sexta-feira, 31 de julho de 2009

Polifonia Sacra - "Anima Christi"

 

Magnífica composição, cuja letra é uma oração  frequentemente atribuída a Santo Inácio de Loyola.

___

Anima Christi, sanctifica me.
Corpus Christi, salva me.
Sanguis Christi, inebria me.
Aqua lateris Christi, lava me.
Passio Christi, conforta me.
O bone Jesu, exaudi me.
Intra tua vulnera absconde me.
Ne permittas me separari a te.
Ab hoste maligno defende me.
In hora mortis meae voca me.
Et iube me venire ad te,
Ut cum Sanctis tuis laudem te.
In saecula saeculorum.
Amen
~~~

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Alma gêmea, esse mito...

image

Mito estúpido e venenoso, o da alma irmã criada especialmente para cada um de nós e que é suficiente encontrar para realizar na terra o paraíso do amor. Sem dúvida, um mínimo de harmonia pré-estabelecida é indispensável á eclosão de um grande amor, mas este mínimo de consonância entre as almas pode ser realizado a priori por centenas de mulheres em relação a um homem e por centenas de homens em relação a uma mulher. É precisa toda a candura da juventude e uma completa ignorância da vida para desconhecer esta verdade. É preciso também muito orgulho: julgar-se único e solitário como um deus a quem só um outro deus, igualmente único e solitário, pode compreender e amar.

Um só Tristão para uma só Isolda: divinização do amor humano que, como todas as idolatrias, conduz em linha recta à destruição do ídolo. D. João é filho de Tristão e parece-se tremendamente com o seu pai. Ambos se encontram cativos do mito do amante único e perfeito, preparado de antemão pelo destino: um imagina possuí-lo, outro procura-o. Ambos crêem no absoluto, no paraíso do amor, mas num paraíso gratuito e terreno, criado pelo mero encontro e pela simples presença.

Na realidade a harmonia única e insubstituível entre duas almas, não é mais, na hora do encontro, que um começo indeterminado no meio de uma ganga de ilusão. É da comunhão quotidiana, das alegrias, das dores, dos esforços e sacrifícios partilhados que ela tirará depois a sua forma precisa e imutável. “A alma irmã”, “a metade de nós mesmos”, não é dada a priori, mas posteriori: são o nosso amor e a nossa fidelidade que a criam. Ela poderia ter sido outra, mas, depois da prova do amor, ela só podia ter sido essa. A esposa única merece-se. A verdadeira monogamia, isto é, a fusão de dois destinos, encontra-se mais no termo do que na origem do amor.

______________________

Livro:O QUE DEUS UNIU, p. 179-180

Autor: Gustave Thibon

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O Reinado de Cristo

285035
Por Prof. Pedro M. da Cruz.
 
“De repente, os perseguidores da Igreja de Jesus Cristo e de todos os homens entregues ao pecado perecerão...” ( Nossa Senhora de La Salette – 1846)
O que procurais?” Interpela-nos, novamente, o Cordeiro redivivo.[i]É essencial termos clareza de nossos objetivos, caso contrário, seremos como um mundo vago e às escuras. Se carecemos de meta e resolução, nos tornamos como destroços de um navio naufragado, arrastados pelo curso dos acontecimentos. Nesta perspectiva surgem as indagações: o que pretendemos com a pregação do Evangelho? Que fulano ou beltrano se convertam, e nada mais? Será que nosso escopo é, tão somente, uma sociedade mais justa, apesar das péssimas diferenças ideológicas? Buscar-se-ia, talvez, uma preparação para o Além, muitas vezes, firmada num desprezo gnóstico pelas coisas materiais, ou quiçá, um mal compreendido conforto metafísico? Qual o fim último de todos os nossos esforços? Por que trabalhamos? Qual o nosso objetivo?
