Ativistas do movimento gay travestidos de eclesiásticos
Por Prof. Pedro M. da Cruz
No mundo atual, repleto de pessoas escravizadas pelo pérfido egoísmo, onde o “Eu” é a medida de todas as coisas, e em que a satisfação de desejos, muitas vezes, desordenados, é o fim de tudo que se almeja, num mundo como este, Deus é esquecido ou desprezado como aquele que se torna um incômodo em nossas vidas de soberba e auto-complacência. Até mesmo o recolhimento espiritual, por exemplo, torna-se um momento de contentamentos sentimentalistas e validação de sonhos efêmeros e anti-evangélicos. Na verdade, reconheçamos, o Criador não é mais visto como o Senhor absoluto de nossas vidas.
“Eu quero!”, “Eu penso!”, “Eu prefiro!”, “Eu!”, “Eu!”, “Eu!” ... este é o mantra vicioso dos homens da atualidade, esquecidos do Evangelho e distantes do Redentor. Com isso, os filhos de nosso tempo permanecem, infelizmente, gulosos de tudo o que é intimista e egocêntrico; tão diferentes do divino Mestre que ensinava-nos resoluto: “Meu alimento é fazer a Vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.”[2]
Percebamos que discrepância! Uns vivem vergonhosamente para sí; Cristo vive para o Pai Celestial, e, como conseqüência, para o bem de todos os homens. “Sim, Ele morreu por todos, a fim de que os que vivem já não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressurgiu”.[3] Uns, inimigos da cruz do salvador, tem prazer somente nas coisas terrenas, e fazem da própria desonra, infâmia e pecados, causas de envaidecimento[4]; como se, ofender ao Pai Eterno, fosse “o máximo!”, ou “muito legal!”. Outros, para alegria da Igreja, julgando como perda todas as coisas que distanciam de Deus e tendo-as em conta de esterco[5], abraçam a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor.[6]
Aqui, observamos claramente as duas classes de pessoas de que nos fala o livro do Gênesis: “os descendentes da Mulher” e “os descendentes da serpente maligna.”[7] Os primeiros, são aqueles que se esforçam, auxiliados pela divina graça, por cumprir a vontade de Deus, ou seja, sua santificação;[8]os segundos, são aqueles que se deixam levar pelas paixões desregradas, como os pagãos que não conhecem a Verdade,[9] buscando os próprios interesses e não os de Cristo, Nosso Senhor.[10]
A Sagrada Escritura é claríssima quando afirma que os desejos desordenados da carne se opõem ao Espírito. Com efeito, eles são contrários entre si.[11] “Deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne.”[12] Somente os que se perdem não conseguem reconhecer esta realidade, até por que, para os incrédulos, cuja inteligência o deus deste mundo obcecou, há uma incapacidade de perceberem a luz do evangelho, onde resplandece a glória de Cristo.[13]
Porém, não deveríamos nos assustar tanto com esta triste situação! Afinal, até certo ponto, nós mesmos a permitimos ou preparamos. Sim, temos uma parcela da culpa! Não foi Deus quem criou um mundo injusto e incoerente. Foi o homem! E o fez com o mau uso de sua liberdade que desfigurou a beleza da obra divina.
Já nos esclarecia o apóstolo São Tiago: “Donde vêm as lutas e contendas que existem entre vós? Não vêm elas de vossas paixões, que combatem em vossos membros?”[14] Em outra parte também escrevera: “Ninguém quando for tentado diga: ‘É Deus quem me tenta.’ Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém. Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e alicia. A concupiscência, depois de conceber, dá a luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.”[15]
Mas, qual o remédio para toda esta triste realidade? A resposta é única, irrevogável e absoluta: Cristo! Sim! Porque em nenhum outro há salvação. Proclamava-nos, destemidamente, o príncipe dos apóstolos que debaixo dos céus nenhum outro nome foi dado aos homens pelo qual devam ser salvos.[16] Assim, correspondendo à graça de Deus, enxertados em Cristo pelo Batismo, tornamo-nos partícipes da Vida Divina[17], e somos arrancados da corrupção que a concupiscência desregrada gerou no mundo.
Confiança, Cristãos! Confiança! O Deus de toda Graça que nos chamou em Cristo à sua eterna glória, depois de havermos padecido um pouco, nos fortificará e nos tornará inabaláveis![18] Tenhamos coragem de passar firmes pelas provações desta vida, então seremos vitoriosos! “Jovens , eu vos escrevo porque sois fortes, a palavra de Deus permanece em vós e venceste o Maligno”[19], escrevia-nos São João. Sim! Nós somos fortes! Nós conseguiremos! Nós somos capazes de coisas grandiosas! Tudo isso, porque somos “um em Cristo Jesus”[20], e, deste modo, participamos de seu poder e de sua autoridade.
