quinta-feira, 8 de abril de 2010

“O que fazer? Estará tudo perdido para mim?”

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Por Prof. Pedro M. da Cruz.
 
“Quem quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” [1]
“Aproximai-vos de Deus e Ele se aproximará de Vós.” [2]
“Não vos enganeis: de Deus não se zomba.”[3]
 
 
Ficamos boquiabertos ao perceber o desnorteamento de tantos jovens em nosso tempo. Estão perdidos entre mil futilidades. Quantos chegaram ao extremo de trocarem a verdade de Deus pela mentira, adorando a criatura em lugar do Criador![4] Choram e berram por seus times; se matam de trabalho, a fim de terem um trocadinho nos finais de semana; além de sacrificarem seus corpos em academias, as quais se tornam, muitas vezes, meros santuários da vaidade... entretanto, por Cristo, que fazem? NADA!
Esqueceram-se do fim último de toda a criação. Perderam o espírito católico de penitência e mortificação. Escravizaram-se pelo prazer, e agora, andam como miseráveis, mendigando adrenalina, emoções... qualquer coisa que prometa preencher o vazio interior.
Cortam as noites em festinhas maliciosas, com quartos devidamente preparados para o pecado; tramam uns com os outros, formas, as mais variadas, de atraírem à sua rede certas meninas tolas, tão levianas quanto eles; finalmente, trazem, nas dobras das roupas, seus papelotes, bem escondidos para se esquivarem da polícia. E, quando julgamos que já foi demais, vemo-los mergulharem em momentos de intenso frenesi e histeria, fascinados pelas luzes das boates; guardarem, no anonimato, a dor por sua feiúra de alma, e, deste modo, com tantos recursos inúteis, abafarem – mesmo que por pouco tempo - a angústia que carregam no peito. Estão distantes de seu Deus... o único capaz de dar repouso às almas.[5]
imageIsso explica o fato de tantas vezes, durante o dia, trazerem a cara amarrada, além de emburrarem com qualquer um que ameace sua libertinagem. Outras vezes, ficam taciturnos pelos cantos à espera dum novo momento de distração que abafe o vazio do ser e a melancolia. São escravos de si mesmos; hipnotizados por seus desejos egoístas. Só querem satisfazer os instintos; igualam-se, vergonhosamente, a animais no cio, tomados de vil irracionalidade. Iludidos pela sensação de infinito que o prazer lhes sugere, entregam-se, ignorantes de tudo, enlaçando-se, mais e mais, nesse visgo material. Ainda não perceberam, que a “carne”, após o Pecado de Adão, tornou-se um perigo?
O Venerável Tomas de Kempis confirma esta realidade. Adverte-nos, que dadas as coisas como estão, a natureza humana apresenta-se, realmente, astuta. A muitos atrai, enreda e engana, não tendo outra coisa em mira senão a si mesma. Tem horror à mortificação; não quer ser oprimida, vencida, sujeita, ou submeter-se voluntariamente a qualquer autoridade. Segundo ele, essa natureza, corrompida como está após o Pecado Original, só trabalha em seu próprio interesse, aprecia imensamente a ociosidade e o bem estar do corpo. É cobiçosa, antes quer receber do que dar; inclina-se desmedidamente para as criaturas, centra-se na própria carne. Enfim, busca com virulência todas as vaidades e vãos passatempos exteriores que possam deleitar os sentidos. Tem-se, de fato, em conta de um deus absoluto. Quer em tudo ser servida .[6]
Vêm-nos agora em mente a figura cômica e desconcertante do imperador Calígula. Doido, jurava a todo império romano sua suposta divindade. Robert Graves, em seu conhecido romance histórico “Eu, Claudius, Imperador”, soube entreter-nos com fatos interessantíssimos da vida desse lunático. Certa feita, perguntara a seu tio Claudius: “Pensas que sou louco?” Este, conteve um riso inquieto, tão perigoso quanto verdadeiro. “Louco, César? Perguntas se eu te cimagereio louco? Mas tu és, por todo o universo habitável, o próprio modelo da razão.” Calígula, então, prossegue num tom confidencial: “È muito difícil, Claudius, ser um deus disfarçado em homem. Muitas vezes supus que ia ficar louco...” É fácil perceber a esperteza de seu interlocutor, que só lhe falava nestes termos para não ser assassinado, como, aliás, o eram todos aqueles que ousavam desagradar a mente delirante do Imperador.[7] 
Não vemos aí o modelo pitoresco de tantos jovens egocêntricos da atualidade? Se bem que mais discretos em sua auto-proclamação, não deixam de tratar-se tal como deuses! Desprezam o verdadeiro Senhor de toda a criação, curvam-se submissos aos seus péssimos instintos egoístas, “assassinam” todos aqueles que ousam colocar-se em seu caminho - mesmo que sejam os próprios pais, tantas vezes, impotentes perante a rebeldia dos filhos – por fim, realizam a incrível façanha de conviverem, anos a fio, com a angustiosa aflição de verem-se arrastados à loucura de uma vida desregrada e triste.
Com efeito, percebem a crueldade dos vícios que os escraviza, e de tal modo, que são forçados a passar noites inteiras em claro, perturbados que estão com a idéia fixa e sombria de que suas vidas não tem mais sentido. Descobriram, decepcionados, que suas forças são impotentes perante as várias situações criticas que se formaram no labirinto dos desvios morais. Até mesmo suas mentes começam a dar sinais dum confuso enfraquecimento; a morbidez enche a alma vazia e escura; uma secura toma o coração já magoado com a vida; a solidão aperta o peito incomodado; tudo parece perdido, sem cor, vazio... só uma coisa ainda martela no deserto de frustrações interiores: “Esperar pela noite próxima!”