Um alvo é necessário! Não podemos andar tateando, sem rumo, procurando certas melhorias aqui e acolá, como se o cristianismo fosse um mero “tapa buraco”. Sejamos claros, claríssimos: o que queremos é a transformação do mundo! Sim, de todo o mundo! Com todo o complexo de suas culturas e instituições; aniquilarmos todo raciocínio e todo orgulho que se levanta contra o conhecimento de Deus, e cativar todo pensamento, reduzindo-o à obediência a Cristo[ii]; queremos uma ordem mundial que exista perfeitamente à luz do Evangelho, o Reino de Deus na terra, uma prefiguração da Sociedade Celeste.[iii]
Sabemos que o reinado temporal de Cristo, ainda que glorioso nesta terra, será uma mera sombra embaçada da futura realidade escatológica, onde todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra, reunir-se-ão no Verbo encarnado para celebração da glória de Deus;[iv] mesmo assim, é imperativo que este mundo preste tributo ao Rei vitorioso, existindo ao máximo, no que lhe é possível, segundo a verdade de seus sublimes ensinamentos. “Christus vincit! Christus regnat! Christus ímperat![v]
Como podemos perceber, a Igreja possui um alto ideal de sociedade humana; de um Estado perfeitamente cristão. Ali, as nações não terão senão um único Deus, assim como, uma única fé, um único Batismo, e uma única Religião. As duas autoridades - temporal e espiritual – devidamente unidas entre sí, e reconhecendo seus legítimos limites de atuação, marcharão à luz do Evangelho com o firme propósito de sempre atuarem em plena conformidade com os ensinamentos do Divino Mestre .[vi]
Obviamente, que a Igreja fundada pelo Filho de Deus, mãe e mestra sapientíssima da verdade, sabe o momento propício de exigir dos homens aquilo que eles podem conceder. Deste modo, mesmo entendendo que a ordem social cristã seja a mais perfeita para o mundo, não afirma, no entanto, que todas as outras tentativas de organização humana sejam completamente más, uma vez que nelas há muitas características boas, que, inclusive, por serem boas, pertencem, em sua realidade mais íntima, ao próprio Salvador.[vii] Sendo assim, muitas vezes, as tolera com destreza, tendo em vista um bem maior para o futuro.
Queremos uma Cristandade! E que esta se traduza num todo, harmoniosamente ordenado, para maior glória de Deus e salvação dos seres humanos! Por ela lutamos com entusiásmo, fiéis aos nossos pastores, a exemplo dos católicos medievais, que souberam encarnar do modo mais perfeito até então alcançado, apesar das contingências históricas, o ideal cristão de sociedade temporal. Descrevendo aquela época memorável, falava-nos Leão XIII nestes termos solenes: “Tempo houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nesta época, a influência da sabedoria Cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil. Então a Religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda parte era florescente, graças ao favor dos Príncipes e à proteção legítima dos Magistrados. Então o Sacerdócio e o Império estavam ligados entre sí por uma feliz concórdia e pela permuta amistosa de bons ofícios. Organizada assim, a sociedade civil deu frutos superiores a toda expectativa, cuja memória subsiste e subsistirá, consignada como está em inúmeros documentos que artifício algum dos adversários poderá corromper ou obscurecer.”[viii]
Mont Saint-Michel
Restauremos esta era gloriosa! E se, no passado, a cristandade brilhou com tal fulgor perante as trevas dum mundo agonizante, agora resplandecerá com ainda maior beleza e superioridade perante o neo-paganísmo hodierno que assola nosso tempo. É próprio de Deus vingar com uma grandeza superior o dom outrora rechaçado. A cristandade, uma vez restaurada, tomará contornos imponderáveis, crescendo de requinte em requinte numa sublime manifestação das perfeições infinitas de Deus. Afinal, é este o fim de todas as coisas visíveis;[ix] e o alcançará na medida em que formos cada vez mais ousados em nossa fidelidade a Cristo, Rei do universo.
Neste sentido, o cristianismo convoca cidadãos de todas as nações, não olhando a diferença dos costumes, das leis, das instituições, e não suprimindo nem destruindo nenhuma destas coisas, mas, pelo contrário, aceitando e conservando tudo aquilo que, embora diverso, tende para um só e mesmo fim glorioso.[x] Aqui, cada nacionalidade, mantendo suas legítimas peculiaridades, tranqüilamente submissas a seus governantes, esforçar-se-á por viver absorta no oceano do Evangelho, conduzida na senda da verdade pela única Igreja de Jesus Cristo. Deste modo, todos os homens e todas as coisas estariam dispostas segundo a doutrina da Igreja, formando a verdadeira e mais perfeita ordem que pode existir entre as criaturas humanas: a maravilhosa Civilização Cristã![xi] Esta é, como temos observado, a estruturação de todas as relações e instituições humanas, sem esquecermos, do próprio Estado, à luz da realeza absoluta do Filho de Deus. Então - diz-nos Nossa Senhora de La Salette - Jesus Cristo será servido, adorado e glorificado; a caridade florescerá por toda parte. Os novos reis serão o braço direito da Santa Igreja, a qual será forte, humilde, piedosa, pobre, zelosa e imitadora das virtudes de Nosso Senhor; o Evangelho será pregado por toda parte e os homens farão grandes progressos na fé.[xii]
