quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Romero Zafra - Mestre da escultura católica

 As belíssimas imagens que vão abaixo são de autoria do espanhol Francisco Romero Zafra. Suas obras impressionam pela perfeição e realismo. Que sirva de lição, num tempo onde somos inundados de imagens malfeitas e tão indignas.

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Nuestra Señora de La Amargura de Cieza

 

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Nuestro Padre Jesús Despojado

 

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Maria Santisima de Los Sete Dolores

 

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Stmo. Cristo de La Expiración

 

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Ntra. Sra. de Las Aguas

 

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Ntra. Sra. de La Victoria

 

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Virgen de Las Penas

 

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Ntra. Sra. Del Mayor Dolor Y Consuelo

 

Divino Infante

Divino Infante

 

 

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Fontes:

http://www.lahornacina.com/

www.forocofrade.com

http://www.islapasion.net

http://www.flickr.com/photos/nikkiballesteros/

http://www.franciscoromerozafra.com

http://www.flickr.com/photos/guervos/

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Tibieza

image VI. E o não levemos na conta de exageros! Os santos nos fazem tremer ao tratarem dos prejuízos que podem acarretar o estado de tibieza! Santo Afonso usa de expressões candentes em falando, sobre esse argumento, das pessoas que, pela sua própria condição, estão obrigados a uma vida de santidade, a saber, os sacerdotes, os religiosos e as religiosas.

E ele, Santo Afonso, que lembra a famosa visão dos sete penhascos tida pelo Bem - Aventurado Henrique Suso. Vendo este muita gente no primeiro penhasco, perguntou quem fosse e Jesus tornou-lhe: “São os tíbios, que evitam o pecado mortal, contentando-se apenas com isso”. E, volvendo o Bem - Aventurado a indagar se eles se salvariam, foi-lhe respondido: “Se morrerem sem culpa grave, salvar-se-ão; eles porém, se acham em maior perigo do que imaginam, porque se lisonjeiam de poder servir a Deus e aos sentidos; o que é apenas possível; e perseverar assim na graça de Deus é bem difícil”.

O mesmo Santo Afonso narra que declarou um dia Nosso Senhor a Santa Ângela de Foligno: “Aqueles que Eu ilumino para trilharem o caminho da perfeição, e teimam em seguir a via ordinária, serão por mim abandonados” (Selva Predicab. cap. V: “Del danno della tiepid, nei sac.” e “La vera Sposa de G.C. “: cap. V e VI: “Del pericolo d’una religiosa imperfetta”).

Escreve Santo Agostinho: “Deus negligentes deserere consuevit” - “Deus costuma desamparar os negligentes!”

Santa Teresa de Jesus (reparai bem em quem falo!), viu no inferno o lugar para ela preparado pela divina justiça, não por tê-lo já merecido, mas porque a isto chegaria, caso não se libertasse de certo estado de apatia a que descera.

Ah! Não nos iludamos, pensando podermos possuir a glória das almas eucarísticas, sem ter delas o mérito e o fervor.

* * *

 

Livro: A Alma Eucarística
Autor: Fr: Antonino de Castellammare, O.F.M. Cap.
Páginas: 273 - 274.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O que a Ciência não nos pode dar

 

O CIENTIFICISMO

Gustavo Corção

 

4I. Vale a pena dedicar um capítulo a alguns fenômenos produzidos pela radioatividade nominalista. Comecemos aqui pelo Cientificismo.

Como atrás já dissemos, êsse têrmo não designa o maior incremento de pesquisas, o maior ardor de estudo nos domínios das ciências naturais. Tudo isto, em si, é bom. O que não é bom é o estado de espírito que coloca a Ciência da natureza na presidência de uma civilização, depois da abdicação da Sabedoria. Uma vez que a inteligência não alcança as coisas superiores, apliquemo-la nesse trabalho de apalpar os fenômenos para dêles tirar uma nova confiança em nós mesmos, e para ordenhar a nosso gôsto essa imensa mãe telúrica, brutal, que às vêzes, no seu sono pesado, mata os próprios filhos.

Êsse estado de espírito, nos primeiros tempos, produzirá uma grande euforia. A humanidade, depois de descobrir a pólvora, o movimento dos astros, a fôrça do vapor, o poder mágico da eletricidade, terá, como teve no Século XVIII e XIX, momentos de exultação.

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A cândida idéia que ocorrerá a muitos espíritos é a seguinte: na continuação dos tempos, a Ciência polirá tôdas as arestas do Velho Homem, iluminará tôdas as trevas, resolverá tôdas as dificuldades. Ora, essa idéia, cômicamente falsa extravagantemente falsa, foi difundida e tornou-se o ar que respiramos e a água que bebemos; isto só aconteceu porque a Civilização Ocidental Moderna já não tinha à sua presidência os dados da antiga sabedoria. Se a tivesse, ouviria a censura clara e irrefutável: a ciência dos elementos exteriores aumenta o domínio do homem sôbre êles, mas não acrescenta nada ao domínio do homem sôbre si mesmo. Conhecer a natureza inferior é bom; conhecê-la em detrimento do conhecimento da alma e de Deus não é bom. Uma civilização, uma cultura, uma sociedade não podem ser presididas pela Ciência, que é cega, surda e muda para os problemas mais comuns e mais profundos de nossa humanidade. Como já tivemos ocasião de salientar, a Ciência pode nos dizer que nossos pulmões estão anormais e devem ser tratados desta ou daquela maneira; mas é inteiramente incapaz de nos sugerir o que podemos nós fazer com pulmões normais. A Ciência pode proporcionar-nos veículos aperfeiçoados para nossos deslocamentos; mas é incompetente, destituída de qualquer recurso, para nos aconselhar aonde devemos ir, e aonde não convém irmos. A respeito das coisas mais triviais, o amor, a felicidade dos filhos, a alegria de ter amigos, a Ciência embatuca, ou então, irritada, trata essas coisas com desprêzo; em compensação torna-se loquaz e abundante se a consultarmos sôbre logaritimos, temperatura do sol, propriedades da elipses, e outras coisas dêsse jaez.

