quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sou católico, posso ser espírita?

Kardec
Kardec


Por  Prof. Pedro M. da Cruz.





“Todo aquele que nega o Filho não tem o Pai.”
(IJo. 2,23)
 
“As marcas do Cristo podem ser vistas naqueles que perdoam de forma aprimorada. Ninguém jamais conseguiu ofender a Jesus.”
“Falemos da felicidade, pensemos nela, porém, procuremos viver ‘o Cristo em nós’, para que essa felicidade não seja utópica”.
“Deixa que tua palavra tenha o reflexo da palavra do Cristo. Deixa que os teus pensamentos irradiem os pensamentos do Mestre... e que, realmente, o Messias, em ti, seja motivo de glória.”
 
(MAIA, João N. Gotas de Paz. 5 Ed. Belo Horizonte: Editora Espírita Cristã Fonte Viva (sic.), 1993. Respectivamente, páginas 87,102 e 118)
 
Palavras profundas...
Sensatas...
Porém, que armadilha!
Tudo o que vem do Espiritismo merece cuidado; pois, são “lobos” disfarçados...
Quantos têm caído nas teias do kardecismo por se deixarem levar pela lábia traiçoeira e maliciosa dos inimigos da fé cristã.
Vejamos:
Quem é o “cristo espírita”? Com toda certeza, não é o mesmo apresentado pelo catolicismo. Sobre esta triste possibilidade, já nos falara a própria Bíblia Sagrada [C1] que dissera: “Quando se aproxima de vós alguém pregando um outro Jesus, diferente daquele que vos temos anunciado, de boa mente o aceitais.”
De fato, o “cristo espírita” não é tido como Deus (pelo menos no sentido dado comumente a este termo). Para eles, Nosso Senhor seria apenas um espírito de luz, um ser evoluído:
“O católico crê que Jesus Cristo é verdadeiramente o Filho Unigênito de Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, Deus igual ao Pai e ao Espírito Santo; o espírita nega esta verdade fundamental da fé Cristã e dogmatiza que Cristo era apenas um grande médium[C2] ...”
Por isso, quando falam das “marcas do Cristo”, do “Cristo em nós”, da “palavra do Cristo”... referem-se a esse ser estranho e fictício que não se encaixa nas categorias bíblicas e ofende a fé católica. Longe de nós, portanto, deixar que suas idéias sejam irradiadas. Os “‘pensamentos do Mestre espírita” são contrários ao cristianismo.
Talvez, numa postagem futura, poderemos apresentar outros muitos desencontros entre a Doutrina Espírita e os ensinamentos da Igreja Católica. Isso só fortaleceria a resposta implícita neste texto à pergunta inicial de nosso artigo: um católico jamais poderá filiar-se ao espiritismo sob pena de cair em erros gravíssimos, além de colocar em perigo a salvação eterna de sua própria alma.
Maria Santíssima, rogai por nós.
 
✠ ✠ ✠
 
Referência bibliográfica:
BOAVENTURA, Frei. Por que o Católico não pode ser Espírita. X Ed. Petrópolis: Vozes, 1957.16 pgs.
MAIA, João N. Gotas de Paz. 5 Ed. Belo Horizonte: Editora Espírita Cristâ Fonte Viva, 1993. 128 pgs.

[C1] IICor.11,4
[C2] BOAVENTURA, Frei. Por que o Católico não pode ser Espírita. X Edição. Petrópolis: Vozes, 1957. Pg. 8

domingo, 24 de outubro de 2010

Renovação Carismática Caótica

repouso
  
Por Prof. Pedro M. da Cruz.
 
 
 
 
“Se há quem fala em línguas, não falem senão dois ou três, e cada um por sua vez.” (I Cor. 14,27).
“Como então todos nós os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?” (At.2,8)
“Ouvimo-los publicar em nossas línguas as maravilhas de Deus” (At.2,11)
 