Não corresponde este tempo magnífico à gloriosa era de Maria profetizada por São Luiz Maria Grignion de Montfort? De fato, se foi por intermédio da Santíssima Virgem que o Redentor veio ao mundo, é também por meio dela que Ele deve reinar neste mesmo mundo restaurado.[xiii] Este, caríssimos, é outro aspecto profundo do assunto por nós tratado que merece a atenção devida em outro artigo. Por hora, voltemos à nossa reflexão, sem tocarmos, por exemplo, no período tenebroso de tribulações, que após este interstício providencial, assolará os eleitos nos tempos do Anticristo, denso palco da Parusia.[xiv]
Por certo é à Igreja que pertencem os meios próprios para promover a salvação das almas; mas, a sociedade e o Estado têm os meios instrumentais para o mesmo fim, cabendo a eles, como um corpo que é conduzido por sua alma, agirem em harmoniosa conformidade com a autoridade espiritual. Por isso, escrevia-nos o grande São Pio X, que somente através da religião verdadeira poder-se-á gerar no mundo uma verdadeira civilização;[xv] o que torna, mais uma vez gritante, a certeza comprometedora de que, cabe à Igreja Católica, dada a ordem das coisas, um papel tão indubitável quanto necessário, na implantação de um sistema de coisas onde todas as ações particulares dos homens, assim como, todas as leis, costumes, instituições e manifestações artísticas da humanidade, sejam os meios ideais para alcançarmos a salvação eterna.[xvi] Com efeito, movidos por um agente mais alto e sublime, a sociedade e o Estado produzirão um efeito superior a si mesmos, para a maior glória de Deus.[xvii]
É ousada a pretensão do catolicismo! E como poderia deixar de sê-lo? Temos a convicção de que com Deus faremos proezas.[xviii]Mas, não é verdade que, ainda no fim dos tempos, encontrar-se-á o joio em meio ao trigo? Sim, foi exatamente o que nos profetizou o Mestre divino.[xix] Como pensar então numa Civilização Católica onde coexista a verdade e a mentira, o bem e o mal? Não seria um contra-senso, um disparate? Lembremo-nos, no entanto, que até mesmo a desgraça do ímpio contribui para manifestar a justiça do Pai celestial.[xx] Se, ao lado da futura cristandade, ainda encontraremos o espectro sombrio do mal, isso se dará para realçar com mais impacto a santidade dos bons. Porém, quando chegar o perfeito, o imperfeito desaparecerá,[xxi]e após a volta gloriosa do Salvador, reinará a luz absoluta e nela não haverá treva alguma.[xxii]
Finalmente, nos recordamos das sábias palavras de Leão XIII ao Cardeal Gibbons. Ele afirmava, acertadamente, que é por meio do homem que o homem deve conhecer o caminho da salvação. Não esperemos, portanto, a realização gloriosa do reinado temporal de Cristo independente de todo esforço humano. Nosso suor e nossas lágrimas regarão o solo donde nascerá a verdadeira civilização cristã. Ratifiquemos, com gravidade, que estamos diante de questões realmente cruciais! Usemos, pois, os meios humanos como se os divinos não existissem, e os divinos como se não existissem os humanos - já nos ensinava Santo Inácio de Loyola.
Se a alma cristificada participa dos sonhos do Redentor,[xxiii] então, uma conformidade de desejos se impõe; concomitantemente, querer-se-á, por exemplo, uma atmosfera cultural que favoreça, ao máximo, as melhores condições de desenvolvimento pessoal e coletivo rumo ao mais perfeito cumprimento da vontade de Deus. Ou, não seria esta a vontade de Cristo? De fato, tudo deve propiciar o culto devido ao Criador e a salvação das almas.
É óbvio – ressaltemos - que o Reino de Cristo, propriamente dito, não pertence a este mundo, Ele mesmo o afirmou categoricamente; [xxiv]sabe-se, entretanto, que há uma relação íntima entre as coisas espirituais e aquelas que se dão entre nós. A ordem temporal deve, neste sentido, prefigurar, majestosamente, as realidades sobrenaturais![xxv] Pela própria natureza das coisas, a sociedade e o Estado, assim como todas as manifestações da inteligência humana, possuem o dever gravíssimo de transformarem-se, progressivamente, numa imagem sempre mais tangível e perfeita, das inexprimíveis maravilhas celestiais. Somente assim cumprirão seu objetivo, oferecendo à criatura o auxílio necessário à consecução do fim glorioso ao qual fora chamada: a Bem-aventurança eterna!

