Prof. Pedro M. da Cruz
“Falando desse modo, muitos poderiam nos julgar levianos, exagerados, ou mesmo, inconseqüentes. Será que estaríamos sozinhos nestas averiguações? Já vimos que as Sagradas Escrituras não deixaram de chamar nossa atenção ao perigo dos inimigos que, ousadamente, chegaram ao extremo de se introduzirem disfarçadamente em nosso meio para mais eficazmente lutarem contra os planos de Deus. Com o correr dos séculos têm ficado cada vez mais patente aos filhos da Igreja esta invasão inimiga do recinto sagrado.
Muitíssimos foram os Papas, santos e os mais diversos escritores cristãos que, percebendo esta astúcia diabólica, não se esquivaram da grave missão de acordar-nos para o imenso perigo que assola a Igreja do Deus vivo. Por hora, entretanto, antes de olharmos mais diretamente nesse ponto, fixemo-nos noutra questão de extrema relevância para todos os que peregrinam neste vale de lágrimas.
Assim como no grupo dos doze apóstolos pairava, tenebrosa, a sombra de Judas Iscariotes, o traidor; de igual modo hoje, dentro dos próprios muros da Igreja, arrasta-se, venenosa, “a descendência da serpente”. Ela está sempre pronta para os mais ardilosos golpes contra “a descendência da mulher” de que nos fala profeticamente o livro do Gênesis. Todavia, se em tempos idos, a santa intransigência dos filhos da luz sabia posicionar-se com destemor e ousadia perante o erro para vencê-lo; agora, nesses dias de apostasia e indiferença, os filhos das trevas parecem triunfar sobre a verdade e humilhar a Igreja de Cristo.
Sentimo-nos, novamente, em plena noite de Quinta-feira Santa. A Igreja sangra; dormem aqueles que deveriam velar com o Redentor; e os inimigos, sorrindo aos quatro cantos do mundo, avançam com virulência. Fazendo nossas as palavras do Filho de Deus, poderíamos dizer respeitosamente a alguns de nossos superiores na hierarquia eclesiástica: “Por que dormis? Levantai-vos, orai...”. O mesmo Cristo reconhecera em S. Marcos: “Vós todos vos escandalizareis, pois está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas serão dispersas.”
É interessante observarmos como a vida de Nosso Senhor é, como que, recapitulada na vida da Igreja. Quantas vezes o Divino Salvador encontrou seus amigos a dormir, mesmo em momentos angustiosos como aquele do Getsêmani?! Quantas vezes teve de repreendê-los?! E nós, membros do Corpo Místico de Cristo, a Igreja Católica, quantas vezes nos vimos perante a letargia de nossos superiores? Diante da prostração espiritual daqueles que deveriam levantar a voz em defesa da verdade, quantas vezes bradamos e não fomos ouvidos?
Ao contrário, enquanto os maus se organizavam para ofender, maltratar e tramar a morte da Igreja, grande número de nossos pastores banqueteavam no reino dos apáticos. Seus olhos, pesados por preocupações desnecessárias e incoerentes, deixaram passar os ladrões e malfeitores que perderam muitas ovelhas. Sim, roubaram, mataram e destruíram, sem dó nem piedade, a muitas almas... Em contrapartida, reconheçamos mais uma vez, e com dor em nossas almas: dormiam os vigias de “Israel”...
Porém, após a Quinta-feira Santa, se é verdade que tudo continuou a se entenebrecer ainda mais na Sexta-feira da Paixão; e, se este dia cedeu lugar ao silêncio do Sábado Santo (silêncio de derrota para uns, mas silêncio de esperançosa alegria para outros); também é verdade, que no Domingo da ressurreição tudo se fez luz, glória e alegria indizíveis. O Senhor cumpriu sua palavra! Ele ressurgiu em toda sua majestade. Triunfou para sempre!