 
Autores embasados afirmam categoricamente que a Igreja, desde os tempos mais remotos, sempre ensinou que o Dom das línguas consiste no ato de falar idiomas estrangeiros, [C1] pela graça do divino Espírito Santo.
Sendo assim, estão enganados aqueles que identificam este dom com a simples emissão de sons estranhos e ininteligíveis. Este erro tem se dado, por exemplo, nas seitas pentecostais e, inclusive, na chamada Renovação Carismática Católica (RCC). O que é de se estranhar...
O próprio Santo Tomás de Aquino (Séc. XIII), respeitadíssimo entre papas, filósofos e teólogos é prova cabal de nossa assertiva. Escrevera[C2] :
“... o Senhor deu-lhes o dom de línguas, para que a todos ensinassem, não de modo que falando uma só língua fossem entendidos por todos, como alguns dizem, mas sim, bem literalmente, de maneira que nas línguas dos diversos povos, falassem as de todos. Pelo qual disse o apóstolo: Dou graças a Deus porque falo as línguas de todos vós...”.
Pensadores como Santo Agostinho de Hipona (muitas vezes mal interpretado em alguns de seus escritos), Santo Irineu de Lião, São João Crisóstomo, São Gregório Magno, João Paulo II (citado tão tendenciosamente por espíritos pouco esclarecidos), Adolf Tanquerey, e o atual soberano Pontífice, Bento XVI, são outros tantos autores que validam o sobredito.
Portanto, torna-se criticável a afirmativa de alguns cristãos que defendem a “oração em línguas, (simples variação do “Falar em línguas”) num sentido totalmente estanho ao que se dá no catolicismo. Apresentar este dom como um mero balbuciar desconexo de sílabas soltas e confusas é romper com o ensino constante da Tradição; macular-se com erros funestos do pentecostalismo protestante; e, com isso, desprezar o testemunho das Sagradas Escrituras sobre a questão.
É por colocarem-se orgulhosamente num lugar que deveria ser ocupado, tão somente, pelo Magistério Eclesiástico, que, muitos leigos, e, inclusive, sacerdotes (para não citarmos bispos que mais parecem haver rompido com o papado), caem em erros gravíssimos. De fato, tem se tornado muito comuns casos gritantes de má interpretação dos textos bíblicos.
Vários coordenadores deGrupos de Oração”, seguindo por este mesmo caminho de equívocos e incoerências, chegam a ensinar verdadeiras heresias aos seus seguidores. Baseiam-se, inúmeras vezes, nas próprias cartas de São Paulo. Ora, sobre estas já nos referia o apóstolo Pedro[C3] : “Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para sua própria ruína, como o fazem também com as demais escrituras”.
É provável que alguns indivíduos ao lerem este pequeno artigo façam a seguinte observação: Não concordo com este blog, porque a RCC é um movimento da Igreja e tem feito muito bem a várias almas”. Ora, se a RCC tem feito algum bem às pessoas, louvado seja Deus! O que não podemos permitir é que erros doutrinais sejam levados no embrulho”. Por isso, os Bispos do Brasil chamaram a atenção do movimento carismático quanto a muitos aspectos discutíveis de suas práticas. No mais, só adotamos um sábio conselho bíblico que nos diz: “É melhor a correção manifesta do que a amizade fingida.” (Pro. 27,5)
Finalmente – reconheçamos - determinadas práticas da Renovação Carismática sempre causaram estranhamento nos espíritos mais esclarecidos. Recordamo-nos agora de um interessante testemunho do eminente teólogo e antigo Jesuíta, Malachi Martin. Em certo livro seu[C4] , quando nos fala de elementos bizarros e da euforia perturbadora surgida como forte rajada de vento na década de 60 (séc. XX) não deixa de citar traços da RCC. Com efeito, ele vivera numa época em que a Igreja de Cristo já se encontrava assolada pelos violentos furacõesdo período pós-conciliar. É, portanto, um nome confiável para descrever-nos o cenário fantástico e surrealista que surgiu logo após o término do Concílio Vaticano II:
“E, como se isso já não desorientasse o bastante, um tom quase maníaco, num volume que quase chega à histeria, penetra de vez em quando na vasta confusão, quando homens e mulheres, alegando o dom de línguas do Espírito Santo, começam a emitir sons sem sentido com rapidez. ‘Ik bedam dam bula’ – ou coisa parecida – ouve-se um cardeal católico romano dizer extasiado, garantindo a confusão no mais alto posto. Gloriosa confusão. Eufórica confusão.”
Que Nossa Senhora possa tocar os corações dos filhos da Igreja que se encontram enganados em tantos pontos. De que nos adiantaria jurar amor eterno à Esposa de Cristo, se desprezássemos seus ensinamentos? Amar a Igreja Católica implica fidelidade à sua Doutrina. É confiando na bondosa intercessão da Virgem Maria que esperamos o momento em que os líderes da RCC já não identificarão mais seu método de oração com o Dom das Línguas de que nos falam as Sagradas Escrituras, mas explicá-lo-ão como uma mera forma interna de oração do movimento, se assim o quiserem.
 
