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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Obedecer a Deus ou ao Diabo?


                           Obedecer sempre?


Prof. Pedro Maria da Cruz

Após havermos tomado consciência da triste situação em que se encontram tantos membros da Igreja na atualidade, e, mesmo assim, continuarmos a afirmar, resolutos, a certeza da vitória final de Jesus Cristo sobre o mal, podemos caminhar um pouco mais em nossas reflexões. Perante uma realidade tão conturbada como a nossa, em que tantos padres (e mesmo bispos) ousam colocar-se contra os ensinamentos Tradicionais da Igreja Católica, ficamos, muitas vezes, desnorteados, confusos quanto ao grave dever de obediência a que Cristo nos submeteu. Com efeito, Ele mesmo dissera aos seus apóstolos: “Quem vos ouve a mim ouve, quem vos rejeita a mim rejeita.”

Ora, não seria o caso de cumprirmos cegamente todas as diretrizes de nossos pastores sem maiores distinções ou preocupações? Se Nosso Senhor outorgou tanta autoridade a seus apóstolos, por que levantarmos a voz contra certos pronunciamentos? Não significariam aquelas palavras do divino Mestre, que todo e qualquer ensino dado por parte de nossos superiores seja, sem sombra de dúvidas, infalível e irrevogável? Como podemos perceber, estamos perante uma questão de suma importância para os católicos que, verdadeiramente, amam a fé cristã.

É por não compreenderem certos aspectos do ensinamento católico sobre a obediência que muitos se perdem em caminhos tortuosos. “Obedecer tudo e a todos na Igreja”, sem critério ou discernimento, pode significar, algumas vezes, entrar em choque com o ensino infalível da Tradição. A Deus lhe agrada corações submissos, porém ladeados pelo crivo da inteligência.

Sabemos que toda criatura deve obedecer perfeitamente ao seu Criador. “Toda”, inclusive, o que é obvio, nossos superiores... E, aqui está a chave da questão. O dever de obediência ao Deus absoluto cabe a todos os seres humanos, desde o Santo Padre, o Papa, até ao menor dentre todos os fiéis leigos. E, digo mais, desde o maior potentado ou intelectual entre os homens, (mesmo que não conheça a revelação cristã ou não queira aceitá-la) até o mais ignorante silvícola, todos possuem o grave dever de sempre procurar conhecer, amar e servir ao seu Criador da forma mais perfeita que lhe seja possível. De fato, está escrito que todos os reis da terra hão de adorar ao Deus verdadeiro, assim como, que todas as nações hão de servi-lo, porque os deuses dos pagãos, sejam quais forem, não passam de ídolos. Nesse sentido, ordenava o salmista: “louvai-o todos os povos”.

Centralidade de Nosso Senhor Jesus Cristo

Afirma São Paulo, que o Pai Celestial deu ao Cristo sentar-se à sua direita nos céus, acima de todas as coisas; tudo foi sujeitado a seus pés. De fato, Ele foi constituído chefe supremo da Igreja, que é seu Corpo. Sendo assim, está claro: todos os seres humanos devem prestar uma obediência absoluta ao Verbo Encarnado! Por fim, o autor sagrado, quis ser ainda mais direto em sua assertiva; noutra oportunidade afirmou, categoricamente, que Deus exaltou sobremaneira Seu Filho outorgando-lhe o nome que está acima de todos os outros nomes, para que perante ele se dobrasse todo joelho no céu, na terra e nos infernos; e toda língua confessasse que “Jesus Cristo é o Senhor.” Ora, sendo assim, jamais poderíamos imaginar, por exemplo, um católico, padre ou bispo que seja pretendendo uma sociedade que não fosse cristã ou colocando-se contrário à “Restauração da Cristandade”. Porém, não é esse o assunto principal de nossa reflexão. Deixemo-lo para outra oportunidade.

Quanto ao ponto que se refere à soberania absoluta de Nosso Senhor, estamos plenamente de acordo! Todavia, recordemo-nos, mais uma vez, da afirmação apresentada um pouco acima. Escrevemos que toda criatura “deve obedecer perfeitamente ao seu Criador, inclusive, o que é obvio, nossos superiores”. Haveria alguma possibilidade de que membros da sagrada hierarquia venham a pecar rebelando-se contra a lei da obediência? Já vimos que sim, e nosso grande exemplo fora Judas, um dos apóstolos de Nosso Senhor.