3Não estamos criticando nem ridicularizando a Ciência. Ponham-na em seus lugar próprio, e seremos os primeiros a admirá-la, e até a agradecer-lhe o favor de inspirar os médicos e farmacêuticos que asseguram a sobrevivência que nos permite escrever estas linhas. Ponham-na, porém, no altar, ou nas abóbadas das idades: reclamaremos e gritaremos que nesta posição ela se transformará em calamidade.

O bem-estar conquistado pela ciência não causa elevação humana no sentido próprio do têrmo; mas condiciono-a favoravelmente. Ainda mesmo nos problemas técnicos, onde parece soberana a ciência, no seu duplo aspecto teórico e prático, quem traz a última decisão é a filosofia. (...)

A Ciência e a Técnica cuidam de coisas utilíssimas, e por isso mesmo lhes escapam as coisas que transcendem o útil, e que são as que mais importam. Dão-nos cem, duzentas, mil, um milhão de coisas úteis e boas; mas um milhão de coisas úteis e boas não conseguem integrar-se num bem de outra ordem, a que aspira a alma humana. Um milhão de maravilhas da ciência não consolam o namorado infeliz; não detêm as lágrimas do pai que perdeu o mais belo dos meninos; não interessam ao santo que procura maior amor de Deus.

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E ainda é pouco dizer somente a incapacidade da Ciência. Posta em lugar que não lhe pertence, ela se torna foco da corrupção e do aviltamento. De onde nos vem o mal de não perceberem todos isto que aqui escrevemos? Vem dêste fato: a Ciência, muito mais do que a Filosofia e a Teologia, ao menos aparentemente, é imediatamente remuneradora, é facilmente transmissível, e é progressiva de um modo que salta aos olhos e desafia quaisquer contestações. O período da história que temos diante de nós - imaginamos estar às portas da Renascença e de costas para a Idade Média - caracterizou-se especialmente por gloriosas conquistas da Ciência e pelo correlato enorme prestígio da Ciência, em detrimento da Metafísica e da Religião. O homem encontrava na Ciência a prova de sua maturidade, de sua autonomia e do seu senhorio sôbre os reinos da Natureza.

 

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Referência Bibliográfica:

Livro: Dois Amôres Duas Cidades II - A Civilização do Homem-Exterior
Autor: Gustavo Corção
Parte I: O Nominalismo e suas consequências culturais
Capítulo II: O Cientificismo - (O que a Ciência não nos pode dar)
Páginas: 43 - 45
Livraria AGIR Editora - Rio de Janeiro, 1967.

sábado, 7 de novembro de 2009

Che Guevara, carniceiro fedorento; Mao, maior assassino da história humana

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Metal Satânico: uma realidade a ser combatida

Paulo Oliveira

 

No mundo atual torna-se cada vez mais forte a difusão do satanismo e o crescimento dos seus adeptos. Talvez a principal origem desse fenômeno deve-se à expressiva vertente do heavy metal denominada black metal ou metal satânico. As bandas pertencentes a esse segmento levam as blasfêmias a Deus a graus extremos, pouco imagináveis até há pouco tempo.

image Capa de um disco da banda satânica Marduk. O desenho é de uma mulher se masturbando com uma cruz. Censuramos parte do mesmo por motivos óbvios e também o nome do disco, impronunciável literalmente, mas que significa algo como "faça sexo comigo Jesus."

 

 

Suas letras incitam o ódio a tudo o que é relacionado a Deus e à religião, mas principalmente as ofensas se dirigem à Igreja Católica e a Nosso Senhor Jesus Cristo. Da mesma banda Marduk diz a seguinte letra da música "Jesus Christ... Sodomized" ("Jesus Cristo... Currado") fala: “Eat his body, drink his blood and be a slave under the yoke of god, Piss on Christ and kill the priest, follow nature - praise the beast” ("Alimente-se de seu corpo, tome seu sangue e torne-se um escravo sob o jugo de Deus, mije em Cristo e mate o padre, siga a natureza e louve a besta").

 

image Em mais uma exemplo de letra blasfêmica, canta a banda Thy Serpent na música Christcrusher:"Não posso seguir Jesus Cristo, o maior mentiroso da luz, não preciso da merda do seu pão, divida-o com as ovelhas... Milhares de pagãos foram assassinados por mãos cristãs, e o que nos disseram  os bastardos do Deus não-divino foram apenas mentiras, mentiras, mentiras").

 

Com tudo isso, não é de se estranhar que os seguidores desses ídolos sejam estimulados a matar pessoas em nome de Satan (padres já foram mortos, assim como religiosas), adorar o demônio e praticar rituais de magia negra, entre eles a abominável e terrível missa negra, onde, em meio a uma relação sexual grupal, o Santíssimo Sacramento roubado em alguma igreja é alvo de sacrilégios satânicos.

