quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O mundo deve ser católico!






Prof. Pedro Maria da Cruz


 "O mundo foi criado em vista da Igreja." (CIC - §760)

 "A Igreja é a finalidade de todas as coisas..." (CIC - §760)


Nosso Senhor Jesus Cristo é o fundamento de todas as coisas. Deste modo, a pertença à Sua única Igreja verdadeira, assim como, a austera fidelidade à Sua doutrina revelada, torna-se um imperativo para os seres humanos. Sim, todos devem ser católicos! Afirmemos desde logo esta verdade com extrema ousadia, sem meias palavras. As pessoas estão fartas de melindres apologéticos e insinuações escrupulosas; terrenos férteis para a confusão e a pérfida heresia.

Mesmo aqueles que ainda se encontram nas trevas da ignorância suspiram pela salvação. No mais íntimo de seus corações anseiam pelo conhecimento da verdade. Toda alma distante do Redentor está sedenta e insatisfeita; assemelha-se à terra árida e sequiosa. Não nos deixemos enganar: só há verdadeira felicidade ao lado do Cordeiro; quando nos tornamos, pela graça, partícipes de Sua vida sobrenatural.

O ensino constante da Tradição nos dá a certeza de tudo quanto temos afirmado. No entanto, muitos são os leigos, padres e bispos que, infelizmente, julgando-se superiores ao Magistério eclesiástico, ousam ocultar estas verdades, quando não terminam por negá-las abertamente. Juram, deste modo, fazer grande bem à humanidade por colocarem-se em pleno acordo com as “novas formas de ver o mundo”. Em nome de um ecumenismo modernista, todo ele, incompatível com o pensar da Igreja, jogam por terra séculos e séculos de suor e lágrimas, lutas e sangue oferecidos pela evangelização dos povos.

Quantos mártires se doaram pelo triunfo da verdade! Quantos esforços heróicos de missionários e mais missionários testemunharam estes ensinamentos! E agora, em razão de uma incompreendida liberdade religiosa, pretendem reduzir o cristianismo a uma simples religião em meio às outras.

Deturpação da Verdade

No pensamento desses pseudo-cristãos, a fé Católica seria tão natural como todo e qualquer engenho da criatividade humana; um mero fruto cultural de épocas remotas. Segundo eles, como a Igreja teria surgido a partir de necessidades históricas ultrapassadas, agora deveria largar as armas, render-se, desaparecer... e, ceder lugar aos novos projetos da modernidade. Se quisesse continuar a existir, deveria, isto sim, deixar-se modelar de acordo com os desejos da criatura e não relutar numa busca incansável pela glória dos tempos de antanho. Nessa perspectiva, percebe-se facilmente, o Dogma é mero entrave a ser criticado e destruído.

Portanto, para os inimigos da Tradição cristã, toda a realidade deve possuir o colorido que os homens julgarem mais conveniente. Afinal, ele, o indivíduo, é (de acordo com esse antropocentrismo) “a medida de todas as coisas”. Não é difícil aqui, caro leitor, ouvirmos o eco das idéias luciferinas, ele que também pretendeu-se no lugar do Criador: “Sereis como deuses.” (Gen. 3,5)

O próprio Jesus Cristo, na boca daqueles que têm coragem o bastante para ir ao extremo de suas reflexões, torna-se um mero líder religioso, tão sagrado ou tão “deus” quanto qualquer outro que se creia como tal. Se a Religião, para esses fautores de heresias, é apenas uma manifestação de um difuso sentimento religioso, e Nosso Senhor Jesus Cristo é um simples líder comparável a tantos que marcaram nossa história, então, o brilho do cristianismo se obscureceu. A própria idéia de Religião perdeu sua centralidade. Tanto faz que permaneçamos nesta ou naquela filosofia, que sigamos este ou aquele caminho.

Talvez – seguindo ainda mais esse raciocínio grogue - seja até melhor, abster-se da filiação a um grupo religioso específico. De fato, uma vez descoberta esta suposta dança histórica (de nascimentos e ocasos filosófico-religiosos) poderíamos assim nos privar de possíveis dogmatismos, ou surtos de poder que uma dessas instituições religiosas venham a adquirir com o passar dos tempos.

Portanto, tomar consciência de que não houve Encarnação, ou mesmo, de que não houve iniciativa por parte de Deus em criar uma religião específica, entre outras coisas, colocar-nos-ia acima de todas as religiões e nos daria o direito de exigir das mesmas que se submetam à nossa incrível capacidade racional e evolutiva. Temos aqui a vitória do naturalismo, circundado, claro, de todas as filosofias que participam (em graus variados) de seus princípios ou conclusões “lógicas”.

Entretanto, o Filho de Deus foi claro e objetivo ao ordenar a seus apóstolos a radicalidade de sua missão: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as nações. Batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi.”

Ora, se o Divino Mestre possui toda a autoridade, a quem mais irão os homens? Se todas as nações devem ser ensinadas a observar o Evangelho, que lugar haverá no mundo para doutrinas não-cristãs? E, finalmente, se todo indivíduo precisa ser batizado no cristianismo, isso não significa que todos devam ser, necessariamente, cristãos, e, portanto, pertencentes à única Igreja fundada por Jesus Cristo?

Como podemos perceber, a própria Sagrada Escritura (mesmo não sendo a única fonte da Revelação) é claríssima ao nos ensinar sobre esta questão de importância capital. Sendo assim, ou Cristo sempre esteve errado e poderemos abandonar nosso caminho tradicional; ou, pelo contrário, Nosso Senhor sempre esteve correto, e todos os que atacam a doutrina católica estão afogados na mais triste heresia.

Se o Divino Redentor ensinou a verdade, isso significa que possuímos o gravíssimo dever de promover a centralidade do cristianismo, e, portanto, de anunciar Sua Igreja como necessária a todos os seres humanos. Significa, por fim, o dever de nos submetermos totalmente aos ensinamentos da instituição fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo: Católica, Apostólica e Romana.

Virgem Maria, ora pro nobis!


Referência:

Livro: Igreja, Coluna e Sustentáculo da Verdade – Prof. Pedro M. da Cruz