Então, por que o Filho de Deus teria proferido revelações tão fortes como essas a nossos superiores na hierarquia eclesiástica: “Quem vos ouve a mim ouve, quem vos rejeita a mim rejeita”, “Tudo o que ligares na terra será ligado no céu, tudo o que desligares na terra será desligado no céu”, ou mesmo aquelas outras, “ Ide , pois, e ensinai a todas as nações ... ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi”, e “ Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado”? Não parece estranho que palavras como essas fossem dirigidas a seres tão limitados como os apóstolos? Na crucificação, recordemo-nos, todos abandonaram o Salvador, com exceção de João Evangelista, que permanecera ao lado da Virgem Santíssima e, por isso, aos pés da santa cruz. Aliás, belo exemplo aos que almejam uma fidelidade mais perfeita ao Divino Mestre: estar constantemente à sombra de sua cruz, e sob o manto de sua Mãe castíssima!

 Algumas distinções

As palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo jamais poderão ser tomadas de modo superficial. Nos textos apresentados, elas não se referem - como é evidente - a todos os membros da Igreja cristã. Algumas vezes Cristo fala tão somente a São Pedro, enquanto que em outras, fala aos demais apóstolos em união com ele. Basta conferirmos, por exemplo, os versículos de São Mateus (16,19; 18; 18), onde, em primeiro lugar, Cristo se dirige unicamente a Cefas, deixando para outro momento a mesma promessa, que será feita, neste caso, ao restante dos apóstolos, porém, como sempre, unidos a Pedro e sob sua autoridade.

Ademais, existe uma clara distinção entre os membros que compõem a Igreja fundada por Jesus. Nela há uns que ensinam, dirigem ou mandam, e outros, por sua vez, que aprendem, são dirigidos e obedecem. A primeira parte é chamada “Igreja docente”, enquanto que a última, recebe o designativo de “Igreja discente”. Ambas as partes não formam, evidentemente, duas Igrejas distintas, mas por vontade de Cristo, Nosso Senhor, uma só e mesma Igreja, do mesmo modo que no corpo humano a cabeça é distinta dos outros membros, e, não obstante, forma com eles somente um corpo. A Igreja Docente compõe-se de todos os Bispos - quer se encontrem dispersos, quer se encontrem reunidos em Concílio – porém, e recordemos insistentemente, sempre unidos à sua cabeça, o Romano Pontífice, sucessor direto de São Pedro. A Igreja Discente, finalmente, composta de todos os padres, diáconos e fiéis leigos, possui o grave dever de prestar obediência aos seus superiores, sob pena de incorreram em condenação eterna, a menos que estes – os superiores - se desviem da fé verdadeira.

E, se tal estado de coisas criado pelo Filho de Deus surpreende aos espíritos orgulhosos, relativistas e anti-hierárquicos de nosso tempo, terminemos por lembrar, que além do poder de ensinar, a mesma Igreja possui também, e, especialmente, o poder de administrar as coisas santas. Pode, sim, dentro da lógica do próprio evangelho, fazer leis e de exigir a sua reta observância, impondo inclusive, se preciso for, as penas correspondentes aos erros cometidos.

Voltemos, entretanto, aos textos bíblicos em questão. Quando o Verbo Divino fez aquelas impressionantes afirmações (“Quem vos ouve a mim ouve, quem vos rejeita a mim rejeita”, “Tudo o que ligares na terra será ligado no céu, tudo o que desligares na terra será desligado no céu”, entre outras...), não se referia propriamente aos fiéis leigos, e nem mesmo aos simples religiosos, diáconos, sacerdotes e párocos de forma direta e imediata, mas tão somente, aos apóstolos e seus legítimos continuadores no exercício do ministério: os Papas e os outros bispos a eles subordinados.

Isso é de importância fundamental para não cairmos no exagero de atribuir uma autoridade singular como esta a quem não a possua por direito. De fato, Nosso Senhor não conferiu aos leigos esta função de ensino; e, mesmo os padres, eles simplesmente participam dum poder que cabe por direito à Igreja docente na pessoa dos legítimos sucessores apostólicos, o Papa e os Bispos a ele submissos. Isso explica tantos erros serpenteando entre os católicos, pois aqueles que deveriam seguir com extrema fidelidade os ensinamentos constantes da Igreja, todos eles revelados por Cristo, desprezam a autoridade conferida aos nossos pastores fiéis à Tradição. Julgando-se “doutores da verdade” põe-se a ensinar terríveis heresias.

Lembremo-nos: é sobre o fundamento dos Apóstolos que estamos edificados, por isso mantemos ininterruptamente desde o primeiro século da era cristã a crença numa única fé, assim como a submissão a um só Senhor e a aceitação de um único Batismo. Aqueles que se afastam desse caminho traçado pelo Filho de Deus, vivem como crianças ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e de seus artifícios enganadores. Muitos, por pretenderem obedecer cegamente e sem discernimento, acabam por prestar vassalagem ao Demônio.

