Revolução Cultural de 68 - Sorbonne, Paris
Capítulo I
SOLUÇÕES ERRADAS
5. - I. O materialismo (1). Negando a existência de tôda a realidade distinta da matéria, não pode o Materialismo admitir nenhum fim ou escopo transcendente à mesma matéria. Podem a êle referir-se não só os velhos erros de muitos antigos (Leucippo, Demócrito, Epicuro, Lucrécio, etc.), mas também o daqueles que atribuem todos os fenômenos da vida (sensibilidade, inteligência, afetos, etc.), às atividades e às fôrças físicas de que são os corpos dotados.
A vida, opinam, ou não tem nenhuma finalidade, ao menos transcendente, ou, se a tem, deve consistir no dinamismo que impele o homem de uma conquista à outra, segundo as condições evolutivas da matéria.
II. O positivismo (1), é uma forma mais mitigada do materialismo. É antes um método baseado na experiência e no cálculo matemático, rejeitando como ilusória tôda a idéia metafísica acêrca da natureza e das causas dos sêres materiais ou espirituais.
Várias suas tendências. Único o objetivo: negar tôda finalidade transcendente ao homem e à humanidade.
III. O idealismo (2) vai ainda mais longe. Afirma que princípio e fim de tôda atividade humana não podem ser procurados fora do homem, o próprio sujeito da ação. O homem não sòmente conhece, intui e quer, mas cria a normal moral da sua atividade, o juízo último do bem e do mal éticos, porque sòmente êle pode referi-los aos valores universais e ideais que atinge com o seu próprio espírito.
Tôda realidade moral, pois, tôda norma e todo direito, não têm nenhum objetivo fora do espírito humano. A ética, como também o fim da atividade humana, não passam de produtos da atividade criadora do homem. Numa palavra, existe sòmente uma moralidade do sujeito, subjetiva e transcendental, criada, modelada e determinada pelo Eu (Fichte) ou pela Idéia (Hegel (foto) ou pelo Absoluto (Schelling). Com alguma modificação original, o idealismo é professado na Itália pelas correntes que têm como chefe B. Croce, G. Gentile e U. Espirito.
IV. O existencialismo (1). Como reação ao Idealismo, desde o século passado, com Soren Kierkegaard († 1855), surgiu o Existencialismo, que é largamente desenvolvido na doutrina de Heidegger (foto), Jaspers, Abbagnano e outros. Filosòficamente, apresenta-se o Existencialismo como adesão à existência concreta do homem individual, existência que constitui a inconfundível personalidade do homem e que está em contraste com a existência superficial, pública, coletiva, sujeita às exigências da sociedade.
Do contraste da existência concreta com a existência superficial, surge aquela angústia da qual o homem é tomado e determinada pelo desejo de emancipar-se, de ser verdadeiramente êle mesmo. Sentir nesta existência autêntica é o meio para encaminhar-se em direção a um futuro de conquistas.
Os existencialistas dão grande importância aos valores éticos e religiosos: de fato, falam do bem e do mal, do dever, da culpa, da fé, da redenção, da oração e até do pecado original.
V. O pessimismo. Para o pessimismo não existe felicidade. A vida é intoleràvelmente má, sem um objetivo, sem meta a alcançar. É uma dor contínua, fazendo Schopenhauer (foto) e outros consistir o fim do homem, em dela libertar-se, renunciando sobretudo à vontade de viver.
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Notas:
(1) Bibl.: A. D. Sertillanges, Les sources de la croyance en Dieu, Paris, 1928; G. Bertola, La morale materialista di Trotzky, in Civitas, A, n. 4 (1952), 21 ss.; R. Lombardi, La dottrina marxista, Roma, 1947; L. Kania, Il bolscevismo e la religione, Roma, 1945; G. Angrisani, Comunismo e giustizia sociale cristiana, Turim-Roma, Marietti, 1949; La filosofia del Comunismo, Atti della Settimana di Studio indetta dalla Pont. Accademia di S. Tommaso nell’aprile 1949.
(1) Bibl.: A. Zacchi, Filosofia della religione, P. I: Dio. II. La negazione, Roma, 1925; G. Zamboni, Il valore scientifico del positivismo di R. Ardigò e della sua conversione, Verona, 1921.
(2) Bibl.: A. Tilgher, Filosofi e moralisti del Novecento, Roma, 1932; A. Guzzo, Idealismo e cristianesimo, Nápoles, 1936-1942, 2 vol.: A. Zacchi, Il nuovo idealismo italiano di B. Croce e di G. Gentile, Roma, 1925: M. Cordovani, Cattolicismo e Idealismo, Milão, 1928: C. Fabro, Idealismo, in EC, vol. VI, 1562 ss.
(1) C. Fabro, Introduzione all’esistenzialismo, Milão, 1943; R. Lombardi, Il clima dell’esistenzialismo, in “Cività Cattolica” 1944; V. M. Kuiper, Aspetti dell’esistenzialismo, in “Acta Pont. Acad. Rom. S. Tomae Aq.” Vol. IX, 1944, pp. 99-123.
-Dados da Obra-
Teologia Moral - Compêndio de Moral Católica para o Clero em geral e Leigos
Autor: P. Teodoro da Tôrre Del Greco, O.F.M. Cap.
Doutor em Direito Canônico
Edições Paulinas
Capítulo I - Soluções Erradas
Páginas: 30-34
Ex parte Piae Societatis a Sancto Paulo Ap.
NIHIL OBSTAT
Scti. Pauli, 8-XII-1958
Sac. Joannes Roatta Sup. Provincialis
NIHIL OBSTAT
Sact. Pauli, 25-XII-1958
Mons. J. Lafayette Álvares
Censor
IMPRIMATUR
Scti. Pauli, 25-XII-1958
† Paulus Rolim Loureiro
Ep. Auxil. et Vicarius Generalis
Direitos reservados à Pia Sociedade de São Paulo
Caixa Posta, 8107 - São Paulo 1959
Acabou-se de imprimir em maio de 1959
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