sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Serviço Social e aborto

aborto 

                          O mais novo "serviço social"

 

Por João S. de Oliveira Junior

 

Parecer favorável ao aborto do Conselho Federal de Serviço Social, denunciemos as “pérolas”:

Informativo CRESS SP

“Após amplo debate realizado no segundo dia sobre o trabalho do assistente social e a questão do aborto, a plenária de delegados e observadores do 38º Encontro Nacional do Conjunto CFESS/CRESS aprovou por unanimidade "posição favorável à descriminalização do aborto e a necessidade de difundir a norma técnica do Ministério da Saúde sobre o aborto legal e seguro como um direito reprodutivo, constitutivo dos direitos humanos, que se exerce no contexto da laicidade do Estado, garantindo justiça social e igualdade de direitos".”Aqui.

Vejamos:

- Unanimidade? Bom, não estaria o apoio ao aborto já pré-programado antes do encontro? Interessante que os próprios Conselhos em outras ocasiões consideram ser divergente esta posição por parte dos próprios profissionais. Como então pode um conselho “bater o martelo” e considerar um juízo de uma questão que nunca foi homogênea entre os próprios membros? Ainda mais que não envolve apenas uma área da sociedade.

2º- Não é difícil perceber o quanto o Ministério da Saúde se interessa e influi nesta questão de “legalizar” o aborto, isto será esclarecido em outro texto. Mas, vamos corrigir a interpretação de alguns termos, mais para clichês, do parecer dos Conselhos:

- Não existe “aborto legal”, simplesmente, no código penal, há ocasiões que o aborto não é punido, ao contrário de obrigar a condução ao trágico procedimento como muitos “técnicos” sociais do conselho estão pensando. Por outro lado, o mesmo código não prevê maior apoio às gestantes e acompanhamento psíquico-social a elas para, enfim, não optarem pelo aborto. E não é por isto que os “Conselheiros” deveriam estar lutando?

-Não existe “aborto seguro”, todo aborto culmina com a morte da criança, e ainda que feito em “clinicas de luxo” trás sérias conseqüências psicológicas às mães gestantes, pois é um procedimento que foge à natureza materna. Sem contar nas inúmeras chances de complicações em gravidez posteriores e até mesmo aumento do risco de infertilidade e esterilização. Como então ousam usar o termo “direitos reprodutivos”? Estão mesmo defendendo este direito reprodutivo? Contraditório.

3º- Direitos humanos? É repudiável o uso de tal termo para justificar o infanticídio e um verdadeiro holocausto silencioso. Sequer foram aos tratados de direitos humanos, constitucionais ou ramos da área jurídica nos direitos inerentes ao homem para falarem de “direitos humanos”. Sequer pensam em um trabalho de direito integral à mulher como informações sobre os males, procedimentos e conseqüências do aborto e proteção ao nascituro.

4º- Contexto de laicidade do Estado? Este termo revela uma preocupação dos Conselhos com a posição moral, ética e filosófica da grande maioria dos grupos religiosos que são contrários ao parecer. Mas esquecem que a consciência contra o aborto pode ser levantada independentemente de credo. O que impediria um ateu convicto de se manifestar contra o aborto? E, não estaria o Conselho demonstrando discriminação religiosa? O estado é laico, não têm religião oficial, porém não é “laicista”, ou seja, não é contrário às religiões e a manifestação de suas crenças e valores. Lembro também aos senhores conselheiros que a profissão de Assistente Social se iniciou na Igreja, no meio eclesial e não secular. Outro dado que podemos tirar disto é que os ditos “cientistas na área social” ignoram que aborto é uma questão tratada em outras áreas científicas, que há muito tempo já comprovou biologicamente sobre a presença de outro ser humano, envolvido no drama em questão.

5º- Justiça social e igualdade de direitos? Abortar não é direito nem de ricos e nem de pobres porque é um ato que despreza todos os direitos de quem vai nascer. Os “conselheiros” tiveram direito de nascer, não deveriam trabalhar para que outros tenham o mesmo direito também em condições mais dignas para suas mães? O procedimento abortivo, em qualquer ocasião de modo, hora e local, não seria uma violência contra a própria natureza da mulher? Daí, não restam mais direitos a reclamar, nem mesmo para os marxistas do Conselho Federal de Assistência Social que, de fato, não estão lutando pelo direito integral do ser humano e nada propõem para o crime do aborto ser evitado e ajudar às mães.

