quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Ano Novo


Oração para a passagem do ano

Meu Jesus adorado, queremos vos oferecer nesta hora em que o tempo vira uma página da história dos homens, nosso olhar e nossas orações, contemplando o Mistério do Natal, do Vosso Presépio, onde nascestes para nos salvar.

E assim como fostes não mais do que uma frágil criança, dependendo em tudo de Vossa Mãe Santíssima e de S. José, Vosso Pai adotivo, assim queremos ser, diante de Vós e de Vosso Pai.

Antes de tudo, queremos agradecer por todas as graças que recebemos ao longo deste último ano, graças de perdão, graças de amor, vindo em nossos corações pela Santa Comunhão. Também por todas as forças e ajudas que recebemos de Vós para bem realizar nossas obrigações e deveres, tanto materiais quanto espirituais.

Nós sabemos, ó Bom Jesus, que por causa do abandono em que vos deixamos por nossos pecados, tudo o que temos nos vem da pobreza da gruta em que nascestes, da Cruz que aceitastes por nossa causa. E que, pela gloriosa Ressurreição alcançaremos, nós também, o Céu onde habitais.

Hoje o mundo se prepara para festejar um ano que termina, outro que começa. Nós queremos nos lembrar, antes de tudo, que foi o Vosso nascimento em Belém que deu origem a todos os séculos. Ali, naquela hora sublime, o tempo parou de contar para dar início a uma nova era, marcada por Vossa presença sobre a Terra.

É assim que queremos viver todos os dias, lembrando que um dia, estivestes pisando o pó das nossas estradas, falando com nossa gente, morrendo sobre uma Cruz para mostrar o caminho do Céu. Dessa lembrança virá nossa felicidade neste novo ano.

Que este ano bom seja para nós e para todos os nossos queridos pais, parentes e amigos, de verdadeira felicidade e sincera paz, e que os fogos e festejos dessa hora só nos faça estar mais próximos do tempo sem fim da Vossa Eternidade.

Amém.

Fonte: http://www.capela.org.br/Oracao/anonovo.htm

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

No Natal, graças especialíssimas!

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Por Paulo L. F.

 

“ As noites são boas. Nenhum planeta exerce então os seus malefícios, e nenhuma fada feiticeira tem poderes para encantar.” (Hamlet)

 

image No natal, um certo aroma sobrenatural paira sobre nossas vidas, invade furtivamente nossos tratos cotidianos, toma de assalto todas as conversações. Aqui, ouve-se alguém citar, quase que por acaso, o nome três vezes santo do Menino Deus; acolá, outro que critica ousadamente, e com ares de ortodoxia, a mesquinharia comercial dos hodiernos; e por fim, um último que comenta, meio que perdido, sobre as tristezas e desmandos de uma vida sem luz, denunciando, sem o perceber, a graça que bate silenciosa na porta de sua alma... nem todos os estratagemas do Demônio, ainda que corroborados pelas mil leviandades de tantos homens medíocres que pretendem um mundo sem Deus, conseguirão expulsar deste dias que antecedem o Natal a atmosfera sacrossanta que repousa sobre o universo.

 

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É uma realidade que se impõe: tudo se torna alegre! As luzes  povoam ruas, praças e fachadas! O colorido anuncia o júbilo de uma data especialíssima, afinal é o nascimento do menino Jesus, o Deus encarnado, aquele que veio ao mundo para nos salvar! Milhares de preces sobem aos céus; umas, abafadas pelo orgulho, outras, como último recurso... não importa! Algo impera sobre as almas; uma força insiste em manter a esperança. Há, sim - se prestarmos bem atenção – uma espécie de “toque” singelo, um certo “sussurro” suave, um “não sei o que”, lá no centro mais intimo da alma... mas há algo! É um mistério ... o mistério do Natal!

 

Vem-me agora ao espírito a recordação de algumas palavras ditas por Horácio a seus amigos em Hamlet, uma famosa tragédia composta por William Shakespeare. Creio que expressam, mesmo que a seu modo, um pouco de tudo aquilo que temos ansiado por demonstrar através destas linhas:

 

imageDizem que sempre que se aproxima a época em que se celebra o nascimento de nosso Salvador, a ave da manhã passa toda a noite a cantar, e então, segundo afirmam, nenhum espírito se atreve a sair da sua morada. As noites são boas. Nenhum planeta exerce então os seus malefícios, e nenhuma fada feiticeira tem poderes para encantar. Tão benfazejo e cheio de graça é aquele tempo.”[1]

 

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Que Nossa Senhora nos torne sensíveis às constantes  graças enviadas por Deus à nossa alma. E, de modo particular, suplicamos por todos aqueles que nos deram a alegria de sua visita neste longo ano de lutas por Cristo e sua única Igreja verdadeira: Católica Apostólica e Romana. Feliz Natal!

 


[1] SHAKESPEARE, William. Hamlet. Trad. Ricardo Alberty. Gigantes da literatura clássica. Lisboa: Editorial Verbo, 1972, p. 16

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Natal

Postamos abaixo um episódio do desenho Charlie Brown sobre o espírito do Natal. Bons tempos em que os desenhos não eram tão politicamente corretos como são hoje. Aproveitem também e visitem nossa lista de blogs para mais matérias sobre o Natal.

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domingo, 13 de dezembro de 2009

O aquecimento global é uma mentira

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UOL

Por Carlos Madeiro:
Com 40 anos de experiência em estudos do clima no planeta, o meteorologista da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion apresenta ao mundo o discurso inverso ao apresentado pela maioria dos climatologistas. Representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Molion assegura que o homem e suas emissões na atmosfera são incapazes de causar um aquecimento global. Ele também diz que há manipulação dos dados da temperatura terrestre e garante: a Terra vai esfriar nos próximos 22 anos

Em entrevista ao UOL, Molion foi irônico ao ser questionado sobre uma possível ida a Copenhague: “perder meu tempo?” Segundo ele, somente o Brasil, dentre os países emergentes, dá importância à conferência da ONU. O metereologista defende que a discussão deixou de ser científica para se tornar política e econômica, e que as potências mundiais estariam preocupadas em frear a evolução dos países em desenvolvimento.

UOL: Enquanto todos os países discutem formas de reduzir a emissão de gases na atmosfera para conter o aquecimento global, o senhor afirma que a Terra está esfriando. Por quê?
Luiz Carlos Molion: Essas variações não são cíclicas, mas são repetitivas. O certo é que quem comanda o clima global não é o CO2. Pelo contrário! Ele é uma resposta. Isso já foi mostrado por vários experimentos. Se não é o CO2, o que controla o clima? O sol, que é a fonte principal de energia para todo sistema climático. E há um período de 90 anos, aproximadamente, em que ele passa de atividade máxima para mínima. Registros de atividade solar, da época de Galileu, mostram que, por exemplo, o sol esteve em baixa atividade em 1820, no final do século 19 e no inicio do século 20. Agora o sol deve repetir esse pico, passando os próximos 22, 24 anos, com baixa atividade.

UOL: Isso vai diminuir a temperatura da Terra?
Molion: Vai diminuir a radiação que chega e isso vai contribuir para diminuir a temperatura global. Mas tem outro fator interno que vai reduzir o clima global: os oceanos e a grande quantidade de calor armazenada neles. Hoje em dia, existem boias que têm a capacidade de mergulhar até 2.000 metros de profundidade e se deslocar com as correntes. Elas vão registrando temperatura, salinidade, e fazem uma amostragem. Essas boias indicam que os oceanos estão perdendo calor. Como eles constituem 71% da superfície terrestre, claro que têm um papel importante no clima da Terra. O [oceano] Pacífico representa 35% da superfície, e ele tem dado mostras de que está se resfriando desde 1999, 2000. Da última vez que ele ficou frio na região tropical foi entre 1947 e 1976. Portanto, permaneceu 30 anos resfriado.

UOL: Esse resfriamento vai se repetir, então, nos próximos anos?
Molion: Naquela época houve redução de temperatura, e houve a coincidência da segunda Guerra Mundial, quando a globalização começou pra valer. Para produzir, os países tinham que consumir mais petróleo e carvão, e as emissões de carbono se intensificaram. Mas durante 30 anos houve resfriamento e se falava até em uma nova era glacial. Depois, por coincidência, na metade de 1976 o oceano ficou quente e houve um aquecimento da temperatura global. Surgiram então umas pessoas - algumas das que falavam da nova era glacial - que disseram que estava ocorrendo um aquecimento e que o homem era responsável por isso.

