quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Pe. Robério. Apostasia de um sacerdote...


“Não vos levam em conta Senhor...” (Sal.85,14)

Por Prof. Pedro M. da Cruz 
     Certa feita perguntara Jesus: “Também vós quereis me abandonar?[1]. O fato é que muitos discípulos já não queriam mais segui-lo; afinal, eram duras demais as suas palavras...[2]
Ainda hoje, mesmo após tantas ocorrências de milagres estupendos e múltiplas comprovações científicas que validam a origem divina do catolicismo, existem, infelizmente, os apóstatas. Eles desertaram, passaram para “outro evangelho” e submeteram-se aos que perturbam a obra cristã [3].  “O Deus desse mundo cegou suas inteligências para que não vejam claramente a luz...” [4]
Até onde vai a loucura do ser humano!
Ficamos tristes ao saber do caso “Pe. Robério”. Ele – Robério Pereira de Souza, ex-padre da arquidiocese de Montes Claros – após nove anos de ministério presbiteral, segundo suas próprias palavras: assinou uma carta, renunciou ao título de padre e foi viver sua vida...[5]
A mesma vida que Nosso Senhor ordenara “perder”...[6]
Ora, São Paulo havia recomendado que tomássemos cuidado com aqueles que provocam divisões e escândalos em contradição com a doutrina apostólica. Escrevera-nos claramente: “Evitai-os[7]. Entretanto, o que fizera Pe. Robério?  Exatamente o contrário!
Basta conferirmos uma sua entrevista escandalosa e cheia de contradições:
Quando criança ia às escondidas a cultos “evangélicos” influenciado por certa professora da “Igreja Batista”. Bem se vê o mal que determinados profissionais podem causar às nossas crianças...
Escutava programas de Rádio ligados ao protestantismo, como, por exemplo, alguns da “Igreja Quadrangular”. Aos poucos o erro ia encontrando guarita em sua alma desprevenida...
Nutria estranha curiosidade por seitas, grupos neopentecostais...
Mantinha contatos com “pastores evangélicos” (Ex. Pr. Paulo, Pr. Israel).
E, por fim, assistia programas de televisão pertencentes às chamadas “igrejas crentes” (R.R. Soares e Valdomiro Santiago).
Perguntemo-nos: o que se poderia esperar de atos tão contrários aos ensinamentos bíblicos? Basta lembrarmos aos leitores de nosso Blog que São João havia ordenado aos cristãos que não recebessem em casa pregadores de doutrinas diferentes e, inclusive, que nem mesmo os saudassem.[8] Talvez, Pe. Robério houvesse esquecido essas palavras da Escritura...
Por isso, agora, após sua triste apostasia, chegou ao ponto de:
Negar o valor da Santa Missa.
Quebrar todas as suas imagens sagradas, dentre elas, as da Virgem Maria, nossa Mãe...
Fazer afirmações inverídicas sobre a fé romana (como, por exemplo, a suposta existência da adoração aos santos).
Finalmente, renegar as “brancuras da Igreja Católica” – para usar uma sua expressão: o papa, Maria e a Santíssima Eucaristia. [9]
E ainda afirmava que não falava mal de nossa Igreja... Quanta contradição! Aliás, muito comum entre filhos da pseudo-reforma.
Irmãos rezemos por essa pobre alma; ela que fora chamada às alturas do sacerdócio e tem chegado a tal estado de escândalo e vergonha cujo nome custa-nos pronunciar: APOSTASIA.
Perante as feridas do Corpo Místico, o que fez o pobre sacerdote? Correu ao encontro do Salvador e lutou até a última gota de seu sangue pela honra da Esposa? Não.
Quanta dor...
Bem dissera o Texto Sagrado: “Fogem das minhas chagas os amigos, os mais íntimos olham-me de longe.[10] Sim, de muito longe...
Oh, Senhor! Abandonaram-vos novamente... Perdoai. Ele não sabe o que está fazendo.
Será? Calemo-nos. À Deus pertence o julgamento...
Maria Santíssima livrai-nos dessa loucura e convertei os sacerdotes que claudicam nas estradas da ilusão, enganados pelo erro, olhando de longe o Filho de Deus... Fugindo de suas chagas...
Mãe do Bom Conselho rogai por nós!



[1] Jo. 6,67
[2] Jo. 6, 60-66
[3] Gal. 1, 6-9
[4] II Cor. 4, 4
[5] Revista Conteúdo Ago./Set. 2011, p. 8-9
[6] Mat. 10, 39
[7] Rom. 16, 17
[8] II Jo. 11. Conf. Também: Didaqué Cap. XI
[9] Conteúdo, 2011; p. 8-9
[10] Sal. 37, 12. Luc. 23, 49

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sobre a crítica de Schelling ao cartesianismo