[i] S João 1,38
[ii] II Coríntios 10, 5
[iii] Apocalipse 21, 22-23
[iv] Efésios 1,9-12
[v] Tradução: “Cristo vence! Cristo reina! Cristo impera!”
[vi] JOSE GUIMARÃES, Pe. Fernando. Conferências da assunção, Pe. Júlio Maria. I Série, 1897. São Paulo: Editora Santuário, 1988. Pg . 171. Sabemos que o sumo Pontífice possui um poder direto sobre as coisas espirituais e um poder indireto sobre as coisas temporais, enquanto dizem respeito à salvação das almas.
[vii] S. Tiago 1,17
[viii] Leão XIII, Encíclica Immortale Dei, de 1885
[ix] Romanos 1,19-21
[x] João Paulo II. Carta Apostólica sobre Santo Agostinho de Hipona. Documentos Pontifícios, Nº 210. Petrópolis: Vozes, 1986. Pg. 19. Ver também, Gaudium et Spes – 58: “A Igreja purifica e eleva incessantemente os costumes dos povos. Com as riquezas do alto ele fecunda, como que por dentro, as qualidades do espírito e os dotes de cada povo e de cada idade, fortifica-os, aperfeiçoa-os e restaura-os em Cristo.”
[xi]Jamais se deve perder de vista que o objetivo da Igreja está na evangelização e não na civilização. Se ela civiliza, é para evangelizar.” (Pio XI ao Exmo. Sr. Roland-Gosselin / Gaudium et Spes – 58)
[xii] Conf. Revista Catolicismo, Nº 669 – Setembro 2006 – Ano LVI.
[xiii] DE MONTFORT, S. Luiz Maria Grignion. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Vírgem. 30º Edição. Petrópolis: Vozes, 2002. Fim do prefácio do Pe. F. W. Faber, e a introdução na pg. 17.
[xiv] S. Mateus 24. O texto faz referência não só às tribulações que precederão imediatamente a volta gloriosa de Cristo, como também às vicissitudes que acompanham a Igreja ao longo dos séculos. Mesmo no tempo em que se implantará uma era mais gloriosa para a Igreja, estará em efervescência no íntimo dos maus os complôs, aqui e acolá insinuados, contra a justiça implantada por Deus entre os homens, que por não ser absoluta, e sim profético- escatológica, se esfriará devido à apatia e cegueira dos bons. Mas, as coisas seriam mais diferentes se os homens fossem melhores e correspondessem à graça do bom Deus... no mais, a única ordem absoluta é o Reino de Deus na eternidade.
[xv] Carta ao Episcopado Francês, de 28 de Agosto de 1910, sobre “Le Sillon
[xvi] Explica-nos o Vaticano II que a Comunidade política existe por causa de um bem comum, e que este compreende o conjunto daquelas condições de vida social, que permitam aos homens, às famílias e às sociedades poderem conseguir mais fácil e desembaraçadamente a própria perfeição. (Gaudium et Spes – 74)
[xvii] DE OLIVEIRA, Plinio Corrêa. Revolução e Contra-Revolução. 4º Edição em Português. São Paulo: Artpress, 1998. Pg. 60.
[xviii] Salmo 107, 14 (Heb.108)
[xix] S. Mateus 13,41
[xx] Provérbios 16,4; Romanos 9,21-24
[xxi] I Coríntios 13,10
[xxii] I S. João 1, 5
[xxiii] S. João 17, 21-23
[xxiv] S. João 18, 36
[xxv] Basta observar, por exemplo, a relação que se faz entre Jerusalém e a glória eterna. Conf. Apo. 21; e também: Sal.19,1: “ Narram os céus a glória de Deus ...”

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Bispo defende Comunhão na boca e de joelhos


Athanasius Schneider, O.R.C., Bispo Auxiliar de Karaganda no Cazaquistão, nasceu em 1961, no Quirguistão (Ásia Central), para onde seus pais haviam sido deportados e onde foram obrigados a trabalhos forçados. No presente vídeo, Sua Excelência narra fatos edificantes e nos dá uma atualização da sua obra "Dominus Est" (publicado em sua versão original em italiano pela Libreria Editrice Vaticana em janeiro de 2008).
Em Portugal, foi publicada em setembro de 2008 pela Ed. Caminhos Romanos-Unipessoal Ltda., Porto (para informações ac.azeredo@hotmail.com). E no Brasil foi lançada no mês de maio 2009 pela Editora Raboni (http://www.raboni.com.br).