✠ ✠ ✠
 
Referência bibliográfica:
LIMA, Prof. Alessandro. O Dom Das Línguas. 1 Ed. Edições eletrônicas Veritatis Splendor, 2008. 44 pgs.
MARTIN, Malachi. Os Jesuítas. Trad.: Luiz Carlos N. Silva. Rio de janeiro: Record, 1989. 463 pgs.

[C1]LIMA, Prof. Alessandro. O Dom Das Línguas. 1 Ed. Edições eletrônicas Veritatis Splendor,2008. Pg. 22.
[C2]Idem. Pg. 22
[C3]Conf. II Pdr. 3,16
[C4]MARTIN, Malachi. Os Jesuítas. A Companhia de Jesus e a Traição à Igreja Católica. Trad.: Luiz Carlos N. Silva. Rio de janeiro: Record, 1989. Pg. 222

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

São Simeão Estilita: Uma vida extraordinária

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***

 

A vida de São Simeão foi escrita por três autores, não sòmente contemporâneos, senão também testemunhas oculares da maior parte dos fatos. São êles o bispo Teodoreto, que compôs o seu trabalho dezesseis anos antes da morte de Simeão; Antônio, discípulo do santo, e o sacerdote Cosmas, seu amigo, que governava uma paróquia das cercanias, e que, em nome de tal paróquia, lhe escreveu uma carta que ainda possuímos.

Nascera Simeão numa localidade da Cilícia, chamada Sisan, na fronteira da Síria e, desde a idade de treze anos, guardou ovelhas pertencentes ao pai. Um dia em que o rebanho não podia sair em virtude da neve, foi à igreja com os pais e lá ouviu ler o Evangelho que diz: “Bem-aventurados os que choram, ai dos que riem; Bem-aventurados os que têm puro coração”. Perguntou a um ancião como se podia adquirir tal felicidade. O outro lhe disse que era pelo jejum, pela prece, humildade, pobreza, paciência, e lhe aconselhou a vida monástica como sendo a mais elevada filosofia. Tendo recebido no coração essa semente da palavra divina, Simeão entra numa igreja de mártires, prostra-se no chão, roga Àquele que quer a salvação de todos os homens, que o conduza ao caminho da perfeição. Tendo permanecido longamente em tal postura, sobrevém-lhe um suave sono durante o qual tem uma visão que êle soía narrar assim: “Parecia-me estar cavando um alicerce, e que alguém me dizia que cavasse mais. Desejando repousar, não podia, porque êle me ordenava que continuasse a cavar. Assim procedeu quatro vêzes. Finalmente, disse-me que o alicerce era bastante profundo, e que eu podia, sem temor, erguer uma construção da forma e da altura que me aprouvesse.” A predição, observa Teodoreto, foi verificada pelo fato, pois os fatos superam a natureza humana.

Depois dessa advertência interior, entrou Simeão num mosteiro vizinho, e lá ficou dois anos. Mas o desejo de uma vida mais perfeita o fêz passar a outro, governado por um santo varão chamado Heliodoro, que para êle entrara com a idade de três anos, transcorrendo sessenta e dois sem sair. O mosteiro contava oitenta monges. Simeão demorou-se dez anos e a todos ultrapassou em austeridade, pois, enquanto os outros comiam um dia sim, um dia não, êle só comia uma vez por semana. Os superiores o repreendiam, como se se tratasse de uma irregularidade, mas não conseguiram persuadi-lo, nem diminuir-lhe o ardor pela penitência. Um dia, pegando uma corda trançada de fôlhas de palmeira e, por conseguinte, duríssima, com ela cingiu o corpo desde os rins até os ombros, de tal modo que ela lhe entrou na carne. Levou-a sob o hábito bastante tempo para que todo o corpo se transformasse em úlcera. Perceberam-no finalmente pelo cheiro e pelo sangue que dela escorria. Tiraram-lha com muito esfôrço; a roupa estava colada à carne pelo sangue; para arrancá-la, foi mister umedecê-la durante três dias; quanto à corda, houve necessidade das incisões dos médicos. A operação lhe causou dores tão vivas que o julgaram morto durante algum tempo. Quando sarou, disseram-lhe os superiores que se fôsse, de mêdo que o seu exemplo se tornasse prejudicial a homens mais fracos que pretendessem imitá-lo. Retirou-se para o deserto da montanha, e desceu a uma cisterna sêca, onde continuou a louvar a Deus. Ao cabo de cinco dias, os superiores, repreendidos por visões, arrependeram-se de o haver repelido, e mandaram procurá-lo. Encontraram-no e retiram-no da cisterna com uma corda. Algum tempo depois, rumou êle para Telanissa, localidade situada aos pés de uma montanha perto de Antioquia. Numa pequenina cabana, encerrou-se durante três anos.