UOL: O senhor diz que o Pacífico esfriou, mas as temperaturas médias Terra estão maiores, segundo a maioria dos estudos apresentados.
Molion: Depende de como se mede.

UOL: Mede-se errado hoje?
Molion: Não é um problema de medir, em si, mas as estações estão sendo utilizadas, infelizmente, com um viés de que há aquecimento.

UOL: O senhor está afirmando que há direcionamento?
Molion: Há. Há umas seis semanas, hackers entraram nos computadores da East Anglia, na Inglaterra, que é um braço direto do IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática], e eles baixaram mais de mil e-mails. Alguns deles são comprometedores. Manipularam uma série para que, ao invés de mostrar um resfriamento, mostrassem um aquecimento.

UOL: Então o senhor garante existir uma manipulação?
Molion: Se você não quiser usar um termo tão forte, digamos que eles são ajustados para mostrar um aquecimento, que não é verdadeiro.

UOL: Se há tantos dados técnicos, por que essa discussão de aquecimento global? Os governos têm conhecimento disso ou eles também são enganados?
Molion: Essa é a grande dúvida. Na verdade, o aquecimento não é mais um assunto científico, embora alguns cientistas se engajem nisso. Ele passou a ser uma plataforma política e econômica. Da maneira como vejo, reduzir as emissões é reduzir a geração da energia elétrica, que é a base do desenvolvimento em qualquer lugar do mundo. Como existem países que têm a sua matriz calcada nos combustíveis fósseis, não há como diminuir a geração de energia elétrica sem reduzir a produção.

UOL: Isso traria um reflexo maior aos países ricos ou pobres?
Molion: O efeito maior seria aos países em desenvolvimento, certamente. Os desenvolvidos já têm uma estabilidade e podem reduzir marginalmente, por exemplo, melhorando o consumo dos aparelhos elétricos. Mas o aumento populacional vai exigir maior consumo. Se minha visão estiver correta, os paises fora dos trópicos vão sofrer um resfriamento global. E vão ter que consumir mais energia para não morrer de frio. E isso atinge todos os países desenvolvidos.

UOL: O senhor, então, contesta qualquer influência do homem na mudança de temperatura da Terra?
Molion: Os fluxos naturais dos oceanos, polos, vulcões e vegetação somam 200 bilhões de emissões por ano. A incerteza que temos desse número é de 40 bilhões para cima ou para baixo. O homem coloca apenas 6 bilhões, portanto a emissões humanas representam 3%. Se nessa conferência conseguirem reduzir a emissão pela metade, o que são 3 bilhões de toneladas em meio a 200 bilhões?Não vai mudar absolutamente nada no clima.

UOL: O senhor defende, então, que o Brasil não deveria assinar esse novo protocolo?
Molion: Dos quatro do bloco do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o único que aceita as coisas, que “abana o rabo” para essas questões. A Rússia não está nem aí, a China vai assinar por aparência. No Brasil, a maior parte das nossas emissões vem da queimadas, que significa a destruição das florestas. Tomara que nessa conferência saia alguma coisa boa para reduzir a destruição das florestas.

UOL: Mas a redução de emissões não traria nenhum benefício à humanidade?
Molion: A mídia coloca o CO2 como vilão, como um poluente, e não é. Ele é o gás da vida. Está provado que quando você dobra o CO2, a produção das plantas aumenta. Eu concordo que combustíveis fósseis sejam poluentes. Mas não por conta do CO2, e sim por causa dos outros constituintes, como o enxofre, por exemplo. Quando liberado, ele se combina com a umidade do ar e se transforma em gotícula de ácido sulfúrico e as pessoas inalam isso. Aí vêm os problemas pulmonares.

UOL: Se não há mecanismos capazes de medir a temperatura média da Terra, como o senhor prova que a temperatura está baixando?
Molion: A gente vê o resfriamento com invernos mais frios, geadas mais fortes, tardias e antecipadas. Veja o que aconteceu este ano no Canadá. Eles plantaram em abril, como sempre, e em 10 de junho houve uma geada severa que matou tudo e eles tiveram que replantar. Mas era fim da primavera, inicio de verão, e deveria ser quente. O Brasil sofre a mesma coisa. Em 1947, última vez que passamos por uma situação dessas, a frequência de geadas foi tão grande que acabou com a plantação de café no Paraná.

UOL: E quanto ao derretimento das geleiras?
Molion: Essa afirmação é fantasiosa. Na realidade, o que derrete é o gelo flutuante. E ele não aumenta o nível do mar.

UOL: Mas o mar não está avançando?
Molion: Não está. Há uma foto feita por desbravadores da Austrália em 1841 de uma marca onde estava o nível do mar, e hoje ela está no mesmo nível. Existem os lugares onde o mar avança e outros onde ele retrocede, mas não tem relação com a temperatura global.

UOL: O senhor viu algum avanço com o Protocolo de  Kyoto?
Molion: Nenhum. Entre 2002 e 2008, se propunham a reduzir em 5,2% as emissões e até agora as emissões continuam aumentando. Na Europa não houve redução nenhuma. Virou discursos de políticos que querem ser amigos do ambiente e ao mesmo tempo fazer crer que países subdesenvolvidos ou emergentes vão contribuir com um aquecimento. Considero como uma atitude neocolonialista.

UOL: O que a convenção de Copenhague poderia discutir de útil para o meio ambiente?
Molion: Certamente não seriam as emissões. Carbono não controla o clima. O que poderia ser discutido seria: melhorar as condições de prever os eventos, como grandes tempestades, furacões, secas; e buscar produzir adaptações do ser humano a isso, como produções de plantas que se adaptassem ao sertão nordestino, como menor necessidade de água. E com isso, reduzir as desigualdades sociais do mundo.

UOL: O senhor se sente uma voz solitária nesse discurso contra o aquecimento global?
Molion: Aqui no Brasil há algumas, e é crescente o número de pessoas contra o aquecimento global. O que posso dizer é que sou pioneiro. Um problema é que quem não é a favor do aquecimento global sofre retaliações, têm seus projetos reprovados e seus artigos não são aceitos para publicação. E eles [governos] estão prejudicando a Nação, a sociedade, e não a minha pessoa.

Fonte:http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/nao-existe-aquecimento-global-diz-representante-da-omm-na-america-do-sul/

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Símbolo da Serpente

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Controverso, fascinante, denso e paradoxal
 
Prof. Pedro M. da Cruz.

A serpente é, de fato, um animal fascinante. Suas múltiplas características impressionam a sensibilidade dos seres humanos. Egípcios, gregos, romanos, druidas, indianos, chineses... viram-se seduzidos por seus aspectos variados. Nem mesmo o Redentor se furtou a tecer comentários sobre este réptil capcioso, pois ordenou a seus discípulos que fossem prudentes como ele, desde que guardassem a inocência que lhes era devida.[1]
Ela é um tipo hábil, silencioso e discreto; ao rastejar sinuosa e lentamente pelo chão, somos quase levados a nos esquecer de sua incrível capacidade de ataque, tão rápida e certeira quanto um raio. Imprevisível, dissimulada e, muitas vezes, mortal, tornou-se também um símbolo da malícia, assim como da tentação e do próprio Satanás.[2] No Egito, por exemplo, Apófis, monstro do caos, senhor dos infernos, era representado como uma serpente; e, a própria Tradição cristã a tomou, na maior parte das vezes, como um signo das forças do mal.
Animal de sangue frio, o que nos dá - já de entrada - uma impressão de horror a qualquer sentimentalismo malsão, é também, para muitos, arquétipo da sabedoria e da sagacidade. Por ser seu habitat subterrâneo sempre sugeriu também a idéia de conhecimento a ser revelado; e houve, inclusive, quem não deixasse de ver na sua ausência de pálpebras móveis, que a faz dormir de olhos abertos, um modelo da vigilância, bom ânimo e atenção perfeita.
Como se pode perceber é grande a riqueza de símbolos que se formou a partir da figura da Serpente; poderíamos citar muitos outros como, por exemplo, o símbolo da imortalidade, sugerida pela mudança periódica de pele, ou mesmo o símbolo da cura, que se depreende facilmente do uso terapêutico que se pode fazer de seu veneno, para não citarmos o da fecundidade, ligada ao formato fálico de seu corpo, tão cara ao paganismo, entre outros...
Finalmente, a mais gloriosa comparação que se fez desta criatura controversa! Quem não se recordará que a própria Escritura Sagrada a tomou por prefigura de Nosso Senhor Jesus Cristo? De fato, está escrito: “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o filho do homem, para que todo aquele que nele crer tenha a vida eterna.” [3] Ora, perante tão extraordinária comparação tudo o que foi dito acima queda, de certo modo, ofuscado. Cristo é a nova Serpente! Completamente oposta àquela das origens. Ele, no madeiro da Cruz, demonstrou a fecundidade infinita do amor divino. Com toda sabedoria e astúcia sobrenaturais, arranca os homens do pecado, cura seu coração ferido, e lhes concede a graça da Bem-aventurança eterna.
E, para terminarmos com chave de ouro esta nossa singela reflexão, perguntemo-nos com toda sinceridade: quem seria capaz de afirmar que não vê na Serpente de bronze apresentada por Moisés no deserto, além da prefigura do Salvador, uma representação discreta da Virgem Maria? De fato, Nossa Senhora, por participar de modo singular do poder de intercessão de seu filho, é apresentada por Deus, com toda autoridade, perante os olhares compungidos de seus servos, a fim de que mirando-a conservem a vida. Ora, é bem possível que seja também por isso que o Apocalipse nos afirme que à mulher fora preparado um retiro no deserto[4]... Não querendo forçar de modo abrupto alguma interpretação, fiquemos por aqui, porém, suplicando insistentemente à Virgem abrasadora: Ora pro nobis, Sancta Dei Génitrix!

