sexta-feira, 21 de maio de 2010

Católicos e Rosacruzes. Estranha coincidência...

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Por Prof. Pedro M. da Cruz.
 
 
 
 
“... deve corrigir os adversários, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento e o conhecimento da verdade.”[1]
“Estai sempre prontos a responder em vossa defesa a todo aquele que pedir a razão de vossa fé.”[2]
“O teu ensinamento, porém, seja conforme a sã doutrina”[3]
 
 


Quem jamais ouviu esta afirmação: “Religião não se discute.”? Ora, todo discutível é incerto, problemático. As falsas religiões existentes pelo mundo afora, não apresentam contradições e incoerências dignas de sério questionamento? Partindo-se do princípio de que há uma única verdade absoluta, muitas vezes, não se torna conveniente um debate, ordenado e rigoroso, que permita o acesso à mesma?[4]
A verborragia reinante entre tantos homens, assim como, o relativismo subjetivista adjunto (absortos que estão na ignorância ou má formação), tudo isso, muitíssimas vezes, acompanhado de impaciências, tão inférteis quanto dispersivas, faz com que se pense na impossibilidade de tal nível benfazejo de discussão. No entanto, a história do catolicismo está aí para provar, não só a existência, como também a conveniência desse método cristão.
Perguntamo-nos, por fim, onde está aquele espírito, aquele brio cristão, que nos põe a aniquilar todo raciocínio e todo orgulho que se levanta contra o conhecimento de Deus? Onde, aquele entusiasmo católico, que pretende cativar todo pensamento e reduzi-lo à obediência a Cristo?[5] Paradigmática, é a figura de Santa Teresa, a virgem doutora de Lisieux:
“Quisera morrer em campo de batalha pela defesa da Igreja.(...) percorrer toda a terra, pregar Teu nome, e fincar em solo inimigo Tua Cruz gloriosa.(...) O martírio! Eis o sonho de minha juventude.(...) Porém, vejo que este sonho também é loucura, pois, não podeia limitar-me a desejar um só gênero de martírio... para satisfazer-me, eu necessitaria padecê-los todos...”[6]
Infelizmente, a grande maioria de nossos jovens estão longe deste modelo de santidade... Formados num pensamento distante do Evangelho, mais se parecem aos inimigos de Cristo. O pior, é que, na maioria das vezes, nem se dão conta desta triste situação. Urge, pois, evangelizar!
Postamos abaixo uma série de conselhos, muito parecidos aos que, geralmente, escutamos por aí. Pelo menos, é o que se tem difundido em vários grupos de jovens, de oração, ou mesmo, em “bondosas” homilias... para tristeza dos que amam a Tradição.
 
1. “Nunca permita ser envolvido em discussões quanto às crenças religiosas de outras pessoas, a não ser para ponderar sobre a solidez, a excelência, ou os possíveis benefícios de certas doutrinas, provando-lhes, dessa maneira, o Bem que existe em todas as religiões.”
2. “Jamais considere os seus pensamentos religiosos como superiores.
3. “Faça boa referência a respeito deles, se necessário mencione como eles o auxiliam, porém, não crie na mente de outros a impressão de que eles estão em pecado ou erro devido às suas crenças.”
4. “A religião que é melhor para cada qual é a que permite a compreensão de Deus e dos misteriosos desígnios de Deus.”[7]

O leitor gostaria de saber onde encontramos estes “bondosos” aconselhamentos? Foram retirados, nada mais nada menos, que do chamado “Código Rosacruz de Vida”. O que é compreensível, por vir de um grupo esotérico, ocultista, amigo da Maçonaria e enamorado da New Age. Porém, quanta coincidência com uma errônea visão ecumênica de tantos leigos e sacerdotes modernistas... dizendo-se promotores do “amor”, esquecem-se de que este consiste em que vivamos segundo os mandamentos de Cristo[8], e não escravos dum vago sentimentalismo, que aceita o erro e a heresia. No mais, é clara a Sagrada Escritura: “Aquele que detesta a reprimenda é sempre um insensato.”[9]
Maria, Mãe da Igreja, rogai por nós nesta hora de crise, a fim de que, sem desânimo algum, possamos triunfar na luta contra o Demônio. Isso, apesar das afrontas daqueles mesmos que deveriam nos animar na batalha... Amém.
 