Schelling

Por R.G. Santos
Schelling é entre teóricos do idealismo alemão o mais lúcido para muitos, o que não desabona, obviamente, muitas de suas posturas intelectuais. Isso se torna evidente pela profundidade e pelo cuidado com que parece considerar a evolução e as conseqüências dos pensamentos anteriores procedendo, por vezes, a críticas pontuais a respeito dos mesmos. Nessa perspectiva, vem a propósito evidenciarmos a consideração que irá fazer acerca da proposta cartesiana.
Num primeiro instante convêm tratar do modo como Schelling concebe o primado do eu, oriundo da reflexão cartesiana. Nosso autor critica fortemente esse aspecto da exaltação exagerada do eu porque o mesmo não pode ser ponto de partida para se conceber a realidade (rejeita também a absolutização do objeto - o que se dá propriamente em Espinosa). Porém tenta salvá-lo da mera passividade a que o tinham concebido Kant e Fitche, autores que radicalizam Descartes.
Ainda nesse aspecto, da relação entre sujeito e objeto, Schelling destoa-se do cartesianismo. Isso ocorre porque Schelling concebe o conhecimento numa perspectiva mais umbilical. Há aqui, nesse sentido, uma maior ligação (e a função do cordão umbilical, dentre outras, é a de ligar...) entre sujeito e objeto. Há uma clara tendência a se revalorizar o real e as coisas. Tenta, assim, reequilibrar a seu modo a relação desequilibrada por Descartes, quando este passou a enfatizar por demais o eu e desencadeou a médio e longo prazos uma onda de subjetivismos responsáveis por um entendimento engessado da realidade.
Nessa linha ele ainda critica, ou melhor, tenta tematizar as relações entre natureza e idéia, dicotomizadas e divorciadas de certa maneira em Descartes, nas noções de res extensa e res cogitans, trabalhando em função de reduzir  o grau de separação das bifurcações que impedem uma noção mais coesa nas considerações sobre o real e o ideal, entre “matéria e forma”.
Estes são, em linhas gerais, os “reparos” feitos a Descartes por parte de Schelling. Vemos aqui nosso autor conceber a realidade de maneira mais lúcida e integral embora seja tido, por aspectos que aqui não nos foi possível pontuar, como integrante da linha subjetivista (idealismo alemão) e, portanto, seja um dos pensadores tidos como da modernidade malsã.

Maria Santíssima, rogai por nós.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

CRISTO NA ECONOMIA


Ideal de sociedade Cristã


O meu Pai trabalha continuamente e Eu também trabalho. Jô 5,17


É impossível falar de Economia nos últimos dois mil anos sem se referir a Jesus Cristo. A sua presença real fez-se sentir continuamente e afetou de forma decisiva toda a realidade. É por isso que, naturalmente, a consideração dos problemas econômicos também tem de levar em conta sua influência.

Mas a presença de Cristo é superior, sublime, divina. É por isso que tantas vezes ela escapa à nossa observação humana e terrena. Aqueles que puderam conhecer a figura visível de Cristo foram continuamente confundidos, desarmados, descoroçoados pela sua presença e pelas suas palavras. O espanto é a atitude mais freqüente nos Evangelhos. Desde a Anunciação – “Como pode ser? [1]” -, passando pelos milagres – “Quem é este?” [2] – até à Ressurreição – “Vede as minhas mãos e os meus pés: sou eu mesmo!” [3].
          
         Assim, quando falamos da influência do Senhor, na economia como em todas as outras coisas, temos de estar bem alerta para não cairmos no simplismo, na generalização, na interpretação imediata, errônea, terrena das palavras que Ele disse e das ações que praticou ao longo destes dois mil anos. Foi esse erro de perspectiva que ao longo destes séculos criou tantas heresias em tantos domínios, e também na economia.


A INFLUÊNCIA QUE O SENHOR NÃO QUIS TER


 A analise da influencia de Cristo na economia destes dois mil anos não pode deixar de começar com esta enorme perplexidade perante um ensino e atuação que não é deste mundo[4]. Por isso, a primeira coisa que vale a pena notar é que o Senhor não quis fazer, a influencia que Ele não quis ter.
          
          Um dos aspectos mais nítidos da presença de Cristo é Ele ter evitado cuidadosamente mudar o sistema social e econômico, reformar este mundo, transformar a sociedade. Repetidamente, Ele afastou interpretações das suas palavras e ações que fossem diretamente político-econômicas, e colocou-as noutro nível – porque o meu reino não é daqui. [5] Ele podia facilmente ter criado um partido ou força social, um governo, um sistema de regras comunitárias. Todos – discípulos, opositores, até simples curiosos – esperavam que Ele o fizesse.  Jesus, porém, sabendo que viriam buscá-lo para fazê-lo rei, refugiou-se sozinho na montanha[6]. Múltipla vez, Cristo, deste modo suave e elegante, afastou a interpretação imediata das suas ações e palavras.
          
         Quando O tentam envolver nestes assuntos, Ele escusa-Se delicadamente. Disse-lhes então alguém da multidão: “Mestre, diz a meu irmão que reparta comigo a herança.” Ele respondeu: “Homem, quem me estabeleceu como juiz ou árbitro da vossa partilha? [7].” Ao confrontar-se com autoridade, separa muito bem os níveis: “Daí, pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. [8]“.
           Cristo respeitou escrupulosamente a autoridade do sistema político-económico do seu tempo. Notou-lhes os defeitos, mas sempre Se recusou a entrar em esforços de reforma, em conspirações ou em projetos de revolução, até em reflexões especulativas. Essas realidades não passavam de simples meios para um fim sublime: “Eu digo-vos: fazei amigos e riquezas injustas, para que, no dia em que estas faltarem, eles vos recebam nas moradas eternas. [9]É indiscutível que a influência que Cristo quer ter é diferente: Aquele que vem do alto está acima de todos; o que é da terra é terrestre e fala como terrestre. Aquele que vem do céu dá testemunho do que viu e ouviu, mas ninguém acolhe o seu testemunho[10].
             
              Esta atitude foi bastante mal compreendida no seu tempo, por discípulos, opositores e simples curiosos. Muitos levaram a mal a falta de empenhamento de Cristo nas pequenas discussões políticas em que eles gostavam de se envolver.  A mesma atitude foi também muitas vezes tomada pela Igreja, na seqüência de seu Mestre. E também ela foi incompreendida ao longo dos séculos. “A missão da Igreja não é a intervenção direta no plano econômico, técnico, político ou do contributo material para o desenvolvimento, mas consiste essencialmente em oferecer aos povos não um “ter mais”, mas um “ser mais”, despertando as consciências com o Evangelho[11].