Maria Santíssima, mãe e rainha, rogai por nós!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Crise na Igreja: Dupla Gênese

                     Lutero inspirado pelo Demônio


Prof. Pedro M. da Cruz

Como entender a possibilidade de uma crise tão delicada no interior da Igreja fundada pelo próprio Cristo, Nosso Senhor? Recordemos, ainda outra vez, o caso arquetípico por nós já tantas vezes apresentado: “a traição de Judas Iscariotes.” Não era ele membro do seleto grupo apostólico?

De fato, ele fora escolhido diretamente pelo Salvador. Este apóstolo comia com o Cristo, andava ao seu lado, escutava de seus lábios divinos os mistérios do Reino dos céus... Entretanto, mesmo provando tão altas honrarias, traiu vergonhosamente ao Filho de Deus.

Ora, se algo tão desastroso se deu inclusive com um dos doze apóstolos, selecionados pessoalmente pelo Redentor, não é de se admirar que o mesmo continue a ocorrer atualmente entre alguns membros da hierarquia eclesiástica. Ao encontrarmos nas Sagradas Escrituras a lastimosa realidade da traição mesmo entre os mais íntimos do Cristo, sentimo-nos precavidos sobre bispos e padres que possam revoltar-se contra o Salvador. À imagem de Judas, trocam a fonte de toda felicidade por qualquer bem aparente.

Sim! A possibilidade de traidores dentro da Igreja de Deus, como já temos observado, sempre esteve presente na mente dos primeiros cristãos. São Paulo afirmara-o aos anciãos de Éfeso:

“Sei que depois de minha partida se introduzirão entre vós lobos cruéis que não pouparão o rebanho. Mesmo dentre vós surgirão homens que hão de proferir doutrinas perversas com o intento de arrebatarem após si os discípulos. Vigiai!”

E noutra parte também escrevera: “Se o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz, é bem normal que seus agentes se disfarcem em ministros da justiça.”

Portanto, não é de espantar o fato de encontrarmos falsários e operários desonestos, disfarçados em apóstolos de Nosso Senhor. Na verdade, os mesmos permanecerão juntos aos bons até o fim dos tempos; e, essa é uma assertiva do próprio Evangelho: “Assim como se recolhe o joio para jogá-lo ao fogo, também será no fim do mundo. O filho do homem enviará seus anjos, que retirarão de seu Reino todos os escândalos e todos os que fazem o mal e os lançarão na fornalha ardente...” Vejam bem, caros leitores: isso se dará tão somente “... no fim do mundo...”. Sendo assim, que os filhos da luz não se iludam numa esperança infundada.

- A Dupla Gênese

Mas, o que levaria essas pessoas ao péssimo caminho do erro? Tendo podido alcançar os cumes da ortodoxia, por que chegaram à negação de verdades tão fundamentais da fé cristã? Dom Antônio de Castro Mayer, em interessante Carta Pastoral sobre os problemas do apostolado moderno, esclarece-nos sobre assunto tão pertinente.

Segundo o autor, a gênese destes erros está, por um lado, na própria fraqueza da natureza humana decaída. “A sensualidade e o orgulho suscitam e sempre suscitarão até o fim dos séculos a revolta de certos filhos da Igreja contra a doutrina e o espírito de N. S. Jesus Cristo.”

Por outro lado, no entanto, junto a essa “gênese natural” dos erros e das crises de que nos ocupamos, a explicação para tão delicado sistema de coisas, encontra-se, também, na incansável ação do demônio contra os planos de Deus. A ele foi dado, até o fim dos tempos, o poder de tentar os homens em todas as virtudes, inclusive na virtude da fé.

Assim, como nos explica o próprio D. Mayer, é obvio que até a consumação dos séculos a Igreja estará exposta a surtos internos do espírito de heresia, e não há progresso que, por assim dizer, a imunize de modo definitivo contra esse mal. “Quanto se empenha o demônio em produzir tais crises, é supérfluo mostrá-lo. Ora, o aliado que ele consegue implantar dentro das hostes fiéis é seu mais precioso instrumento de combate.”

Porém, não desanimemos, pois o Deus de toda graça conhece as limitações humanas, e, jamais nos há de abandonar nas agruras desta vida. No mais, já escrevera o autor sagrado: “Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados para além das vossas capacidades, mas com a tentação Ele vos dará os meios de suportá-las e delas sairdes.” Pobres dos que não se agarrarem aos pés de Nossa Senhora, Rainha do céu e da terra.

Virgem Aparecida, Rogai por nós!





sábado, 2 de junho de 2012

Um tempo para calar, outro para falar...