Quis, então, imitar o jejum de Moisés e de Elias, e passar quarenta dias sem comer. O abade Bassus, superior de um mosteiro vizinho, estava incumbido de inspecionar os sacerdotes do campo. Simeão rogou-lhe que tapasse a porta com barro, sem lhe deixar nada na cela. Respondeu-lhe Bassus que matar-se não era um a virtude, e sim o maior dos crimes. “Meu pai, retrucou-lhe Simeão, deixai-me, então, dez pães e uma jarra de água; se tiver necessidade de alimento, tê-lo-ei à mão”. Assim se fez. Ao cabo de quarenta dias, voltou Bassus, tirou o barro com o qual estava fechada a porta e, entretanto, viu todos os pães intactos, a jarra ainda cheia de água e Simeão prostrado, sem voz, sem movimento, sem respiração. Pedindo uma esponja, o superior umedeceu-lhe os lábios, e lhe ministrou os divinos mistérios. Fortalecido, Simeão levantou-se e tomou algum alimento, isto é, alface, chicória e semelhantes verduras, que mastigou e engoliu, pouco a pouco. Bassus, arrebatado, regressou ao seu mosteiro, que contava mais de duzentos monges, e lhes narrou a maravilha. Desde então, continuou o nosso santo a jejuar dessa maneira todos os anos, quarenta dias seguidos, e já havia transcorrido vinte e oito anos em tal modo, quando Teodoreto compôs o seu trabalho. Ficava de pé nos primeiros dias, em seguida sentava-se, continuando a orar, depois estendia-se, semimorto.

Depois de passar três anos na cela perto de Telanissa, subiu ao tôpo da montanha, e mandou fazer um cinto de muralhas sem teto, no qual se encerrou, com uma corrente de ferro, de vinte côvados de comprimento, prêsa por uma extremidade a uma grande pedra, e pela outra ao pé direito, a fim de, mesmo que o quisesse, não poder sair daquele espaço. Lá, entretinha-se na meditação das coisas celestes. Melécio, então vigário de Antioquia, aconselhou-o a tirar a corrente, mostrando-lhe que a vontade bastava para manter o corpo parado com liames intelectuais. Rendeu-se Simeão e, mandando chamar um ferreiro, livrou-se da corrente.

Espalhou-se por tôda parte a reputação de Simeão, e todos acorriam a êle, não sòmente da vizinhança senão também de lugares distantes vários dias de caminhada. Levavam-lhe paralíticos, rogavam-lhe que curasse enfermidades. Os que recebiam o que tinham solicitado voltavam com alegria, e publicavam os benefícios, o que atraía ainda maior número de pessoas. Tôda espécie de povos aparecia: ismaelitas, persas, armênios, iberos, homeritas e árabes dos mais longínquos. Vinham das extremidades do Ocidente, da Itália, da Gália, da Espanha, da Grã-Bretanha. A reputação do santo estendia-se até os etíopes e os citas nômades. Em Roma, era tão grande que os artesãos tinham pôsto pequeninas imagens do santo na entrada de tôdas as lojas, para atrair a sua proteção. Teodoreto afirma que assim ouviu dizer.