          Muitos são aqueles que, na Historia e, sobretudo no nosso tempo, insistem em fazer uma aplicação temporal e política dos ensinamentos, idéias e visões do Senhor. É comum apresentar Jesus como inspiração de modelos, sistemas, intervenções concretas. Cristo não é um pensador, não é um activista social, um político ou um analista. Por isso, compreendê-lo nesses registros, como é tão freqüente nos nossos dias, tem de gerar erros graves. As muitas interpretações políticas e econômicas da pessoa de Cristo são, simplesmente, embustes e enganos, que passam ao lado do propósito do Senhor.

A INFLUÊNCIA QUE O SENHOR QUIS TER

            O propósito de Cristo não é modificar a sociedade, mas ultrapassá-la completamente. Isso é evidente para quem O ouve. Por isso vos digo: não vos preocupeis com vossa vida, com o que haveis de comer, nem o corpo, com o que haveis de vestir. Não será a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que as vestes: [...] Buscai, pois, em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça. E todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo. [12] Para compreender a influencia de Cristo é preciso compreender o seu objetivo.

            O seu propósito é salvar o mundo. O que ele quer é levar-nos a nascer do alto[13], a ser perfeitos como o Pai do Céu é perfeito[14]. Como o Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. [...] Este é o meu mandamento: amai0vos uns aos outros como eu vos amei. [15]
                Este é o objetivo do Senhor. Esta é a influência que Lhe interessa.
Papa Bento XVI
       E esta é a origem da maior influência econômica que Cristo poderia ter. Apesar de manter sempre o respeito estrito pela autoridade político-econômica de seu tempo e de todos os tempos, o Senhor não deixou de ser revolucionário. E, embora o seu reino não seja daqui, Ele afirma claramente: Eu sou rei[16]. O seu objetivo não é mudar a sociedade. È muito mais profundo, vasto e exigente do que isso. E esse objetivo acaba por ser muito mais poderoso para mudar a sociedade.

          Para ter essa influencia e cumprir o seu objetivo, Cristo escolheu também um método e uma forma especial de influencia. A influência que Cristo quis ter é a influencia da sua Igreja, que é o seu corpo: Eu sou a videiro, vós as varas[17]. A presença visível de Cristo no mundo – e, portanto na economia – foi nestes dois mil anos a da Igreja, porque é assim que Ele quer. Tudo quanto ligardes na terra, será ligado no céu; e tudo o que desligardes na terra, será desligado no céu. [...] Porque onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei ali no meio deles[18].

            A Igreja de Cristo não é apenas uma Instituição que continua ao longo do tempo. A Igreja é Cristo. A Igreja de Cristo não é uma instituição, é um acontecimento concreto, sempre o mesmo, que se repete sucessivamente ao longo dos tempos. A Igreja de hoje, como em cada tempo, faz acontecer outra vez o que Cristo fez há 2000 anos. A Igreja faz presente hoje, na História, presente na nossa historia concreta, a pessoa concreta de Cristo. No século XXI, a Igreja não será mais nem menos visível que no século I ou no século XIII. Por isso, ao falar da Igreja de Jesus Cristo estamos a falar de algo que não tem comparação com mais nada.


A INFLUÊNCIA QUE O SENHOR TEM

Tal como Cristo, a sua Cabeça, a Igreja não é daqui. Mas ela vive cá, porque foi aqui que o Senhor a quis colocar. “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” [19]. Destes dois fatos nasce o mistério da Igreja de Cristo. Virada continuamente para o Céu, a Igreja não deixa de atuar na sociedade terrena e aí ter vasta influência que o Senhor decidiu ter neste mundo.

Os exemplos do impacto da atuação eclesial sobre a economia são miríade. Qualquer cristão ou comunidade, ao defrontar-se como o problema de viver a vida neste mundo de olhos cravados no Céu, busca essa influência. Ao resolve-lo – na sua atuação econômica concreta, de trabalhador, consumidor, investidor, contribuinte – cria uma influência de Cristo na economia.

A História registra apenas alguns exemplos mais salientes. Logo em Jerusalém, os discípulos, esperando a vinda próxima do Senhor, criaram uma economia de gratuidade e partilha[20]. Esta opção eminentemente razoável se o fim do mundo fosse próximo, mostrou-se insustentável a longo prazo. Aliás, a perseguição se encarregou de desbaratar a primeira economia cristã[21]. Mais tarde, integrando-se no Império Romano, os discípulos, esforçando-se por caminhar para o reino dos Céus, iam mudando a economia imperial. O caso dos escravos[22] é uma boa demonstração dessa influencia.

S. Francisco e S. João
Ao longo dos séculos, os exemplos multiplicam-se. Olhando apenas para os mais evidentes, é possível seguir a história da economia paralela à da Igreja. Quando São Bento (480-547) foi para Montes Cassino, o seu objetivo era salvar a Igreja e determinar a nova forma medieval de evangelizar. Mas o seu mosteiro beneditino, que se iria espalhar pela Europa em sucessivas vagas, constituía mendicantes de São Francisco e São Domingos, no século XII, foram à resposta da videira de Cristo à nova realidade urbana da baixa Idade Média, influenciando decisivamente a sua vida e a sua economia. A teologia de São Tomás de Aquino e dos escolásticos lança as bases da futura ciência econômica.