Rezemos pelos sacerdotes - 02

 

Paulo Oliveira

Querem saber porque precisamos de um ano sacerdotal? Assistam ao vídeo acima. Nele, o padre jesuíta Saju George dança uma canção de culto à Shiva, uma das divindades do Induísmo. O fato se dá no presbitério de uma igreja de Viena (uma abominação do templo do Senhor), onde só se deveria prestar culto ao único Deus vivo e verdadeiro. Apesar de já ter sido divulgado em outros blogs católicos, quis aqui colocá-lo para trazer-lhes uma nova reflexão. É que o padre Saju não deve estar lendo a vida dos seus confrades jesuítas dos tempos antigos, pois vem-me à memória a vida de São João de Brito, também jesuíta e mártir. Enquanto Pe. Saju dança à deusa Shiva, S. João de Brito foi condenado à morte por... não prestar culto à deusa Shiva! Leiam o trecho que relata esta passagem na vida do glorioso mártir.

"Preso [João de Brito] juntamente com os catequistas, fê-los o comandante açoitar de modo muito cruel, querendo obrigá-los a invocar um deus dizendo Shiva, Shiva.

Por fim, carregando-os de grilhões, amarraram o P. Brito no meio da praça ao cepo dos parias, e assim ficou, toda aquela noite e o dia seguinte, até depois do meio-dia, exposto às vaias. Depois os levaram a uma fortaleza, usando os gentios de grandíssima crueldade durante o caminho. Chegados aí, quiseram outra vez obrigá-los a dizer Shiva, Shiva; em caso contrário, condená-los-iam à morte, o que de fato aconteceu."

Tirem as suas próprias conclusões. Rezemos.

 

Santos Sacerdotes, Senhor

Multiplicai, Senhor, Sacerdotes em Vossa Igreja.

Dai à Vossa Igreja Sacerdotes verdadeiramente Santos.

Sacerdotes Santos, mensageiros das verdades eternas e que saibam apresentá-las aos homens do seu tempo e do seu país.

Sacerdotes Santos, que falem a linguagem de seus irmãos, mas se acautelem de não comprometer, com opiniões que variam e morrem a imperecível mensagem do Vosso Evangelho.

Sacerdotes Santos que, santificando-se, santifiquem e conduzam para o Céu as almas a eles confiadas.

Sacerdotes Santos, que atinjam e bebam copiosamente na Santa Missa de cada dia, as graças que esperamos.

Sacerdotes Santos, que busquem na oração e na união com Deus, as divinas energias tão necessárias para vencerem os ataques do mundo, da carne e do demônio.

Sacerdotes Santos, que vivam o Evangelho e nos dêem testemunhos de tudo aquilo que eles próprios nos ensinam em Vosso nome. Amém.

***

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Como saber se tenho vocação?

The_Calling_of_Saint_Matthew_by_Carvaggio

Vocação de São Mateus - Caravaggio (1599-1600)

 

Tenho Vocação?
Por P. Luis Maria Barrielle
Diretor Espiritual do Seminário de Ecône


CAPÍTULO I
O QUE É A VOCAÇÃO?


"Que imenso tesouro é um sacerdote realmente bom onde quer que se encontre" (São Pio X)
Todo o mundo está chamado à Santidade, à Salvação: "O Deus de toda graça que nos chamou à sua glória eterna em Cristo Jesus", disse São Pedro (1 Pedro V, 10).
Não falamos aqui daquela vocação de todo homem à Salvação, senão da vocação particular pela qual Deus chama a um estado de vida superior no qual o homem, além dos mandamentos de Deus, renunciando ao mundo para entregar-se totalmente a Ele, se obriga a observar os conselhos evangélicos. É para esse estado de vida superior que se reserva geralmente o nome de "vocação" em sentido estrito. Por isso, a questão é saber se sou chamado por Deus a escolher um estado de vida de perfeição em lugar de permanecer na vida comum. Dito de outra maneira:
Tenho vocação?

Para continuar a ler, clique aqui.

+++

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Documentário: A Grande Farsa do Aquecimento Global

 

Paulo Oliveira

Excelente documentário que desmascara as teses da "religião" do ecologismo radical, sempre pronta a inculpar o homem pelo aumento da temperatura no planeta. Vemos no vídeo que o aquecimento global da forma que é apregoado por quase toda a mídia não é senão um grande cabide de empregos, uma verdadeira indústria mundial, que muitas vezes é formada por esquerdistas odientos do desenvolvimento humano dos mais necessitados. Tais informações são ainda mais atuais e necessárias em vista da recentíssima reunião dos principais líderes do mundo para, entre outras coisas, se comprometerem para alimentar esta mentira (veja aqui). Ah, é claro que não poderia faltar na reunião o nosso presidente idiota, dizendo amém às falcatruas perpetradas. O vídeo conta com nove partes.