“O ramo não pode dar fruto por si mesmo se não permanecer na videira. Assim, também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim”[21], ensinava-nos o Salvador. Mortifiquemo-nos, pois, de todo apego desordenado às coisas terrenas.[22] Se outrora vivíamos mergulhados em vícios torpes, agora, porém, deixemos de lado todas as coisas incorretas, o orgulho, a ira, o rancor, a antipatia, a murmuração, a difamação, a maldade, o uso de palavrões, a prática de imoralidades e enganações. Não é verdade que nos despimos do homem velho com suas más tendências, e revestimo-nos do homem novo que se vai restaurando constantemente à imagem de Cristo[23] até que Ele seja completamente formado em nós?[24]Outrora éramos “trevas”, mas agora somos “luz” no Senhor: comportemo-nos, então, como verdadeiras luzes![25]
Sendo assim, qual o motivo de ainda andarmos com estas companhias tolas que não nos levam a nada? Por que continuarmos a escutar estas músicas idiotas e vazias? E estes palavreados e gírias! Não é verdade que nos assemelham mais aos Filhos do Demônio[26] que aos Filhos de Deus? Vivamos de acordo com a Verdade e abandonemos a hipocrisia podre de tantos homens modernos! Falta-nos atitude ... e, se a tivermos, acharemos graça diante de Deus, a exemplo da Virgem Puríssima.
Santo Agostinho é um belo exemplo de mudança de vida para os jovens da atualidade. Teve uma juventude inquieta, tomada pelas paixões desregradas e desvios de variadas espécies. Era um homem de muitos pecados! Em suas buscas pela felicidade acabou por seguir caminhos escuros e bastante tortuosos. Mas, Deus não abandona nenhum de seus filhos; e permita-me dizer, nem a ti, caro leitor ... após longos anos de orações e sacrifícios por parte de sua mãe, Santa Mônica, Agostinho converte-se a Cristo e recebe o Batismo das mãos de Santo Ambrósio. Era o ano de 387... a partir daí, sua vida foi uma verdadeira luta contra tudo o que o podia afastar de Cristo, por quem se apaixonara intensamente. “Penetrou-me no coração uma espécie de luz serena e todas as trevas de minhas dúvidas desapareceram.” (S. Agostinho, Confissões, cap. X)
[1] Hebreus 10, 31
[2] S. João 4, 34
[3] II Coríntios. 5, 15
[4] Filipenses 3, 18-19
[5] Filipenses 3, 8
[6] Hebreus 12, 14
[7] Gênesis 3, 15
[8] I Tessalonicenses 4,3
[9] I Tessalonicenses 4,5
[10] Filipenses 2, 21
[11] Reconhecemos, duas tendências no interior da nossa vida instintiva, sensível e carnal, criada boa por Deus – longe de nós qualquer dualismo herético: uma que “procura” o espírito com poderosas antenas qualitativas, outra que foge do espírito e a perturba. A primeiro, favorece uma chamada síntese humana entre a “carne” e o espírito, a segundo, serve-lhe de obstáculo. Não pregamos, no entanto, uma pureza imaculada e ilusória no homem (mesmo no primeiro caso), todo ele, desordenado pelo pecado original. Conf. THIBON, Gustave. O que Deus uniu. Coleção Éfeso. Trad. Mário P. Lisboa: Aster, 1958. Pg. 59
[12] Gálatas 5,16
[13] II Coríntios 4, 4
[14] S. Tiago 4, 1
[15] S. Tiago 1, 13-16
[16] Atos dos Apóstolos 4,12
[17] II Pedro 1, 4
[18] I Pedro 5, 10
[19] I João 2, 14
[20] S. João 17; Gálatas 3, 28
[21] S. João 15 1-8
[22] Vejam bem, falamos de “apego desordenado”. Não se pretende aqui uma visão anti-cristã da matéria. Aquele que, por exemplo, vê na carne uma coisa intrinsecamente má e refratária ao espírito, cairá pesada e miseravelmente na carne. Aquele que pretende fazer-se unicamente anjo, far-se-á pesadamente de besta, pois, considerou “a besta em si” – que seja bem entendido- como estranha, repelindo-a para tão longe que já não pode mais domesticá-la e educá-la. Conf. Ibidem. THIBON, Gustave. O que Deus ... Pg. 42.
[23] Colossenses 3,5-10
[24] Gálatas 4, 19
[25] Efésios 5, 8
[26] I João 3, 10
6 comentários:
Um ótimo texto!
Excelente meditação e exortação, muito nos auxilia.
Parabéns amigo escritor!
Pax Domini!
Gostei muito.Soube representar bem a situação atual de alguns, ou de muitos.
MUITO BOM PARA REFLEXÃO.
MUITO BOM PARA REFLEXÃO.
TEXTOS ASSIM DEVERIAM SER MAIS DIVULGADOS.
Hoje realmente parece que o mundo esta mais baguncado que nunca. É mesmo ahora de chamar todomundo pra a percepcaodisso. Eu gostei muito do texto e de todo o blog.
Postar um comentário