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domingo, 9 de maio de 2010

A devoção do Santo Rosário - exemplos edificantes

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Nossa Senhora do Rosário - Caravaggio

 

No mês dedicado a Maria Santíssima, excertos sobre a devoção que mais a agrada.

 

 

 

Um velho soldado oprimido pelas fadigas e feridas estava no hospital dos incuráveis, em Antuérpia. Envelhecera nas campanhas, porém conservara sua alma sempre pronta a abrir-se às inspirações da piedade.

Um Sacerdote veio visitá-lo, falou-lhe da devoção do Rosário e ensinou-lhe a rezar o Terço. O militar achou tanta consolação nesta prática a ponto de se lamentar por conhecê-la tão tarde. “Se eu tivesse conhecido mais cedo esta devoção, tê-la-ia praticado todos os dias.” No ardor de seus sentimentos, esforçava-se em recuperar o tempo perdido e conforme a expressão de um cronista, rezava seu Terço com o passo acelerado de um viajante que caminha sob os ardores do sol e deseja alcançar a sombra. “Se a Santíssima Virgem” dizia ele, “quisesse conceder-me ainda três anos de vida, eu rezaria tantos Rosários quantos são os dias de minha existência.” Perguntando uma vez que número de dias compreendem 60 anos, responderam-lhe: “em 60 anos há 21.900 dias.” O militar perguntou, ainda, quantos Rosários seriam necessários rezar cada dia para completar esse número em três anos. Disseram-lhe que era preciso rezar 20 Rosários por dia. O velho soldado impôs-se este trabalho com coragem; dia e noite tinha ele seu Rosário na mão e no fim de três anos concluiu os 21.900 Rosários. Porém, a morte esperava-o ali. Sua vida não durou nem um dia, nem uma hora mais; morreu rezando a última Ave-Maria.

A Santíssima Virgem quis mostrar-nos, por este exemplo, o zelo que devemos ter oferecendo-lhe, cada dia, uma homenagem que tanto Lhe agrada.

 

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Lê-se na vida da Bem-aventurada Benedita Rancurel, santificada pela devoção do Rosário, que muitas vezes o demônio a transportava para longe e a colocava sobre um rochedo inacessível. Acontecia então que o Anjo Custódio da santa ia buscá-la. Abria-lhe uma passagem através das rochas, dos gelos e dos abrolhos cobertos de neve, trazia-a dos lugares desconhecidos em que estava perdida pela malícia de satanás e ajudava-a a transpor a torrente impetuosa que lhe embaraçava o caminho. Viva imagem do que fazem todos os dias nossos bons Anjos para nos preservarem ou livrarem da astúcias de nossos inimigos invisíveis, que procuram sem cessar fazer-nos cair no pecado e conduzir-nos à nossa perda eterna! Quando a santa camponesa era levada pelo demônio sobre o teto de certa Igreja, o que aconteceu por mais de vinte vezes, um Anjo a ajudava a descer e, abrindo a porta da Igreja, rezava com ela o Rosário. Quando as perseguições do demônio contra esta santa criatura chegavam a seu auge, os Anjos, sob a forma de passarinhos, vinham rezando e cantando, assistir a seus sacrifícios e provas. Ela os via, ora brancos, ora vermelhos, e sempre luminosos. Outras vezes, as duas cores alternavam-se na coroa que eles formavam voando sobre a sua cabeça. O branco, sem dúvida, significava a virgindade tão perfeita dessa santa donzela e o vermelho o martírio causado pelas perseguições que sofria. Mas, o que podia representar a coroa, senão essa coroa mística de Ave-Marias que Benedita oferecia 20 vezes ao dia à Rainha do Santo Rosário?

Eis como os Anjos se comprazem em proteger, fortificar e consolar os verdadeiros servos e fiéis servas da Sua amável Soberana, especialmente aqueles e aquelas que põem todos os dias em Sua fronte o místico diadema do Terço ou do Rosário e se esforçam para caminhar sobre Seus passos no caminho das virtudes.