Primeira coluna na vertical de cima para baixo: Pe. Pinto, Pe. Fabio de Melo e Dom Casaldaliga
Segunda coluna, mesmo esquema: S.Padre Pio, Pe. Paulo Ricardo e S. Antonio Maria Claret.


Prof. Pedro M. da Cruz

Como poderíamos ficar indiferentes a tudo isso?Ora, sendo, de fato, membros do Corpo Místico de Cristo, é natural que sintamos com a Igreja suas dores e alegrias.

Por amor de Sião, reza o texto sagrado, jamais poderemos esmorecer. “Sobre tuas muralhas Jerusalém, coloquei vigias; nem de dia nem de noite devem calar-se.” (Isaias 62,6) Não é verdade que a totalidade dos verdadeiros cristãos, de um modo ou de outro, precisam reconhecer-se nessas palavras da Escritura?

Afirma-nos a primeira carta aos coríntios, em seu capítulo doze, a  sublime comunhão espiritual existente entre os Filhos de Deus. Com efeito, se um único membro da Igreja sofre, todos os outros sofrem com ele de algum modo, mesmo que misterioso; e igualmente, se um único membro é tratado com carinho, todos com ele se congratulam. Esta é, verdadeiramente, uma descrição estupenda da ligação sobrenatural que há entre todos os batizados no Corpo Místico.

Portanto, nada há de estranho em que simples leigos venham a manifestar seu entusiasmo, ou mesmo, suas apreensões, por questões referentes à Igreja que ama. O próprio Código de Direito Canônico, pari passu a vários documentos da Igreja,  dão ao fiel essa possibilidade. É firmado nesta certeza, e alimentando sincero desejo de promoção do cristianismo, que apresentamos este pequeno trabalho em favor da Igreja.

Possuímos firme convicção de que a última palavra em questões de fé e moral cabe, tão somente, ao sagrado magistério do Santo Padre, o Papa, ou dos bispos em comunhão com ele. Nós aqui, simplesmente, intentamos apresentar, com humildade e amorosa submissão, aquilo que temos visto e ouvido; assim como, tudo o que, dentro e fora dos muros da Igreja, nos parece estranho e incompatível com a genuína instituição formada por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Não é verdade que, infelizmente, mesmo entre os legítimos sucessores dos apóstolos, encontramos exemplos de infidelidade à doutrina revelada pelo Divino Mestre? Quantos foram os bispos que, com orgulho, ousaram colocar-se acima da Tradição vindo a ensinar terríveis heresias? Podemos citar, e com imensa tristeza n’alma, um grande número desses exemplos. Vejamos alguns:

- Os bispos Acácio, de Cesaréia (†366), e Eunômio, de Cícico (†395), defensores do Arianismo, heresia fundada por Ário (256-336) bispo de Alexandria, que negava a divindade de Cristo.

- O patriarca de Constantinopla, Nestório (380-45), criador da heresia que leva seu nome.

- Fócio (820-895), patriarca de Constantinopla, excomungado pelo Papa João VIII, em 881, que deixou aberto o Cisma do Oriente.

- O bispo de Ávila, Prisciliano, fundador da heresia prisciliana, séc. IV.

- Donato, bispo de Casa Nigra, África, fundador do donatismo.

- 18 bispos italianos que aderiram ao pelagianismo, heresia que deve seu nome ao sacerdote Pelágio, do século V. Um bispo, Juliano, era o principal discípulo desse sacerdote.

- Apolinário, bispo de Laodicéia, fundador do apolinarismo.

- Os bispos egípcios, que recusando o dogma definido pela Igreja, consideraram o monofisismo (ou eutiquianismo), heresia difundida pelo Monge Êutiques, de Constantinopla (séc.V), a doutrina verdadeira, e partiram, deste modo, para o cisma declarado.

- Sérgio, patriarca de Constantinopla, inventor  do monotelismo, condenado pelo VI Concílio Ecumênico de Constantinopla (680-681).

- O bispo Paulo de Samasate, do século III, que professou o adocionismo e o sabelismo, condenado em 268 no Concílio de Antioquia.

- Jansenius, bispo de Yepres, pai do jansenismo; entre outros...




Pimeira coluna de cima para baixo: Missa do Pe.Marcelo, encontro de padres e freiras no Brasil.
Segunda coluna, mesmo esquema: Missa Tridentina, encontro de padres tradicionais.