[1] Conf. Mat. 10,16
[2] Conf. Gên. 3,1-14; Apo. 12,9
[3] Conf. João 3,14-15
[4] Conf. Apo. 12, 6

domingo, 6 de dezembro de 2009

A beleza da liturgia católica!

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Paulo L. F.

“O brilho de sua ostentação e a solenidade dos ritos fascinam o sentido do povo... Os olhos ficam encantados.” (Ellen. G. White)

Já vimos, num artigo anterior, a astúcia da senhora Ellen G. White, reorganizadora da seita Adventista, ao atacar a Igreja Católica. A certa altura de seu livro “O Grande Conflito” a autora se põe a escrever sobre os muitos perigos em que – segundo ela – incorreriam os protestantes, caso viessem a fazer compromissos com nossa religião. Nesse momento ela se vê forçada a tecer alguns comentários elogiosos sobre os métodos Católicos de promoção da fé Cristã, chegando a reconhecer a grandeza litúrgica de seus cerimoniais.

A senhora White escrevera o que se segue antes do Concílio Vaticano II, portanto, se referindo ao chamado, “Rito de São Pio V”. Celebrado em latim, ao som do Canto gregoriano, e “Voltado para Deus”, realmente, impressionava pela beleza de sua estrutura organizacional. Mesmo uma inimiga tão ardorosa da verdade tinha que reconhecer a sublimidade deste rito milenar!

Mas, quem não sentiria um toque imponderável ao contemplar a beleza gótica duma Catedral, tão distante dos edifícios modernistas, escravos cegos da funcionalidade? Ao escutarmos o Gregoriano, ou mesmo a Polifonia Sacra, ficamos sem entender o que terá levado tantos bispos ao cúmulo de permitirem a poluição sonora de então.

Na solidão povoada das Igrejas antigas, a alma era convidada à meditação. Ali, escondidos na penumbra silenciosa, enquanto cintilava pelas paredes o reflexo indomável das muitas velas, os homens tinham atmosfera propícia para orar. Era um refúgio sobrenatural, um porto de salvação, lugar de deleite para alma! Tenho observado como as pessoas, quase sem entender o motivo, respeitosamente baixam as vozes num templo conserimagevador; sentem, como que, uma ofensa o fato de dirigirem-se a um ser que não seja celeste. A densidade religiosa do ambiente tradicional é tão gritante, que mesmo à meia-luz tudo se torna claro como ao meio dia...

Bom, vejamos de uma vez por todas o que escrevera Ellen G. W. e pensemos, com toda sinceridade, se ela poderia dizer o mesmo nos tempos hodiernos:

“Embora o romanismo se baseie no engano, não é grosseiro e desprovido de arte. Os serviços religiosos da Igreja Romana são um cerimonial impressionante. O brilho de sua ostentação e a solenidade dos ritos fascinam o sentido do povo... Os olhos ficam encantados.  Igrejas magnificentes, imponentes procissões, altares de ouro, relicários com pedras preciosas, quadros finos e artísticas esculturas apelam para o amor ao belo. A música é inexedível. As belas e graves notas do órgão, misturando-se à melodia de muitas vozes a ressoarem pelas elevadas abóbadas e naves ornamentadas de colunas, das grandiosas catedrais, impressionam a mente com profundo respeito e reverência.

Esse esplendor e cerimônia exteriores zombam dos anelos da alma ferida pelo pecado... A pompa e o cerimonial do culto Católico têm um poder sedutor e fascinante... Tais pessoas chegam a considerar a Igreja Romana como a porta do Céu. ”[1]

Apesar das criticas maldosas que a autora destila enquanto escreve, é evidente em seu texto a percepção da beleza e majestade dos meios utilizados pelo catolicismo para expressar a maior glória de Deus. Sim, a pompa e o cerimonial do culto católico nos fascinam; seduz nosso coração fazendo-nos repetir com Jacó: “Quão terrível é este lugar! É nada menos que a casa de Deus; é aqui a porta do céu.[2]

Finalmente, recordo-me agora de um fato interessantíssimo relatado por Dom Servilio Conti num certo livro de sua autoria. Fala-nos de Clóvis, Rei dos Francos, esposo de Santa Clotilde: Havendo se convertido ao cristianismo após gloriosa vitória que Nosso Senhor lhe concedera sobre seus inimigos, ele pedira a São Remígio a graça do batismo Reims260na fé Católica. Para esta ocasião a Catedral de Reims fora  devidamente preparada para a festa com luzes, cânticos e flores, como é de praxe em nossas Igrejas. O rei Clovis, encantado ao entrar no templo, dirigindo-se ao Bispo, perguntou: “É este o Reino dos céus, do qual me falou Clotilde?” “Não, respondeu São Remígio, mas é o início e o caminho que leva à glória e felicidade de Deus.” [3] Penso que esta história retrata bem tudo o que apresentamos neste artigo. Entre Clóvis e Ellen G. White houveram muitas diferenças, porém, destaquemos somente uma: enquanto a beleza da fé cristã, em seus vários aspectos, fecundava o amor na alma daquele rei bárbaro, provocou um efeito contrário no coração desta inimiga da Igreja, gerando ódio e indignação. Mas, o que é que se poderia esperar de alguém que demonstrou tanta paixão pelo erro?

Queira a Virgem Santíssima que possamos voltar à glória das antigas celebrações litúrgicas! E quiçá, teremos outros inimigos sendo forçados, mais uma vez, a reconhecer a grandeza do serviço de culto que prestamos a Deus.


[1] WHITE, Ellen G. O grande conflito. Acontecimentos que mudarão o seu futuro. Trad. Hélio L. Grellmann. São Paulo, Casa, 2003. pg. 318-319

[2] Conf. Gên. 28,17

[3] CONTI, Dom Servilio. O Santo do dia. 3ª Edição. Petrópolis, Vozes, 1986, p. 257

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Leila Lopes e seu Julgamento Particular

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Prof. Pedro M. da Cruz.

"Que monta viver muito a quem na senda
           Da correção não vai?
Mais augmento de culpas do que emenda
           De longa vida sai."
Como é sabido, a atriz Leila Lopes foi encontrada morta na madrugada de hoje em seu apartamento. Ao lado de seu corpo haviam embalagens vazias de antidepressivos, motivo pelo qual a Polícia Civil de São Paulo trabalha com a hipótese de suicídio.
Tendo passado uma vida moralmente conturbada, (pelo menos é o que se pode deduzir de tudo o que temos ouvido), chegou ao extremo de atuar como atriz pornô num filme nacional (imagem acima). Tudo isso nos faz recordar a verdade tão ensinada pela Igreja de como são fugazes as alegrias deste mundo!
Ensina-nos a Doutrina Católica, que após a morte, todos serão levados ao tribunal de Cristo para um "Julgamento Particular", ocasião em que prestaremos as devidas contas de nossa vida á divina Justiça. Será a hora da verdade! Ali, nada haverá de encoberto ou impossível de ser revelado.
Perante morte tão inesperada dessa atriz, marcada por sua beleza e presença midiática, perguntemo-nos, a nível de reflexão: qual o destino eterno de sua alma? Em entrevista concedida a certo canal de tv, Leila afirmou a certeza de sua salvação. Ora, tal postura mostra-se estranha à doutrina bíblica e tradicional. Segundo a Revelação Cristã, podemos, no máximo, elencar sinais de predestinação eterna sem nunca afirmar categoricamente a certeza do Céu por via meramente natural.
Que sinais seriam estes? Segundo a teologia católica, sinais como a humildade, a vida devota, a assistência à Santa Missa, a devoção a Maria Santíssima, entre outros, seriam indícios prováveis da futura bemaventurança de uma alma qualquer.

