Monge cartuxo
“A necessidade da oração funda-se na necessidade da graça atual. É uma verdade de fé que, sem esta graça, nos achamos em impotência radical de nos salvarmos e, com maior força de razão, de atingirmos a perfeição. De nós mesmos, por melhor uso que façamos da liberdade, não podemos nem dispor-nos positivamente para a conversão, nem perseverar por tempo notável, nem sobretudo perseverar até à morte: Sem mim, diz Jesus a seus discípulos, nada podeis fazer, nem sequer ter um bom pensamento” (Adolf Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e Mística, 645).
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“São muito claros os textos, que nos mostram a necessidade de rezar, se quisermos alcançar a salvação: ‘É preciso rezar sempre e nunca descuidar’ (Lc 18, 1). ‘Vigiai e orai para não cairdes em tentação’ (Mt 25, 41). ‘Pedi e dar-se-vos-á’ (Mt 7, 7). Segundo a doutrina comum dos teólogos, as referidas palavras: ‘É preciso rezar, orai, pedi’, significam e impõem um preceito e uma obrigação, um mandamento formal” (Santo Afonso Maria de Ligório, A Oração, cap. I, 2).
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São Basílio Magno, São João Crisóstomo, Clemente de Alexandria e Santo Agostinho, “ensinam que a oração para os adultos é necessária, não somente por ser um mandamento de Deus, como também por ser um meio necessário para a salvação”, e: “É impossível que um cristão se salve sem pedir as graças necessárias para a sua salvação”.
Santo Tomás de Aquino: “Depois do batismo, a oração contínua é necessária ao homem para poder entrar no céu. Embora sejam perdoados os pecados pelo batismo, sempre ainda ficam os estímulos ao pecado, que nos combate interiormente, o mundo e os demônios que nos combatem externamente”; “A oração é necessária não para que Deus conheça as nossas necessidades, mas para que nós fiquemos conhecendo a necessidade que temos de recorrer a Deus, para receber oportunamente os socorros da salvação. Assim, reconhecemos Deus como único Autor de todos os bens, a fim de que nós conheçamos que necessitamos de recorrer ao auxílio divino e reconheçamos que Ele é o Autor dos nossos bens” (Santo Afonso Maria de Ligório, A Oração, cap. I, 2).
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“É, pois, necessário que rezemos com humildade e confiança. Entretanto, isto só não basta para alcançarmos a perseverança final e, com ela, a salvação eterna. As graças particulares que pedimos a Deus, podemos obtê-las por meio de orações particulares. Mas, se não perseverarmos na oração, não conseguiremos a perseverança final, a qual compreende uma cadeia de graças e, por isso, supõe repetidas e continuadas até à morte” (A Oração, cap. III, IV), e: “Assim como nunca cessa a luta, assim também nunca devemos deixar de pedir a misericórdia divina, para não sermos vencidos” (São Boaventura), e também: “Se quisermos, pois, que Deus não nos abandone, devemos pedir-lhe sempre que nos auxilie. Fazendo assim, certamente Ele nos assistirá sempre e não permitirá que nos separemos dele e que percamos a sua amizade. Procuremos, por isso, rezar sempre e pedir a graça da perseverança final, bem como as graças para consegui-la” (Santo Afonso Maria de Ligório, A Oração, cap. III, IV).
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