E quantos não foram os padres que também rumaram na mesma estrada da mentira e do erro? Lutero (1483-1546), um dos pais do protestantismo, era sacerdote católico. O Quietismo, heresia condenada por Inocêncio XI, em 1687, foi oriunda do padre espanhol M. de Molinos. O Modernismo, afluxo de todas as heresias (condenado através do decreto Lamentabili, assim como, da Encíclica “Pascendi”) teve em vários padres (Pe. Alfredo Loisy, o ex-jesuíta Tyrrel, etc.) seus principais fomentadores.

E hoje, engrossando as fileiras dos agitadores e revoltosos, quantos bispos, e quantos padres, não aderiram a verdadeiras heresias? Basta que nos recordemos dos estragos que tem causado em nosso meio uma certa teologia malsã, chamada da libertação. Qualquer fiel, com um mínimo de formação, seria capaz de perceber a discordância entre o que se tem divulgado em muitíssimos ambientes católicos e aquilo que a Igreja sempre ensinou... o próprio J. Ratzinger julgou por bem reconhecer:

 “Eu fico cada vez mais admirado com a habilidade dos teólogos que conseguem defender justamente o oposto do que se encontra claramente escrito nos documentos do Magistério. E, no entanto, aquelas deturpações são apresentadas, através de hábeis artifícios dialéticos, como o ‘verdadeiro’ significado do documento...”

Virgem do Bom Conselho, ora pro nobis!



Referência Bibliográfica

 RATZINGER, Joseph; MESSORI, V. A fé em crise? O Cardeal Ratzinger se interroga. Trad. Pe. Fernando J. Guimarães, CSSR. São Paulo, E.P.U, 1985. Pg. 265-26

RODRIGUES, Paulo. Igreja e Anti-Igreja. Teologia da Libertação. São Paulo, T. A. Queiroz, Editor, 1985, pg. 265-267



terça-feira, 24 de abril de 2012

Fumaça de Satanás no Templo de Deus

                  Nossa Senhora chora pela situação da Igreja e do mundo.

Prof. Pedro M. da Cruz

Nosso blog estaria sozinho ao querer chamar a atenção dos leitores sobre o estado de provação por que passa a Igreja na atualidade? Ouçamos o que disse alguns de nossos pastores. Veremos assim, que o exposto anteriormente neste blog já foi alvo de excelentes comentários por parte de muitos autores abalizados. Este humilde trabalho vem apontar no momento as afirmações de grandes homens que souberam abordar a questão com responsabilidade e clareza.

 I – S.S. Paulo VI

 “O Papa Paulo VI em 30 de Junho de 1968, conforme o L`Osservatore Romano, foi abrigado a reconhecer a gravíssima situação em que se encontrava, já naquela época pós-conciliar, a instituição Católica:

“Na Igreja também está reinando uma situação de incerteza. Tem-se a sensação de que, de alguma abertura tenha entrado a Fumaça de Satanás no templo de Deus.”

Essa afirmação, vinda de um Sumo Pontífice, não confirma aquilo que expusemos desde o princípio de nosso trabalho? Anos depois, ele voltaria a usar de expressões fortíssimas na tentativa de descrever a tribulação que sofre o cristianismo:

“A Igreja está passando por uma hora inquieta de autocrítica que melhor se diria de autodestruição. É igual a um transtorno agudo e complexo, que ninguém teria esperado depois do Concílio. A Igreja parece se suicidar, matar a si mesma.” (07 de dezembro de 1972 – L`Osservatore Romano).

Como vemos, o próprio Papa Paulo VI reconhece que, após o Vaticano II, a Igreja entrou em um momento de confusão e perigo para a fé de muitos. Lembremo-nos de que foi ele quem encerrou esse Concílio iniciado pelo seu antecessor, o Beato João XXIII. O mesmo Pontífice chegará a afirmar em dezoito de Julho de 1975 que esperava-se, após as reuniões conciliares, um período resplandecente de sol para a história da Igreja, mas que, pelo contrário, veio um sopro de nuvens, de tempestade e de trevas. Inclusive, autores muito confiáveis chegaram a afirmar que o mesmo Concilio Vaticano II tenha sido fortemente perturbado por modernistas e liberais. Segundo eles, tal situação fez surgir, ainda nas reuniões conciliares, diversas contradições, desagregações e tumultos. Em entrevista ao filósofo francês Jean Guitton, seu amigo, o mesmo Papa Paulo VI, em oito de setembro de 1977, tornou a reconhecer o que se segue:

“Neste momento há na Igreja uma grande inquietação. E o que está em questão é a fé! O que me perturba quando considero o mundo católico, é que, dentro do catolicismo, algumas vezes, parece predominar um pensamento não católico; e pode acontecer que este pensamento não católico, dentro do catolicismo, amanhã seja uma força maior na Igreja.”

