quinta-feira, 18 de março de 2010

Um vergonhoso ataque à Igreja Católica!

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Torres inconclusas da Catedral de Notre Dame, construída na Idade Média. Seria este um dos exemplos de paralisia intelectual e atraso na arte ocorrida na Idade Média?

 

Paulo L. F.

 

“O papado é exatamente o que a profecia declarou que havia de ser, a apostasia dos últimos tempos.” (Ellen G. White. – Adventista)

“... o mais terrível de todos os estratagemas do papado – a Inquisição... A ‘grande Babilônia’ achava-se ‘embriagada com o sangue dos santos.” (Ellen G. W.)

 

Ellen G. White (1827-1915), ex-metodista[1] e reestruturadora da seita Adventista,[2] é conhecida por ser uma das mais ferozes inimigas do catolicismo. Ela não deixa de tratar a Igreja Romana injuriosamente, comparando-a, por exemplo, à própria “obra prima de Satanás[3]. O papado, por sua vez, apresenta-se em suas palavras como sendo, nada mais nada menos, que uma grande e terrível conspiração diabólica.

Em “O grande conflito”, recheado de erros históricos e teológicos, a senhora Ellen G. W., além de defender as teses absurdas que apresentamos acima, tenta fazer todo um apanhado da história cristã, mas de modo subjetivista e tendencioso, como é comum entre todos aqueles que vivem carregados de preconceito e ódio pela Igreja Católica. Não aprofundaremos aqui este aspecto “Erístico” da autora que buscou per fas et per nefas[4] - como diria Arthur Schopenhauer[5] - impor seu ponto de vista a todo custo, mesmo faltando à verdade. Basta que citemos, a nível de exemplo, e poderiam ser tantos e tão piores, a seguinte afirmação da autora: “... ‘o meio dia do papado foi a meia-noite do mundo’... Durante séculos a Europa não fez progresso no saber, nas artes ou na civilização. Uma paralisia moral e intelectual se abatera sobre a cristandade.(Pag. 38) Ora, qualquer um sabe da falsidade de tais afirmações. Tudo o que de positivo houve na Idade Moderna foi um fruto orgânico da era “Medieval”. Não negamos que houveram mazelas, mas qual período histórico ficou livre das mediocridades da natureza humana, tão corrompida pelo pecado original?

image Não se recordara a Senhora White, que coube à Igreja Católica reconstruir uma Europa que claudicava sob os escombros do outrora opulente Império Romano? Sim, a Igreja atraíra a seu recato amoroso incontáveis bárbaros, perdidos entre mil superstições, ávidos pela guerra, tateando pelas vastidões... e lhes ensinara, lenta e gradativamente, a beleza do Evangelho, princípios morais que levaram tempo para serem mais fortemente assimilados por homens tão difíceis.

“Nos séculos IV, V e VI a Europa esteve apinhada de tribos bárbaras. Outros povos como os hérulos, os lombardos, os saxões e os alamanos, também conseguiram deitar raízes na Europa. Todos disputavam o espólio deixado pela ruína do Império Romano.”[6]

De fato, como é comum e fácil para compreendermos, foi custoso para homens quase sempre rudes, idólatras, ignorantes, ladrões, assassinos, polígamos e irascíveis como os bárbaros, internalizarem os princípios morais do cristianismo, tão superiores a tudo quanto haviam vivido até aquele momento histórico. Coube ao tempo e à paciência cristã, firmada na eficácia de seu apostolado, a incrível façanha de transformar “lobos” em “cordeiros”, fazendo-os adorar o que queimavam e queimar o que adoravam. Para medirmos um pouco a dificuldade de tal empresa, basta percebermos o quanto ainda há de “bárbaro” em nossa sociedade hodierna...

Quantas vezes a Igreja não teve que, ao invés de reprimir os ímpetos descontrolados das gentes, buscar, o que era compreensível, simplesmente canaliza-los na direção do bem, como se deu no caso das Cruzadas ou da Inquisição, uma instituição tão justa para aquela época, marcada pela precipitação popular? Alguns dirão que houveram exageros inescusáveis neste caso! Sim, houveram - e mesmo na Inquisição protestante, tão pouco comentada, onde morreram tantos católicos - mas mui compreensíveis para o espírito daquele período.

P. C. Landucci nos recorda um fato interessante quando escreve sobre a Inquisição e o caso dos hereges Cátaros[7]; eles, que aborrecendo tudo o que era material, pretendiam destruir inclusive a própria célula social e familiar.