Que a meditação escatológica  sobre o Juízo Particular sirva para nossa conversão interior. Por alí, todos passaremos, mas o que ouviremos dos lábios do Cordeiro redivivo? Já nos escrevia Affonso Celso quando traduzira em versos a tão conhecida obra " Imitação de Cristo":
 
"Já viste alguém morrer? Na mesma via
     Pensa que has de passar
E, de manhan, que podes desse dia
   À noite não chegar."

Que a Mãe do Bom Conselho nos alcance com sua intercessão a graça de produzirmos dignos frutos de penitência.
***
Referências bibliográficas:
CELSO, Affonso. Da imitação de Cristo. Tradução em verso por Affonso Celso. São Paulo: Laemmert, 1898. 231 p.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O perdão fraterno na Regra de Santo Agostinho

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Capítulo VI

O perdão fraterno

Prevenir as ofensas

41. Discussões - ou não surgiam entre vós[34] ou se acabem o quanto antes. De outro modo, a ira crescendo se torna ódio,[35] transformando o cisco em trave[36] e tornando a alma homicida. É assim que ledes: "Quem odeia seu irmão é um homicida" (1Jo 3,15).

Dar e receber o perdão

42. a) Se alguém ofender o outro com insultos, palavras maldosas ou acusações graves,[37] lembre-se o culpado de dar, o quanto antes, satisfação de seu ato.

b) O ofendido, por sua vez, perdoe sem recriminações.

c) Se a ofensa for recíproca, o perdão deve ser também recíproco. E isso de acordo com vossas próprias orações,[38] que repetis tão freqüentemente e que, por isso mesmo, devem ser tanto mais sinceras.

Dificuldades em perdoar

d) Melhor é quem, irascível por temperamento, é solícito em pedir desculpas a quem reconhece ter ofendido, do que aquele que, tardo em se irritar, mais dificilmente se dobra ao pedido de perdão.

e) Quem negar seu perdão ao irmão não espere receber os frutos de sua oração.

f) Mas aquele que nunca quer pedir perdão ou não o faz de coração,[39] sem razão vive na Comunidade, ainda quer não chegue a ser expulso dela.

Conclusão: a boca que fere, cure!

g) Portanto, cuidai-vos das palavras ásperas, que se porventura vos saírem da boca, não vos custe tirar os remédios da mesma boca que produziu as feridas.

Caso um formador se exceda...

43. a) Entretanto, quando, ao repreender os mais novos, as exigências da disciplina vos levem a usar palavras duras, não se exige de vós, mesmo com a consciência de vos terdes excedido, que lhe peçais perdão, pois, deste modo, se evita que um gesto de excessiva humildade enfraqueça, aos olhos dos que devem estar submissos, a autoridade da direção.

b) Contudo, pedireis perdão ao Senhor de todos, o qual sabe com quanto afeto amais aqueles que talvez repreendais além da medida. Pois a amor entre vós não deve ser carnal, mas sim espiritual.

 

[34] Cf. 2Tm 2,24; Eclo 28,10.

[35] Cf. Ef 4,26 (= Sl 4,5).

[36] Cf. Mt 7,3-5.

[37] Cf. Eclo 29,9; Mt 7,21-26.

[38] Cf. Mt 6,12.14; Mc 11,25; Lc 11,4.

[39] Cf. Mt 18,35.

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Fonte: http://allormidolsi.blogspot.com/2008/07/regra-de-santo-agostinho.html

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

"Leve-me aonde Jesus está!"

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X. Recordo-me, a esse propósito, da graciosa anedota contada pelo ilustre Cardeal Perraud no Congresso Eucarístico de Paray-Le-Monial, a 22 de Setembro de 1987 e que ele próprio ouvira na Inglaterra.

Um protestante, movido pela curiosidade, entra com o filhinho numa igreja católica. À vista da criança é atraída pela lamparina, a arder diante do altar. - Papai - indaga - para que é aquela lâmpada ali? - É porque dentro do Tabernáculo está Jesus - respondeu o pai.

Saem, dão algumas voltas e vão acabar num templo protestante. Aí entrando, a criança indaga logo pelo objetivo que tanto a impressiona... seus olhinhos vagueiam por aqui e por ali... E nada descobre a inocente.

- Papai - inquire - porque não há lâmpada aqui?

- É porque Jesus não está aqui, filhinho.

- Então, vamos embora, papaizinho, vamos embora. Leve-me aonde Jesus está, leve-me aonde Jesus está!

Afirmou o Cardeal que, diante do ocorrido, a família toda protestante, se converteu e passou para Igreja Católica Apostólica Romana, onde somente se encontra Jesus e sua lâmpada sempre acesa.

 

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Livro: A Alma Eucarística
Autor: Fr. Antonino de Castellammare, O.F.M. Cap.
Páginas: 362 - 363

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Que lugar devemos dar a Maria?

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Não faltam pessoas que, alarmadas, declaram fazermos injúria a Deus ao atribuir a Maria poder tão universal. Mas onde está a injúria à dignidade divina, se quis Deus dispor assim as coisas? Não seria prova de loucura afirmar que a força da gravidade escapa ao poder divino? A lei da gravidade vem de Deus e concorre para o cumprimento dos seus desígnios, em toda a natureza. Por que dizer que ofendemos ao Criador reconhecendo a influência e importância que Maria tem no mundo da graça? Até as leis da natureza manifestam o poder de Deus. Por que, então, sendo Maria a eleita, mais perfeita, Deus não haveria de revelar n’Ela a Sua bondade e onipotência?

Admitida a obrigação de reconhecer as prerrogativas da Santíssima Virgem, resta saber ainda como e até que ponto. “Como devo eu repartir_ dirão alguns_ as minhas orações entre as três Divinas Pessoas, Maria e os Santos? Qual a medida exata, nem demais nem de menos, que lhe devo oferecer?” Outros adotarão uma atitude mais extrema:”Porventura não me afastarei de Deus, se dirigir as minhas orações a Maria?”

Todas estas dificuldades nascem da aplicação da idéias terrenas às coisas do céu. Muitas pessoas acham que se devem separar as orações ao Pai, ao Filho, ao Espírito Santo, a Maria e aos outros Santos. Pensam que essas orações precisam ser feitas separadamente. Temos muitos exemplos que nos mostram ser possível e compatível o culto a Maria, aos Santos e o culto supremo devido a Deus. Para acabar com estas duvidadas e dificuldades, a melhor recomendação é a seguinte: “Devemos entregar tudo a Deus; pois bem: entreguemos tudo a Ele por meio de Maria”. Essa forma de agir, mesmo que possa parecer exagero, nos livra das dúvidas, da preocupação de medir as nossas devoções.

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Fonte:

Manual Oficial da Legião de Maria, Editora Salesiana Dom Bosco,1ª edição no Brasil, Cap. 39, pág. 275.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Romero Zafra - Mestre da escultura católica

 As belíssimas imagens que vão abaixo são de autoria do espanhol Francisco Romero Zafra. Suas obras impressionam pela perfeição e realismo. Que sirva de lição, num tempo onde somos inundados de imagens malfeitas e tão indignas.

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Nuestra Señora de La Amargura de Cieza

 

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Nuestro Padre Jesús Despojado

 

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Maria Santisima de Los Sete Dolores

 

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Stmo. Cristo de La Expiración

 

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Ntra. Sra. de Las Aguas

 

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Ntra. Sra. de La Victoria

 

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Virgen de Las Penas

 

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Ntra. Sra. Del Mayor Dolor Y Consuelo

 

Divino Infante

Divino Infante

 

 

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Fontes:

http://www.lahornacina.com/

www.forocofrade.com

http://www.islapasion.net

http://www.flickr.com/photos/nikkiballesteros/

http://www.franciscoromerozafra.com

http://www.flickr.com/photos/guervos/

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Tibieza

image VI. E o não levemos na conta de exageros! Os santos nos fazem tremer ao tratarem dos prejuízos que podem acarretar o estado de tibieza! Santo Afonso usa de expressões candentes em falando, sobre esse argumento, das pessoas que, pela sua própria condição, estão obrigados a uma vida de santidade, a saber, os sacerdotes, os religiosos e as religiosas.

