum, principalmente entre pessoas que, confundidas pelas seitas enganadoras, se deixam levar por interpretações superficiais da Sagrada Escritura. Inclusive, muitas vezes, por frequentarem durante anos algumas “Catequeses que se dão por aí, torna-se compreensível que tenham dúvidas marcadas por um espírito contrário à Tradição. Atualmente, fala-se muito de “ajuda ao próximo”, conscientização política, inserção na vida pastoral, “experiência de Deus”, busca de interpretação pessoal e incarnada da Sagrada Escritura... mas não se faz apologia, comumente, à Doutrina Católica propriamente dita, pois, ao final das contas – como se afirma, e com ar de erudição- isso seria partidarismo, ação anti-ecumênica, ou mesmo uma afronta ao sentir da modernidade, e - perdoem-me a expressão - “a Igreja que se exploda !” Bom, na verdade, sejamos sinceros, no mais das vezes os catequistas desconhecem a Doutrina Católica ou sua fundamentação, e ninguém pode ensinar o que ignora .

É obvio que Maria Santíssima concebeu um único filho, Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela, sendo virgem antes e durante o parto, permaneceu naquele estado sublime também depois de nascer o Salvador. É isto que nos sugere o Apocalipse[1], pois, narrando-nos que uma mulher vestida de sol – Nossa Senhora - dera à luz um menino que iria governar o mundo, demonstra-nos igualmente que a mesma permanecera completamente envolvida com o drama da vida de seu Filho todo o tempo que lhe restava, e não que, dispensada de sua missão sobrenatural, pudesse entregar-se à ordinariedade da vida ou a outros interesses para além daquele que havia assumido com o Pai celestial.

E, antes de mais nada, sejamos bem diretos, para os membros esclarecidos do Corpo Místico de Cristo basta uma palavra da Igreja e tudo se torna claro como ao meio dia; não digo que se privam do estudo consciencioso de qualquer questão, porém, diante do pronunciamento eclesiástico, no fundo limitam-se a fundamentar tudo aquilo que, pela autoridade infalível da Esposa do Cordeiro, já se apresenta ao seu espírito como dogmático e, portanto, digno de toda confiança.

Comentemos, porém, alguns aspectos do problema. O termo IRMÃO”, na Bíblia, tem muitos significados. Por exemplo, a palavra “Primo”, por não existir no Hebraico e nem no Aramaico, é por ela substituído. No mais, indo logo à prova cabal daquilo que estamos afirmando basta conferirmos a própria Sagrada Escritura e, de fato, veremos que o termo “irmão” é bastante impreciso e vago na língua falada por Jesus. Ele pode indicar:

Os filhos nascidos dos mesmos pais (Gên. 4, 9)

Os filhos do mesmo pai ou da mesma mãe (Gên.42, 15)

Os parentes (Gên.13, 8 – Lot era sobrinho de Abraão)

Os pertencentes a uma mesma tribo (II Sam.19,12)

Os pertencentes ao mesmo povo (Êx.2,11)

Os pertencentes à mesma natureza humana (Gên. 9,5; Heb.2,11)

E, por fim, os batizados que invocam o mesmo Deus (At,10,23; Col.1,2)

Após havermos alargado nossos horizontes com esta evidência histórica, vamos tocar no ponto central da especulação de todos aqueles que se colocam contra o Dogma católico. Muitos fazem referência a certos textos que apresentariam uma complicação toda particular: a utilização da expressão “irmãos de Jesus” em relação a certos personagens bíblicos. Vejamos alguns:[2]

“Chegaram, então, seus irmãos e sua mãe; e, estando fora, mandaram chama-lo.”[3]

“Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nós também suas irmãs?”[4]

“E não ví a nenhum dos apóstolos, senão Tiago, irmão do Senhor.”[5]

Já de entrada, observemos que todo e qualquer texto que venha a ser citado no tocante a esta questão fala-nos dos “irmãos de Jesus”; nunca de supostos “FILHOS (Plural) de Maria ”. E nem precisaríamos explicar o porque; mas, vamos lá ...