“Se quisermos escrever história e não romance não devemos esquecer que a Igreja permitiu tudo isso – contra a sua orientação e praxe tradicional – coagida pela pressão dos poderes civis, pela opinião pública e pela agressividade do perigo, mais ou menos como quando durante a guerra se instituem, legalmente, tribunais excepcionais.”[8]

Casos particulares, merecem, de fato, uma reprimenda toda particular, mas, de modo geral, a Igreja só deve ser louvada por esse avanço na organização da sociedade. O próprio H. C. Lea, escritor de vivos preconceitos contra a Igreja Católica, reconhece, sem hesitar, no tocante ao caso dos Cátaros “que a causa da ortodoxia católica era a própria causa da civilização e do progresso.”(LANDUCCI, pag. 71)

Na época medieval, ainda não germinara como hoje certas possibilidades do trato humano. O que não significa que a atualidade tenha alcançado o máximo de desdobramento prático no desenvolver orgânico da convivência baseada no Evangelho. Basta que nos lembremos dos milhões de mortos causados pelo Comunismo e pelo Nazismo, para não citarmos outros casos entristecedores.

Confesso, caro leitor, que pretendendo falar de um assunto, acabei por aventurar-me em outro. Num próximo artigo tratarei do que havia planejado antes de começar a redigir este trabalho, mas creio que vale a pena citarmos mais algumas questões que validem o que apresentamos nos parágrafos anteriores.

As afirmações infundadas do livro “O Grande Conflito”, no que se refere à História da Igreja, também não levaram em conta outros dados que hoje saltam aos olhos de qualquer pesquisador desapaixonado: o apoio da Igreja ao avanço sério da ciência, sempre se opondo a tudo o que ofendesse a Deus, Nosso Senhor; a criação das universidades; o magnifico edifício da Filosofia medieval; a vastíssima rede de caridade composta de Mosteiros, Hospitais, Hospícios, Asilos e Orfanatos; os grandes exemplos de santidade que assombraram o mundo; o avanço da Arquitetura; as heróicas defesas da cristandade contra o terrível avanço maometano; a guarda e aprofundamento da cultura clássica; e todo progresso tecnológico, mesmo que incipiente, sem o qual o período posterior não teria conseguido avançar com passos tão firmes. “... a Idade Média lançou as bases para a formação dos Estados Nacionais e de uma sociedade alicerçada na fé, na família, na educação... características ainda presentes na vida dos povos contemporâneos.[9]

Era a Igreja que insistia em recomendar que os pobres não jejuassem tanto quanto os ricos e que proibia o trabalho servil aos domingos. Era a Igreja que prestava serviço social aos pobres (...) Durante muito tempo nunca houve outra fonte de educação, além da eclesiástica...” [10]

image Como vemos, não há como concordar com a senhora Ellen G. White quando afirma que “Uma paralisia moral e intelectual se abatera sobre a cristandade.” A História está aí para jogar por terra essas palavras carregadas de ódio e preconceito.

Finalmente, poderíamos continuar citando, tanto outros exemplos para refutar essas palavras infundadas, como outras partes do mesmo livro recheadas de incoerências, erros e estratagemas. Porém, terminemos com uma afirmação da própria autora: “A Igreja de Roma está empregando todo expediente para readquirir o domínio do mundo e para restabelecer a perseguição, desfazendo tudo que o protestantismo fez.”( WHITE, H. G. p. 318) . Vejam como destila veneno a pena desta senhora! Confesso que caí no riso ao ler as páginas deste livreco... porém, reconheçamos, “É de chorar”! Peçamos a Deus a graça de lutarmos ardorosamente contra a heresia, não da forma que a autora por nós citada insinua, sem respeito à dignidade humana, usando de violência injusta e opressão - atos sempre condenados pela Igreja - mas sim, em fidelidade aos mandamentos de Cristo e sempre submissos à autoridade suprema de sua Igreja. Aí sim, desfaremos, e com muito gosto, todo o mal que o protestantismo fez! E que a Virgem Santíssima, seja nosso escudo e proteção. Amém.


[1] Seita fundada pelo clérigo João Wesley (1703-1791) ex-membro da denominação anglicana.