Como se não bastasse, alguns satanistas, influenciados por vezes por integrantes de bandas de black metal ou eles mesmos músicos de black metal, estão a queimar igrejas católicas em vários locais do mundo.

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Foto de uma igreja do séc. XVI queimada na França por uma banda satânica em 28/02/09. (Para mais informações clique aqui)

 

 

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Histórica igreja de madeira na Noruega, construída em 1805, queimada por satanistas em 02/06/09. (Para saber mais, clique aqui)

 

 

Para finalizar, uma amostra de uma música de black metal de umas das bandas de maior sucesso do estilo, o Dimmu Borgir. O vídeoclipe já foi visto por quase 5 milhões de pessoas no Youtube, fato que comprova o sucesso da música. Reparem como tudo no clipe remete a uma fúria luciferina de atacar Nosso Senhor e a sua Igreja. Destaques para o arremedo da liturgia católica apresentado no clipe, só que destinada a prestar culto à Satanás, e ao deboche e ultraje da cena da Ceia do Senhor.

 

Penso que foi possível ter consciência da gravidade do assunto tratado. O rock satânico arregimenta cada vez mais adeptos. É necessário combater sem negligência os criminosos responsáveis por todas as ofensas descritas neste post (sim, eles são também criminosos, podem ser processados por danos diversos, apologia ao crime, vilipêndio de objeto e culto religioso, conforme o caso); além da reparação exigida por esses pecados gravíssimos que fazem pesar o braço da Divina Justiça. Rezemos o Rosário para que a Santíssima Virgem nos dê a vitória contra Satanás e seus seguidores.

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Para saber mais (o material dos links abaixo é de um site especializado em rock):

http://whiplash.net/materias/curiosidades/092000.html

http://whiplash.net/temas/satanismo.html

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Marina Silva: novidade política ou requinte do PT?

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Marina e seu boné revelador

 

Por R. G. Santos

 

Talvez um dos muitos “fatos novos” da confusa política brasileira atual seja a “deserção” de Marina Silva (senadora, e ex-ministra do Meio Ambiente no lastimável governo vigente), das fileiras do PT. Militante petista de longa data, Marina rompeu com o PT e “aterrisou meteoricamente” no Partido Verde (PV), em que pretende lançar sua candidatura ao pleito presidencial do próximo ano. Percebe-se, em decorrência desse acontecimento, um esforço midiático espetacular no sentido de tentar vender uma imagem da ex-petista enquanto “caminho alternativo e imaculado” à disputa eleitoral, que apontará o sucessor do “orgulhoso analfabeto” Lula.

De acordo com o acima pontuado, surgiu-nos alguns questionamentos, que aliás são motivação para a reflexão que iremos propor: Será se Marina realmente seria novidade ideológica na política brasileira, ou apenas um auspicioso requinte do progressismo que rege especialmente a ala esquerdistóide, atualmente governante do país? Nesse sentido, pode Marina Silva ser considerada caminho alternativo para os católicos nessas eleições?Tentar-se-á lançar um pouco de luz acerca dessas problemáticas analisando pontos relevantes de sua entrevista, descrita nas páginas amarelas da revista VEJA de 2 de setembro de 2009.

No intuito de dar respostas aos questionamentos levantados acima, começamos por fazer análise da formação da ex-ministra. Nascida em 1958, disse à VEJA que aos dezesseis anos (portanto, por volta de 1974), vai tentar realizar o sonho de ser freira. Disse ainda ter sido “católica fervorosa” até 1997, quando ingressou na “Assembléia de Deus”, e que o “catolicismo” influiu muito na construção de seu senso ético [1]. Ao raciocinar acerca dos dados fornecidos por Marina, e pelo conhecimento mínimo de suas convicções ideológicas, expressas em sua vivência pública, é possível se chegar a algumas conclusões.

Primeiro, Marina cresce num período em que o catolicismo, no Brasil, em decorrência da má interpretação que muitos por aqui fizeram dos rumos traçados pelo CVII, é fortemente influenciado pela teologia da libertação (TL). Logo, depreende-se que tenha sido “formada” na TL. Daí é possível compreendermos a fundamentação de suas opções políticas relativistas, próprias dos progressistas, e até mesmo das demais pessoais, como ter abandonado a Igreja Católica.

A TL pretende, como dissemos em outras oportunidades, dar uma interpretação do Cristianismo à luz do marxismo. Em outras palavras, tenta a TL oferecer uma nova e contraditória cosmovisão para a realidade, que aglutinaria os princípios do Cristianismo e do marxismo, “inaglutináveis” por essência. Mesmo que não seja mais católica (aliás, não há necessidade de ser católico para pertencer à TL) continua Marina vivenciando de certa forma os princípios da TL ao assumir-se como esquerdista, como “pertencente ao petismo” (=ideologia do PT) e “cristã”.

Ainda segundo se pode depreender do que disse à VEJA, apesar de seu rompimento formal com o partido, conserva ainda vinculação ao “espírito” petista, a saber, às suas mais profundas motivações ideológicas. Chega a dizer, para ilustrar a colocação anterior, que mudou de casa (o PT), mas continua na mesma rua, na mesma vizinhança (motivações ideológicas)[2]. A colocação feita por Marina é de gravidade lapidar. Ao dar a entender que abandonou o PT, mas não o petismo, estaria dizendo em tom camuflado, que sua ideologia não mudou, apesar de ter mudado de legenda. Em concreto, votar em Marina, seria votar no mesmo PT. Num PT “disfarçado de verde” e erguendo uma “despistante” bandeira de “ambientalismo”. Muda-se, portanto, somente a cor da bandeira com que se cobrem as imoralidades pregadas e feitas pelo esquerdismo: leis liberais que promovem imoralidade e agravos aos princípios imutáveis, como a legalização do aborto, da eutanásia, da utilização de células-tronco embrionárias; difusão da camisinha e de outros métodos contraceptivos com incentivo ao permissivismo sexual, “casamento gay”, etc.