Com a Idade Moderna nascia o capitalismo comercial, depois industrial. A Igreja esteve presente aí como sempre, procurando sempre ordena-lo para o Céu. As comunidades índias conhecidas por Reduções do Paraguai e destruídas em 1639 são dos exemplos mais notáveis de criatividade econômico-social, representando bem a originalidade ímpar dos jesuítas. As Misericórdias portuguesas, disseminadas por todo o império, e por isso, por todo o mundo, são também exemplos excelentes e ainda vivos de instituições que, viradas para a salvação das almas, tiveram profunda influência econômica.

Foi a Igreja que começou a segurança social, que hoje o Estado cria e regula. Ao longo de milênios, foi para a Igreja que se viraram os pobres e aflitos, até que o Estado percebeu que era bom fazer igual. O amor ao próximo, que a Igreja trouxe à luz do dia e pregou desde sempre, é hoje pregoado por partidos, organizações leis e discursos. A solidariedade, a igualdade, a luta contra a pobreza, a discriminação, o racismo são valores que a Igreja sempre defendeu e que o mundo só defende porque “copiou”.

Todos estes, e muitos outros, são exemplos eloqüentes da forma como os cristãos viveram a sua vocação divina no mundo que o Senhor veio salvar. “Pela força do Evangelho, ao longo dos séculos, os monges cultivaram as terras, os religiosos e as religiosas fundaram hospitais e asilos para os pobres, as confrarias, bem como homens e mulheres de todas as condições, empenharam-se a favor dos pobres e dos marginalizados, convencidos de que as palavras de cristo: Cada vez que fizestes estas coisas a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes” (Mt 25,40), não deviam permanecer um piedoso desejo, mas tornar-se um compromisso concreto de vida “[23].



FONTE: A Econômia de Deus, Págs 59 - 67. João César das Neves. Ed. Principia em co-edição com Grifo.

[1] Luc 1,34.
[2] Mat 8,27.
[3] Luc 24,39.
[4] Jô 18,36.
[5] Jô 18,36.
[6] Jô 6,15.
[7] Lc 12,13-14.
[8] Mt 22,21.
[9] Luc 16, 9.
[10] Jo 3, 31-32.
[11] Redemptoris Missio, 58.
[12] Mt 6, 25-33.
[13] Jo 3, 7.
[14] Mt 5, 48.
[15] Jo 15, 9-12.
[16] Jo 18, 37.
[17] Jo 15, 5.
[18] Mt 18,18-20.
[19] Jo 17,15
[20] At 2, 42-47.
[21] At 8, 1.
[22] 1 Tim 6,1-10; cf tb Fm 8-21.
[23] Centesimus Annus, 57.

sábado, 1 de outubro de 2011

“Evangélicos”: Em Constante Degradação

Reuniões Pentecostais


“Prostituíste-te com eles, mas não te saciaram.” (Ez. 16,28)
“Ela multiplicou a sua prostituição, em recordação de sua juventude.” (Ez. 23,19)



Por Prof. Pedro M. da Cruz

Deturpação do Evangelho
“O movimento evangélico está visceralmente em colapso”. Esta é uma afirmação insuspeita do pastor Ricardo Gondin (“Igreja Betesda”).[1] Por exemplo, segundo pesquisa do IBGE[2]mais de quatro milhões de evangélicos se declararam sem vínculo institucional com sua igreja” [3]. Foi um crescimento de 4% para 14%, incluindo nesse “balaio de gato”, além de multi-evangélicos, pessoas que não se sentem ligadas a nenhuma seita específica, mas que, nem por isso, deixam de declararem-se “evangélicas”.
 
 Uma entrevistada pela Folha de São Paulo, Verônica de Oliveira, 31, moradora do Rio de Janeiro, disse freqüentar três igrejas diferentes: Católica, Deus é Amor e Nova Vida. Um verdadeiro “supermercado da fé”, para citarmos expressão utilizada por S.S. Bento XVI. Questionada sobre essa estranha situação, ela dispara: “Nem eu sei explicar direito. Acho que Deus é um só.” Como sempre, um Show de superficialidades! Próprio de alguns no Rio de Janeiro que, por exemplo, elegeram Sérgio Cabral[4], político relativista, pró-aborto e simpatizante da causa homossexual. Entretanto, esse é outro assunto; deixemo-lo para depois. Caso contrário, teremos de abordar também os “vôos” suspeitos do governador “mente aberta” que (mesmo erro de Sarney, Office Boy do PT) sambou nas costas da Justiça pegando carona com seu amigo Eike Batista[5]. Voltemos, portanto à nossa reflexão:
 
Jovens roqueiros
A Revista Época[6] fez abordagem interessante que muito contribui para nosso artigo: “É entre os evangélicos que surgem mais propostas de igrejas flexíveis. Eles têm igrejas para metaleiros, para garotas de programa e até para lutadores de Jiu-jítsu.Na matéria intitulada “Deus é Pop” conta-se, inclusive, a história do Ator Gabriel Anésio, então com 19 anos. Ele foi evangélico, católico e freqüentou terreiros de Umbanda, todavia couberam ainda mais coisas em seu “embrulho moderninho”... 

“Hoje Gabriel freqüenta a Igreja Cristã Contemporânea (Sic.), na Lapa, reduto de travestis no Rio. Fundada pelo Pastor Marcos Gladstone, também saído de uma igreja que não aceitava homossexuais, a Contemporânea virou um refúgio para jovens gays que querem ser evangélicos, mas não são acolhidos noutros lugares.[7]
 
Entretanto, o que explica tal nível de confusão entre os irmãos separados? Ora, o fato é tangível: um abismo atrai outro abismo[8]. Prova dessa verdade é a observação do próprio grau de horrores que tem alcançado o protestantismo, sempre “Flex” em seu processo de degradação... 
 