Pra terminar fica o questionamento: Não é de hoje que alguns ambientes universitários como nas áreas de Serviço Social, Psicologia, Direito e até Medicina estão impregnadas com a mentalidade fora de valores autenticamente cristãos, tendendo assim, a ver como bem o que é mau. Apenas enxergando soluções aparentemente fáceis para problemas difíceis, Mostram até uma limitação em termos de desenvolvimento em solução para os problemas tratados na sociedade, digo que isto também é conseqüência da marginalização dos valores evangélicos. E não é exclusividade do CFESS, infelizmente. Pergunto então, o que você leitor(a) pode fazer, na tua área de atuação, para mudar este quadro?

Fiquem atentos defensores da vida e da justiça, “Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas.” (Mat. 10,16).

7 comentários:

kiko disse...

Vou indicar esse artigo a uns dois amigos! rsrsrsrsrsrsrsrsr!

Pax Domini!

Leandro Silva de Melo disse...

Muitcho bom ! Mas, quem é este João S. de Oliveira Junior? Gostei do estilo, agente se diverte enquanto lê. rsrsrsrsrrrsrsrsVamu vê o que essa gente inventa agora. Sou um frequentador assídui aqui do espaço, e tenho gostado muito das várias informações que tenho recebido aqui
para ter uma maior compreenssão política. Gosto de ser um católico informado.

Sociedade Apostolado disse...

João S. de Oliveira Junior é um confrade do nosso grupo. Agradeçemos as visitações.

Anônimo disse...

...que a profissão de Assistente Social se iniciou na Igreja, no meio eclesial e não secular...
Caro Júnior, como acadêmico de Serviço Social, penso que este comentario ficou meio que inapropriado, até mesmo porque muitos Assistentes Sociais não admitem a profissão como oriunda da Igreja, dizem que a profissão não é uma evolução das praticas da caridade. Isso é, em minha opinião certo por um lado e errado por outro. Penso que a prática (essência) da profissão é sim oriunda das formas de caridade feitas pela Santa Igreja, mas enquanto profissão não, porque o que fazem os A.S. não é caridade. Primeiro pelo fato de realmente muitas vezes não terem a reta intenção do bem, mas uma ação feita puramente por pratica profissional, depois que eles mesmos não querem praticar levar o nome de praticas de caridade. E como perdem por isso.

Forte abraço!

João disse...

Anônimo 00:29
Obrigado pelo comentário, concordo ,em partes, contigo.

Sobre a profissão de serviço social ter origem na Igreja é pelo fato dos princípios de Doutrina Social da Igreja, especificamente na Rerum Novare de Leão XIII ter influenciado e inspirado os profissionais na Europa. Já no Brasil, embora tendo sido regularizda em 1957, a profissão iniciou com movimentos ligados diretamente à Igreja em 1936, impulsionados por outra encíclica social da Igreja (Quadragésimo Ano, de Pio XI) frente ao problemas gerados pelo capitalismo liberal. Convivo em meio a outros estudantes e profissionais do curso, e antes de eu pesquisar, alguns deles já havia me contado.

Há alguns links que tratam do assunto:
http://www.scribd.com/doc/19272414/A-ORIGEM-CONFESSIONAL-DO-SERVICO-SOCIAL
.
http://www.cress-sc.org.br/servicosocial/dia.php
.

E, claro que, frente a proliferação do maxismo, muitos quereram "banir" o princípio de caridade cristã ou mesmo preconceituosamente nega-lo neste assunto.

No mais, compreendi com o que dissestes, embora seja natural NÃO esperarmos que a profissão de Assistente Social (assim como outras) seja objetivamente exercida e regulada por motivos caritativos, mas que sim, por iniciativa dos indivíduos (profissionais)baseados nos valores cristãos, exerçam aplicando de modo efetivo tais valores onde, quando e em o que quer que façam profissionalmente, daí, a necessidade de difundir e estender os valores do evangelho. Eis a pergunta que deixei no final do texto.

Outro abraço! Pax Domini!

Gustavo disse...

Parabéns

Tenho visto muitas pessoas se enrtedando por este curso sem prestarem atenção para esta questão do marxismo tão bem colocada no artigo.
Persisamos de artigos assim para nos ajudar a ficar fieis com a doutrina da Igreja.Obrigado.

Pedro Henrique disse...

Concordo plenamente com a afirmação do autor:Não é de hoje que alguns ambientes universitários como nas áreas de Serviço Social, Psicologia, Direito e até Medicina estão impregnadas com a mentalidade fora de valores autenticamente cristãos, tendendo assim, a ver como bem o que é mau. Apenas enxergando soluções aparentemente fáceis para problemas difíceis, Mostram até uma limitação em termos de desenvolvimento em solução para os problemas tratados na sociedade, digo que isto também é conseqüência da marginalização dos valores evangélicos.

Em nossa sociedade o avança das idéias contrárias ao cristianismo e uma realidade entristecedora.