Dando mostras de como ser progressista é ser contraditório, Marina, que diz ser “cristã”, defende a promoção da mentira ao lado da verdade. Diz a ex-ministra crer no criacionismo (Deus como origem do cosmos), mas também apóia, incentiva que se ensine livremente as teses do evolucionismo nas escolas, deixando livre escolha aos alunos entre o princípio e a falácia, que se faz passar por “científica”. Pessoas que defendem tais idéias, não devem receber o voto de quem tem o mínimo de bom senso. Muito menos de quem se diz católico.

Marina faz, em sua entrevista à VEJA, uma lista de pessoas as quais ela assume buscar inspiração. Tal lista, a meu simples e limitado ver, é expressão profunda das suas convicções e a desqualificaria como alvo dos votos dos católicos. Diz, entre outros nomes, assumir como modelo ou referências, nomes como Luis Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso e, pasmem, Barack Obama! O lastimável presidente Lula estamos conhecendo-o melhor e tristemente em seu mandato. Além de convicções ideológicas em profundo desacordo com os princípios cristãos, Lula se revela um verdadeiro desastre em matéria de administração pública. Sem falar na queda do mito do PT honesto, ficha limpa (bem que Jesus dizia que tudo o que se fizesse por debaixo dos panos, viria um dia à tona!!!), com o pulular de escândalos de corrupção como nunca se viu na história do país. FHC é figura velha no cenário político nacional. Remonta aos primórdios do esquerdismo no país ao integrar a UNE nas década de 1960. É notável pelo seu progressismo, embora em menor intensidade hoje do que o PT e o Lula. Seria cansar o leitor discorrer mais do que três linhas sobre Obama. Para defini-lo, basta aludirmos à maciça estrutura pró aborto que vem criando nos EUA e querendo estendê-la ao-mundo. Seguindo de fato esses exemplos, Marina deveria inspirar no mínimo desconfiança ao eleitor...

Partindo-se assim do que por ora pontuamos, podemos concluir que, votando em Marina Silva, não estaríamos trilhando um caminho alternativo ao lastimável PT e aos demais partidos progressistas deste país. Muito ao contrário, estaríamos (a julgar pelo que disse a ex-ministra do Meio Ambiente), apoiando um PT requintado, essencialmente o mesmo, que estaria, para enganar os inocentes úteis que abundam infelizmente neste país, erguendo a bandeira do desenvolvimento econômico com sustentabilidade (expressão da qual a ministra usa e abusa em sua entrevista). Enfim, devido às suas convicções ideológicas, que não se dissociam das políticas, Marina seria uma “canoa furada” para os católicos que, pensando ter nela uma alternativa de fuga e desagravo de consciência, afundariam de novo para o fundo do posso da dominação do país por parte do infame PT.

[1] Cf. p. 23

[2] Cf. p. 22

FONTE

SILVA, Marina. Entrevista. Revista VEJA. Edição 2128, Fonte, nº 35; 2 de setembro de 2009.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Serviço Social e aborto

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                          O mais novo "serviço social"

 

Por João S. de Oliveira Junior

 

Parecer favorável ao aborto do Conselho Federal de Serviço Social, denunciemos as “pérolas”:

Informativo CRESS SP

“Após amplo debate realizado no segundo dia sobre o trabalho do assistente social e a questão do aborto, a plenária de delegados e observadores do 38º Encontro Nacional do Conjunto CFESS/CRESS aprovou por unanimidade "posição favorável à descriminalização do aborto e a necessidade de difundir a norma técnica do Ministério da Saúde sobre o aborto legal e seguro como um direito reprodutivo, constitutivo dos direitos humanos, que se exerce no contexto da laicidade do Estado, garantindo justiça social e igualdade de direitos".”Aqui.

Vejamos:

- Unanimidade? Bom, não estaria o apoio ao aborto já pré-programado antes do encontro? Interessante que os próprios Conselhos em outras ocasiões consideram ser divergente esta posição por parte dos próprios profissionais. Como então pode um conselho “bater o martelo” e considerar um juízo de uma questão que nunca foi homogênea entre os próprios membros? Ainda mais que não envolve apenas uma área da sociedade.

2º- Não é difícil perceber o quanto o Ministério da Saúde se interessa e influi nesta questão de “legalizar” o aborto, isto será esclarecido em outro texto. Mas, vamos corrigir a interpretação de alguns termos, mais para clichês, do parecer dos Conselhos:

- Não existe “aborto legal”, simplesmente, no código penal, há ocasiões que o aborto não é punido, ao contrário de obrigar a condução ao trágico procedimento como muitos “técnicos” sociais do conselho estão pensando. Por outro lado, o mesmo código não prevê maior apoio às gestantes e acompanhamento psíquico-social a elas para, enfim, não optarem pelo aborto. E não é por isto que os “Conselheiros” deveriam estar lutando?