Aliás, para a Modernidade (na pena de alguns, ultra-modernidade ou mesmo pós- modernidade, entre outros epítetos...), tudo deve ser “Flex”, não só a religião.

A cantora Preta Gil, à imagem de Lady Gaga e da bela Angelina Jolie, declarou-se “Flex”. Afinal, ser “bi” está na moda[9]! Só os “caretas” não entendem.

Gilberto Kassab declarou “Flex” o PSD, novo filho da política nacional: antes, nem de esquerda, direita ou de centro, mas, agora, declaradamente, centrista (leia-se: de lugar nenhum...)

Mesmo o Rock in Rio agora é “Flex”! Claudia Leite e Shakira validam nossa afirmação. Tony Bellotto rendeu-se ao espírito de nossa época; para ele Rock in Rio passou a significar, “(...) coisas diferentes e até antagônicas.” Choram os tradicionais do Rock...  nós, entretanto, damos boas gargalhadas.


E o PT? Não é “Flex” sua postura? Afinal, petistas já afirmam sem peso de consciência: “Privatizamos Também!”... Devem ter aprendido algo com seus antigos inimigos, agora, aliados do governo “Big Brother” (cinco ministros já foram eliminados...)
 
Por fim, que dizer de certo pluralismo religioso defendido por padres da nova geração pós conciliar? É “Flex” sua postura! Segundo ele, pode-se freqüentar tanto o Espiritismo quanto “Missas Ecumênicas” onde auto-intitulados “pastores evangélicos” estendem a mão sobre o altar, como, a propósito, já o fazem alguns ministros extraordinários.


O Protestantismo[10] só demonstra, lenta e gradativamente, as maléficas conseqüências dos princípios por ele professados desde o século XVI. Que se poderia esperar de uma revolta contra o papado? Negar a Pedro é negar o Cristo! Entre os revoltosos tornaram-se reais as palavras de Karl Marx que ligava religião à idéia de “Ópio do povo”. Melhor seria, porém, dadas as coisas como estão, trocarmos o termo “Ópio” por outro mais acertado: “Veneno”.


Rezemos por todos os irmãos separados. A medida de nosso amor por eles é bom termômetro de nosso amor pelo Filho de Deus. Em meio a uma sociedade marcada pela degradação, torna-se, em alguns casos, cada vez mais difícil a conversão dos homens à verdade.


 A feiúra de um mundo distante de Deus aborrece as almas famintas, então, essas, fugindo do horror, tomam o amargo pelo doce abraçando a Heresia. O fato é que ninguém lhes mostrara os esplendores da verdade. A alma obnubilada pelo demônio afunda-se de requinte em requinte nas trevas da escravidão. Caríssimos, Lutemos pela salvação de nossos irmãos que claudicam separados da única Igreja Verdadeira: Católica, Apostólica e, mil vezes, Romana.

Maria, Mãe da Igreja, rogai por nós!









[1] Revista Época. 9 de Agosto 2010, p. 86
[2] Pesquisa realizada de 2003 a 2009
[3] Folha de São Paulo. Poder A4, 15 de Agosto 2011
[4] Segundo Eduardo Paes, RJ: “Cabral é um desses quadros raros que surgem na vida pública nacional”. Se irônica a declaração, plenamente de acordo! (risos)
[5] Empresário, um dos homens mais ricos do mundo, foi indicado na Revista Época entre os cem brasileiros mais influentes de 2010, ao lado de Antônio Palocci e Sérgio Cabral... Conf. Época 13 de Dezembro de 2010, p. 82
[6] Revista Época. 15 de Julho de 2009, p. 64-71
[7] Revista Época. 15 de Julho de 2009, p. 68
[8] Conf. Sal. 41,8
[9] Revista Época. 15 Julho 2009, p.76
[10] Chamamos aqui de Protestantes, tanto os tradicionais (Luteranos, Anglicanos etc.) quanto os auto intitulados Evangélicos e Neo-pentecostais.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Controvérsias esquerdistas – Criminalidade Social



O rico também está sujeito à violência e ao crime
Por João Soares O. Júnior

      Alguns argumentos marxistas viraram chavões e muitas vezes são tidos como "dogmas" no meio acadêmico (ou mesmo na Igreja em meios influenciados pela famigerada TL). Ao mesmo tempo, aqueles são sempre incompatíveis com o mundo real. Talvez, algum leitor possa ficar incomodado com a crítica excessiva ao marxismo. Mas, como não incomodar também com a doutrinação esquerdista empurrada por alguns professores e "intelectuais" sendo que a tese sempre contradiz a práxis?

Buscaremos uma purificação quanto a lavagem cerebral em vários assuntos, hoje, vejamos a argumentação:

"A violência é apenas uma consequência da exclusão social"

Em outras palavras, algumas pessoas roubam e matam porque a sociedade (burguesa e excludente) a forçaram a isto. Nada mais que falso.

Primeiro, pesquisas mostram que boa parte da criminalidade envolve pessoas de todas as classes e níveis de renda. Tanto o furto, tráfico, estelionato como outros crimes mais hediondos ocorrem em todas as camadas sociais.

Também, está comprovado que nem é necessariamente a escolaridade que vai impedir crimes por parte de uma pessoa. A Educação pode oferecer alternativas que não o mundo do crime a um indivíduo mas o que seria esta Educação? Ler e escrever para ter um diploma e ganhar dinheiro? Resumindo uma visão materialista daquela.