Prestando o mínimo atenção em alguns versículos da Bíblia descobriremos que Tiago, Judas, José e Simão, eram, no máximo, parentes próximos de Jesus, e não filhos da Santíssima Virgem, o que seria um absurdo dado o fato de que Nossa Senhora fizera um voto de virgindade perpétua ao seu Criador, como se depreende de suas próprias palavras ao anjo: “Como se fará isso, pois não conheço homem?”.[6] Ora, é como – grosso modo - por exemplo, uma pessoa respondendo a outra que lhe oferece cigarros: “Não, obrigado, eu não fumo!” Essas palavras, “eu não fumo”, com certeza não significam que o indivíduo em questão fumará depois, mas sim que, anteriormente, havia tomado uma decisão de não fumar.[7] De igual maneira o termo “...eu não conheço homem”, dito por Nossa Senhora, significa, e isso ao lado de outras muitas provas históricas, teológicas e mesmo místicas, que a Virgem havia feito realmente o voto de nunca tocar homem algum por toda a sua vida, o que, com toda certeza, já o sabia São José.[8]

Continuando nossa reflexão, olhemos com cuidado para uma das três citações feitas acima: em Gálatas (1,19), fala-se de Tiago, um dos apóstolos, chamado “irmão do Senhor”; porém, nós sabemos pelo texto de Mateus (10, 2-3), que os dois “Tiagos” do grupo dos Doze eram filhos de Zebedeu e Alfeu, respectivamente. Sendo assim, não poderiam ser filhos de Nossa Senhora, casada com São José.

Através da Carta de São Judas (1,1), por sua vez, descobrimos que ele (Judas, chamadoTadeu) era irmão de Tiago, e consequentemente, também não poderia ter nascido da Virgem Maria. Bem, sobraram José e Simão! Sobre o primeiro, prestemos atenção nestes dois textos abaixo:

“E também alí estavam algumas mulheres, olhando de longe, entre as quais também Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé.”[9]

“Entre as quais estavam Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos Filhos de Zebedeu.”[10]

Concluamos:

1- Tiago e José não são filhos de Maria, Mãe de Jesus.

2- Tiago e José são filhos de outra Maria, segundo a própria Bíblia.

3- Tiago e José (e Judas, se levarmos em conta as passagens que indicam que Judas é um dos irmãos de Tiago apóstolo) são irmãos entre si.

4- Tiago, José (e Judas) não são filhos de Zebedeu, pois, a “mãe dos filhos de Zebedeu” (Mat. 27, 56) é citada à parte como mãe de outros filhos e não de Tiago Menor e seus irmãos. Como já afirmamos, segundo Mateus (10, 2-3) é Tiago Maior, junto a João, seu irmão, que eram filhos de Zebedeu, cuja esposa também é citada em outro texto.[11]

Por fim, Simão. Era mui provavelmente um dos doze apóstolos. Não é bastante o que saberemos sobre ele se tomarmos como referência tão somente as citações bíblicas. Um escritor antigo, Egesipo, o dá também como filho de Cléofas, e portanto, como parente próximo da família de Jesus.[12] O seu caso pode ser tomado sob o mesmo aspecto das chamadas “irmãs de Jesus” de que nos fala o texto de São Marcos (6,3); não sabemos delas muitos detalhes, porém, concomitantemente, pode-se concluir de modo cabal que também não eram filhas de Nossa Senhora, pois, como vimos, só Jesus é apresentado como filho daquela Vírgem singular: Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão (parente) de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem entre nós também suas irmãs?”[13]

Perceba, caro leitor, a distinção clara e evidente que se faz aqui, entre Jesus “O FILHO DE MARIA” (Singular), e Tiago, José, Judas, Simão e algumas mulheres, todos estes personagens tratados como “irmãos de Jesus”, ou seja, seus parentes próximos, e nunca, JAMAIS como “Filhos de Maria ”.

Finalmente, se a Santíssima Virgem tivesse gerado outros filhos – e seriam tantos! – por que Jesus Cristo, ao morrer na cruz, a deixou aos cuidados de um dos apóstolos? Sim, está escrito: “Quando Jesus viu sua Mãe e perto dela a discípulo que amava, disse a sua Mãe: ‘Mulher, eis ai o teu filho.’ Depois disse ao discípulo: ‘Eis ai tua Mãe.’ E dessa hora em diante ele a levou para sua casa.”[14] Ora, se Maria tivesse gerado outros filhos isso não seria necessário ...

