sábado, 2 de junho de 2012

Um tempo para calar, outro para falar...




Primeira coluna na vertical de cima para baixo: Pe. Pinto, Pe. Fabio de Melo e Dom Casaldaliga
Segunda coluna, mesmo esquema: S.Padre Pio, Pe. Paulo Ricardo e S. Antonio Maria Claret.


Prof. Pedro M. da Cruz

Como poderíamos ficar indiferentes a tudo isso?Ora, sendo, de fato, membros do Corpo Místico de Cristo, é natural que sintamos com a Igreja suas dores e alegrias.

Por amor de Sião, reza o texto sagrado, jamais poderemos esmorecer. “Sobre tuas muralhas Jerusalém, coloquei vigias; nem de dia nem de noite devem calar-se.” (Isaias 62,6) Não é verdade que a totalidade dos verdadeiros cristãos, de um modo ou de outro, precisam reconhecer-se nessas palavras da Escritura?

Afirma-nos a primeira carta aos coríntios, em seu capítulo doze, a  sublime comunhão espiritual existente entre os Filhos de Deus. Com efeito, se um único membro da Igreja sofre, todos os outros sofrem com ele de algum modo, mesmo que misterioso; e igualmente, se um único membro é tratado com carinho, todos com ele se congratulam. Esta é, verdadeiramente, uma descrição estupenda da ligação sobrenatural que há entre todos os batizados no Corpo Místico.

Portanto, nada há de estranho em que simples leigos venham a manifestar seu entusiasmo, ou mesmo, suas apreensões, por questões referentes à Igreja que ama. O próprio Código de Direito Canônico, pari passu a vários documentos da Igreja,  dão ao fiel essa possibilidade. É firmado nesta certeza, e alimentando sincero desejo de promoção do cristianismo, que apresentamos este pequeno trabalho em favor da Igreja.

Possuímos firme convicção de que a última palavra em questões de fé e moral cabe, tão somente, ao sagrado magistério do Santo Padre, o Papa, ou dos bispos em comunhão com ele. Nós aqui, simplesmente, intentamos apresentar, com humildade e amorosa submissão, aquilo que temos visto e ouvido; assim como, tudo o que, dentro e fora dos muros da Igreja, nos parece estranho e incompatível com a genuína instituição formada por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Não é verdade que, infelizmente, mesmo entre os legítimos sucessores dos apóstolos, encontramos exemplos de infidelidade à doutrina revelada pelo Divino Mestre? Quantos foram os bispos que, com orgulho, ousaram colocar-se acima da Tradição vindo a ensinar terríveis heresias? Podemos citar, e com imensa tristeza n’alma, um grande número desses exemplos. Vejamos alguns:

- Os bispos Acácio, de Cesaréia (†366), e Eunômio, de Cícico (†395), defensores do Arianismo, heresia fundada por Ário (256-336) bispo de Alexandria, que negava a divindade de Cristo.

- O patriarca de Constantinopla, Nestório (380-45), criador da heresia que leva seu nome.

- Fócio (820-895), patriarca de Constantinopla, excomungado pelo Papa João VIII, em 881, que deixou aberto o Cisma do Oriente.

- O bispo de Ávila, Prisciliano, fundador da heresia prisciliana, séc. IV.

- Donato, bispo de Casa Nigra, África, fundador do donatismo.

- 18 bispos italianos que aderiram ao pelagianismo, heresia que deve seu nome ao sacerdote Pelágio, do século V. Um bispo, Juliano, era o principal discípulo desse sacerdote.

- Apolinário, bispo de Laodicéia, fundador do apolinarismo.

- Os bispos egípcios, que recusando o dogma definido pela Igreja, consideraram o monofisismo (ou eutiquianismo), heresia difundida pelo Monge Êutiques, de Constantinopla (séc.V), a doutrina verdadeira, e partiram, deste modo, para o cisma declarado.

- Sérgio, patriarca de Constantinopla, inventor  do monotelismo, condenado pelo VI Concílio Ecumênico de Constantinopla (680-681).

- O bispo Paulo de Samasate, do século III, que professou o adocionismo e o sabelismo, condenado em 268 no Concílio de Antioquia.

- Jansenius, bispo de Yepres, pai do jansenismo; entre outros...




Pimeira coluna de cima para baixo: Missa do Pe.Marcelo, encontro de padres e freiras no Brasil.
Segunda coluna, mesmo esquema: Missa Tridentina, encontro de padres tradicionais.



E quantos não foram os padres que também rumaram na mesma estrada da mentira e do erro? Lutero (1483-1546), um dos pais do protestantismo, era sacerdote católico. O Quietismo, heresia condenada por Inocêncio XI, em 1687, foi oriunda do padre espanhol M. de Molinos. O Modernismo, afluxo de todas as heresias (condenado através do decreto Lamentabili, assim como, da Encíclica “Pascendi”) teve em vários padres (Pe. Alfredo Loisy, o ex-jesuíta Tyrrel, etc.) seus principais fomentadores.

E hoje, engrossando as fileiras dos agitadores e revoltosos, quantos bispos, e quantos padres, não aderiram a verdadeiras heresias? Basta que nos recordemos dos estragos que tem causado em nosso meio uma certa teologia malsã, chamada da libertação. Qualquer fiel, com um mínimo de formação, seria capaz de perceber a discordância entre o que se tem divulgado em muitíssimos ambientes católicos e aquilo que a Igreja sempre ensinou... o próprio J. Ratzinger julgou por bem reconhecer:

 “Eu fico cada vez mais admirado com a habilidade dos teólogos que conseguem defender justamente o oposto do que se encontra claramente escrito nos documentos do Magistério. E, no entanto, aquelas deturpações são apresentadas, através de hábeis artifícios dialéticos, como o ‘verdadeiro’ significado do documento...”

Virgem do Bom Conselho, ora pro nobis!



Referência Bibliográfica

 RATZINGER, Joseph; MESSORI, V. A fé em crise? O Cardeal Ratzinger se interroga. Trad. Pe. Fernando J. Guimarães, CSSR. São Paulo, E.P.U, 1985. Pg. 265-26

RODRIGUES, Paulo. Igreja e Anti-Igreja. Teologia da Libertação. São Paulo, T. A. Queiroz, Editor, 1985, pg. 265-267