E ele, Santo Afonso, que lembra a famosa visão dos sete penhascos tida pelo Bem - Aventurado Henrique Suso. Vendo este muita gente no primeiro penhasco, perguntou quem fosse e Jesus tornou-lhe: “São os tíbios, que evitam o pecado mortal, contentando-se apenas com isso”. E, volvendo o Bem - Aventurado a indagar se eles se salvariam, foi-lhe respondido: “Se morrerem sem culpa grave, salvar-se-ão; eles porém, se acham em maior perigo do que imaginam, porque se lisonjeiam de poder servir a Deus e aos sentidos; o que é apenas possível; e perseverar assim na graça de Deus é bem difícil”.

O mesmo Santo Afonso narra que declarou um dia Nosso Senhor a Santa Ângela de Foligno: “Aqueles que Eu ilumino para trilharem o caminho da perfeição, e teimam em seguir a via ordinária, serão por mim abandonados” (Selva Predicab. cap. V: “Del danno della tiepid, nei sac.” e “La vera Sposa de G.C. “: cap. V e VI: “Del pericolo d’una religiosa imperfetta”).

Escreve Santo Agostinho: “Deus negligentes deserere consuevit” - “Deus costuma desamparar os negligentes!”

Santa Teresa de Jesus (reparai bem em quem falo!), viu no inferno o lugar para ela preparado pela divina justiça, não por tê-lo já merecido, mas porque a isto chegaria, caso não se libertasse de certo estado de apatia a que descera.

Ah! Não nos iludamos, pensando podermos possuir a glória das almas eucarísticas, sem ter delas o mérito e o fervor.

* * *

 

Livro: A Alma Eucarística
Autor: Fr: Antonino de Castellammare, O.F.M. Cap.
Páginas: 273 - 274.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O que a Ciência não nos pode dar

 

O CIENTIFICISMO

Gustavo Corção

 

4I. Vale a pena dedicar um capítulo a alguns fenômenos produzidos pela radioatividade nominalista. Comecemos aqui pelo Cientificismo.

Como atrás já dissemos, êsse têrmo não designa o maior incremento de pesquisas, o maior ardor de estudo nos domínios das ciências naturais. Tudo isto, em si, é bom. O que não é bom é o estado de espírito que coloca a Ciência da natureza na presidência de uma civilização, depois da abdicação da Sabedoria. Uma vez que a inteligência não alcança as coisas superiores, apliquemo-la nesse trabalho de apalpar os fenômenos para dêles tirar uma nova confiança em nós mesmos, e para ordenhar a nosso gôsto essa imensa mãe telúrica, brutal, que às vêzes, no seu sono pesado, mata os próprios filhos.

Êsse estado de espírito, nos primeiros tempos, produzirá uma grande euforia. A humanidade, depois de descobrir a pólvora, o movimento dos astros, a fôrça do vapor, o poder mágico da eletricidade, terá, como teve no Século XVIII e XIX, momentos de exultação.

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A cândida idéia que ocorrerá a muitos espíritos é a seguinte: na continuação dos tempos, a Ciência polirá tôdas as arestas do Velho Homem, iluminará tôdas as trevas, resolverá tôdas as dificuldades. Ora, essa idéia, cômicamente falsa extravagantemente falsa, foi difundida e tornou-se o ar que respiramos e a água que bebemos; isto só aconteceu porque a Civilização Ocidental Moderna já não tinha à sua presidência os dados da antiga sabedoria. Se a tivesse, ouviria a censura clara e irrefutável: a ciência dos elementos exteriores aumenta o domínio do homem sôbre êles, mas não acrescenta nada ao domínio do homem sôbre si mesmo. Conhecer a natureza inferior é bom; conhecê-la em detrimento do conhecimento da alma e de Deus não é bom. Uma civilização, uma cultura, uma sociedade não podem ser presididas pela Ciência, que é cega, surda e muda para os problemas mais comuns e mais profundos de nossa humanidade. Como já tivemos ocasião de salientar, a Ciência pode nos dizer que nossos pulmões estão anormais e devem ser tratados desta ou daquela maneira; mas é inteiramente incapaz de nos sugerir o que podemos nós fazer com pulmões normais. A Ciência pode proporcionar-nos veículos aperfeiçoados para nossos deslocamentos; mas é incompetente, destituída de qualquer recurso, para nos aconselhar aonde devemos ir, e aonde não convém irmos. A respeito das coisas mais triviais, o amor, a felicidade dos filhos, a alegria de ter amigos, a Ciência embatuca, ou então, irritada, trata essas coisas com desprêzo; em compensação torna-se loquaz e abundante se a consultarmos sôbre logaritimos, temperatura do sol, propriedades da elipses, e outras coisas dêsse jaez.

3Não estamos criticando nem ridicularizando a Ciência. Ponham-na em seus lugar próprio, e seremos os primeiros a admirá-la, e até a agradecer-lhe o favor de inspirar os médicos e farmacêuticos que asseguram a sobrevivência que nos permite escrever estas linhas. Ponham-na, porém, no altar, ou nas abóbadas das idades: reclamaremos e gritaremos que nesta posição ela se transformará em calamidade.

O bem-estar conquistado pela ciência não causa elevação humana no sentido próprio do têrmo; mas condiciono-a favoravelmente. Ainda mesmo nos problemas técnicos, onde parece soberana a ciência, no seu duplo aspecto teórico e prático, quem traz a última decisão é a filosofia. (...)

A Ciência e a Técnica cuidam de coisas utilíssimas, e por isso mesmo lhes escapam as coisas que transcendem o útil, e que são as que mais importam. Dão-nos cem, duzentas, mil, um milhão de coisas úteis e boas; mas um milhão de coisas úteis e boas não conseguem integrar-se num bem de outra ordem, a que aspira a alma humana. Um milhão de maravilhas da ciência não consolam o namorado infeliz; não detêm as lágrimas do pai que perdeu o mais belo dos meninos; não interessam ao santo que procura maior amor de Deus.

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E ainda é pouco dizer somente a incapacidade da Ciência. Posta em lugar que não lhe pertence, ela se torna foco da corrupção e do aviltamento. De onde nos vem o mal de não perceberem todos isto que aqui escrevemos? Vem dêste fato: a Ciência, muito mais do que a Filosofia e a Teologia, ao menos aparentemente, é imediatamente remuneradora, é facilmente transmissível, e é progressiva de um modo que salta aos olhos e desafia quaisquer contestações. O período da história que temos diante de nós - imaginamos estar às portas da Renascença e de costas para a Idade Média - caracterizou-se especialmente por gloriosas conquistas da Ciência e pelo correlato enorme prestígio da Ciência, em detrimento da Metafísica e da Religião. O homem encontrava na Ciência a prova de sua maturidade, de sua autonomia e do seu senhorio sôbre os reinos da Natureza.

 

***

Referência Bibliográfica:

Livro: Dois Amôres Duas Cidades II - A Civilização do Homem-Exterior
Autor: Gustavo Corção
Parte I: O Nominalismo e suas consequências culturais
Capítulo II: O Cientificismo - (O que a Ciência não nos pode dar)
Páginas: 43 - 45
Livraria AGIR Editora - Rio de Janeiro, 1967.

sábado, 7 de novembro de 2009

Che Guevara, carniceiro fedorento; Mao, maior assassino da história humana

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Metal Satânico: uma realidade a ser combatida

Paulo Oliveira

 

No mundo atual torna-se cada vez mais forte a difusão do satanismo e o crescimento dos seus adeptos. Talvez a principal origem desse fenômeno deve-se à expressiva vertente do heavy metal denominada black metal ou metal satânico. As bandas pertencentes a esse segmento levam as blasfêmias a Deus a graus extremos, pouco imagináveis até há pouco tempo.

image Capa de um disco da banda satânica Marduk. O desenho é de uma mulher se masturbando com uma cruz. Censuramos parte do mesmo por motivos óbvios e também o nome do disco, impronunciável literalmente, mas que significa algo como "faça sexo comigo Jesus."

 

 

Suas letras incitam o ódio a tudo o que é relacionado a Deus e à religião, mas principalmente as ofensas se dirigem à Igreja Católica e a Nosso Senhor Jesus Cristo. Da mesma banda Marduk diz a seguinte letra da música "Jesus Christ... Sodomized" ("Jesus Cristo... Currado") fala: “Eat his body, drink his blood and be a slave under the yoke of god, Piss on Christ and kill the priest, follow nature - praise the beast” ("Alimente-se de seu corpo, tome seu sangue e torne-se um escravo sob o jugo de Deus, mije em Cristo e mate o padre, siga a natureza e louve a besta").