[2] Seita fundada por William Miller (1782-1849) que se afastara da chamada Igreja Batista. Ele previra a segunda vinda de Cristo para o dia 22 de outubro de 1844, nada tendo acontecido a não ser uma grande frustração para seus seguidores. Ellen G. White é quem reorganizará sua obra após esta grande decepção dos membros iludidos.

[3] WHITE, Ellen G. O grande conflito. Acontecimentos que mudarão o seu futuro. Trad. Hélio L. Grellmann. São Paulo, Casa, 2003, p. 32

[4] Trad.: “Por meios lícitos ou ilícitos”.

[5] SCHOPENHAUER, Artur. Como vencer um debate sem ter razão: em 38 estratagemas: (Dialética Erística) / Artur Schopenhauer; introdução, notas e comentários por Olavo de Carvalho; tradução de Daniela Caldas e Olavo de Carvalho. Rio de janeiro: Topbooks, 1997,258 p.

[6] MELLO, Leonel Itaussu A. COSTA, Luiz César Amad. História antiga e Medieval. Da comunidade primitiva ao estado moderno. Editora Scipione: São Paulo, 1993, p. 193.

[7] Um grupo herético que, inclusive, chegava algumas vezes a se organizar em formações armadas agressivas contra a sociedade, como aconteceu em Tanchelm, em Flandres de 1108 a 1125 e entregava-se às piores violências.

[8] LANDUCCI, P.C. Cem problemas de fé. Paulinas: São Paulo, 1969. 69-73 .

[9] MYRIAM, Becho Mota; PATRÍCIA, Ramos Braick. História das cavernas ao terceiro milênio. 1ª Edição. Editora Moderna: São Paulo, 1999, p. 68

[10] Ibidem. MYRIAM, Becho Mota; PATRÍCIA, Ramos Braick. História das... p. 69

domingo, 14 de março de 2010

Maria teve outros filhos além de Jesus?

 

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Por Paulo L. F.

 

“Quem são os irmãos de Jesus? Os irmãos de Jesus são os parentes de Maria e parentes em todos os graus.” (Santo Agostinho, 354-430)

 

Essa é uma pergunta muito comum, principalmente entre pessoas que, confundidas pelas seitas enganadoras, se deixam levar por interpretações superficiais da Sagrada Escritura. Inclusive, muitas vezes, por frequentarem durante anos algumas “Catequeses que se dão por aí, torna-se compreensível que tenham dúvidas marcadas por um espírito contrário à Tradição. Atualmente, fala-se muito de “ajuda ao próximo”, conscientização política, inserção na vida pastoral, “experiência de Deus”, busca de interpretação pessoal e incarnada da Sagrada Escritura... mas não se faz apologia, comumente, à Doutrina Católica propriamente dita, pois, ao final das contas – como se afirma, e com ar de erudição- isso seria partidarismo, ação anti-ecumênica, ou mesmo uma afronta ao sentir da modernidade, e - perdoem-me a expressão - “a Igreja que se exploda !” Bom, na verdade, sejamos sinceros, no mais das vezes os catequistas desconhecem a Doutrina Católica ou sua fundamentação, e ninguém pode ensinar o que ignora .

É obvio que Maria Santíssima concebeu um único filho, Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela, sendo virgem antes e durante o parto, permaneceu naquele estado sublime também depois de nascer o Salvador. É isto que nos sugere o Apocalipse[1], pois, narrando-nos que uma mulher vestida de sol – Nossa Senhora - dera à luz um menino que iria governar o mundo, demonstra-nos igualmente que a mesma permanecera completamente envolvida com o drama da vida de seu Filho todo o tempo que lhe restava, e não que, dispensada de sua missão sobrenatural, pudesse entregar-se à ordinariedade da vida ou a outros interesses para além daquele que havia assumido com o Pai celestial.

E, antes de mais nada, sejamos bem diretos, para os membros esclarecidos do Corpo Místico de Cristo basta uma palavra da Igreja e tudo se torna claro como ao meio dia; não digo que se privam do estudo consciencioso de qualquer questão, porém, diante do pronunciamento eclesiástico, no fundo limitam-se a fundamentar tudo aquilo que, pela autoridade infalível da Esposa do Cordeiro, já se apresenta ao seu espírito como dogmático e, portanto, digno de toda confiança.