✠ ✠ ✠
 

[1] Conf. II Tim.2,25
[2] Conf. I Ped.3,15
[3] Conf. Tit.2,1
[4] AQUINO, Santo Tomás de. Suma de Teologia, I. Parte I. Cuestióm 16. Biblioteca de Autores Cristianos. Madrid, 2001.
[5] Conf. IICor. 10,5-6
[6] LISIEUX, Teresa de. Historia de un alma, manuscritos autobiográficos. Trad. Setién de Jesús María O.C.D. Colección Teresita. Segunda edição. Editorial Monte Carmelo, Burgos, 1978. Pg. 253-254.
[7] LEWIS, H. Spencer. Manual Rosacruz. 17º Edição norte americana. Coordenação: Maria A. Moura, F.R.C . 6º Edição brasileira . Biblioteca Rosacruz, Volume especial. Rio de janeiro: Editora Renes. Pg. 214.
[8] Conf. II Jo.1,6
[9] Conf. Pro.12,1

terça-feira, 18 de maio de 2010

Mãe... é mãe

 

Por João S. de Oliveira Júnior

 

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Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca. (Isaías 49,15)

 

 

 

 

 

 


 

 

Joana, todos os dias, acompanha e leva no colo seu filho Pedro, que tem uma grave patologia congênita, ao hospital. Chances nulas de ele ter uma vida normal, respira só com ajuda de aparelhos e se alimenta por sondas. Dona Euália, todas as semanas vai ao presídio visitar e levar comida ao filho Joaquim, preso por homicídio e tráfico de drogas. Ela tem fé que, quando ele sair, possa arrumar um emprego. A senhora Ana Helena, viúva com cinco filhos, acorda todos os dias às 6:00 horas da manhã para pegar no pesado e garantir o leite da família. Dá duro para que possam estudar e terem um futuro melhor. Ela só volta a dormir à meia noite, quando os mais velhos já retornaram para casa.

Prezado leitor, estes são nomes e situações que foram criados por este autor, mas são casos tão verídicos e corriqueiros, que você certamente também presencia ou identifica semelhanças no seu dia-dia. Poderia imaginar mil e um poemas para representar o amor materno, no entanto parece que apenas citando fatos já o deduzimos.

Não é de estranhar que Deus mostrando seu grande amor e fidelidade aos seus diletos (1), comparou aquele com o de uma mãe. Sim, se tem um Amor Terreno que mais se aproxima do Divino, sem dúvidas, é o Materno. Poucos entenderam, quando Madre Tereza de Calcutá declarou em discurso oficial à ONU que o maior perturbador da Paz Mundial na atualidade é o aborto: _ Por que se uma mãe é capaz de matar o seu próprio filho, o que falta para eu matar você e você me matar? Não falta nada (...) (2). Ela referia que tal ato não é apenas a morte de um indefeso no ventre materno, mas também uma morte da própria mulher que por natureza tem o dom sobretudo de ser mãe (3), ou seja, a morte do potencial de Amor verdadeiro naquela ocasião. Claro que, uma vez dado a luz, ainda que indesejado ou em circunstâncias adversas, dificilmente uma mulher desejaria a morte de seu filho. Sempre recordo que 95 % das mulheres que abortam não abortariam caso tivessem apoio do pai da criança (4) ou tivessem mais ciência do que estariam fazendo. Logo, o maior assassino do mundo atual chama-se “mentalidade abortista” que quer roubar da mulher a consciência de seu dom mais precioso e divino, ser mãe.

A propósito, o próprio Deus quis ter uma mãe! Eis mais uma vez o mistério da encarnação: E o verbo se fez carne e habitou entre nós (...) (5) Como citou são Luiz de Montfort, nosso Senhor Jesus Cristo não quis apenas vir ao mundo por meio de uma Mulher, também quis ser cuidado e ter dependido dela (6). Muito além de carregar Deus Filho nove meses no ventre, Maria Santíssima acompanhou-o por toda a vida terrena, desde o nascimento passando pela vida cotidiana em mais de 30 anos até ao drama da Cruz. Tamanha humildade de nosso Senhor que resplandece a Sabedoria infinita de Deus. Maria, que regozijou como ninguém o mistério da encarnação (7), sentiu naturalmente (por ser mãe) mas, sobrenaturalmente também (pelo Filho que tem) as agonias d’Ele no momento mais difícil(8). Se caso questionássemos se alguma criatura foi tão íntima e próxima de Deus, Uno e Trino, Todo Poderoso, teríamos dúvida ainda de quem fosse? Teríamos dúvida de quem mais amou, de fato, a Deus?

Já dizia dona Ilda, minha genitora: A mãe só quer o bem, mãe é mãe.

Neste mês de maio, dedicado às mães e Àquela que foi o exemplo de mãe, suplicamos a Ela, mais uma vez, que interceda por nós e por nossa Madre Igreja a seu Filho amado.

 

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(1) Vide Isaías 49,1 e15.

(2) Vide discurso de Madre Tereza à ONU, dezembro de 1979, quando recebeu o Nobel da Paz: http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=OPINIAO&id=opi0266

(3) Carta Apostólica Mulieries Dignitatem, vide capítulo VI – Maternidade e Virgindade: http://agnusdei.50webs.com/muldig0.htm

(4) Vide estudo do Prof. Doutor Adriano Vaz: http://www.freewebs.com/somosmedicosporissonao/sadepsquicadamulher.htm

(5) Vide Isaías 7,14 e são João 1,14.

(6) Vide “Tratado de Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, cap. V, art. II, 139.

(7) Vide São Lucas 1,46-55.

(8) Vide São Lucas 2,34-35 e 51 e São João 19,25.