 

image Em mais uma exemplo de letra blasfêmica, canta a banda Thy Serpent na música Christcrusher:"Não posso seguir Jesus Cristo, o maior mentiroso da luz, não preciso da merda do seu pão, divida-o com as ovelhas... Milhares de pagãos foram assassinados por mãos cristãs, e o que nos disseram  os bastardos do Deus não-divino foram apenas mentiras, mentiras, mentiras").

 

Com tudo isso, não é de se estranhar que os seguidores desses ídolos sejam estimulados a matar pessoas em nome de Satan (padres já foram mortos, assim como religiosas), adorar o demônio e praticar rituais de magia negra, entre eles a abominável e terrível missa negra, onde, em meio a uma relação sexual grupal, o Santíssimo Sacramento roubado em alguma igreja é alvo de sacrilégios satânicos.

Como se não bastasse, alguns satanistas, influenciados por vezes por integrantes de bandas de black metal ou eles mesmos músicos de black metal, estão a queimar igrejas católicas em vários locais do mundo.

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Foto de uma igreja do séc. XVI queimada na França por uma banda satânica em 28/02/09. (Para mais informações clique aqui)

 

 

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Histórica igreja de madeira na Noruega, construída em 1805, queimada por satanistas em 02/06/09. (Para saber mais, clique aqui)

 

 

Para finalizar, uma amostra de uma música de black metal de umas das bandas de maior sucesso do estilo, o Dimmu Borgir. O vídeoclipe já foi visto por quase 5 milhões de pessoas no Youtube, fato que comprova o sucesso da música. Reparem como tudo no clipe remete a uma fúria luciferina de atacar Nosso Senhor e a sua Igreja. Destaques para o arremedo da liturgia católica apresentado no clipe, só que destinada a prestar culto à Satanás, e ao deboche e ultraje da cena da Ceia do Senhor.

 

Penso que foi possível ter consciência da gravidade do assunto tratado. O rock satânico arregimenta cada vez mais adeptos. É necessário combater sem negligência os criminosos responsáveis por todas as ofensas descritas neste post (sim, eles são também criminosos, podem ser processados por danos diversos, apologia ao crime, vilipêndio de objeto e culto religioso, conforme o caso); além da reparação exigida por esses pecados gravíssimos que fazem pesar o braço da Divina Justiça. Rezemos o Rosário para que a Santíssima Virgem nos dê a vitória contra Satanás e seus seguidores.

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Para saber mais (o material dos links abaixo é de um site especializado em rock):

http://whiplash.net/materias/curiosidades/092000.html

http://whiplash.net/temas/satanismo.html

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Marina Silva: novidade política ou requinte do PT?

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Marina e seu boné revelador

 

Por R. G. Santos

 

Talvez um dos muitos “fatos novos” da confusa política brasileira atual seja a “deserção” de Marina Silva (senadora, e ex-ministra do Meio Ambiente no lastimável governo vigente), das fileiras do PT. Militante petista de longa data, Marina rompeu com o PT e “aterrisou meteoricamente” no Partido Verde (PV), em que pretende lançar sua candidatura ao pleito presidencial do próximo ano. Percebe-se, em decorrência desse acontecimento, um esforço midiático espetacular no sentido de tentar vender uma imagem da ex-petista enquanto “caminho alternativo e imaculado” à disputa eleitoral, que apontará o sucessor do “orgulhoso analfabeto” Lula.

De acordo com o acima pontuado, surgiu-nos alguns questionamentos, que aliás são motivação para a reflexão que iremos propor: Será se Marina realmente seria novidade ideológica na política brasileira, ou apenas um auspicioso requinte do progressismo que rege especialmente a ala esquerdistóide, atualmente governante do país? Nesse sentido, pode Marina Silva ser considerada caminho alternativo para os católicos nessas eleições?Tentar-se-á lançar um pouco de luz acerca dessas problemáticas analisando pontos relevantes de sua entrevista, descrita nas páginas amarelas da revista VEJA de 2 de setembro de 2009.

No intuito de dar respostas aos questionamentos levantados acima, começamos por fazer análise da formação da ex-ministra. Nascida em 1958, disse à VEJA que aos dezesseis anos (portanto, por volta de 1974), vai tentar realizar o sonho de ser freira. Disse ainda ter sido “católica fervorosa” até 1997, quando ingressou na “Assembléia de Deus”, e que o “catolicismo” influiu muito na construção de seu senso ético [1]. Ao raciocinar acerca dos dados fornecidos por Marina, e pelo conhecimento mínimo de suas convicções ideológicas, expressas em sua vivência pública, é possível se chegar a algumas conclusões.

Primeiro, Marina cresce num período em que o catolicismo, no Brasil, em decorrência da má interpretação que muitos por aqui fizeram dos rumos traçados pelo CVII, é fortemente influenciado pela teologia da libertação (TL). Logo, depreende-se que tenha sido “formada” na TL. Daí é possível compreendermos a fundamentação de suas opções políticas relativistas, próprias dos progressistas, e até mesmo das demais pessoais, como ter abandonado a Igreja Católica.

A TL pretende, como dissemos em outras oportunidades, dar uma interpretação do Cristianismo à luz do marxismo. Em outras palavras, tenta a TL oferecer uma nova e contraditória cosmovisão para a realidade, que aglutinaria os princípios do Cristianismo e do marxismo, “inaglutináveis” por essência. Mesmo que não seja mais católica (aliás, não há necessidade de ser católico para pertencer à TL) continua Marina vivenciando de certa forma os princípios da TL ao assumir-se como esquerdista, como “pertencente ao petismo” (=ideologia do PT) e “cristã”.

Ainda segundo se pode depreender do que disse à VEJA, apesar de seu rompimento formal com o partido, conserva ainda vinculação ao “espírito” petista, a saber, às suas mais profundas motivações ideológicas. Chega a dizer, para ilustrar a colocação anterior, que mudou de casa (o PT), mas continua na mesma rua, na mesma vizinhança (motivações ideológicas)[2]. A colocação feita por Marina é de gravidade lapidar. Ao dar a entender que abandonou o PT, mas não o petismo, estaria dizendo em tom camuflado, que sua ideologia não mudou, apesar de ter mudado de legenda. Em concreto, votar em Marina, seria votar no mesmo PT. Num PT “disfarçado de verde” e erguendo uma “despistante” bandeira de “ambientalismo”. Muda-se, portanto, somente a cor da bandeira com que se cobrem as imoralidades pregadas e feitas pelo esquerdismo: leis liberais que promovem imoralidade e agravos aos princípios imutáveis, como a legalização do aborto, da eutanásia, da utilização de células-tronco embrionárias; difusão da camisinha e de outros métodos contraceptivos com incentivo ao permissivismo sexual, “casamento gay”, etc.

Dando mostras de como ser progressista é ser contraditório, Marina, que diz ser “cristã”, defende a promoção da mentira ao lado da verdade. Diz a ex-ministra crer no criacionismo (Deus como origem do cosmos), mas também apóia, incentiva que se ensine livremente as teses do evolucionismo nas escolas, deixando livre escolha aos alunos entre o princípio e a falácia, que se faz passar por “científica”. Pessoas que defendem tais idéias, não devem receber o voto de quem tem o mínimo de bom senso. Muito menos de quem se diz católico.

Marina faz, em sua entrevista à VEJA, uma lista de pessoas as quais ela assume buscar inspiração. Tal lista, a meu simples e limitado ver, é expressão profunda das suas convicções e a desqualificaria como alvo dos votos dos católicos. Diz, entre outros nomes, assumir como modelo ou referências, nomes como Luis Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso e, pasmem, Barack Obama! O lastimável presidente Lula estamos conhecendo-o melhor e tristemente em seu mandato. Além de convicções ideológicas em profundo desacordo com os princípios cristãos, Lula se revela um verdadeiro desastre em matéria de administração pública. Sem falar na queda do mito do PT honesto, ficha limpa (bem que Jesus dizia que tudo o que se fizesse por debaixo dos panos, viria um dia à tona!!!), com o pulular de escândalos de corrupção como nunca se viu na história do país. FHC é figura velha no cenário político nacional. Remonta aos primórdios do esquerdismo no país ao integrar a UNE nas década de 1960. É notável pelo seu progressismo, embora em menor intensidade hoje do que o PT e o Lula. Seria cansar o leitor discorrer mais do que três linhas sobre Obama. Para defini-lo, basta aludirmos à maciça estrutura pró aborto que vem criando nos EUA e querendo estendê-la ao-mundo. Seguindo de fato esses exemplos, Marina deveria inspirar no mínimo desconfiança ao eleitor...