***

terça-feira, 7 de julho de 2009

Considerações sobre ação da Graça (segunda parte)

1751816868_0192f747a9
S. Pedro Nolasco - Basílica de S. Pedro (Vaticano)
 
Por Prof. Pedro M. da Cruz
 
A realidade, porém, é outra: muitíssimos seres humanos vivem em pecado mortal... é com imensa tristeza que o reconhecemos. Os que se encontram neste lamentável estado perderam, certamente, a Vida Sobrenatural que haviam adquirido no Batismo. Por isso são tão fracos! Aí está o motivo de se humilharem, vergonhosamente, ante o Demônio, andando de pecados em pecados. A alma está morta... Seus atos, por mais grandes que sejam, não tem nenhum valor sobrenatural diante de Deus. São cadáveres caminhando para o inferno.
Por isso, talvez, tantas vezes pregamos sem o efeito esperado; aconselhamos sem frutos; trabalhamos, e nada adquirimos... Pode ser que estejemos mortos; mortos na Vida Espiritual; arrancados de Cristo, a videira verdadeira, e, com isso, secos; prestes a sermos queimados no Fogo Eterno[3]. Corramos, pois, ao confessionário! Peçamos, entre lágrimas, o perdão de Deus misericordioso! Então, nossa alma ressuscitará, e nossos atos, os mais simples, participarão da eficácia divina. Agindo, naturalmente, longe do Senhor, seremos semelhantes a crianças ignorantes pretendendo empurrar uma montanha colossal; no entanto, vivendo em Deus, faremos coisas maravilhosas.
Já viste um lírio se alimentando dum delicioso churrasco sulista? Obviamente que não! Pois, falta àquela planta a “Vida sensitiva” própria dos animais, como o cão, por exemplo. Mais! Já viste um pássaro deleitando-se numa doce leitura espiritual, ou distraindo-se num agradável jogo de Xadrez? Sabemos que para tais práticas não bastaria ao pássaro a “Vida sensitiva” que ele possui, mas ser-lhe-ia indispensável a “Vida intelectiva”, existente nos seres racionais. Igualmente, também seria impossível ao homem a prática de um ato sobrenatural se lhe faltasse a “Vida divina” própria de Deus. Se a roseira possuísse a natureza própria dos cães, aí sim, poderia agir como um cão. Também os pássaros, se adquirissem uma participação na “Vida intelectiva”, passariam a ter uma vida inteligente, como nós, os homens. Finalmente, sendo concedido aos seres humanos uma participação na “Natureza de Deus” - como está prometido nas Sagradas Escrituras - poderão agir sobrenaturalmente, o que, de fato, se dá após o Batismo, uma vez que somos enxertados em Nosso Senhor Jesus Cristo.[4]
Alegremo-nos, irmãos, pois, pelo Batismo, somos partícipes da Natureza Divina! Ali, recebemos a Garça Santificante que nos torna filhos de Deus em Cristo Jesus! Mas, cuidado! Um único pecado mortal nos privaria deste estado glorioso; então, somente com uma Contrição Perfeita, humilhados aos pés do sacerdote, é que poderíamos readquirir o trono abandonado por nossa insensatez.
Inclinemos nosso coração a Cristo! Vivamos na graça de Deus! fujamos de todo pecado e imperfeição! Deste modo, seremos gradativamente transformados naquele que amamos. No mais, tenhamos confiança em sua bondade infinita, e Ele nos auxiliará nas cruzes de nosso caminho.
Lembremo-nos, por fim, de São Pedro Nolasco (Século XIII) amante de Nossa Senhora, fundador dos Mercedários: certa vez, sentindo em sua alma a grande dor de Cristo por ver-se ofendido por tantos pecados mortais, foi ao cláustro de seu convento, e inflamado de amor, tomou uma pesada cruz que ali estava, colocando-a sobre seus ombros em sinal de penitência e humildade. Assim, começou a meditação da Via Sacra. Lá pelas tantas, sentiu que o peso da cruz, de repente, desaparecera. Olhando para traz com os olhos cheios de lágrimas... oh, maravilha! Lá estava Nosso Senhor Jesus Cristo sustentando aquele peso tremendo. “Que fazes meu Senhor?”, perguntou, confuso, o servo de Deus. Filho, tu levas minha cruz ajudando a tantos homens, é justo que eu venha carregar agora a tua.”
Vejam, a que alturas chegam aqueles que são fiéis à Graça de Deus!