Observemos que um bandido que enriquece (exemplo de um traficante) não vai deixar de praticar os mesmos crimes após estar “favorecido”. Outro exemplo, há de se lembrar que a corrupção própria do mundo da política, que deixa um rombo de prejuízos aos cofres públicos, pode ser comum em diversos setores profissionais, não apenas na política. Mas a propósito, seriam os políticos corruptos “excluídos” também?

Todavia, o argumento esquerdista denota um preconceito contra os mais humildes. Não é porque o indivíduo ou uma família é desfavorecida economicamente que ela vai roubar ou praticar crimes automaticamente para sobreviver. Vários exemplos podem ser observados facilmente. Particularmente, me sinto ofendido quando induzem pensar que uma pessoa por ser de baixa renda terá tendência a criminalidade. Com toda a simplicidade e dificuldade passada por meus pais, nunca fora motivo para eliminarem o dever ético e moral na conduta social.

Na contrapartida, a argumentação esquerdista poderá está sendo um motivo para relaxamento moral de culpa por parte de muitos grupos. Vejam: Vários terroristas justificam algumas de suas atrocidades pela “causa maior social” do grupo contra os adversários (sempre opressores nos pontos de vista daqueles). Na guerrilha do tráfico no Rio de Janeiro, traficantes distribuíram panfletos fazendo um lobby com chavões comumente esquerdistas contra o governo local conclamando apoio da população e organizando as quadrilhas.

A verdade é que, o que leva uma pessoa a praticar ou não um delito é um algo complexo, pois são vários fatores (não apenas o social-econômico). Contudo, o elemento ético e moral é um fator essencial para o mesmo indivíduo se abdicar de cometer o delito. Lastimavelmente, tais elementos não importam tanto para a doutrinação esquerdista. Pelo contrário, há alguns anos está sendo implantada uma programação contra valores da família tradicional e uma banalização desta instituição, célula da sociedade. Dentre as várias consequências, ao que parece, a Inglaterra está colhendo alguns frutos. Aquí.

Observando em um estudo mais minucioso, veremos que a moral é fator secundário nos fundamentos do marxismo. Daí, o único verdadeiro crime seria "ser favorecido" (burguês). E, lembremos que o marxismo ignora as condições do homem como indivíduo, ou seja, as peculiaridades de sua natureza. Logo, pouco importará que aquele traga, ou não, qualidades ou defeitos em si, desde que sirva a "classe oprimida" para a “revolução do corpo social".
A Família é o berço da virtude e da harmonia social
O fortalecimento dos valores de família e na família é o melhor remédio contra os males sociais. Eis a bandeira que deve ser levantada para uma sociedade mais liberta da criminalidade.

Que a Virgem Santíssima rogue a Deus por nossas famílias.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O ser humano e suas múltiplas influências

Tentação no deserto.

Por Prof. Pedro M. da Cruz


     O ser humano é porta aberta para o mundo; o “outro” exerce diversas influências sobre ele. Quem convive com os bons tende a tornar-se bom; igualmente, os que se acomodam à mesa de escarnecedores possuem grande probabilidade de modelar-se à imagem deles. São Paulo afirmara categoricamente: “Más companhias pervertem os bons costumes” (I Cor. 15,33).
     Ambientes, mídias, parentes, amigos, livros, “ídolos”, obras de arte... tudo, enfim, exerce múltiplas influências sobre nossa personalidade. Caracteres pessoais são o resultado de complexas sínteses interiores, silenciosas, porém, decisivas para a configuração individual. O fato é que toda criatura humana adquiriu uma estrutura psicológica que o diferencia dos demais. É interessante observarmos a maneira peculiar em que cada alma organiza-se à luz da Divina Sabedoria. A partir das várias influências internas e externas (sociais), num amplexo de heranças biológicas e espirituais, o ser humano sabe mostrar-se de tal modo singular que encanta pelo simples fato de ser como é: irrepetível; porém, maravilhosamente aberto para o “mais”. 
     Saber-nos assim, tão sensíveis ao diferente, deveria fazer-nos repensar a forma como nos dispomos a cada relação vivenciada ao longo dos anos. Pode acontecer – digamos assim - que tratando por demais com o “feio” sem a crítica devida, passemos a tê-lo como o mais belo, senão o único. Não é verdade que começamos por tolerar, para, logo mais, não nos incomodar, e, por fim, validar o que combatíamos? O continente americano, por exemplo, iludido por falsa sabedoria, transfigurou-se em sociedade neopagâ graças também à admiração nutrida por ideologias européias distantes do Evangelho. Esse processo foi alimentado pela apatia dos bons que toleraram quase inertes, em nome do Respeito Humano, o caminho errôneo de seus irmãos, e, ao final, alguns acabaram por validá-lo em muitos pontos. A simples admiração pelos traços belos de um “tigre” pode tornar-nos presas fáceis para sua truculência. Enquanto nos deleitamos no que há de bom em sua aparência, nem percebemos a perigosa proximidade, então, caímos pelo Canto da Sereia.
Arte Moderna.
     O homem está aberto; toda sua corporeidade é qual antena que capta, pelos sentidos, as mais diferentes “vibrações” que lhe circundam. O mundo entra pelos olhos, invade os ouvidos... forma um amálgama no cadinho das almas, pôe-se ao crivo das consciências (tantas vezes, mau formada), e, finalmente, no encontro misterioso com o mundo das realidades interiores que borbulham, sintetiza no indivíduo “forças”, digamos assim,  que moldarão, aqui e acolá, suas “variações diferenciais”, isso, sem perda dos traços gerais. Maximiza-os, degradando ainda mais suas danificações (conseqüências do Pecado Original), ou estimulando, para a plenitude no bem, seus caracteres providenciais.
     A depender dos ambientes que freqüentarmos, teremos boas ou más influências; essas, muitas vezes, subliminares. Que tendências serão alimentadas em um jovem que ouve músicas imorais, mesmo que, sem o querer, pelas ruas? Poderá, claro, “negá-las” em seu coração, porém, as letras trazem à mente imagens correspondentes, e, estas, por sua vez, solicitam as mais variadas fantasias...  Que sensibilidade artística adquirirá um rapaz que vive atropelado pela Arte Moderna, amante do feio e surreal? Será, no final das contas, terreno fértil para manobras do gnosticismo, um pessimista atordoado com o mundo material que mira incorretamente. Por fim, citemos nossas crianças: elas, por verem seus modelos exemplares – pais e mestres - afogados em erros e indiscrição, não têm mais o imoral e despudorado como absurdo e pecaminoso. Infelizmente, são vestidas, desde o colo, com péssimas roupas que as predispõe ao mau gosto e vulgaridade. No passado, certos estilos, próprios de palhaços e prostitutas, eram símbolo de ironia e depravação, agora, todavia, tornaram-se: “uniformes dos tempos modernos”. Quem não os usar será tido por anacrônico e “careta”; um peixe fora do oceano, onde muitos tem se afogado...
 