De igual maneira, se a Igreja sofre unida com o Cristo as dores de agonia, e seus membros completam na carne o que falta às tribulações do Mestre; também é verdade que tomará parte na alegria da ressurreição. Ali, tudo será festa, exultação e felicidade! Nesta “noite” em que se encontra a Igreja, vislumbramos Maria Santíssima aos pés da Cruz. Ao seu lado, São João, o discípulo amado. Ambos, exemplos luminosos para a alma de todo fiel católico! Revela-nos, de fato, o Santo Evangelho, que junto à Cruz de Jesus estava de pé sua Mãe! Não diz que chorasse tomada de desespero, ou mesmo, que se jogasse pelo chão aos prantos, vencida e acabada. Não!
Ela estava de pé! Não dormia. Sofria com o Redentor.
Participava em sua dor, e guardava n’alma a certeza de tudo quanto dissera seu divino Filho. Por isso, não fora visitá-lo no sepulcro como fizeram as outras Marias na madrugada da ressurreição. Com toda a certeza o esperava ressuscitado.
Nossa Senhora possuía a certeza duma vitória imponderável!
Assim também nós, imitadores de Maria, mantenhamo-nos de pé perante a Cruz do Cristo. Participemos de seus sofrimentos, completando em nossa carne o que falta às suas tribulações, por seu Corpo que é a Igreja.
Tal qual Simão de Cirene, de que nos falam as Escrituras, coloquemo-nos a carregar a cruz com Cristo sofredor. Tomemos lugar entre suas humilhações. Assim, crucificados com Ele, também participaremos de sua glorificação.
Seus inimigos avançarão com maior ousadia, ferirão seu Corpo já muito ensangüentado. Chicotearão, ofenderão ainda mais, humilharão com maior malvadeza... Nós, porém, solidários com o Senhor, peçamos a graça de permanecermos fiéis ao seu lado; afinal, tudo podemos naquele que nos fortalece.
Repitamos com Santo Inácio de Antioquia, este já bem próximo de seu glorioso martírio: “Fogo, cruz, feras, dilaceramentos, esquartejamentos, mutilações dos membros, trituração de todo o corpo, os mais perversos suplícios do demônio caiam sobre mim, contanto que eu alcance a posse de Jesus Cristo.” Estas são palavras dignas de um católico, convicto da vitória de seu Senhor! Mesmo perante a dor e a provação mais atroz, saber proclamar bem alto a certeza da sua fé, sem jamais esmorecer ou ceder aos inimigos da cruz bendita.”
Virgem de Guadalupe, ora pro nobis!
Muitíssimos foram os Papas, santos e os mais diversos escritores cristãos que, percebendo esta astúcia diabólica, não se esquivaram da grave missão de acordar-nos para o imenso perigo que assola a Igreja do Deus vivo. Por hora, entretanto, antes de olharmos mais diretamente nesse ponto, fixemo-nos noutra questão de extrema relevância para todos os que peregrinam neste vale de lágrimas.
Assim como no grupo dos doze apóstolos pairava, tenebrosa, a sombra de Judas Iscariotes, o traidor; de igual modo hoje, dentro dos próprios muros da Igreja, arrasta-se, venenosa, “a descendência da serpente”. Ela está sempre pronta para os mais ardilosos golpes contra “a descendência da mulher” de que nos fala profeticamente o livro do Gênesis. Todavia, se em tempos idos, a santa intransigência dos filhos da luz sabia posicionar-se com destemor e ousadia perante o erro para vencê-lo; agora, nesses dias de apostasia e indiferença, os filhos das trevas parecem triunfar sobre a verdade e humilhar a Igreja de Cristo.
Sentimo-nos, novamente, em plena noite de Quinta-feira Santa. A Igreja sangra; dormem aqueles que deveriam velar com o Redentor; e os inimigos, sorrindo aos quatro cantos do mundo, avançam com virulência. Fazendo nossas as palavras do Filho de Deus, poderíamos dizer respeitosamente a alguns de nossos superiores na hierarquia eclesiástica: “Por que dormis? Levantai-vos, orai...”. O mesmo Cristo reconhecera em S. Marcos: “Vós todos vos escandalizareis, pois está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas serão dispersas.”