Como vemos, não há mais nada a se falar sobre o assunto. Jesus foi, de fato, o único filho gerado por Nossa Senhora. Nós, obviamente, por participarmos de seu Corpo Místico, nos tornamos “filhos de Maria ”, incorporados que fomos em Cristo pela eficácia do Batismo. Peçamos, pois, a graça de vivermos à altura de tão grande dignidade: sermos filhos e filhas amados da Virgem Maria em Cristo Jesus! Virgem Santíssima, rogai por nós!

“Deus Pai transmitiu a Maria sua fecundidade, na medida em que a podia receber uma simples criatura, para que ela pudesse produzir o seu filho e todos os membros do seu Corpo Místico.” (S. Luiz M. Grignion de Montfort – Tratado pg. 26)


[1] Conf. Apoc. 12, 1-17. Aqui, a “descendência da mulher” não são aqueles que nasceram naturalmente de seu ventre, pois Jesus fora seu filho único, mas sim aqueles que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus, ou seja, todos os cristãos verdadeiros.

[2] TANNUS, Roberto Andrade. E os Irmãos de Jesus? São Paulo: Editora Santuário, 2003. Pg. 12-31. O autor, em muitas partes do livro, resvala rumo a ambiguidades, demonstrando pouco espírito apologético e falsa visão ecumênica. (Nota do autor)

[3] Conf. S. Mar. 3, 31

[4] Conf. S. Mar. 6, 3

[5] Conf. Gal. 1, 19

[6] Conf. S. Luc.1, 34. “Conhecer”, na Bíblia, tem o sentido de “relação sexual”; ex.: Gên. 4,1. 25

[7] Obviamente, o exemplo permite outras interpretações, como por exemplo: “...não fumo” (por que não sei tragar) etc. O fato é que a frase como está, “...não fumo” nos demonstra também a possibilidade de que a pessoa em questão tenha feito o propósito de nunca fumar, e se a frase estiver corroborada por outras provas que indiquem o suposto, então teremos forte indício da veracidade do que concluímos. Ora, é isto que se dá no caso de Nossa Senhora.

[8] NEGROMONTE, P.A. A Doutrina Viva. Petrópolis: Vozes, 1939. Pg. 101

[9] Conf. S. Mar. 15, 40

[10] Conf. S. Mat. 27, 56

[11] Conf. Mat. 20, 20-24

[12] Conf. Indice Doutrinal da Bíblia Sagrada, Ave-Maria 104 Ed. Ver: “Irmãos”. Pg. 1586

[13] Conf. S. Mar. 6, 3

[14] Conf. S. Jo. 19, 25-27. Texto interessante, pois, distingue Maria Santíssima das outras “Marias” que estavam junto à Cruz.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Que lugar devemos dar a Maria?

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Não faltam pessoas que, alarmadas, declaram fazermos injúria a Deus ao atribuir a Maria poder tão universal. Mas onde está a injúria à dignidade divina, se quis Deus dispor assim as coisas? Não seria prova de loucura afirmar que a força da gravidade escapa ao poder divino? A lei da gravidade vem de Deus e concorre para o cumprimento dos seus desígnios, em toda a natureza. Por que dizer que ofendemos ao Criador reconhecendo a influência e importância que Maria tem no mundo da graça? Até as leis da natureza manifestam o poder de Deus. Por que, então, sendo Maria a eleita, mais perfeita, Deus não haveria de revelar n’Ela a Sua bondade e onipotência?

Admitida a obrigação de reconhecer as prerrogativas da Santíssima Virgem, resta saber ainda como e até que ponto. “Como devo eu repartir_ dirão alguns_ as minhas orações entre as três Divinas Pessoas, Maria e os Santos? Qual a medida exata, nem demais nem de menos, que lhe devo oferecer?” Outros adotarão uma atitude mais extrema:”Porventura não me afastarei de Deus, se dirigir as minhas orações a Maria?”