-Não existe “aborto seguro”, todo aborto culmina com a morte da criança, e ainda que feito em “clinicas de luxo” trás sérias conseqüências psicológicas às mães gestantes, pois é um procedimento que foge à natureza materna. Sem contar nas inúmeras chances de complicações em gravidez posteriores e até mesmo aumento do risco de infertilidade e esterilização. Como então ousam usar o termo “direitos reprodutivos”? Estão mesmo defendendo este direito reprodutivo? Contraditório.

3º- Direitos humanos? É repudiável o uso de tal termo para justificar o infanticídio e um verdadeiro holocausto silencioso. Sequer foram aos tratados de direitos humanos, constitucionais ou ramos da área jurídica nos direitos inerentes ao homem para falarem de “direitos humanos”. Sequer pensam em um trabalho de direito integral à mulher como informações sobre os males, procedimentos e conseqüências do aborto e proteção ao nascituro.

4º- Contexto de laicidade do Estado? Este termo revela uma preocupação dos Conselhos com a posição moral, ética e filosófica da grande maioria dos grupos religiosos que são contrários ao parecer. Mas esquecem que a consciência contra o aborto pode ser levantada independentemente de credo. O que impediria um ateu convicto de se manifestar contra o aborto? E, não estaria o Conselho demonstrando discriminação religiosa? O estado é laico, não têm religião oficial, porém não é “laicista”, ou seja, não é contrário às religiões e a manifestação de suas crenças e valores. Lembro também aos senhores conselheiros que a profissão de Assistente Social se iniciou na Igreja, no meio eclesial e não secular. Outro dado que podemos tirar disto é que os ditos “cientistas na área social” ignoram que aborto é uma questão tratada em outras áreas científicas, que há muito tempo já comprovou biologicamente sobre a presença de outro ser humano, envolvido no drama em questão.

5º- Justiça social e igualdade de direitos? Abortar não é direito nem de ricos e nem de pobres porque é um ato que despreza todos os direitos de quem vai nascer. Os “conselheiros” tiveram direito de nascer, não deveriam trabalhar para que outros tenham o mesmo direito também em condições mais dignas para suas mães? O procedimento abortivo, em qualquer ocasião de modo, hora e local, não seria uma violência contra a própria natureza da mulher? Daí, não restam mais direitos a reclamar, nem mesmo para os marxistas do Conselho Federal de Assistência Social que, de fato, não estão lutando pelo direito integral do ser humano e nada propõem para o crime do aborto ser evitado e ajudar às mães.

Pra terminar fica o questionamento: Não é de hoje que alguns ambientes universitários como nas áreas de Serviço Social, Psicologia, Direito e até Medicina estão impregnadas com a mentalidade fora de valores autenticamente cristãos, tendendo assim, a ver como bem o que é mau. Apenas enxergando soluções aparentemente fáceis para problemas difíceis, Mostram até uma limitação em termos de desenvolvimento em solução para os problemas tratados na sociedade, digo que isto também é conseqüência da marginalização dos valores evangélicos. E não é exclusividade do CFESS, infelizmente. Pergunto então, o que você leitor(a) pode fazer, na tua área de atuação, para mudar este quadro?

Fiquem atentos defensores da vida e da justiça, “Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas.” (Mat. 10,16).

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Desfazendo um mito...

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Por R. G. Santos

Dizem os teólogos da libertação (e não sem grave orgulho) que sua pseudo teologia brota dos anseios do povo sofredor. Em outras palavras, dizem ser a busca por estruturas sócio-político-econômicas mais justas por parte dos contingentes de excluídos da história (e de modo especial dos latino-americanos) o motor para o surgimento de uma “teologia nova”, fundamentada numa fé “encarnada” que busca “redimir” os sofredores do mundo.

Tudo isso para postular que a TL surge do povo, de suas mais profundas aspirações. De modo especial do povo oprimido na América Latina. Defendem assim, a originalidade de sua herética elaboração teológica. Diante do exposto, podemos sem medo, afirmar: mentira, mentira, mentira!!! Os teólogos da libertação e de modo especial sua elaboração teológica não tem nada de original. Muito menos constitui a TL fenômeno originário na América Latina, como querem e pontuam seus corifeus. Afinal, erro tão perverso não poderia surgir da mente de um povo marcadamente ordeiro, que conta, no desenvolvimento de sua civilização e personalidade, com mais de cinco séculos de espetacular formação genuinamente católica, fruto de árdua e certamente meritória empreitada de missionários que deram suas vidas por Jesus, pela Igreja e pela salvação das almas.

Nosso objetivo nestas linhas já está mais do que evidenciado: fazer cair por terra a falsa noção de que a TL seria fenômeno de gênese originariamente latino-americana. Não o é, repetimos. Tem a TL sua origem, muito ao contrário do que se pensa, em círculos teológicos pervertidos pelo progressismo situados em países centrais, de “primeiro mundo”, para utilizar expressão ultrapassada (por referir-se à Guerra Fria, já extinta), porém pertinente. Por países centrais, de primeiro mundo, devemos entender aqui aqueles localizados na Europa Ocidental (de modo especial setentrionais, nórdicos, ibéricos e etc.), e países da América do Norte (marcadamente EUA e Canadá). Os teólogos progressistas de maior vulto na América Latina, próceres da TL, se formaram nesses países de centro, de primeiro mundo. Tal fato é reconhecido até pelos progressistas. Nesse sentido, pontua Comblin (1985, p. 11) que “(...) os livros, as instituições intelectuais dos países cêntricos (de primeiro mundo) exercem um efeito de prestígio enorme. Quase todos os professores de teologia da América Latina se formaram na Europa ou na América do Norte...(acréscimo entre parênteses nosso)”