Como podemos averiguar, os temores do Papa não eram uma ilusão de sua mente. Hoje, vemos avançar, e com cada vez mais ímpeto, pensamentos anti-católicos dentro do seio da própria Igreja. Basta assistirmos algumas conferências que se fazem por aí e veremos os aplausos se levantarem com entusiasmo para todos aqueles que falam contra ensinamentos fundamentais da Tradição cristã. De fato, ‘... parece predominar um pensamento não católico...’.”

 II – S.S. Beato João Paulo II

“Após Paulo VI, o próprio Beato João Paulo II (que sucedera um curtíssimo pontificado encerrado por questões, ainda hoje, misteriosas) não deixou de chamar-nos a atenção para o momento delicado por que passa a única Igreja de Cristo. Em sete de fevereiro de 1981 ele reconheceu que era preciso admitir, com realismo e sensibilidade, dolorosa e profunda, que, já naquela época, não tão remota, uma grande maioria dos cristãos, sentia-se desnorteada, confusa, perplexa e desiludida. Haviam sido espalhadas idéias contrárias às verdades reveladas e ensinadas desde sempre pela Tradição, verdadeiras heresias contra o credo e a moral. Segundo o mesmo pontífice, ia-se solapando a liturgia; afundava-se no relativismo, assim como, na permissividade. Os homens, de fato, caiam na tentação do ateísmo, do agnosticismo, do iluminismo, de uma moral indeterminada, de um cristianismo sociológico sem dogmas definidos e sem moral objetiva. Ora, não é isso, e num maior paroxismo, o que se dá nos dias atuais? Não vemos se operando em nosso meio tudo o que já percebera nos anos oitenta o citado Papa polonês? Desde aquela época as coisas se tornaram ainda mais críticas. Porém, esta não é uma afirmação gratuita de nossa parte, muitos são os espíritos clarividentes que nos apresentam a mesma realidade. É o que continuaremos a constatar.”

III – S.S. Bento XVI

“O Papa Bento XVI, ainda quando Cardeal, foi destemido ao apontar a triste situação em que se encontra a Europa, outrora resplandecente em seu cristianismo:

“Essa Europa, cristã de nome, há mais de quatrocentos anos, é berço de um paganismo novo, que vai crescendo sem parar, no meio do coração da Igreja Católica e a ameaça de destruir por dentro. A imagem da Igreja da era moderna é essencialmente caracterizada pelo fato de ela se tornar cada vez mais, Igreja de pagãos, de um modo todo novo, no sentido de que continuam a chamar-se cristãos, mas na realidade continuam pagãos. Trata-se de um paganismo dentro da Igreja... de uma Igreja em cujo coração vive o paganismo. É uma tentação típica de nossos tempos.”

Ao lermos tantas afirmações contundentes, é provável que muitos de nós sintamos abalar nossa confiança em Deus e na Igreja Católica. Mas, isso seria uma vergonhosa falta de fé nas promessas de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é Deus, e sua vitória é inevitável! Os inimigos de Cristo podem conspirar das formas mais perspicazes e diabólicas; seu aparente triunfo pode extasiar suas fileiras, enquanto sofrem, de espada em punho, os filhos da Igreja militante; porém - tenhamos a certeza - quando o ímpio se manifestar “... o Senhor Jesus o destruirá com o sopro de sua boca e o aniquilará com o resplendor de sua vinda.”. Assim, chegará, finalmente, o novo céu e a nova terra para todos aqueles que perseveraram fielmente nas fileiras do Divino Salvador. O primeiro céu e a primeira terra terão desaparecido, “...então, Deus mesmo estará com eles. Enxugará toda lágrima de seus olhos, e já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque terá passado a primeira condição.”

O mesmo Cardeal Ratzinger em livro publicado por Messori, vêm confirmar, tempos depois, as afirmações de Paulo VI, por nós já citado:

“Os resultados que se seguiram ao Concílio parecem cruelmente opostos às expectativas de todos, inclusive às de João XXIII e, a seguir, de Paulo VI. Os cristãos são novamente minoria, mais do que jamais o foram desde o final da Antiguidade... Os Papas e os Padres conciliares esperavam uma nova unidade católica, e, pelo contrário, caminhou-se ao encontro de uma dissensão que, para usar as palavras de Paulo VI, pareceu passar da autocrítica à autodestruição. Esperava-se um novo entusiasmo, e, no entanto, muito freqüentemente chegou-se ao tédio e ao desencorajamento. Esperava-se um impulso à frente, e, no entanto, o que se viu foi um progressivo processo de decadência que veio se desenvolvendo em larga medida, sob o signo de um presumido ‘espírito do Concílio’ e que, dessa forma, acabou por desacreditá-lo.”