Bibliografia
SAINT-LAURENT, Padre Thomas de. São Paulo da Cruz. Coleção Almas de Santos. Editora Civilização, 1997. 100 pg.
SCIADINI, Frei Patrício. Diário e Cartas, Santa Teresa de los Andes. Tradução: Carmelo de Fortaleza. Edições Loyola, São Paulo, 2000. 436 pg.
CORTI, Pe. Mário. Viver em Graça. Adaptação brasileira segundo a IV edição Italiana pelo próprio Pe. G. M. Gardenal, S.J. 2a Edição. Edições Paulinas, Sâo Paulo, 1961. 450 pg.
PIKAZA, Xavier. Pedro Nolasco, libertador, Testemunho evangélico a favor dos cativos. Edições Loyola, São Paulo, 1985. 71 pg. (Nota do autor: o livro do senhor Xavier Pikaza pareceu-me evidentemente esquerdista, preconceituoso, e péssimo para a formação católica da juventude.)
CIUCCARELLI, Padre. Vida Divina. Apostolado catequético, Boanerges, 1958.173pg. Terceiro Catecismo da Doutrina Cristã, de São Pio X. Editora Vera Cruz, LTDA, São Paulo, 1976. 287 pg.
KEMPIS, Tomás de. Imitação de Cristo. Trad. Frei Tomás Borgmeier, O.F.M. 13a Edição. Editora Vozes, Petrópolis, 1965. 283 pg.
THIBON, Gustave. O que Deus uniu. Coleção Éfeso. Trad. Mário Pacheco. Lisboa: Aster, 1958. 208 pgs.

[1] THIBON, Gustave. O que Deus uniu. Coleção Éfeso. Trad. Mário Pacheco. Lisboa: Aster, 1958. Pg. 65
[2] Certas práticas dos grandes santos são mais para serem admiradas que imitadas nas mesmas proporções em que se deram. Estas foram fruto de uma alma de escol preparada por Cristo para os grandes embates que lhe esperavam na luta pela causa do Evangelho.
[3] S. João15,5-7

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Considerações sobre a ação da Graça (primeira parte)

29750B 
                                     São Paulo da Cruz

Por Prof. Pedro M. da Cruz.

Para onde tende o teu coração? Estão em Deus teus pensamentos? Lembra-te daquele dito popular: “A árvore cai para o lado em que se inclina! ” Além do mais, tudo começa pequeno. São Paulo da Cruz, fundador dos Passionistas, iluminador das trevas do século XVIII com seus milagres estupendos, desde os primeiros anos de sua vida alimentava o amor à oração e à penitência; flagelava-se com uma disciplina de cordas criada por ele mesmo, fugindo, desde cedo, das amarras desordenadas dos sentidos. Afinal, “Mais vale lutar sem elegância que entregar a alma ao animal interior.[1] Certa feita, o barulho que fazia ao surrar seu próprio corpo ainda infantil veio a acordar seus pais: “Que fazes, meu filho, queres morrer?” O resultado daquela heróica inclinação à virtude foi sua crescente devoção à Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo que tantas vezes o elevava a êxtases místicos.[2]
O que tens feito por Nosso Senhor? Acaso, só te preocupas com teus desejos mesquinhos? Há que se negar a si mesmo! Deste modo, o peso da Cruz nos inclinará, ainda mais, na direção de Cristo salvador. Em 1918, grandemente provada pelo Altíssimo, Santa Teresa de los Andes sofrera inimagináveis aflições, securas e trevas interiores. O que fez então esta mestra de santidade? Desesperada, abandonara Nosso Senhor? Entregara-se a uma vida desenfreada de gozos ilícitos, a fim de tentar preencher aqueles vazios abissais? Não! Ela foi fiel! Confiou em Deus, mesmo entre lágrimas, aos pés de Nossa Senhora. Inclinava, deste modo, seu coração ao Crucificado, caindo em seus braços de amor.
santa_teresa_dos_andes
Santa Teresa de los Andes
 
Juanita”, como era chamada pelos mais íntimos, lutava por alcançar uma sólida firmeza de caráter; não queria deixar-se levar pelo inconstante sentimentalismo miúdo dos fracos, tão comum, infelizmente, entre os jovens de hoje; mas, sim, pela razão e por uma consciência esclarecida. Este modelo cristão morrerá com apenas dezenove anos, em doze de Abril de 1920, tendo permanecido somente onze meses entre as Monjas do Carmelo. Em tão poucos anos de existência conseguira alcançar tão altos píncaros de santidade! Eis, um belo sinal para a juventude.