Ah, sim! Ali haverá o “sexo fácil” - essa triste prostituição do corpo - para os desviar, temporariamente, dos tormentos e descontentamentos pessoais; acharão as drogas, prometendo arrancá-los da depressão que corroe por dentro; poderão pular, em meio a uma grande multidão de insatisfeitos, fingindo alegria, ao som de músicas alucinantes que os tornam surdos à voz da consciência; verão seus “amigos”, tão desgraçados quanto eles – pobres coitados – jurando-se o máximo, “cheios de atitude”, “massa demais”, enquanto que, na realidade, tudo é pura enganação. Tanto eles quanto os outros, vivem angustiados e infelizes no íntimo de seus corações, afastados de Deus, o único que pode trazer a paz e a verdadeira felicidade.
“Vocês acham que sou louco?” Indagará um deles a seus amigos, fazendo eco às dúvidas de Calígula. “Louco? – responderão - Pergunta se te achamos louco? Mas você é, entre toda a rapaziada, o ‘mais cabeça’, ninguém aqui tem mais moral que você, véi!” Oh, meu Deus! Quando vão perceber que, na verdade, beiram a loucura por agirem assim, como um “deus disfarçado de homem”, se é que ainda são homens e não trapos, ou resto de lixo, pois é nisso que nos transforma o pecado...
Validado pelas palavras falsas e lisonjeiras dos companheiros, o jovem ludibriado ainda encontrará forças para suportar o ritmo fúnebre do dia seguinte, terá como fuga novas músicas estridentes ao ouvido, além de pornografias ocasionais, ou mesmo, o dormir, ininterruptamente, enquanto espera pelas ilusões da noite posterior. De fato, para o faminto tudo o que é amargo parece doce...[8]
Poderíamos continuar descrevendo essa incrível queda morro abaixo por mais algumas páginas, porém, parece que já dispusemos o bastante para chamar a atenção sobre a pobre condição de tantas almas juvenis de nossa época. Bem sabemos, que algumas vezes, no silêncio de seus quartos, escondidos de todos os olhares, muitas vezes, ousaram elevar uma oração abafada àquele Deus que insiste em procurar por seu amor. Porém, nada surtia efeito... tudo parecia sem jeito e perdido. Não é verdade? O fato é que tendo afastado o ouvido para não ouvir a sabedoria, até mesmo sua oração tornara-se um objeto de horror perante o Céu .[9] Recordemo-nos de que Deus é amor, porém, sem desprezo da justiça ...
Mas, então, o que fazer? Tudo está acabado? Haverá salvação para vidas tão infelizes? “Aos homens isto é impossível, mas a Deus tudo é possível”.[10] Disse-nos o Senhor Jesus: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas..”[11]
Sim! Repouso para a alma! Pois, o pecado cansa nosso coração, maltrata o espírito, deixa tenso o eu mais íntimo do ser humano. Quem o ver sorrindo, jamais poderá imaginar a angústia cruel que o atormenta noite e dia, tomando-lhe o sono, arrancando-lhe as lágrimas, adoecendo-lhe os pensamentos.
Sim! Repouso para a alma! Mas, só depois de vir ao Redentor, tomar parte em sua Cruz, e, finalmente, receber sua Doutrina, como bem nos afirmou o texto evangélico. Ora, como se dará isso? A resposta é claríssima para os que conhecem com profundidade as Escrituras Sagradas: basta abraçar, verdadeiramente, a única Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, Católica, Apostólica e Romana! Eis uma grande e importantíssima exortação: aqueles que não tomarem parte na Igreja fundada pelo Filho de Deus, jamais encontrarão o repouso devido às suas almas! De fato, como poderemos chegar plenamente a Cristo, senão pelo misterioso caminho de seu Corpo Místico?[12]
Finalmente, descobrir-se-á que não era a mão do Senhor que se mostrava incapaz de nos salvar, nem seu ouvido demasiado surdo para nos ouvir; na realidade, eram nossos pecados que colocavam uma barreira entre nós e o Pai Celestial. Nossas faltas eram o motivo pelo qual o Altíssimo se ocultava para não nos escutar.[13] Com efeito, estava certíssimo o profeta Jeremias quando afirmava nesses termos tão graves: “nada há mais ardiloso e irremediavelmente mau que o coração do homem.” [14] Só Deus o pode compreender e salvar da confusão em que se encontra após haver abandonado o caminho da vida.[15]
Deste modo, tendo-se deixado seduzir pelo Senhor[16], e havendo-se decidido pela fidelidade a seus mandamentos, Deus enfaixará suas chagas e, do mesmo modo, curará as feridas de toda alma que o buscar verdadeiramente.[17] Aqui, portanto, apresentamos a resposta ideal para o triunfo de todo e qualquer ser humano, no que toca a ele, sobre o pecado e a infelicidade: arrepender-se de seus erros, decidir-se por Deus, cumprir com fidelidade os mandamentos do Senhor, tudo isso, obviamente, à sombra da única e verdadeira Igreja de Cristo.
Assim, caro leitor, venceremos, pela graça divina, o abismo que nos separa do amor de Deus; e então, teremos descoberto o grande mistério da Vida Espiritual: é Deus quem tudo faz em íntima colaboração com nossa alma...
E ali - escutai bem - no silêncio da nossa história, estará sempre Maria Santíssima, materna e inefável, implorando por nossa salvação. Sim! É ela quem segura paciente a mão forte da justiça divina. Com lágrimas copiosas comove o coração dulcíssimo de seu divino Filho. Sim! Ininterruptamente suplica por nós, noites e dias a fio, medianeira de todas as graças, silenciosa em seu amor...[18]
Oh, Maria concebida sem pecado! Rogai por nós que recorremos a vós! Amém.