Sentia-se Simeão importunado pela incalculável multidão que se apinhava em volta dêle para tocá-lo e tirar uma bênção das peles que o cobriam. Parecia-lhe impertinente submeter-se a tão excessivas honras, e penoso ser constantemente daquela maneira instado. Foi o que o levou a ficar de pé numa coluna, em grego style ou stylos, donde lhe veio o nome de Estilita. No ano de 423, mandou fazer uma de seis côvados de altura, na qual viveu quatro anos. Mandou erguer uma de doze côvados, depois outra, de vinte e dois. Ficou treze anos em ambas. Os últimos vinte e dois anos de vida, passou-os numa quarta coluna de quarenta côvados de altura. A coluna terminava com uma balaustrada, formando um pequeno recinto de três pés de diâmetro. Foi lá que Simeão se mantinha de pé, noite e dia, inverno e verão, exposto aos ventos e à chuva, à neve e à geada.

Os monges do deserto mandaram perguntar-lhe que modo tão estranho de vida era aquêle, ordenando-lhe que o abandonasse e seguisse o caminho trilhado pelos pais. Tinham dito ao enviado: “Se êle obedecer de boa vontade, deixai-o viver ao seu modo; ser resistir e se mostrar escravo da própria vontade, tirai-o da coluna à fôrça.” O enviado expôs a Simeão a ordem dos Padres, e Simeão avançou imediatamente um dos pés para descer. O enviado disse-lhe que permanecesse lá e se animasse, visto que o seu estado vinha de Deus. Os monges do Egito, escandalizados com tal novidade, mandaram dizer-lhe que estava excomungado. Melhor informados, porém, do seu mérito, de novo com êle se comunicaram.

Estranhava-se então, e ainda hoje se estranha um gênero tão extraordinário de vida. Pergunta-se qual a utilidade disso, e quais podem ser os objetivos da Providência. Os biógrafos contemporâneos de Simeão mostraram tais objetivos nos resultados para a humanidade e a Igreja. O padre Cosme, em particular, nos dá a conhecer a especial vocação de Simeão. Por duas vêzes lhe apareceu o profeta Elias num carro de fogo, e lhe recomendou fortemente duas coisas, o zêlo pela Igreja e a defesa dos pobres. “Cuida, disse-lhe, de que ninguém despreze o sacerdócio, e que todos obedeçam aos ministros sagradas. Sobretudo, porém, cuida dos pobres; saibam os infelizes de tôda espécie, os oprimidos, os órfãos e as viúvas que o teu auxílio jamais lhe faltará, e que serás sempre para êles pai e defensor. Cuida de jamais cederes às ameaças dos prefeitos e dos reis, ou de parecer ambicionar o favor dos ricos. Mas repreende com a mesma eqüidade, e em público, tanto o rico como o pobre. Sê, pois, firme, e está pronto a tudo sofrer. Arma-te de paciência e de doçura, a fim de que nunca possa coisa nenhuma arrancar-te ao dever. Depois dessa advertência celeste, Simeão decuplicou as austeridades. Durante nove anos, sofreu, entre outras coisas, de uma horrível úlcera no pé esquerdo. Todos, os sacerdotes, os bispos e o próprio imperador, por cartas, lhe rogavam descesse da coluna até que se curasse. Lá ficou êle, embora a tal dor se unissem ainda várias outras; e quando, no fim da quaresma, que êle, como habitualmente, passou sem comer nem beber, julgavam encontrá-lo morto, viram-no milagrosamente curado; recebeu a comunhão pascal das mãos do bispo de Antioquia, Domnus, sobrinho e sucessor de João.

Em breve teve o santo a oportunidade de desempenhar o novo mister. Trezentos pobres obreiros de Antioquia foram ao pé da coluna queixar-se do prefeito da cidade. Devia a corporação dêles, todos os anos, tingir de vermelho para a cidade de Antioquia, certo número de peles. O prefeito, varão cruel, teve a triste idéia de exigir três vêzes mais. Os obreiros, vendo-se arruinados por aquêle impôsto tirânico, sobretudo se se tornasse perpétuo, enviaram trezentos dos seus a Simeão o qual, comovido, mandou dizer ao prefeito que não oprimisse os infelizes, e se contentasse com o tributo comum. Riu-se o prefeito do santo, e ameaçou os obreiros de os fazer apodrecer no calabouço. Não teve tempo para isso. Ainda não tinha os trezentos legados saído do recinto de Simeão, quando alguém trouxe a notícia de que o prefeito, atacado de súbita hidropisia, rolava pelo chão torturado por espantosas dores; chegaram imediatamente cartas em que se rogava ao servidor de Deus que dêle se apiedasse; finalmente, todos os sacerdotes do seu govêrno rumaram para o pé da coluna pedindo ao santo que lhe devolvesse a saúde. Respondeu Simeão que era preciso deixar a questão a Deus; ao mesmo tempo, benzendo um pouco de água, disse: Se Deus prevê que êsse homem, uma vez curado, se há de portar melhor, desde que o molhem com esta água, sentirá a graça de Jesus Cristo; mas se Deus prevê o contrário, eu vos predigo, o enfêrmo não verá absolutamente esta água. Um mensageiro, imediatamente enviado, envidou todos os esforços; mal, porém, entrou na casa, soube que o prefeito acabava de expirar no meio de espantosas convulsões. O exemplo espalhou um salutar terror entre os maus, e reanimou a esperança dos oprimidos (1).