Por isso, completava em outra parte o mesmo Cardeal, hoje Sumo Pontífice da Igreja Católica: ‘É tempo de se reencontrar a coragem do anticonformismo, a capacidade de se opor, de denunciar muitas das tendências da cultura que nos cerca, renunciando a certa eufórica solidariedade pós-conciliar.’"

Maria Santíssima, rogai por nós!

 Referência Bibliográfica:

O texto completo encontra-se no livro: CRUZ, Prof. Pedro M. da. Perseguição à Igreja, Coluna e Sustentáculo da Verdade. Prod. SSVM. 2012.

Outras citações: Não agüentamos mais! Carta ao clero italiano. Ed. Segno, 1995. Trad. D. Manuel Pestana Filho. Anápolis, Goiás. 66 pgs. FEDELI, Orlando. Carta a um padre. São Paulo: Véritas. RATZINGER, Joseph; MESSORI, V. A fé em crise? O Cardeal Ratzinger se interroga. Trad. Pe. Fernando J. Guimarães, CSSR. Sâo Paulo, E.P.U, 1985. Pg. 16-17

sábado, 29 de agosto de 2009

Ímpios asquerosos

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ESTARRECEDOR! HORRIPILANTE!

Isto não é nenhum exagero, leiam isto e vejam se tal devassidão não clama aos Céus por vingança. Sob o patrocínio do grupo terrorista Hamas, crianças palestinas (centenas delas, de até 4 anos!) se casaram recentemente com uma corja de malditos. É preciso divulgar isso! Rezemos, façamos o que estiver ao nosso alcance para que barbaridades como essas não aconteçam mais. Neste momento, como não lembrar do salmista que a Deus clama: "Faz-me justiça, Senhor, porque sou inocente" (Sl 25,1). Esses infelizes, se não se arrependerem, terão da parte de Deus o castigo merecido.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Como explicar os pecados dos que pertencem à Igreja?

Igreja santa e pecadora? (Pe. Penido)

Uma das causas comuns de apostasia [da fé] é o horror provocado pelos desfalecimentos humanos no seio da Igreja. A religião pa­rece fonte de imoralidade, ou, pelo menos, não corresponder, na prática, ao que ensina em teoria.

E se o escândalo provoca apostasias, maior ainda o número de conversões que ele faz abortar: “Eu, agregar-me aos católi­cos? Por que, se eles não valem mais do que os outros - muitos deles até valem menos? Eu, ajoelhar-me aos pés de um padre, pecador ele também, talvez mais do que eu?” Tanto mais ferinas as críticas quanto maiores as pretensões da Igreja: ela se diz di­vina, santa, imaculada? Pois mostre-nos o que vai de tudo isso na vida cotidiana!

Escândalo ilógico, digamo-lo imediatamente. Jamais foi pro­metido por Cristo que a graça supriria o esforço pessoal. Os ta­lentos que o Mestre nos dá, ele exige que os façamos frutificar; não se substituirá jamais a nosso livre arbítrio.

Deveria até confirmar a fé, o fato de que uma sociedade com­posta de homens fracos, falíveis, sujeitos às mesmas paixões que os demais, não haja todavia descambado na mais absoluta cor­rupção, mas antes mantenha rígidos os princípios de moral purís­sima e os pratique, em que pesem os numerosos e indisfarçáveis desfalecimentos individuais.

A Igreja produziu até um tipo novo, original, de homem: o Santo. Tão novo, tão original que Bergson se abalançou a atribuir ao Santo uma essência diversa da nossa. Porém somos assim feitos que menos nos impressionam as vir­tudes do que os desfalecimentos. E por isso vemos tantos e tan­tos abandonarem a fé, porque encontraram um padre cúpido ou devasso, ou simplesmente malcriado; porque tal carola não passa de grandíssimo patife; porque tal senhora misseira, e até beata, é a pior língua da localidade.

Em nossa época este escândalo revestiu forma peculiar; apresenta-se corno reivindicação de justiça social. Embora os Papas hajam condenado não apenas o comunismo senão ainda os abusos do capitalismo, é infelizmente verdade que aquele que não se con­tenta de louvores teóricos às encíclicas, mas procura aplicá-las na prática, incorre muitas vezes na ira dos chamados bem-pen­santes que lhe assacam as pechas de socialista, comunista, etc. Donde ser o catolicismo acusado de querer perpetuar as injus­tiças sociais, de ser o derradeiro baluarte do capitalismo burguês.