 

✠ ✠ ✠

 

Fonte:


Livro: Trinta e uma Meditações Sobre as Excelências do Santo Rosário
Páginas: 39, 40 e 68
Subtítulos: Quanto Maria Ama o Terço (Pág. 38 - 41)
O Rosário Louvado Pelos Demônios (Pág. 66 - 69)
Pelo Padre Luiz Bronchain - Redentorista
Friburgo, Brisgau - Alemanha
1° Edição- 1912
Reedição - 1999
2.000 Exemplares.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Como rezar eficazmente o Rosário?

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“Abri, Senhor, os meus lábios para que louve o vosso santo nome...”

Essas são as primeiras palavras da bela oração que se reza antes do Ofício divino e do Ofício de Nossa Senhora. Ela continua:

“... purificai também o meu coração de todos os vãos, perversos ou inúteis pensamentos; iluminai-me o entendimento, inflamai-me a vontade, para que digna, atenta e devotamente recite este Ofício e mereça ser atendido perante a vossa divina majestade”.

Esta oração ensina-nos resumidamente, mas de um modo perfeito, a atitude que devemos ter também ao rezar o Rosário: digna, atenta e devotamente.

O Revmo. Frei Royo Marín, dominicano e renomado teólogo, ex-professor na Universidade de Salamanca, explicou cada um destes três termos.

a) Dignamente: Esta primeira condição exige, pelo menos, que a recitação do Rosário se faça de modo decoroso, como corresponde à majestade de Deus, a quem principalmente a nossa oração é dirigida.

O melhor procedimento é rezar de joelhos diante do Sacrário - o que nos alcança uma indulgência plenária - ou diante de uma imagem de Nossa Senhora. Mas pode-se rezá-lo também em qualquer outra postura digna (por exemplo, modestamente sentado, passeando pelo campo, etc.) Seria indecoroso rezá-lo na cama (a não ser em caso de enfermidade), ou interrompê-lo constantemente para responder a perguntas alheias à oração. [...]

b) Atentamente: A atenção é necessária para evitar a irreverência que ocorreria se houvesse uma distração voluntária. Como querer que Deus nos ouça, se começamos por não nos ouvirmos a nós mesmos?

Contudo, nem toda a distração é culposa. Não temos um controle despótico sobre a nossa imaginação, mas apenas político - como ensinam os filósofos - e não podemos evitar que ela nos escape sem a nossa permissão. As distrações involuntárias não invalidam o efeito meritório e impetratório da oração, desde que se faça o possível por contê-las e evitá-las. [...]

c) Devotamente: A devoção consiste numa vontade pronta para as coisas referentes ao serviço de Deus.”[71].

A própria Rainha do Céu disse ao Bem-aventurado Alano de la Roche: “Sabei que, embora haja muitas indulgências concedidas ao meu Rosário, eu acrescento muitas mais pelas diversas partes dele em favor daqueles que o rezam sem pecado mortal, de joelhos, devotamente, e aos que perseverarem na devoção do santo Rosário, de acordo com essas condições e se meditarem, obterei para eles, como prêmio, a plena remissão da pena e da culpa de todos os pecados no fim da vida. E não te pareça isto incrível; isto é-me fácil, pois sou a Mãe do Rei dos Céus, que me chama cheia de graça e, como cheia de graça, farei também ampla efusão dela em favor dos meus filhos queridos.”[72].

Encerremos , pois, com este conselho de São Luis Maria Grignion de Montfort: “Considero como um dos mais assinalados favores de Deus a graça de alguém perseverar até a morte na prática quotidiana do Rosário. Perseverai nela e tereis a admirável recompensa que está preparada no Céu para a vossa fidelidade.”[73].

Notas:

[71]- Royo Marín, O.P., op. cit., pp. 472-475.

[72]- S. Luís Grignion de Montfort, op. cit., pp. 86-87.

[73]- Idem, ibid., p. 145.

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Livro: Fátima - O Meu Imaculado Coração Triunfará!
Pe. João S. Clá Dias
1º Edição - Agosto 2005
Páginas: 116 e 117