Uma rainha de árabes tinha um ministro que tiranizava viúvas e órfãos, bem como o país inteiro. Os habitantes enviaram legados a Simeão, que mandou dizer ao cruel ministro: Cuida de te corrigir dos crimes de que te acusam, para que, roubando o bem alheio, o teu não percas. Mas o homem, longe de aquiescer a tal censura, maltratou o enviado que lha transmitira. O castigo não tardou. Nem ainda partira o legado, quando o ministro caiu como que petrificado, e morreu dizendo: Simeão, por favor, tende piedade de mim (2).

Entretanto, foram contar a Simeão que inúmeras pessoas se queixavam das suas advertências e das suas importunas intercessões nas causas de viúvas, órfãos e outros desventurados. Tratava-se de criaturas que, pouco temendo os juízos de Deus, oprimiam o povo. Resolveu êle, então, nada mais fazer, e deixar tudo à Providência; proibiu aos discípulos que admitissem queixosos ao seu recinto, pelo menos até que lhe fôsse dado conhecer de maneira mais precisa a vontade de Deus. Vários foram, pois, obrigados a voltar tristemente. Não tardou o nosso santo em ter uma visão, na qual foi severamente repreendido pela fraqueza, e ameaçado de ver passar a outro a vocação e autoridade; a fim de reparar o êrro, foi-lhe ordenado fazer o possível para a defesa dos pobres e aflitos, e deixar o resultado a Deus.

Pouco depois, dois irmãos, ainda moços, chegaram de Antioquia para lhe rogar proteção contra o conde de Oriente, crudelíssimo varão, que os perseguia em virtude de uma velha inimizade como o pai dêles que morrera. Simeão, que fôra amigo do pai, admoestou o conde nestes têrmos: “Não façais mal nenhum a êstes rapazes, pois me pertencem.” Respondeu o conde que, longe de lhes querer mal, estava pronto a prestar a êle, com os dois rapazes, os mais humildes serviços. Era um gracejo. Aproximava-se a quaresma, em que Simeão não admitia ninguém ao seu recinto. Tendo os jovens regressado à cidade, o conde mandou prendê-los, ameaçou-os de prisão se se não submetessem a tôdas as suas exigências, e de tudo informou zombeteiramente o santo, mediante uma carta. Respondeu-lhe Simeão estas palavras: “Advirto-vos pela segunda vez; não façais o menor mal a êstes rapazes, para que não suceda sejais vós próprio levado perante a justiça, sem terdes a quem recorrer. Replicou o conde: “Sei que, durante êstes quarenta dias, fechais o vosso recinto, para passá-los no retiro. Far-me-eis, pois, o favor de empregar todo êsse tempo em me desejar o mal, pois se me desejardes o bem, não quero me sobrevenha. Simeão disse: Infeliz! Desejou a maldição em vez da benção. Deus há de ouvi-lo antes de que êle pensa.” No terceiro dia da primeira semana do jejum, dois dias depois de se haver Simeão encerrado, atravessava o conde, num carro, a praça pública, quando subitamente o detiveram cinco oficiais do palácio. Com uma corda ao pescoço foi levado ao tribunal, onde numerosos acusadores exigiam vingança pelas suas inúmeras iniqüidades. O mestre da cavalaria, que recebera as ordens secretas do imperador, condenou-o a uma grande multa e mandou que o atirassem ao calabouço. O homem, então, suplicou humildemente aos dois jovens que por êle intercedessem com Simeão, e obtivessem missivas ao imperador. Responderam-lhe os dois que era precisamente o tempo em que o santo não recebia ninguém; que, a não ser tal, trataria indubitàvelmente da sua questão com o imperador e os prefeitos do pretório. Abandonado por todos, foi o infeliz ignominiosamente conduzido por tôdas as cidades até Constantinopla, onde o imperador o privou de todos os bens e o condenou ao exílio. Não chegou sequer ao lugar de exílio, uma vez que morreu mìseramente em caminho (1).