Partindo-se assim do que por ora pontuamos, podemos concluir que, votando em Marina Silva, não estaríamos trilhando um caminho alternativo ao lastimável PT e aos demais partidos progressistas deste país. Muito ao contrário, estaríamos (a julgar pelo que disse a ex-ministra do Meio Ambiente), apoiando um PT requintado, essencialmente o mesmo, que estaria, para enganar os inocentes úteis que abundam infelizmente neste país, erguendo a bandeira do desenvolvimento econômico com sustentabilidade (expressão da qual a ministra usa e abusa em sua entrevista). Enfim, devido às suas convicções ideológicas, que não se dissociam das políticas, Marina seria uma “canoa furada” para os católicos que, pensando ter nela uma alternativa de fuga e desagravo de consciência, afundariam de novo para o fundo do posso da dominação do país por parte do infame PT.

[1] Cf. p. 23

[2] Cf. p. 22

FONTE

SILVA, Marina. Entrevista. Revista VEJA. Edição 2128, Fonte, nº 35; 2 de setembro de 2009.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Serviço Social e aborto

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                          O mais novo "serviço social"

 

Por João S. de Oliveira Junior

 

Parecer favorável ao aborto do Conselho Federal de Serviço Social, denunciemos as “pérolas”:

Informativo CRESS SP

“Após amplo debate realizado no segundo dia sobre o trabalho do assistente social e a questão do aborto, a plenária de delegados e observadores do 38º Encontro Nacional do Conjunto CFESS/CRESS aprovou por unanimidade "posição favorável à descriminalização do aborto e a necessidade de difundir a norma técnica do Ministério da Saúde sobre o aborto legal e seguro como um direito reprodutivo, constitutivo dos direitos humanos, que se exerce no contexto da laicidade do Estado, garantindo justiça social e igualdade de direitos".”Aqui.

Vejamos:

- Unanimidade? Bom, não estaria o apoio ao aborto já pré-programado antes do encontro? Interessante que os próprios Conselhos em outras ocasiões consideram ser divergente esta posição por parte dos próprios profissionais. Como então pode um conselho “bater o martelo” e considerar um juízo de uma questão que nunca foi homogênea entre os próprios membros? Ainda mais que não envolve apenas uma área da sociedade.

2º- Não é difícil perceber o quanto o Ministério da Saúde se interessa e influi nesta questão de “legalizar” o aborto, isto será esclarecido em outro texto. Mas, vamos corrigir a interpretação de alguns termos, mais para clichês, do parecer dos Conselhos:

- Não existe “aborto legal”, simplesmente, no código penal, há ocasiões que o aborto não é punido, ao contrário de obrigar a condução ao trágico procedimento como muitos “técnicos” sociais do conselho estão pensando. Por outro lado, o mesmo código não prevê maior apoio às gestantes e acompanhamento psíquico-social a elas para, enfim, não optarem pelo aborto. E não é por isto que os “Conselheiros” deveriam estar lutando?

-Não existe “aborto seguro”, todo aborto culmina com a morte da criança, e ainda que feito em “clinicas de luxo” trás sérias conseqüências psicológicas às mães gestantes, pois é um procedimento que foge à natureza materna. Sem contar nas inúmeras chances de complicações em gravidez posteriores e até mesmo aumento do risco de infertilidade e esterilização. Como então ousam usar o termo “direitos reprodutivos”? Estão mesmo defendendo este direito reprodutivo? Contraditório.

3º- Direitos humanos? É repudiável o uso de tal termo para justificar o infanticídio e um verdadeiro holocausto silencioso. Sequer foram aos tratados de direitos humanos, constitucionais ou ramos da área jurídica nos direitos inerentes ao homem para falarem de “direitos humanos”. Sequer pensam em um trabalho de direito integral à mulher como informações sobre os males, procedimentos e conseqüências do aborto e proteção ao nascituro.

4º- Contexto de laicidade do Estado? Este termo revela uma preocupação dos Conselhos com a posição moral, ética e filosófica da grande maioria dos grupos religiosos que são contrários ao parecer. Mas esquecem que a consciência contra o aborto pode ser levantada independentemente de credo. O que impediria um ateu convicto de se manifestar contra o aborto? E, não estaria o Conselho demonstrando discriminação religiosa? O estado é laico, não têm religião oficial, porém não é “laicista”, ou seja, não é contrário às religiões e a manifestação de suas crenças e valores. Lembro também aos senhores conselheiros que a profissão de Assistente Social se iniciou na Igreja, no meio eclesial e não secular. Outro dado que podemos tirar disto é que os ditos “cientistas na área social” ignoram que aborto é uma questão tratada em outras áreas científicas, que há muito tempo já comprovou biologicamente sobre a presença de outro ser humano, envolvido no drama em questão.

5º- Justiça social e igualdade de direitos? Abortar não é direito nem de ricos e nem de pobres porque é um ato que despreza todos os direitos de quem vai nascer. Os “conselheiros” tiveram direito de nascer, não deveriam trabalhar para que outros tenham o mesmo direito também em condições mais dignas para suas mães? O procedimento abortivo, em qualquer ocasião de modo, hora e local, não seria uma violência contra a própria natureza da mulher? Daí, não restam mais direitos a reclamar, nem mesmo para os marxistas do Conselho Federal de Assistência Social que, de fato, não estão lutando pelo direito integral do ser humano e nada propõem para o crime do aborto ser evitado e ajudar às mães.

Pra terminar fica o questionamento: Não é de hoje que alguns ambientes universitários como nas áreas de Serviço Social, Psicologia, Direito e até Medicina estão impregnadas com a mentalidade fora de valores autenticamente cristãos, tendendo assim, a ver como bem o que é mau. Apenas enxergando soluções aparentemente fáceis para problemas difíceis, Mostram até uma limitação em termos de desenvolvimento em solução para os problemas tratados na sociedade, digo que isto também é conseqüência da marginalização dos valores evangélicos. E não é exclusividade do CFESS, infelizmente. Pergunto então, o que você leitor(a) pode fazer, na tua área de atuação, para mudar este quadro?

Fiquem atentos defensores da vida e da justiça, “Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas.” (Mat. 10,16).

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Desfazendo um mito...

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Por R. G. Santos

Dizem os teólogos da libertação (e não sem grave orgulho) que sua pseudo teologia brota dos anseios do povo sofredor. Em outras palavras, dizem ser a busca por estruturas sócio-político-econômicas mais justas por parte dos contingentes de excluídos da história (e de modo especial dos latino-americanos) o motor para o surgimento de uma “teologia nova”, fundamentada numa fé “encarnada” que busca “redimir” os sofredores do mundo.

Tudo isso para postular que a TL surge do povo, de suas mais profundas aspirações. De modo especial do povo oprimido na América Latina. Defendem assim, a originalidade de sua herética elaboração teológica. Diante do exposto, podemos sem medo, afirmar: mentira, mentira, mentira!!! Os teólogos da libertação e de modo especial sua elaboração teológica não tem nada de original. Muito menos constitui a TL fenômeno originário na América Latina, como querem e pontuam seus corifeus. Afinal, erro tão perverso não poderia surgir da mente de um povo marcadamente ordeiro, que conta, no desenvolvimento de sua civilização e personalidade, com mais de cinco séculos de espetacular formação genuinamente católica, fruto de árdua e certamente meritória empreitada de missionários que deram suas vidas por Jesus, pela Igreja e pela salvação das almas.

Nosso objetivo nestas linhas já está mais do que evidenciado: fazer cair por terra a falsa noção de que a TL seria fenômeno de gênese originariamente latino-americana. Não o é, repetimos. Tem a TL sua origem, muito ao contrário do que se pensa, em círculos teológicos pervertidos pelo progressismo situados em países centrais, de “primeiro mundo”, para utilizar expressão ultrapassada (por referir-se à Guerra Fria, já extinta), porém pertinente. Por países centrais, de primeiro mundo, devemos entender aqui aqueles localizados na Europa Ocidental (de modo especial setentrionais, nórdicos, ibéricos e etc.), e países da América do Norte (marcadamente EUA e Canadá). Os teólogos progressistas de maior vulto na América Latina, próceres da TL, se formaram nesses países de centro, de primeiro mundo. Tal fato é reconhecido até pelos progressistas. Nesse sentido, pontua Comblin (1985, p. 11) que “(...) os livros, as instituições intelectuais dos países cêntricos (de primeiro mundo) exercem um efeito de prestígio enorme. Quase todos os professores de teologia da América Latina se formaram na Europa ou na América do Norte...(acréscimo entre parênteses nosso)”

Em outros termos podemos concluir que seria a TL, na prática, uma infeliz adaptação da teologia liberal que se formou na Europa e Na América do Norte. O que a Teologia Liberal européia é para os princípios morais (rompimento com as normas objetivas da moral Cristã autêntica), é a Teologia da libertação para os dogmas e para toda a Tradição bimilenar da Igreja. Tratam-se ambas de aplicação das concepções liberais que surgiram no tempo e no espaço. A diferença reside num recurso sobremaneira mais intenso da filosofia, ou “análise” marxista (também esta não é originariamente latino americana!!) na teologia da libertação para conseguir um pretexto e, com ele, inserir-se na realidade da América Latina. Ainda no sentido de elucidarmos a verdadeira origem da TL, diz Comblin (1985, p. 13-14), com muita clareza por sinal, que

“a teologia latino-americana da libertação formou-se e manifestou-se pelas suas primeiras publicações na época em que uma teologia de inspiração liberal, ou neoliberal, predominava nos países do centro no fim da década dos anos 60. Os principais teólogos da libertação formaram-se na Europa sob a influência das tendências mais liberais do tempo.”