Comentemos, porém, alguns aspectos do problema. O termo IRMÃO”, na Bíblia, tem muitos significados. Por exemplo, a palavra “Primo”, por não existir no Hebraico e nem no Aramaico, é por ela substituído. No mais, indo logo à prova cabal daquilo que estamos afirmando basta conferirmos a própria Sagrada Escritura e, de fato, veremos que o termo “irmão” é bastante impreciso e vago na língua falada por Jesus. Ele pode indicar:

Os filhos nascidos dos mesmos pais (Gên. 4, 9)

Os filhos do mesmo pai ou da mesma mãe (Gên.42, 15)

Os parentes (Gên.13, 8 – Lot era sobrinho de Abraão)

Os pertencentes a uma mesma tribo (II Sam.19,12)

Os pertencentes ao mesmo povo (Êx.2,11)

Os pertencentes à mesma natureza humana (Gên. 9,5; Heb.2,11)

E, por fim, os batizados que invocam o mesmo Deus (At,10,23; Col.1,2)

Após havermos alargado nossos horizontes com esta evidência histórica, vamos tocar no ponto central da especulação de todos aqueles que se colocam contra o Dogma católico. Muitos fazem referência a certos textos que apresentariam uma complicação toda particular: a utilização da expressão “irmãos de Jesus” em relação a certos personagens bíblicos. Vejamos alguns:[2]

“Chegaram, então, seus irmãos e sua mãe; e, estando fora, mandaram chama-lo.”[3]

“Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nós também suas irmãs?”[4]

“E não ví a nenhum dos apóstolos, senão Tiago, irmão do Senhor.”[5]

Já de entrada, observemos que todo e qualquer texto que venha a ser citado no tocante a esta questão fala-nos dos “irmãos de Jesus”; nunca de supostos “FILHOS (Plural) de Maria ”. E nem precisaríamos explicar o porque; mas, vamos lá ...

Prestando o mínimo atenção em alguns versículos da Bíblia descobriremos que Tiago, Judas, José e Simão, eram, no máximo, parentes próximos de Jesus, e não filhos da Santíssima Virgem, o que seria um absurdo dado o fato de que Nossa Senhora fizera um voto de virgindade perpétua ao seu Criador, como se depreende de suas próprias palavras ao anjo: “Como se fará isso, pois não conheço homem?”.[6] Ora, é como – grosso modo - por exemplo, uma pessoa respondendo a outra que lhe oferece cigarros: “Não, obrigado, eu não fumo!” Essas palavras, “eu não fumo”, com certeza não significam que o indivíduo em questão fumará depois, mas sim que, anteriormente, havia tomado uma decisão de não fumar.[7] De igual maneira o termo “...eu não conheço homem”, dito por Nossa Senhora, significa, e isso ao lado de outras muitas provas históricas, teológicas e mesmo místicas, que a Virgem havia feito realmente o voto de nunca tocar homem algum por toda a sua vida, o que, com toda certeza, já o sabia São José.[8]

Continuando nossa reflexão, olhemos com cuidado para uma das três citações feitas acima: em Gálatas (1,19), fala-se de Tiago, um dos apóstolos, chamado “irmão do Senhor”; porém, nós sabemos pelo texto de Mateus (10, 2-3), que os dois “Tiagos” do grupo dos Doze eram filhos de Zebedeu e Alfeu, respectivamente. Sendo assim, não poderiam ser filhos de Nossa Senhora, casada com São José.

Através da Carta de São Judas (1,1), por sua vez, descobrimos que ele (Judas, chamadoTadeu) era irmão de Tiago, e consequentemente, também não poderia ter nascido da Virgem Maria. Bem, sobraram José e Simão! Sobre o primeiro, prestemos atenção nestes dois textos abaixo:

“E também alí estavam algumas mulheres, olhando de longe, entre as quais também Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé.”[9]

“Entre as quais estavam Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos Filhos de Zebedeu.”[10]

Concluamos:

1- Tiago e José não são filhos de Maria, Mãe de Jesus.

2- Tiago e José são filhos de outra Maria, segundo a própria Bíblia.

3- Tiago e José (e Judas, se levarmos em conta as passagens que indicam que Judas é um dos irmãos de Tiago apóstolo) são irmãos entre si.