É interessante observarmos como a vida de Nosso Senhor é, como que, recapitulada na vida da Igreja. Quantas vezes o Divino Salvador encontrou seus amigos a dormir, mesmo em momentos angustiosos como aquele do Getsêmani?! Quantas vezes teve de repreendê-los?! E nós, membros do Corpo Místico de Cristo, a Igreja Católica, quantas vezes nos vimos perante a letargia de nossos superiores? Diante da prostração espiritual daqueles que deveriam levantar a voz em defesa da verdade, quantas vezes bradamos e não fomos ouvidos?
Ao contrário, enquanto os maus se organizavam para ofender, maltratar e tramar a morte da Igreja, grande número de nossos pastores banqueteavam no reino dos apáticos. Seus olhos, pesados por preocupações desnecessárias e incoerentes, deixaram passar os ladrões e malfeitores que perderam muitas ovelhas. Sim, roubaram, mataram e destruíram, sem dó nem piedade, a muitas almas... Em contrapartida, reconheçamos mais uma vez, e com dor em nossas almas: dormiam os vigias de “Israel”...
Porém, após a Quinta-feira Santa, se é verdade que tudo continuou a se entenebrecer ainda mais na Sexta-feira da Paixão; e, se este dia cedeu lugar ao silêncio do Sábado Santo (silêncio de derrota para uns, mas silêncio de esperançosa alegria para outros); também é verdade, que no Domingo da ressurreição tudo se fez luz, glória e alegria indizíveis. O Senhor cumpriu sua palavra! Ele ressurgiu em toda sua majestade. Triunfou para sempre!
De igual maneira, se a Igreja sofre unida com o Cristo as dores de agonia, e seus membros completam na carne o que falta às tribulações do Mestre; também é verdade que tomará parte na alegria da ressurreição. Ali, tudo será festa, exultação e felicidade! Nesta “noite” em que se encontra a Igreja, vislumbramos Maria Santíssima aos pés da Cruz. Ao seu lado, São João, o discípulo amado. Ambos, exemplos luminosos para a alma de todo fiel católico! Revela-nos, de fato, o Santo Evangelho, que junto à Cruz de Jesus estava de pé sua Mãe! Não diz que chorasse tomada de desespero, ou mesmo, que se jogasse pelo chão aos prantos, vencida e acabada. Não!
Ela estava de pé! Não dormia. Sofria com o Redentor.
Participava em sua dor, e guardava n’alma a certeza de tudo quanto dissera seu divino Filho. Por isso, não fora visitá-lo no sepulcro como fizeram as outras Marias na madrugada da ressurreição. Com toda a certeza o esperava ressuscitado.
Nossa Senhora possuía a certeza duma vitória imponderável!
Assim também nós, imitadores de Maria, mantenhamo-nos de pé perante a Cruz do Cristo. Participemos de seus sofrimentos, completando em nossa carne o que falta às suas tribulações, por seu Corpo que é a Igreja.
Tal qual Simão de Cirene, de que nos falam as Escrituras, coloquemo-nos a carregar a cruz com Cristo sofredor. Tomemos lugar entre suas humilhações. Assim, crucificados com Ele, também participaremos de sua glorificação.
Seus inimigos avançarão com maior ousadia, ferirão seu Corpo já muito ensangüentado. Chicotearão, ofenderão ainda mais, humilharão com maior malvadeza... Nós, porém, solidários com o Senhor, peçamos a graça de permanecermos fiéis ao seu lado; afinal, tudo podemos naquele que nos fortalece.
Repitamos com Santo Inácio de Antioquia, este já bem próximo de seu glorioso martírio: “Fogo, cruz, feras, dilaceramentos, esquartejamentos, mutilações dos membros, trituração de todo o corpo, os mais perversos suplícios do demônio caiam sobre mim, contanto que eu alcance a posse de Jesus Cristo.” Estas são palavras dignas de um católico, convicto da vitória de seu Senhor! Mesmo perante a dor e a provação mais atroz, saber proclamar bem alto a certeza da sua fé, sem jamais esmorecer ou ceder aos inimigos da cruz bendita.”
Virgem de Guadalupe, ora pro nobis!
Bibliografia: CRUZ, Prof. Pedro M. da. Perseguição à Igreja, Coluna e Sustentáculo da Verdade. Prod. SSVM. 2012.