Com o que acabamos de expor, só podemos chegar a seguinte conclusão: trata-se factualmente a TL de exportação, para a realidade latino americana, de ideologias geradas nos ambientes de reflexão teológica situados nos países desenvolvidos, de “primeiro mundo”. Nosso posicionamento vai fundamentar-se, assim, no então cardeal Ratzinger (1985, p. 145). Segundo ele,

“(...) a teologia da libertação, nas suas formas que se inspiram no marxismo, não é, de forma alguma, um produto autóctone, natural da América Latina ou de outras regiões subdesenvolvidas, onde teria nascido e crescido como que espontaneamente por obra do povo. Na realidade, pelo menos em suas origens, trata-se de criação de intelectuais, e de intelectuais nascidos ou formados no Ocidente opulento: europeus são os teólogos que a iniciaram, europeus ou educados em universidades européias são os teólogos que a fazem crescer na América do Sul. Por trás do espanhol e do português dessa pregação, pode-se perceber, na realidade, o alemão, o francês e o anglo-americano.(grifos nossos)”

Portanto, basta uma pesquisa desapaixonada, atenta e séria para descobrir-se o mitado da TL enquanto fenômeno genuinamente latino americano. Isso não corresponde à realidade. Trata-se de mais um ardil para tentar perverter um povo cheio de fé, mas infenso a erros ladinos e sorrateiros... Chega de abusar da boa vontade de nosso povo heroicamente moldado em sua formação cinco vezes secular, pelo sangue, pelo suor e pelas lágrimas de muitos e verdadeiros missionários que deram suas vidas pelo mandato de Cristo “ide por todo mundo, e a todos pregai o Evangelho”.

FONTE

COMBLIN, José. Teologia Orgânica: Teologia da libertação, Teologia Neoconsevadora e Teologia Liberal. Petrópolis, Vozes, 1985. (péssimo livro para quem quer ter sólida formação teológica)

RATZINGER, Joseph; MESSORI, V. A Fé em Crise – O cardeal Ratzinger se interroga. São Paulo: EPU, 1985.

domingo, 18 de outubro de 2009

Aborto e PT, tudo a ver!

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Aborto e PT, tudo a ver! Agora, com propaganda para abortar em você

Filme de apologia ao aborto promovido pelo governo “super abortista” do Pt (do Lulinha)

Por João S. de Oliveira Junior

 

Exagero este título? Não, realidade. Ele reflete bem um perfeito slogan para outra propaganda, das muitas financiadas pelo gasto público, que já é oficial no governo do “Luiz Ignorácio” (que de bobo não tem nada). Que o atual Governo Federal é “abortista nato”, creio não ser novidade para vocês, internautas bem informados. Num breve histórico é fácil percebermos os marcos abortistas do PT, recentemente, o fato ficou escandalosamente notável pela suspensão dada a dois de seus deputados, Luiz Bassuma (BA) e Henrique Afonso (AC), pela Comissão Nacional de “Ética” do Partido por aqueles simplesmente “militarem” contra o aborto. Curioso que não ouvi falar em uma punição partidária sequer aos escândalos de corrupção, mensalões, dólares na cueca, falsificação em currículo e outras mazelas do cenário político da esquerda, atualmente no poder. Mas não é desses casos que venho diretamente tratar.

Poucos sabem mas, neste ano, o Governo Petista financiou 80.000 (oitenta mil reais) de dinheiro público da saúde para a Fundação Fiocruz fazer um breve filme documentário, intitulado “Fim do silêncio”, com mulheres que praticaram o aborto para ser distribuído em escolas e associações feministas. Entre os já batidos e ilógicos argumentos, nenhuma novidade, a diferença é que pela primeira vez mostram o rosto de algumas mulheres que fizeram o crime clandestinamente (há mais de 5 anos, tempo que prescreve o crime no Brasil), o objetivo é para incentivar e tentar justificar o aborto, tentando sensibilizar para o lado favorável ao crime e conseqüentemente fazer uma apologia à sua “legalização”. Segue-se também outro vídeo distribuído na net como resposta ao documentário (destaque para a resposta da militante feminista à simples pergunta do repórter, imagine se perguntasse mais).
Deixo algumas observações: Embora, nem todas totalmente isentas de consciência e culpa do que fizeram, não culpemos as pobres mulheres que foram usadas e exploradas no filme para incitarem a prática de aborto. Por quê? Estudos comprovam que a grande maioria das mães que fizeram aborto, 95% conforme o parecer de um psiquiatra Português (Prof. Adriano Vaz Serra), não o fariam caso tivessem apoio do pai do bebê, da família ou alguém próximo a elas que a ajudassem (no próprio vídeo abortista percebeu-se isto) pois é quase sempre uma decisão de desespero. Digo também que não abortariam caso tivessem melhores instruções sobre o que de fato é o aborto.

Certamente, muitas delas mergulhadas na ignorância e privadas de informações, não tinham noção ou não viram algum bebê (ou os pedaços dele) abortado no local. Não foram informadas do que aconteceria no útero, nem sobre o desenvolvimento da criança já nas primeiras fases de gestação. Provavelmente o aborteiro não passou nenhuma operação num ultra-som antes, durante ou depois e não as contaram sobre os riscos e danos físicos que um aborto causa à mulher ainda que numa “clínica de Luxo”. Não conversaram com elas sobre os notáveis seqüelas e problemas psíquicos nas mulheres que já abortaram, sem considerar ainda na grande probabilidade de ficarem estéreis após o abortamento e um aumento nas chances de complicações em gestações posteriores. Elas não tiveram uma formação decente sobre biologia (princípio da vida humana após a concepção), não informaram a elas sobre o direito ao pré-natal e uma assistência digna devida às gestantes (ainda que sem apoio econômico e moral da família, afinal, se o Estado recebe uma fortuna em impostos têm que ser para atender melhor aos desamparados). Nem lhes foram ensinado ética, moral, filosofia ou ao menos houve quem lhes dissessem algo que as fariam pensar duas vezes antes de consentirem com o abominável crime. Muitas delas não foram evangelizadas ou nem receberam amor materno (o mais importante) em suas vidas. E outro fato triste de tudo isto, estavam (e infelizmente estão) cercadas por uma mentalidade feminista que tenta convencer a elas mesmas de que teriam o direito de tirar a criança do ventre mas esquece que o bebê no corpo delas tem o próprio corpo dele e, obviamente, direitos como todos nós queremos ter também, e o direito a vida é o início dos direitos para qualquer ser humano, se o negamos isto, não restará mais nada a reclamar. Não iluminaram a elas que poderia ser elas mesmas ou qualquer um de nós o bebê abortado indo para a lata de lixo após a agonia de sofrer, morrendo, sem direito a um nome, certidão, enterro, assistência social, enfim, sem memória. Silencioso, lamentável.

E “nunca antes na história deste país” se viu uma anuência escancarada dos abortistas que lotam a política nacional, que não apenas tentam tirar a consciência materna, própria de cada mulher, mas querem roubar a essência da sensibilidade feminina, vítima, diria eu, quase semelhantemente à criança abortada, morreu um pedaço delas também. Comandando o páreo, um presidente que tem a covardia em dizer que é “contra o aborto” (afinal, deve se manter as aparências) e não se preocupa em expor pobres mulheres que não tiveram nenhuma ajuda verdadeira num momento de drama. E, será que Lulinha e o “Sinistro da Saúde”, José Temporão, se importam com a saúde dos bebês?

Numa próxima oportunidade, averiguaremos e desmascaremos alguns ignóbeis argumentos abortistas, inclusive explorados no documentário pró-aborto.