4- Tiago, José (e Judas) não são filhos de Zebedeu, pois, a “mãe dos filhos de Zebedeu” (Mat. 27, 56) é citada à parte como mãe de outros filhos e não de Tiago Menor e seus irmãos. Como já afirmamos, segundo Mateus (10, 2-3) é Tiago Maior, junto a João, seu irmão, que eram filhos de Zebedeu, cuja esposa também é citada em outro texto.[11]

Por fim, Simão. Era mui provavelmente um dos doze apóstolos. Não é bastante o que saberemos sobre ele se tomarmos como referência tão somente as citações bíblicas. Um escritor antigo, Egesipo, o dá também como filho de Cléofas, e portanto, como parente próximo da família de Jesus.[12] O seu caso pode ser tomado sob o mesmo aspecto das chamadas “irmãs de Jesus” de que nos fala o texto de São Marcos (6,3); não sabemos delas muitos detalhes, porém, concomitantemente, pode-se concluir de modo cabal que também não eram filhas de Nossa Senhora, pois, como vimos, só Jesus é apresentado como filho daquela Vírgem singular: Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão (parente) de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem entre nós também suas irmãs?”[13]

Perceba, caro leitor, a distinção clara e evidente que se faz aqui, entre Jesus “O FILHO DE MARIA” (Singular), e Tiago, José, Judas, Simão e algumas mulheres, todos estes personagens tratados como “irmãos de Jesus”, ou seja, seus parentes próximos, e nunca, JAMAIS como “Filhos de Maria ”.

Finalmente, se a Santíssima Virgem tivesse gerado outros filhos – e seriam tantos! – por que Jesus Cristo, ao morrer na cruz, a deixou aos cuidados de um dos apóstolos? Sim, está escrito: “Quando Jesus viu sua Mãe e perto dela a discípulo que amava, disse a sua Mãe: ‘Mulher, eis ai o teu filho.’ Depois disse ao discípulo: ‘Eis ai tua Mãe.’ E dessa hora em diante ele a levou para sua casa.”[14] Ora, se Maria tivesse gerado outros filhos isso não seria necessário ...

Como vemos, não há mais nada a se falar sobre o assunto. Jesus foi, de fato, o único filho gerado por Nossa Senhora. Nós, obviamente, por participarmos de seu Corpo Místico, nos tornamos “filhos de Maria ”, incorporados que fomos em Cristo pela eficácia do Batismo. Peçamos, pois, a graça de vivermos à altura de tão grande dignidade: sermos filhos e filhas amados da Virgem Maria em Cristo Jesus! Virgem Santíssima, rogai por nós!

“Deus Pai transmitiu a Maria sua fecundidade, na medida em que a podia receber uma simples criatura, para que ela pudesse produzir o seu filho e todos os membros do seu Corpo Místico.” (S. Luiz M. Grignion de Montfort – Tratado pg. 26)


[1] Conf. Apoc. 12, 1-17. Aqui, a “descendência da mulher” não são aqueles que nasceram naturalmente de seu ventre, pois Jesus fora seu filho único, mas sim aqueles que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus, ou seja, todos os cristãos verdadeiros.

[2] TANNUS, Roberto Andrade. E os Irmãos de Jesus? São Paulo: Editora Santuário, 2003. Pg. 12-31. O autor, em muitas partes do livro, resvala rumo a ambiguidades, demonstrando pouco espírito apologético e falsa visão ecumênica. (Nota do autor)

[3] Conf. S. Mar. 3, 31

[4] Conf. S. Mar. 6, 3

[5] Conf. Gal. 1, 19

[6] Conf. S. Luc.1, 34. “Conhecer”, na Bíblia, tem o sentido de “relação sexual”; ex.: Gên. 4,1. 25

[7] Obviamente, o exemplo permite outras interpretações, como por exemplo: “...não fumo” (por que não sei tragar) etc. O fato é que a frase como está, “...não fumo” nos demonstra também a possibilidade de que a pessoa em questão tenha feito o propósito de nunca fumar, e se a frase estiver corroborada por outras provas que indiquem o suposto, então teremos forte indício da veracidade do que concluímos. Ora, é isto que se dá no caso de Nossa Senhora.

[8] NEGROMONTE, P.A. A Doutrina Viva. Petrópolis: Vozes, 1939. Pg. 101

[9] Conf. S. Mar. 15, 40

[10] Conf. S. Mat. 27, 56

[11] Conf. Mat. 20, 20-24

[12] Conf. Indice Doutrinal da Bíblia Sagrada, Ave-Maria 104 Ed. Ver: “Irmãos”. Pg. 1586

[13] Conf. S. Mar. 6, 3

[14] Conf. S. Jo. 19, 25-27. Texto interessante, pois, distingue Maria Santíssima das outras “Marias” que estavam junto à Cruz.