quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Honra teus pais e terás vida longa

 

 

Thales Silva

“O quarto mandamento nos ordena amar, respeitar e obedecer aos pais e a quem tenha autoridade sobre nós, isto é, aos nossos superiores. Também nos proíbe a faltar à honra para com os pais, os superiores, e nos proíbe desobedecer-lhes”. (1)

Os três primeiros mandamentos da Lei de Deus falam-nos de nossos deveres para com Deus; os outros sete se referem aos deveres para conosco e para com o próximo.

O homem nasceu para viver em sociedade. A primeira sociedade em que este se encontra é a doméstica, ou familiar. Em toda sociedade bem organizada, há uma belíssima hierarquia, ou seja, há quem mande e há quem obedeça; daí as relações de superioridade e sujeição determinadas no quarto mandamento.

O quarto mandamento refere-se sobre a honra devida aos pais (Ex 20, 12), aqueles a quem, depois de Deus, devemos a vida, e os quais com amor, penas e sacrifícios nos criaram e educaram. Em todo momento deve ser lembradas e retribuídas as tribulações e as vitórias de nossos pais (Eclo 7, 29s). Devemos-lhes então, amor, respeito, obediência e assistência.

Amor: A própria natureza nos inclina a amar aos pais, isto é, a querer-lhes com afeto, a desejar-lhes o bem e a nos compadecermos deles. Nosso amor precisa se expressar em obras, devendo ser sobrenatural, isto é, inspirado em motivos sobrenaturais, por amor de Deus. O amor aos pais é sempre devido, ainda mesmo que, por graves causas, eles se tornassem indignos.

Respeito: Os pais são os representantes de Deus. Por isto devemos-lhes o máximo respeito, mostrando-o com obras, palavras e em todas as ocasiões. Se houver nos pais defeitos naturais, convém suportá-los amorosa e pacientemente e se houver defeitos morais, não lhes aprovemos, mas com prudência e delicadeza tentemos ajudá-los. Porque “maldito aquele que despreza o pai e a mãe (Dt 27, 16).”

Obediência: “Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso (Lc 2, 51).” Lembremos-nos pois, o exemplo da sagrada obediência de Nosso Senhor Jesus Cristo para com o Fidelíssimo São José e a Santíssima Virgem Maria. A obediência aos pais é do agrado de Deus (Cl 3, 20), e traz acompanhada uma promessa divina (Ef 6, 2). Confiante obediência devemos aos nossos pais, lembrados de que eles são obras de Deus e representam-No (Eclo 3, 1-18).

Assistência: Cabe-nos a ajuda aos nossos pais e assisti-los nas necessidades materiais e sobretudo nas espirituais, manifestando-lhes humildes conselhos e socorros espirituais, rezando por eles em vida e depois da morte.

Com a graça de Nosso Senhor, reconheçamos o valor e a grandeza de nossos progenitores, uma vez que, na sociedade egocêntrica em que vivemos, querem tirar-lhes os méritos concedidos por Deus.

Filhos, obedecei a vossos pais segundo o Senhor; porque isto é justo. O primeiro mandamento acompanhado de uma promessa é: Honra teu pai e tua mãe, para que sejas feliz e tenha longa vida sobre a terra” (Ef 6, 1ss).

Citação

(1) (Pascucci, Francisco Mons., “Doutrina Cristã”, Tradução do Pe. Armando Guerrazzi, Nova Edição,Pág. 107, Editora A.B.C, Rio de Janeiro, 1939.)

Referências Bibliográficas

JOÃO PAULO II, carta às famílias Gratissimam Sane, n.º 17, AAS 86, 1994, p. 906.

CONCÍLIO VATICANO II, const. past. Gaudium et Spes, n.º 48, AAS 58, 1966, p. 1067-1069.

CONCÍLIO VATICANO II, decr. Apostolicam Actuositatem, n.º 11, AAS 58, 1966, p. 848.