Quantos dão o máximo de si pelo pérfido egoísmo?! Para “aparecerem” pisoteiam todas as virtudes, julgando-se melhores que o resto da humanidade. São incapazes de fazer um único sacrifício oculto pelo bem dos demais, mas portam-se quais palhaços a fim de colocarem-se no centro das atenções. Amam seu “eu” acima de tudo, e se ainda demonstram certa devoção para com as coisas de Deus, é porque daí resulta alto proveito para sua vanglória e soberba.
Antes mesmo de habitar entre as carmelitas, “Juanita” escrevera em seu diário espiritual: “Tenho uma devota. Estou aflita; vai fazer-me perder tudo o que ganhei a respeito da humildade, pois ela vive a contemplar-me. Meu Deus, te peço que eu seja esquecida e desprezada por todos. Meu Jesus, eu não desejo o amor das criaturas.” É preciso, ainda, indagarmos para que lado tendia esta alma primaveril?
Mas alguém poderá objetar: “Não é verdade que, após o Pecado Original, o ser humano se encontra naturalmente inclinado ao mal e enfraquecido em suas forças morais? Tendo ele uma ‘carne fraca’, não se tornaria impossível a vida de santidade?” Ora, é obvio que podemos compreender, dadas as circunstâncias, os motivos pelos quais o homem venha a cair, mas jamais poderemos aceitar o pecado. Realmente, é verdade: a criatura humana se encontra arrastada ao erro, ferida na alma, ofuscada em sua inteligência e enfraquecida em sua vontade. Porém, não sejamos reducionistas. Fomos resgatados pela Cruz de nosso Salvador, Jesus Cristo. Agora, todos os que se banham nas águas do Santo Batismo são recriados no Filho de Deus, tornam-se novas criaturas à imagem do Redentor. Renascidas, assim, pelo Sacramento, a graça auxilia a alma na luta contra o mal e no domínio de sua vontade desordenada.
O Pecado Original não destruiu a liberdade humana, nem fez desaparecer em absoluto nossa força moral. Ainda há brasas sob as cinzas! Um chuvisco da outrora opulente fortaleza espiritual! Mas, de fato, aquele que vive como um louco, entregue às míseras forças de sua natureza decaída, é como um pobre doente, que vendo o remédio para seus males a certa distância de seu leito de dor, não se decide por pegá-lo, e acaba morrendo devido à sua negligência.
Todos podemos perceber, claramente, a verdade de que a natureza humana é mais corrompida quanto à “prática do bem” – pois, está enfraquecida em sua vontade – do que quanto ao “conhecimento da verdade”. O fato é que, amiúde, sabemos o que devemos fazer, porém, é com muitas dificuldades que o executamos; se é que o executamos! Deste modo, peca-se, geralmente, não por falta de conhecimento, mas, sim, por falta de uma força necessária para agir corretamente. Pode-se perceber tal realidade quando afirmamos: “Mas, sou tão fraco ...
Sem Deus nada podemos fazer. Busquemos socorro sobrenatural! Vivamos da graça de Deus! Deste modo, tudo torna-se mais leve e suave. Santa Bernadete, por exemplo, traçando um singelo sinal da Cruz sobre si mesma, converteu um pobre pecador. Maravilha da graça! Isso, porque aquela mulher heróica vivia sempre na fidelidade para com a vontade divina, deste modo, o mais simples movimento de seu ser passava a possuir um valor sobrenatural. E nós, após tantas pregações, tantos escritos, tantos esforços... para quantos fomos canais límpidos de conversão? Com a graça do Altíssimo, todos os nossos atos tornar-se-ão sobrenaturais, convertendo os transviados, amolecendo os corações empedernidos, e abrindo as inteligências à verdade do evangelho.



[1] THIBON, Gustave. O que Deus uniu. Coleção Éfeso. Trad. Mário Pacheco. Lisboa: Aster, 1958. Pg. 65
[2] Certas práticas dos grandes santos são mais para serem admiradas que imitadas nas mesmas proporções em que se deram. Estas foram fruto de uma alma de escol preparada por Cristo para os grandes embates que lhe esperavam na luta pela causa do Evangelho.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Pe. Fábio e o caso do livro "Cartas entre Amigos"

O sacerdote diz compreender a Ressurreição de Jesus como fruto da intuição dos Apóstolos, e diz que a Presença Real não se resume à matéria consagrada. Aos leitores, reafirmamos que, no link que citamos abaixo, não endossamos necessariamente as críticas à pessoa do padre. Se atenham ao que este escreveu.

 

No Adversus Haereses, para ver clique aqui.

 

***