Em outros termos podemos concluir que seria a TL, na prática, uma infeliz adaptação da teologia liberal que se formou na Europa e Na América do Norte. O que a Teologia Liberal européia é para os princípios morais (rompimento com as normas objetivas da moral Cristã autêntica), é a Teologia da libertação para os dogmas e para toda a Tradição bimilenar da Igreja. Tratam-se ambas de aplicação das concepções liberais que surgiram no tempo e no espaço. A diferença reside num recurso sobremaneira mais intenso da filosofia, ou “análise” marxista (também esta não é originariamente latino americana!!) na teologia da libertação para conseguir um pretexto e, com ele, inserir-se na realidade da América Latina. Ainda no sentido de elucidarmos a verdadeira origem da TL, diz Comblin (1985, p. 13-14), com muita clareza por sinal, que

“a teologia latino-americana da libertação formou-se e manifestou-se pelas suas primeiras publicações na época em que uma teologia de inspiração liberal, ou neoliberal, predominava nos países do centro no fim da década dos anos 60. Os principais teólogos da libertação formaram-se na Europa sob a influência das tendências mais liberais do tempo.”

Com o que acabamos de expor, só podemos chegar a seguinte conclusão: trata-se factualmente a TL de exportação, para a realidade latino americana, de ideologias geradas nos ambientes de reflexão teológica situados nos países desenvolvidos, de “primeiro mundo”. Nosso posicionamento vai fundamentar-se, assim, no então cardeal Ratzinger (1985, p. 145). Segundo ele,

“(...) a teologia da libertação, nas suas formas que se inspiram no marxismo, não é, de forma alguma, um produto autóctone, natural da América Latina ou de outras regiões subdesenvolvidas, onde teria nascido e crescido como que espontaneamente por obra do povo. Na realidade, pelo menos em suas origens, trata-se de criação de intelectuais, e de intelectuais nascidos ou formados no Ocidente opulento: europeus são os teólogos que a iniciaram, europeus ou educados em universidades européias são os teólogos que a fazem crescer na América do Sul. Por trás do espanhol e do português dessa pregação, pode-se perceber, na realidade, o alemão, o francês e o anglo-americano.(grifos nossos)”

Portanto, basta uma pesquisa desapaixonada, atenta e séria para descobrir-se o mitado da TL enquanto fenômeno genuinamente latino americano. Isso não corresponde à realidade. Trata-se de mais um ardil para tentar perverter um povo cheio de fé, mas infenso a erros ladinos e sorrateiros... Chega de abusar da boa vontade de nosso povo heroicamente moldado em sua formação cinco vezes secular, pelo sangue, pelo suor e pelas lágrimas de muitos e verdadeiros missionários que deram suas vidas pelo mandato de Cristo “ide por todo mundo, e a todos pregai o Evangelho”.

FONTE

COMBLIN, José. Teologia Orgânica: Teologia da libertação, Teologia Neoconsevadora e Teologia Liberal. Petrópolis, Vozes, 1985. (péssimo livro para quem quer ter sólida formação teológica)

RATZINGER, Joseph; MESSORI, V. A Fé em Crise – O cardeal Ratzinger se interroga. São Paulo: EPU, 1985.

domingo, 18 de outubro de 2009

Aborto e PT, tudo a ver!

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Aborto e PT, tudo a ver! Agora, com propaganda para abortar em você

Filme de apologia ao aborto promovido pelo governo “super abortista” do Pt (do Lulinha)

Por João S. de Oliveira Junior

 

Exagero este título? Não, realidade. Ele reflete bem um perfeito slogan para outra propaganda, das muitas financiadas pelo gasto público, que já é oficial no governo do “Luiz Ignorácio” (que de bobo não tem nada). Que o atual Governo Federal é “abortista nato”, creio não ser novidade para vocês, internautas bem informados. Num breve histórico é fácil percebermos os marcos abortistas do PT, recentemente, o fato ficou escandalosamente notável pela suspensão dada a dois de seus deputados, Luiz Bassuma (BA) e Henrique Afonso (AC), pela Comissão Nacional de “Ética” do Partido por aqueles simplesmente “militarem” contra o aborto. Curioso que não ouvi falar em uma punição partidária sequer aos escândalos de corrupção, mensalões, dólares na cueca, falsificação em currículo e outras mazelas do cenário político da esquerda, atualmente no poder. Mas não é desses casos que venho diretamente tratar.

Poucos sabem mas, neste ano, o Governo Petista financiou 80.000 (oitenta mil reais) de dinheiro público da saúde para a Fundação Fiocruz fazer um breve filme documentário, intitulado “Fim do silêncio”, com mulheres que praticaram o aborto para ser distribuído em escolas e associações feministas. Entre os já batidos e ilógicos argumentos, nenhuma novidade, a diferença é que pela primeira vez mostram o rosto de algumas mulheres que fizeram o crime clandestinamente (há mais de 5 anos, tempo que prescreve o crime no Brasil), o objetivo é para incentivar e tentar justificar o aborto, tentando sensibilizar para o lado favorável ao crime e conseqüentemente fazer uma apologia à sua “legalização”. Segue-se também outro vídeo distribuído na net como resposta ao documentário (destaque para a resposta da militante feminista à simples pergunta do repórter, imagine se perguntasse mais).
Deixo algumas observações: Embora, nem todas totalmente isentas de consciência e culpa do que fizeram, não culpemos as pobres mulheres que foram usadas e exploradas no filme para incitarem a prática de aborto. Por quê? Estudos comprovam que a grande maioria das mães que fizeram aborto, 95% conforme o parecer de um psiquiatra Português (Prof. Adriano Vaz Serra), não o fariam caso tivessem apoio do pai do bebê, da família ou alguém próximo a elas que a ajudassem (no próprio vídeo abortista percebeu-se isto) pois é quase sempre uma decisão de desespero. Digo também que não abortariam caso tivessem melhores instruções sobre o que de fato é o aborto.