 Contraste entre o feio e o belo.

     Portanto, vigiemos nossos sentidos. Guardemos o coração de todo erro e descompasso. Algumas vezes, será melhor baixar as vistas, sob pena de “cegarmos” nossas almas; outras vezes, será melhor abandonarmos companheiros para não tornar-nos pecadores. Porque não adquirirmos, aos poucos que seja, boas obras de arte, ao invés de infestarmos nossas casas com certos trabalhos, cuja ideologia está fundada numa visão equivocada do real? Façamos uma varredura em nossas vidas! Submetamo-nos ao Evangelho! Que Cristo seja nosso escopo. Ouçamo-lo através de sua Igreja. É impossível que alguém, pensando assim, se vista como os filhos dessa geração adúltera, ou, mesmo, use de suas gírias degradantes. Cristo é nosso “ídolo”! Vivamos à sua imagem e semelhança.
     Maria, Virgem Santíssima, estende vossa mão para nós que buscamos a honra de vosso Filho. Auxilia-nos neste mundo de lutas e provações. E, quando, sozinhos, sentirmo-nos fracos ou “deslocados” nas lutas pela causa do Evangelho, reacende em nós a chama dos antigos mártires para que resistamos heroicamente pela glória da cristandade. Amém.


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Para Ordenar a Vida Sabiamente


Sao Tomás de Aquino, priorato de São Domingos em Londres.



Por São Tomás de Aquino.

        
Concedei, Deus misericordioso, que tudo o que vos agrada, eu ardentemente o deseje, prudentemente o busque, verdadeiramente o reconheça e perfeitamente o conclua, para louvor e glória da minha alma.
Ordenai, Deus meu, aminha vida.
Concedei que eu reconheça o que de mim desejais. Atribuí-me o poder para cumprir a vossa vontade, como é necessário e conveniente para a salvação da minha alma.
Concedei-me, Senhor Deus meu, que eu não fraqueje nos momentos de prosperidade ou de adversidade, para que não seja exaltado nos primeiros, nem abatido nos segundos.
Que eu não me alegue em nada, a não ser que me conduza a Vós, nem me entristeça de nada, a não ser que me afaste de Vós. Que eu não deseja agradar a ninguém, nem tema desagradar a alguém, senão Vós.
Que todas as coisas transitórias, Senhor sejam inúteis para mim,e que todas as coisas eternas sejam sempre estimadas por mim. Que toda a alegria sem Vós seja pesada, e que eu não deseja nada mais fora de Vós. Que me delicie, Senhor, todo o trabalho por Vós e me aborreça todo o repouso sem Vós.
Concedei-me, meu Deus que dirija meu coração para Vós. E que, nos meus falhanços, eu sinta remorso pelos meus pecados, sempre com propósito de emenda.
Fazei-me Senhor Deus meu, submisso sem contradição, pobre sem desânimo, casto sem corrupção, paciente sem murmuração, humilde sem fingimento, alegre sem frivolidade, maduro sem melancolia, ágil sem insolência, temente sem desespero, verdadeiro sem duplicidade, activo nas boas ações sem presunção, corretor do próximo sem arrogância e que, sem hipocrisia, o edifique pela palavra e pelo exemplo.
           Concedei-me Senhor Deus, um coração vigilante, que nenhum pensamento caprichoso afaste de Vós; um coração nobre, que nenhum desejo indigno possa degradar; um coração reto, que nenhuma intenção vil possa desviar; um coração firme, que nenhuma tribulação possa vencer; um coração temperante, que nenhuma paixão violenta possa escravizar.
          Concedei-me, Senhor Deus meu, inteligência para Vos conhecer, diligência para Vos buscar, sabedoria para Vos encontrar, conversação que Vos agrade, perseverança para Vos esperar e confiança de finalmente Vos abraçar.
         Concedei-me as vossas penas para que agora me aflijam por penitência, as Vossas bênçãos para que no caminho me segurem por graça, e as Vossas alegrias para que na pátria eu as desfrute por glória. Vós que viveis e reinais, Deus, pelos séculos dos séculos. Amém.

