Menino Jesus ensinando os doutores da lei, Lucas 2, 41-52. |
Por Pietro Mariano dos Santos
B - A necessidade dos Grupos de Estudos
Mas, o que fazer perante uma situação catastrófica como essa? Cristo nos pede uma resposta!
“Perdão, meu Senhor, Mas se tu
estás conosco, porque nos aconteceu tudo isso? [...] Vai com essa força que
tens e salva Israel de Midian. Sim, sou eu quem te envia, diz o Senhor!” (Jz.
6,1 -14)
S.S. Bento XVI nos dá pistas
valiosas sobre o modo como, auxiliados pela graça de Deus, poderemos vencer as
dificuldades de nosso tempo. Convido a todos os nossos leitores (digo, aos
leitores dos blogs “Sociedade Apostolado”
e “Escritos Católicos”, assim como, aos
leitores dos “Boletins Pugna”) para que consultem sua carta apostólica - Porta Fidei. Ali, “à luz da Tradição”, como ele mesmo nos pede, iremos colher excelentes
aconselhamentos para a missão a que o hoje
nos convida. Aqui nos limitaremos a abordar tão somente um ponto: a necessidade
de aprofundamento dos conteúdos da fé.
Noutro texto, traçando a mesma
via de suas reflexões, escrevera Bento XVI:
“Estudai o catecismo com paixão e
perseverança! Para isso, sacrificai o tempo! Estudai-o no silêncio do vosso
quarto, lede-o enquanto casal se estiverdes namorando, formai grupos de estudos e redes sociais, partilhai-o entre vós na
Internet! Permanecei deste modo num diálogo sobre vossa fé.”[1]
Ficamos felizes ao perceber que a
SSVM já havia intuído, por uma ação toda particular da Graça, essa necessidade
tão premente dos Grupos de Estudos e trabalhos afins. Muitos anos antes de
Bento XVI fazer essa proposta à juventude, a Pia Sociedade, guiada pelo
Espírito Santo, iniciara o projeto de unir fraternalmente os homens e, com
profunda Vida Espiritual, sob o manto da Virgem Maria, investigar as riquezas
da Fé cristã, assim como, tudo aquilo que se refere a ela, direta ou
indiretamente (aqui um aspecto social e político que não deve ser olvidado).
Conhecer o conteúdo da Revelação
nos leva, guiados por Deus, a optar pela vida nova em Cristo e, desse modo,
deixar-nos plasmar em toda nossa existência humana. “Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afetos, a mentalidade e o comportamento do homem
vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário
jamais completamente terminado nesta vida.” (Porta Fidei, Bento XVI, n. 6)
“Tudo quanto não foi ainda
penetrado nos nossos pensamentos, nos nossos desejos, na nossa sensibilidade,
na nossa conduta, pela luz e pelo fogo do Paráclito, permanece estranho ao
‘mistério da eclesialidade’. Cada um de
nós no seu universo interior, possui continentes inteiros sobre os quais não
foi ainda elevada a cruz [...]” [2]
É cada vez mais gritante a
necessidade de redescobrirmos os conteúdos da Fé professada, celebrada, vivida
e rezada, como nos sugere o papa. Quando reencontrarmos o entusiasmo de
comunicar a Fé (como faz este blog), aí sim, retomaremos com nossa provada
ousadia católica aquela meta tantas vezes descartada por uma antropologia cristã
capenga: a salvação das almas (Porta Fidei, Bento XVI n. 15).
O conhecimento dos conteúdos da
fé é essencial para se dar o próprio assentimento, isto é, para aderir
plenamente com a inteligência e a vontade a quanto é proposto pela Igreja (Porta Fidei, Bento XVI, n. 10). Principalmente
aqueles pontos da doutrina tão esquecidos ou desprezados por alguns da elite
eclesiástica, como, por exemplo, o Reinado
Social de Nosso Senhor Jesus Cristo, onde a filosofia do evangelho
governará novamente os Estados, e a influência da sabedoria cristã penetrará as
leis, as instituições e os costumes dos povos; todas as categorias e todas as
relações da sociedade civil. (S.S. Leão XIII).
Aqui surge a importância dos Grupos de Estudos, onde, em fraternal
convivência, firmes na oração e em profícuo esforço intelectual, ocorre o
crescimento e maturação da vida cristã. Essas convivências fraternas, além do
mais, auxiliam os participantes a manter o coração aberto à graça; realidade
que - dada a ausência da atmosfera cristã (atmosfera essa mantida por esses
grupos) - tende a esvair-se.
Um católico que não convive com católicos verdadeiros é como brasa
afastada do fogo: seu destino é perder o brilho, esfriar-se.
Prezados leitores, não podemos
ser indolentes na fé. A combatividade
deve mostrar-se como o grito de guerra das almas apaixonadas pela Esposa de Cristo em oposição ao
relativismo das massas; privadas, muitas vezes, da meditação e reflexão pelo
mau uso que fazem das novidades tecnológicas dos tempos hodiernos.[3]
“Ter uma fé clara, segundo o credo da Igreja, muitas vezes é
classificado como fundamentalismo. Enquanto o relativismo, isto é,
deixar-se levar ‘aqui e além por qualquer vento de doutrina’, aparece como a
única atitude à altura dos tempos hodiernos. Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que nada reconhece como
definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e as suas
vontades.” [4]
(Cardeal Ratzinger)
Olhando para a Virgem Mãe de Deus,
feliz porque acreditou (Luc. 1,45), supliquemos ao Pai que conceda graças
especialíssimas nesse Ano da Fé a
todos os Grupos de Estudos da
Sociedade da Santíssima Virgem Maria (SSVM) que lutam para aferventar a vida
espiritual e intelectual de seus membros em guerra contra a mentira e o erro.
Virgem Santíssima, ora pro nobis!
Maria
Sempre!
[1] Carta
aos Jovens, Bento XVI.
[2]
BIFFI, Giacomo. Para amar a Igreja. Trad.
Socorro Coelho. B. H., Ed. O Lutador, 2009, p. 108
[3] MACHADO,
André; MATSUURA, Sérgio. Tudo ao mesmo tempo agora na rede. O Globo, Rio de Janeiro, 24 de junho de 2013. Economia, Digital e
Mídia, p. 22.
[4]
Ratzinger, Joseph. Homilia da Missa de
abertura do Conclave (Pro Eligendo
Romano Pontífice) 18 de abril de 2005.
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