Todas estas dificuldades nascem da aplicação da idéias terrenas às coisas do céu. Muitas pessoas acham que se devem separar as orações ao Pai, ao Filho, ao Espírito Santo, a Maria e aos outros Santos. Pensam que essas orações precisam ser feitas separadamente. Temos muitos exemplos que nos mostram ser possível e compatível o culto a Maria, aos Santos e o culto supremo devido a Deus. Para acabar com estas duvidadas e dificuldades, a melhor recomendação é a seguinte: “Devemos entregar tudo a Deus; pois bem: entreguemos tudo a Ele por meio de Maria”. Essa forma de agir, mesmo que possa parecer exagero, nos livra das dúvidas, da preocupação de medir as nossas devoções.

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Fonte:

Manual Oficial da Legião de Maria, Editora Salesiana Dom Bosco,1ª edição no Brasil, Cap. 39, pág. 275.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A Virgem Maria, a Ira, o Ódio... e Deus!


Por Prof. Pedro M. da Cruz
 
“Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou, que parte tem o fiel com o infiel?” (II Cor 6,14-15)
“Não aborreço eu , ó Senhor, aqueles que te ofendem?(...) Aborreço-os com ódio perfeito; tenho-os por inimigos.” (Sal 138, 21-22)
“Mesmo em ira, não pequeis.” (Efe 4, 26)
Uma expressão mais áspera num artigo, o movimento brusco de certo pregador, ou mesmo, as reprovações severas de alguma outra autoridade, e logo nos vemos, como que arrancados da incompreendida “atmosfera cristã”, como se esta fosse inconciliável com determinadas variações de temperamento tão comuns aos santos, inclusive a Nosso Senhor. Parece-nos que os homens de hoje perderam a austera radicalidade, a força, a ousadia do Divino Mestre! Chegaram ao extremo de confundir tolerância com permissividade e relativismo; piedade com arrepios, suspiros, sentimentalismo malsão; e, por fim, bondade com asneiras como fraqueza, ingenuidade ou parvoíce...
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Apresento minhas desculpas àquelas a quem possa magoar, assegurando-as que, se vier a fazê-lo, será de todo coração.” (São Francisco de Sales, Doutor da Perfeição)
Que diria São Luiz Maria Grignion de Montfort?! Ele que profetizou o advento dos verdadeiros apóstolos, semelhantes a nuvens trovejantes que lançarão dardos contra o mundo? Eles que - segundo o mesmo autor – serão ministros ardendo em chamas abrasadoras pela verdade; trovejarão contra todo o pecado; serão – vejam que interessante – como flechas agudas nas mãos de Maria Santíssima prontas para traspassar todos os seus inimigos.
Quem de nós já parou para meditar neste aspecto de alma da Virgem Maria? Será correto atribuir a Nossa Senhora esse ódio mortal, essa intransigência, enfim, essa intolerância tão incompreendida por tantos católicos “bonzinhos” da atualidade? Não é ela a Virgo clemens, ou mesmo, a Regina pacis que cantamos todos os dias na Ladainha? Que clemência e paz são estas que permitem a coexistência em si do ódio e do amor? É o próprio São Luiz Maria Grignion de Montfort quem nos responde estas perguntas em seu magnífico livro “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”. Perceberemos, com clareza, que Nossa Senhora é a grande patrona e modelo de todos aqueles que alimentam um santo ódio, assim como, antipatias e inimizades heróicas pelo demônio e por aqueles que se juntam a ele de uma forma ou de outra. Vejamos:
52 - Uma única inimizade Deus promoveu e estabeleceu, inimizade irreconciliável, que não só há de durar, mas aumentar até ao fim: a inimizade entre Maria, sua digna Mãe, e o demônio; entre os filhos e servos da Santíssima Virgem e os filhos e sequazes de Lúcifer; de modo que María é a mais terrível inimiga que Deus armou contra o demônio. Ele lhe deu até, desde o paraíso, tanto ódio a esse amaldiçoado inimigo de Deus, tanta clarividência para descobrir a malícia dessa velha serpente, tanta força para vencer, esmagar e aniquilar esse ímpio orgulhoso, que o temor que Maria inspira ao demônio é maior que o que lhe inspiram todos os anjos e homens e, em certo sentido, o próprio Deus. Não que a ira, o ódio, o poder de Deus não sejam infinitamente maiores que os da Santíssima Virgem, pois as perfeições de Maria são limitadas, mas, em primeiro lugar, Satanás, porque é orgulhoso, sofre incomparavelmente mais, por ser vencido e punido pela pequena e humilde escrava de Deus, cuja humildade o humilha mais que o poder divino; segundo, porque Deus concedeu a Maria tão grande poder sobre os demônios, que, como muitas vezes se viram obrigados a confessar, pela boca dos possessos, infunde-lhes mais temor um só de seus suspiros por uma alma, que as orações de todos os santos; e uma só de suas ameaças que todos os outros tormentos.
***
54 – Deus não pôs somente inimizade, mas inimizades, e não somente entre Maria e o demônio, mas também entre a posteridade da Santíssima Virgem e a posteridade do demônio. Quer dizer, Deus estabeleceu inimizades, antipatias e ódios secretos entre os verdadeiros filhos e servos da Santíssima Vírgem e os filhos e escravos do demônio. Não há entre eles a menor sombra de amor, nem correspondência íntima existe entre uns e outros. Os filhos de Belial, os escravos de Satã, os amigos do mundo (pois é a mesma coisa) sempre perseguiram até hoje e perseguirão no futuro aqueles que pertencem à Santíssima Vírgem, como outrora Caim perseguiu seu irmão Abel, e Esaú, seu irmão Jacob, figurando os réprobos e predestinados. Mas a humilde Maria será sempre vitoriosa na luta contra esse orgulhoso, e tão grande será a vitória final que ela chegará ao ponto de esmagar-lhe a cabeça, sede de todo orgulho. Ela descobrirá sempre sua malícia de serpente, desvendará suas tramas infernais, desfará seus conselhos diabólicos, e até ao fim dos tempos garantirá seus fiéis servidores contra as garras de tão cruel inimigo.”
Referência bibliográfica:
DE MONTFORT, S. Luíz Maria Grignion. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. 30a Edição. Petrópolis, Editora Vozes, 2002. Pg. 54 - 60