Certamente, muitas delas mergulhadas na ignorância e privadas de informações, não tinham noção ou não viram algum bebê (ou os pedaços dele) abortado no local. Não foram informadas do que aconteceria no útero, nem sobre o desenvolvimento da criança já nas primeiras fases de gestação. Provavelmente o aborteiro não passou nenhuma operação num ultra-som antes, durante ou depois e não as contaram sobre os riscos e danos físicos que um aborto causa à mulher ainda que numa “clínica de Luxo”. Não conversaram com elas sobre os notáveis seqüelas e problemas psíquicos nas mulheres que já abortaram, sem considerar ainda na grande probabilidade de ficarem estéreis após o abortamento e um aumento nas chances de complicações em gestações posteriores. Elas não tiveram uma formação decente sobre biologia (princípio da vida humana após a concepção), não informaram a elas sobre o direito ao pré-natal e uma assistência digna devida às gestantes (ainda que sem apoio econômico e moral da família, afinal, se o Estado recebe uma fortuna em impostos têm que ser para atender melhor aos desamparados). Nem lhes foram ensinado ética, moral, filosofia ou ao menos houve quem lhes dissessem algo que as fariam pensar duas vezes antes de consentirem com o abominável crime. Muitas delas não foram evangelizadas ou nem receberam amor materno (o mais importante) em suas vidas. E outro fato triste de tudo isto, estavam (e infelizmente estão) cercadas por uma mentalidade feminista que tenta convencer a elas mesmas de que teriam o direito de tirar a criança do ventre mas esquece que o bebê no corpo delas tem o próprio corpo dele e, obviamente, direitos como todos nós queremos ter também, e o direito a vida é o início dos direitos para qualquer ser humano, se o negamos isto, não restará mais nada a reclamar. Não iluminaram a elas que poderia ser elas mesmas ou qualquer um de nós o bebê abortado indo para a lata de lixo após a agonia de sofrer, morrendo, sem direito a um nome, certidão, enterro, assistência social, enfim, sem memória. Silencioso, lamentável.

E “nunca antes na história deste país” se viu uma anuência escancarada dos abortistas que lotam a política nacional, que não apenas tentam tirar a consciência materna, própria de cada mulher, mas querem roubar a essência da sensibilidade feminina, vítima, diria eu, quase semelhantemente à criança abortada, morreu um pedaço delas também. Comandando o páreo, um presidente que tem a covardia em dizer que é “contra o aborto” (afinal, deve se manter as aparências) e não se preocupa em expor pobres mulheres que não tiveram nenhuma ajuda verdadeira num momento de drama. E, será que Lulinha e o “Sinistro da Saúde”, José Temporão, se importam com a saúde dos bebês?

Numa próxima oportunidade, averiguaremos e desmascaremos alguns ignóbeis argumentos abortistas, inclusive explorados no documentário pró-aborto.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A Igreja Católica é sempre infalível?

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Prof. Pedro M. da Cruz.
 
“Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo”(Mateus 28,20)
A Igreja Católica, além do poder de ensinar infalivelmente verdades de Fé e Moral - Poder de Jurisdição Magisterial DECLARATIVO, Ordinário (Universal) ou Extraordinário (Solene) – possui também, em conexão com este, o Poder de Jurisdição Magisterial CANÔNICO.
Neste modo não infalível de ensino, a Igreja goza de uma assistência prudencial do Espírito Santo que será mais ou menos prudente de acordo com a matéria e a intenção de ensinar dos detentores do poder canônico.
Explica-nos o Cardeal Journet: “Nas promessas de Jesus, ora a Pedro sozinho: ‘Apascenta minhas ovelhas.’(Jo., XXI,17), e ‘Tudo o que ligares na terra será ligado no céu.’ (Mat., XVI,19); ora a Pedro e aos outros apóstolos: ‘Tudo o que ligares na terra será ligado no céu.’ (Mat.,XVIII,18), designam-se – além dos poderes excepcionais e intransmissíveis do apostolado – dois poderes distintos por seu exercício: o poder de transmitir, de idade em idade, as revelações divinas (magistério declarativo) e o poder de promulgar decisões eclesiásticas (magistério canônico).”
Para aprofundarmos um pouco mais esta questão tão interessante transcrevemos abaixo textos do Pe. Penido, muito citado no que se refere a estes assuntos:
Magistério não infalível. – Nem sempre a Igreja exerce o seu Magistério solene ou ordinário universal, e, por conseguinte, nem sempre assiste-lhe garantia absoluta de não errar. O Papa raramente fala ex cathedra; entretanto, ensina diariamente, já por exortação ou cartas a indivíduos, grupos, nações, já por documentos destinados à Igreja Universal: encíclicas, decisões doutrinais das Congregações romanas.
Quanto a estas últimas é de notar que são infalíveis, logo irreformáveis, quando o Papa – rara vez - as faz pessoalmente suas (Assim Pio X avalizou por motu próprio o Decreto Lamentabili do Santo Ofício – Denz. nn. 2065 a, 2114). Aprovadas, porém, na forma comum, não são absolutamente isentas de erro, logo podem vir a ser reformadas. (pelo que, combatem contra moinhos de vento os que opõem à infalibilidade papal a condenação de Galileu.)
Comporta assim o tesouro da doutrina católica enorme acervo de verdades que não são objeto de fé divina. Umas delas poderão vir a ser definidas – e por isso sói-se dizer de algumas que estão próximas da fé; por ex.: ‘Maria é medianeira de todas as graças.’ – outras jamais poderão sê-lo; por ex.: as aparições de Lourdes.
Como é sabido, a Igreja, além do Dogma, ensina também a moral. Cabe aqui igualmente a distinção entre magistério infalível (por ex.: a Igreja pregando o decálogo, definindo que o celibato religioso é mais perfeito do que o estado conjugal – Denz. 981 (Concílio de Trento) ; e o magistério não infalível, por ex.: nas grandes Encíclicas dos últimos papas, sobre a questão social ou contra os totalitarísmos, temos grande número de verdades morais ou sociais, ou de erros condenados, sem intenção de definir irrevogavelmente.
O fato de não ser este ensino absolutamente garantido contra o erro, não significa que esteja eivado de falsidade. Muita vez pode até ser considerado praticamente infalível, por ex.: a condenação do aborto médico, da esterilização, da inseminação artificial.
A diferença entre os dois tipos – infalível ou não - de Magistério provém da autoridade em virtude da qual ensina. No primeiro caso, é a autoridade imediata de Deus; a Igreja age apenas como porta-voz, transmite-nos fielmente a palavra revelada (2 Cor., 5,20). No segundo, é a autoridade imediata da Igreja, em virtude de seu poder pastoral sobre seus filhos. Sem dúvida, tal poder, a Igreja recebeu-o de Deus, porém a autoridade divina intervém apenas relativamente, como fonte e guia da autoridade da Igreja.
Figura que dê ênfase à frase: “Quem vos ouve a mim ouve, quem vos rejeita a mim rejeita.” (Luc. 10,16)
À primeira doutrinação deve corresponder, de nossa parte, a obediência da fé cristã (2 Cor., 10,5); ao segundo, o assentimento interno, fruto de uma submissão religiosamente filial.1
Com efeito, o ensinamento não infalível da Igreja é também assistido pelo Espírito Santo, embora não de maneira absoluta. Muito se enganaria, pois, quem cuidasse que ele nos deixa inteiramente livres de assentir ou de discordar. Não obrigar sob pena de heresia está longe de eqüivaler a não obrigar de todo, conforme ensina o Concílio Vaticano I: Não bastaria evitar a perversão da Heresia, se não fugíssemos ainda diligentemente dos erros que dela se aproximam mais ou menos.2. Pio X condenou os que pretendiam eximir de qualquer culpa moral quem não levasse em conta as censuras decretadas pelas congregações romanas 3. Cabe à Igreja não só propor a verdade revelada, como ainda mostrar o que – direta ou indiretamente – a ela leva ou dela afasta.
Nem basta acolher este ensinamento com um silêncio respeitoso; impõe-se uma adesão intelectual.4 Dando-a, nossa piedade filial se curva a Cristo, que conferiu autoridade sobre nós a sua Esposa.
Assim, embora esta modalidade de ensino não esteja garantida, de meneira absoluta, contra o erro, sempre acertamos, aceitando-a com docilidade, porque rendemos homenagem ao Senhor Jesus, nosso Mestre.”
O autor arremata na página 300:
“Quando aceitamos o ensinamento não infalível, poderia nossa obediência ser denominada de eclesiástica, pois então é a própria autoridade da Igreja que motiva assentimento. Não mais ouvimos a voz do Esposo, senão a da Esposa (porém da Esposa guiada pelo Esposo). E embora o Magistério possa errar neste ou naquele caso particular, podemos todavia atribuir-lhe uma infalibilidade global, porque em conjunto, tais decisões são verídicas e santificantes. Cristo Jesus está com a Igreja não apenas quando ela define o Dogma e a Moral, senão ‘Todos os dias’. (Mat., 28,20)
Muito melhor que obediência eclesiástica, diríamos docilidade filial.”
Cf. M. T. – L. Penido. O Mistério da Igreja. Petrópolis: Vozes, 1956, p. 293-294. (n.n) (Colocamos em nota de fim de texto algumas citações para que o mesmo não ficasse pesado ao leitor.)
Sub tuum praesidium confugimus, sancta Dei Genitrix!

1 O silêncio respeitoso liga somente a língua e a pena; rompê-lo implica malícia da vontade que se não submete; a adesão interna liga também a inteligência – conquanto não absolutamente; negá-la implica temeridade intelectual. (Também do Pe. Penido)
2 Denz. 1820; Código de Direito Canônico, c. 1324 [Novo Código, Cân. 754]; Pio XII, Humani Generis, n. 17
3 Denz. 2008; cf. 1684, 1698, 1722 – Pio IX.
4 Denz. 1350 – Clemente XI ; 2007 – São Pio X
Referência bibliográfica:
RODRIGUES, Paulo. Igreja e Anti-Igreja. Teologia da Libertação. São Paulo, T. A. Queiroz, Editor, 1985, 345 pg.