“Hoje sabereis que o Senhor vem e vos salva, amanhã vereis a sua glória!” (Missal Romano)
“Ó feliz culpa...” (Santo Agostinho)
“Ó feliz culpa...” (Santo Agostinho)
Por R. G. dos Santos
“... Que dá ao orbe de Deus” a possibilidade de receber a promessa do Messias, broto estrondoso saído de Maria Santíssima, síntese da obra da criação. Eis que o grande dia vem e já está às portas! Contemos as horas e os minutos... Eis diante de nós o Natal do Senhor!
Esse insigne acontecimento - inserindo-se na rica e pedagógica dinâmica da Redenção do Mundo já prometida por Deus Nosso Senhor a Adão no jardim da queda - nos enche de consolo e nos ensina uma serie de verdades lapidares que gostaríamos de descrever abaixo.
Em primeiro lugar, vem o Logos Eterno fazer-se Homem para reparar com justiça a Divindade traída pela soberba do homem. Fazendo-se Senhor de si e medida de tudo, julgou a humana criatura – desgraçadamente – estar acima do bem e do mal, obnubilando em si mesma a presença de Deus. Como fugir de Deus é impossível, dada sua onipresença, tenta o humano em vão se esconder do Altíssimo que tudo vê. As folhas de bananeira não conseguem esconder a fealdade do pecado... E ofensa ao Onipotente requer reparação em igual nível.
Contudo tal reparação, ato de justiça, deveria, logicamente, incluir uma justa punição. O homem deveria ser exterminado da face da terra pela traição orquestrada que fez a Deus! Daí que, em segundo lugar, a encarnação e nascimento do Verbo humanado trás à baila esta certeza: Deus ama com largueza o ser humano, dele nunca desistindo apesar de sua fragilidade. O Verbo Divino, “assumindo a condição de um escravo”, terá como missão precípua “procurar e salvar o que já se dava por perdido”. Ele vem endireitar a vida torta do gênero humano propondo a este uma volta sincera ao coração do Pai com a entrega generosa de sua vida adorável.
Por fim poderíamos citar aqui a última das lições lapidares por nós escolhidas. Por meio desta solenidade, recordamos que a Encarnação de Deus e a assunção da condição humana que Ele faz em quase todas as suas dimensões, exceto o pecado, é como que um selo que atesta a bondade da obra de Deus! A matéria é boa! De Deus “não sai”, digamos nada de ruim! O homem, apesar de sua tendência à malícia, pode ordenar com retidão sua vida para o bem, bem usando retamente os dons da criação. O corpo é bom, ó gnósticos, puritanos e maniqueístas! Submetei-vos ao bom Deus!
Estas são as palavras que gostaríamos de acentuar acerca do Santo Natal. Voltemo-nos para a manjedoura posta na singela gruta de Belém e adoremos o “Senhor Menino”. Que a candura e fragilidade da natureza humana, da qual o Divino Infante se reveste, seja para nós motivos suficientes para a Ele nos voltarmos com fervor, cuidado e afeto.
Laudate Dominum!
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REFERÊNCIAS
BIBLIA DE JERUSALÉM
MISSSAL ROMANO
2 comentários:
Parabéns pela reflexão.
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