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A mensagem de La Salette: os pecados dos maus sacerdotes

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Abaixo, trecho da mensagem da aparição de Nossa Senhora de La Salette, aprovada pela Igreja Católica. Seguem-se vídeos intercalando o texto, para melhor ilustrar a atualidade da advertência.

***

“Os sacerdotes, ministros de meu Filho, pela sua má vida,

 

sua irreverência e impiedade na celebração dos santos mistérios,

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pelo amor do dinheiro,

das honrarias e dos prazeres,

.

tornaram-se cloacas de impureza.
“Sim, os sacerdotes atraem a vingança e a vingança paira sobre suas cabeças. Ai dos sacerdotes e das pessoas consagradas a Deus, que pela sua infidelidade e má vida crucificam de novo meu Filho!
“Os pecados das pessoas consagradas a Deus bradam ao Céu e clamam por vingança. E eis que a vingança está às suas portas, pois não se encontra mais uma pessoa a implorar misericórdia e perdão para o povo. Não há mais almas generosas, não há mais ninguém digno de oferecer a vítima imaculada ao [Pai] Eterno em favor do mundo”.

***

Oração pelo Clero

(Cardeal Leme)

Deixai, ó Jesus, que em vosso Coração Eucarístico, depositemos as mais ardentes preces pelo nosso Clero. Multiplicai as vocações sacerdotais em nossa pátria; atraí ao vosso altar os filhos do nosso Brasil; chamai-os com instância ao vosso ministério.

Conservai na perfeita fidelidade ao vosso serviço aqueles a quem já chamastes, afervorai-os, purificai-os, santificai-os, não permitindo que se afastem do espírito de vossa Igreja.

Não consintais, ó Jesus, nós Vos suplicamos, que debaixo do céu brasileiro, sejam, por mãos indignas, profanados os vossos mistérios de amor. Com instância Vos pedimos: deixai que a misericórdia de vosso Coração vença a vossa Justiça divina por aqueles que se recusaram à honra da vocação sacerdotal, ou desertaram das fileiras sagradas.

Por vossa Mãe, Maria santíssima, Rainha dos sacerdotes, atendei, Jesus, a esta nossa insistente oração!

Ó Maria, ao vosso Coração confiamos nosso Clero: guiai-o, guardai-o, protegei-o, salvai-o! Amém.

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Referencia bibliografica:

http://aparicaodelasalette.blogspot.com/2009/04/inicio-do-segredo-decadencia-do-clero.html