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Fonte: Opuscula Theologica, Vol II, De Re Spirituali, Roma, Marietti, 1954, p.285


sábado, 3 de setembro de 2011

Boletins Pugna para Download


Caros leitores,
comunicamos que estamos disponibilizando para download, os boletins que fazemos para evangelização cristã católica e defesa intransigente da verdadeira fé.
Além de poder lê-los, o leitor poderá baixá-los, imprimi-los e usá-los como forma de apostolado.
Basta acessar o link da página que se encontra no canto superior direito do blog.


Gaude Maria Virgo! Gaude Millies!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Em Honra a Santíssima Virgem Maria



          Por Lisa Mary

 A Igreja, durante todo o ano litúrgico, celebra com fervor e sincera devoção os fatos memoráveis da vida de Maria. Entre festas e solenidades recordamos o magnífico plano de Deus realizado em sua vida e louvamos a sua exemplar adesão ao mesmo.
Por ser Ela a criatura mais perfeita de toda a face da Terra e acima dela está somente Jesus Cristo, Seu Divino e Único Filho, quero dedicar-lhe essas palavras, que não se prenderão as datas a Ela dedicadas, mas que objetiva louvá-la por seus insuperáveis méritos e virtudes teologais.
Deus pensou Maria Santíssima desde sempre, Ela é a Sabedoria que estava presente desde a criação do mundo. Ela nasceu para gerar a forma humana de Deus, Jesus Cristo-Homem e levar a salvação a toda humanidade. Difere-se e é superior a toda e qualquer criatura, pois que, Deus a cumulou de toda sorte de graças desde a sua Conceição Imaculada até a sua Assunção Gloriosa.
Ela foi preservada da mancha do pecado original porque Deus habitava a sua alma e onde está Deus o pecado não pode subsistir. É o que professa o dogma da imaculada Conceição, proclamado em 1854 pelo papa Pio IX:

“A beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha do pecado original”. (DS 2803).

Ela é a única criatura perfeita que encontrou plena graça diante de Deus e que teve o mérito de ser a Mãe do Redentor. Disse-lhe o anjo Gabriel: “Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus”. (Lc 1,30).
Ela é a Esposa do Espírito Santo, não mãe solteira como alguns ignorantes já ousaram dizer, mas é Aquela que foi envolvida com a sombra da força do Altíssimo e que teve sua santa virgindade preservada por Deus antes durante e depois do parto.
Maria recebeu toda a espécie de graças, exceto a hipostática, não só porque devia ser a Mãe de Deus, mas também porque havia de ser a Medianeira de todas as graças. “Tudo quanto foi graça existiu em Maria”, diz São Lourenço Justiniano. A Bulla Iniffabillis confirma este ponto quando afirma que “... Deus cumulou a virgem Maria da abundância dos bens celeste do tesouro de Sua Divindade, mais que a todos os outros espíritos angélicos e todos os santos, de tal forma que ficaria absolutamente isenta de toda e qualquer mancha do pecado...” “... esta inocência original da Augusta Virgem harmoniza perfeitamente com sua admirável santidade...”.
As graças necessárias para nossa salvação nos são concedidas pela Virgem Maria porque como Boa Mãe que é, sabe o que precisamos. “Por isso Ela recebeu a plenitude de graças não só para si, mas para outros também”. (Teólogo Gerson).
No episódio das bodas em Caná da Galiléia, Maria interveio e alcançou de Seu Filho Jesus o Seu primeiro milagre público, que servira para que os discípulos cressem Nele. (João 2).
A Virgem Maria esteve presente em momentos primordiais da vida de Jesus que obediente cumpria o plano de Deus de salvar a humanidade: a Paixão e o Sacrifício de Cristo na Cruz. Foi Ela quem tornou possível o Sacrifício de Cristo em favor da humanidade. “Maria – diz S. Pio X – tinha por missão preparar uma Vítima para a salvação dos homens, nutrí-La e apresentá-La no dia querido por Deus, ao altar dos holocaustos”. (Encíclica no Jubileu da imaculada). “... Junto a cruz de Jesus estavam de pé sua Mãe...”(João 19,25).
Em Pentecostes o Espírito santo repousou em sua plenitude sobre a Santíssima Virgem Maria e dela partiu até os discípulos que se encontravam ali, desanimados. Este episódio perdura sempre, mesmo após Ela ter sido Assunta ao Céu pelos anjos de corpo e alma em sua assunção Gloriosa, pois esteve presente na igreja desde a sua instituição e continuará até o fim dos tempos, gerando, nutrindo e formando os filhos de Deus para que um dia possam gozar da vida eterna em Deus.
“Quantos motivos para nos alegrarmos e para amarmos a Maria Santíssima vendo-a tão bela, ornada de todos os dons de Deus”. São Gregório papa.
A Virgem Maria deve ser amada, venerada e exaltada sempre por seus filhos, porque dela advêm a salvação.
“A plenitude de todo bem, colocou-a Deus em Maria; de tal modo que se em nós algo existe de esperança, de graça, de salvação, reconheçamos que isto d’Ela procede”. São Bernardo.
Que essas singelas palavras agradem a Grande Mãe de Deus Maria Santíssima, que de tão puríssima, belíssima e digníssima alcançou insuperáveis graus de santidade e virtude tornando-se superior aos anjos e santos do Céu e a todas as criaturas da Terra sendo inferior apenas, a Seu Filho, Jesus Cristo, que é Deus.

LAUS DEO VIRGINIQUE MARIAE

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Referencias:
Sagrada Escritura
Catecismo da Igreja Católica
Livro “Nossa Senhora das Graças”, de Padre Antônio Miranda, editora Paulinas.