[1] São Tiago 4,4
[2] São Tiago 4,8
[3] Gálatas 6,7
[4] Romanos 1, 25
[5] Salmos 61, 2
[6] KEMPIS, Tomas de. Imitação de Cristo. Trad. Frei tomas Borgmeier. 13ª Edição. Petrópolis: Vozes, 1965. Pag.200 -204
[7] GRAVES, Robert. Eu, Claudius, Imperador. Trad. Mário Quintana. Grandes sucessos, Série Ouro. São Paulo: Abril Cultural, 1983. 331 pgs.
[8] Provérbios 27, 7
[9] Provérbios 28,9
[10] São Mateus 19, 26
[11] São Mateus 11, 28-29
[12] É claro que a Igreja não ignora aqueles que se encontram num estado de ignorância invencível. Deus tem caminhos misteriosos, mas sempre em relação com sua Igreja verdadeira, Corpo Místico de Cristo. Outro ponto igualmente importante: Vejam bem, nós escrevemos “abraçar verdadeiramente”, pois, o mesmo efeito não se dá naqueles que estão na Igreja de modo hipócrita e mentiroso. Conf. São Tiago 1, 22.
[13] Isaias 59, 1- 2
[14] Jeremias 17, 9
[15] Jeremias 17,13
[16] Jeremias 20, 7
[17] Jeremias 30,17
[18] DE MONTFORT, S. Luíz Maria Grignion. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. 30a Edição. Petrópolis, Editora Vozes, 2002. Pg. 42-43. Onde se lê: “ ... é preciso concluir que a santíssima Vírgem, sendo necessária a Deus, duma necessidade chamada hipotética, devido à sua vontade, é muito mais necessária aos homens para chegarem ao seu último fim. Não se confunda, portanto, a devoção à Santíssima Vírgem com a devoção aos outros santos, como se não fosse mais necessária que a destes ...”