Apostasias ilógicas, repetimos, pois não distinguem entre a mensagens divina que merece nossa crença e seus portadores hu­manos, talvez menos dignos. Por ser portador desta mensagem, o mau padre merece ainda ser ouvido e obedecido, embora não faça o que prega. Porventura recusaríeis precioso tesouro, sob pre­texto que vos é trazido por um homem esfarrapado e imundo? pergunta Catarina de Sena. Nem deixa de ser verdadeira a re­ligião porque muitos dos seus adeptos não a praticam. Tão me­díocre a humanidade, apesar da religião, que seria sem religião?

Ademais, com suma injustiça olvidaríamos o que de sublime houve e há na Igreja: aquela plêiade de mártires, de confesso­res, de virgens, que nos causa justo orgulho; a multiplicidade de obras e instituições; as miríades de almas tiradas do lodo; os incontáveis atos de bondade, de misericórdia, de justiça; as inú­meras tentações vencidas. Quantos e quantos atestam que na re­ligião e nela só, encontram força para não resvalar, para cumprir o dever a todo custo? Além dos grandes santos, há os incontá­veis “pequenos” santos, que vivem de cotidiano heroísmo cristão.

Na Encíclica “Mit brennender Sorge”, o Papa Pio XI fez valer uma outra consideração, ao aludir à exploração pelos na­zistas, dos escândalos da Igreja:

“A divina missão que a Igreja cumpre entre os homens e deve cumprir por meio de homens, pode ser dolorosamente obscurecida pelo que de humano, talvez de demasiadamente humano, desponta por vezes qual cizânia en­tre o trigo do reino de Deus. Quem conhece a frase do Salva­dor acerca dos escândalos e dos que os dão, sabe como a Igreja e cada indivíduo deve julgar sobre o que foi e é pecado. Todavia, quem, fundando-se sobre esses lamentáveis contrastes en­tre fé e vida, palavra e ação, atitude externa e sentir interior de alguns ou mesmo de muitos, esquece ou passa sob silêncio o imenso cabedal de esforço genuíno em prol da virtude, o es­pírito de sacrifício, o amor fraterno, o heroísmo de santidade de tantos membros da Igreja, este manifesta injusta e reprovável cegueira”.

De fato, maior direito nos assistira de gemer sobre a inépcia de alguns hierarcas e a mediocridade da maioria dos católicos, se começássemos por gemer sinceramente sobre nossa própria inépcia e mediocridade, muito maiores ainda…

Todavia, não se nos aquieta inteiramente o espírito. Afigura-­se-nos a Igreja qual realidade híbrida, plasmada de crimes he­diondos e de virtudes inigualáveis - e não já, como afirma o Apóstolo: “Sem mácula, sem ruga, mas santa e irrepreensível”.

Como resolver a antinomia?

Os membros pecadores da Igreja.

Uma primeira resposta - tão fácil quanto errônea - con­siste em afirmar que a Igreja só compreende os justos. Por con­seguinte, a massa de pecadores que encontramos na cristandade faz tão pouco parte da Igreja quanto os apóstatas ou os pagãos endurecidos.

A Santa Igreja é aquele puro ser de glória que contemplava o Vidente de Patmos. E por isso mesmo se esconde a nossos olhos de carne.

Tal foi, no século IV, a solução dos Donatistas; na Idade Média, dos Valdenses e dos Hussitas; nos tempos modernos de Lutero, Calvino, Quesnel e do Sínodo de Pistóia. — No fundo, esta opinião identifica Igreja militante e Igreja triunfante.

Porém, como sabiamente adverte Leão XIII, quando inqui­rimos da natureza da Igreja, não nos devemos perder em deva­neios sobre o que poderia ter Cristo feito, senão procurar o que ele de fato quis fazer, e que fez na realidade. Ora, as próprias palavras de Jesus nos revelam o mistério da presença de pecado­res dentro do Corpo Místico.

Na alegoria da videira, Jesus nos diz, logo a princípio: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o lavrador; toda a vara em mim que não dá fruto, ele a tira, e poda aquela que dá fruto para que dê mais fruto” (Jo 15, 1-2). Temos aqui claramente indica­do que tanto o justo como o pecador estão no Corpo Místico de Cristo. Em condições bem diversas, por certo. Um como membro fecundo, destinado à fecundidade maior; outro como membro es­téril, destinado a ser cortado, a secar, e mais tarde a ser lançado ao fogo (15, 6). Só se corta fora o que faz parte de um con­junto, não o que lhe não pertence.

(PENIDO, Pe. Dr. Maurílio Teixeira-Leite: “O Mistério da Igreja”, Editora Vozes, Petrópolis, 2 ed., 1956, pp.243-245).

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Fonte: http://salterrae.org/2008/08/31/igreja-santa-e-pecadora-pe-penido/