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O Ateísmo - Pe. Negromonte

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Embora a existência de Deus seja uma verdade que se prova por tantos argumentos, ainda há pessoas que a negam. Chamam-se ateus, que quer dizer: sem Deus.

Espécies de ateus

Os ateus se dividem em três categorias: 1. Os ateus teóricos negativos, os que ignoram por completo que Deus existe. 2. Os ateus teóricos positivos são os que corromperam a própria inteligência e a deturparam a ponto de negar a existência de Deus ou duvidar dela. 3. Os ateus práticos são os que vivem sem amar nem servir a Deus, portando-se como se Deus não existisse.

Não existem os primeiros. Todos os homens conhecem a existência de Deus. Mesmo os povos mais atrasados e selvagens têm religião e prestam culto a Deus. Foi um orador pagão, Cícero, que afirmou: “Não há nação, por grosseira e selvagem que seja, que não creia na existência dos deuses, embora se engane quanto à natureza deles”.

Os ateus teóricos positivos existem. Há homens que negam a existência de Deus. Isto acontece principalmente aos orgulhosos e aos corrompidos. Certos indivíduos, porque aprendem algumas coisas, ficam se julgando uns verdadeiros deuses, e por isso não querem mais crer que Deus existe. São Paulo explica isto, na Epístola aos romanos (1, 21- 22): “Tendo conhecido a Deus, não glorificaram nem lhe deram graças; mas desvaneceram-se nos seus pensamentos e obscureceu-se o seu coração insensato; porque, julgando-se sábios, tornaram-se loucos”.

Outros negam a existência de Deus, porque têm medo que ele exista. Vivem de tal modo que desejam não ter de cair nas mãos de Deus. O salmista diz que eles erram pelo coração: “disse o insensato no seu coração: não há Deus” (Sl 13,1). O evangelho também explica isto. “Todo aquele que fez o mal, aborrece a luz, e não se chega para a luz, para que não sejam julgadas as suas obras (Jo 3,20). É por isso que eles negam a existência de Deus.

Existem, finalmente, os ateus práticos. E são até muito numerosos, infelizmente. Não praticam nenhuma religião; por isso se chamam também indiferentes. No Brasil, costumam dizer que são católicos, embora não sejam praticantes. Mas na verdade não são católicos. São indiferentes ou ateus práticos.

Os argumentos

Diante dos argumentos que apresentamos para provar que Deus existe, os ateus procuram dar explicações, que, afinal, não explicam nada.

a) A matéria é eterna

Provamos que o mundo não podia existir por si só; que precisava de alguém que o criasse. Eles respondem, dizendo que a matéria é eterna. Mas não provam. Mesmo porque uma coisa eterna não pode deixar de existir, e a matéria deixa.

b) A geração espontânea

A própria ciência ensina que houve uma época em que a vida não existia na terra. Não podia existir, porque a terra era ígnea. Nós dizemos: “Foi Deus que criou a vida”. Eles dizem: “Não, a vida apareceu por si mesma. A matéria foi se transformando, até produzir os animais, e estes foram se aperfeiçoando até se tornarem homens”. Mas é falso. Ninguém dá o que não tem. Se a matéria não tem vida, como poderia produzir vida? Onde estão os animais que foram se aperfeiçoando? Por que nunca se viu o intermediário entre o macaco e o homem? Se isto fosse verdade, ainda hoje deveriam se transformar.

c) É obra do acaso

Nós provamos que a ordem do mundo exige uma inteligência suprema, que é Deus. Eles dizem que não, que isto é obra do acaso. Seria espantoso que o acaso realizasse uma coisa tão perfeita. Juntem as letras de uma frase apenas, misturem e agitem, e depois soltem no chão, para ver se o acaso forma a frase! Quanto mais a ordem admirável do mundo!...

Mas, dizem eles ainda, a ordem do mundo não é tão perfeita. Há algumas coisas que nós ignoramos. Sim, nós ignoramos. Isto é outra coisa. Não é culpa de Deus, é ignorância nossa. Mas a ordem do mundo não depende de nossos conhecimentos; depende do plano que Deus traçou. Um grande inimigo da religião, Voltaire, reconheceu isto:

L’ univers m’embarrasse, et je ne puis songer

Que cette horloge marche, et n’ait point d’horloger (1)

E são assim todos os outros argumentos que ateus apresentam.

Nas horas difíceis

Já dissemos que ateus verdadeiros, que não acreditam em Deus de modo algum, não existem. Só em casos anormais, muito poucos, e por pouco tempo. Os outros são aqueles para quem seria bom que Deus não existisse. Basta abrir os olhos e ver as coisas criadas, para logo sentir a necessidade de um Criador.

Um viajante, perguntou ao árabe que o guiava no deserto: “Tu acreditas em Deus?”. “Acredito, sim”. “Mas nunca o viste”. O árabe mostrou-lhe na areia os rastros de um leão: “Estás vendo o leão?” “Não”, disse o viajante. “Mas sabes que ele existe”, concluiu o árabe. E depois apontando para o céu: “Isto é o rastro de Deus”.

Nas horas difíceis, mesmo os “ateus” crêem em Deus. Volney, sábio do século XVIII, zombava um dia dos que crêem em Deus. Mas vem uma tempestade, e o navio ameaça perecer. Volney se põe de joelhos e começa a rezar, tremendo. Depois, como os católicos zombassem dele, explicou assim: “Só se é ateu, quando as coisas vão bem; mas o ateísmo nada vale, quando se desencadeia a tempestade”.

Para viver a doutrina

Os ateus são cegos, se fizeram tais. Quem foge da luz, termina sem poder vê-la. Os que se entregam ao mal, terminam perdendo a fé em Deus. São João diz que “a condenação está nisto: a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz” (Jo 3, 19). É o pecado que faz os homens ateus.

Quanto melhores nós formos, tanto mais creremos em Deus. Porque então não temos interesse em que ele não exista. Pelo contrário, queremos receber a recompensa.

Quanto mais puros, mais nos aproximamos de Deus. E, mais próximos, compreenderemos melhor.

Assim é que eu devo viver, para não perder a fé prática em Deus. Nunca serei um indiferente, que é o mesmo que ser ateu, e até peor.

Vou incluir na minha vida cristã o costume de rezar pelos ateus e indiferentes. Quando rezar no Padre nosso: “venha a nós o vosso reino”, pensarei neles.

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(1) O mundo me embaraça, e eu não posso compreender que este relógio ande sem ter relojoeiro.

 

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Livro: A Doutrina Viva - para o curso secundário
Autor: P. A. Negromonte
Editora "Vozes" - Petrópolis - Est. do Rio
Páginas: 20 - 24
NIHIL OBSTAT. Petrópoli, die Juanuarii MCMXXXIX. Fr. Fridericus Vier, O.F.M. Censor.
IMPRIMATUR. Por comissão especial do Exmo. e Revmo. Sr. Bispo de Niterói, D. José Pereira Alves. Petrópolis, 10-03-1939. Frei Heliodoro Müller, O.F.M.