Após semelhantes fatos, a acorrência de infelizes de tôda espécie tornou-se prodigiosa. Reclamava-se a intercessão do santo, não sòmente contra a injustiça dos homens, senão também contra tôda espécie de calamidades. Assim, o território de Afsão foi devastado por uma multidão de ratos que atacavam os próprios animais, e os habitantes não tiveram dúvida em recorrer a Simeão. Mostrou-lhes êle, em primeiro lugar, que se tratava de um castigo pelos pecados cometidos; depois, ordenou-lhes que lhe levassem ao pé da coluna um pouco de pó, com êle fizessem três cruzes em cada casa, e uma nos quatro cantos da cidade, celebrassem as vigílias, com o santo sacrifício, durante três dias, e abrandassem a Deus mediante orações. Obedeceram-lhe e no terceiro dia não se viu mais um sequer dos inúmeros bichos (2).

No meio da multidão de homens que afluíam de tôda parte, Simeão era sempre um apóstolo no trono, a pregar constantemente tanto para os cristãos como para os pagãos. Aos primeiros, lembrava a perfeição do Evangelho, com os meios de correção dos defeitos. Assim, para desabituá-los de jurar pelo nome de Deus, pedia-lhes jurassem pelo seu (1).

Várias vêzes, em seguida às suas exortações, uma paróquia, uma localidade inteira, empenhava-se por escrito em ser fiel ao trato. Vimos um exemplo na carta que lhe escreveu a localidade de Fanir. Está em nome do sacerdote Cosme, dos diáconos, dos leitores e de todo o povo, com os seus magistrados; todos, unânimemente, subscrevem aos preceitos que êle lhes impôs: santificar o domingo e a sexta-feira, não ter duas medidas, mas apenas uma, justa, não deixar ultrapassar os limites do seu campo, não recusar o salário aos obreiros, reduzir à metade o juro do empréstimo, devolver os penhores aos que pagam, julgar, segundo a eqüidade, a causa dos pequenos e dos grandes, não ter nenhuma deferência com a justiça, e não receber presentes contra quem quer que seja, não caluniar ninguém, não manter relações com malfeitores e ladrões, reprimir os desdenhadores das leis, de freqüentar assiduamente a igreja. Seja anatemizado quem violar essas regras, quem se apoderar do bem alheio, oprimir os inocentes, subornar os juízes, tirar qualquer coisa aos órfãos, às viúvas, aos pobres, ou raptar mulher. Pois tudo quanto nos prescrevestes, e que nós ratificamos, queremos seja observado no futuro. E o que prometemos, juramos cumprir, juramo-lo por Deus, por Cristo e pelo Espírito vivificante e santificante, e pela vitória dos nossos imperadores. Se alguém ousar desobedecer, seja anatemizado segundo a vossa palavra; nós o repreenderemos, não teremos ligação com êle, a igreja não lhe receberá a oferta, não assistiremos ao sepultamento dos seus (1). Vê-se por êsse exemplo a salutar influência de Simeão nos contemporâneos. O padre Cosme, que lhe dirigiu a carta assinada por todos é o mesmo que lhe escreveu a vida.

Pelas suas pregações e pelos seus milagres, convertia Simeão particularmente milhares e milhares de infiéis: iberos, armênios, persas, árabes, especialmente árabes ismaelitas. Iam vê-lo em grandes grupos de duzentos ou trezentos, às vêzes de mil, renunciavam em voz alta aos erros dos antepassados, particularmente ao culto de Vênus, e quebravam os ídolos na sua presença; recebiam o batismo, e aprendiam dos seus lábios as leis segundo as quais deviam viver. O biso Teodoreto assistiu um dia à conversão de um grupo de ismaelitas. Quase foi sufocado até, pois tendo Simeão dito que fôssem pedir-lhe benção episcopal, acudiram os ismaelitas com selvagem afoitamento; uns o puxavam pela frente, outros por trás, outros pelos lados; os mais afastados, montando nos outros, alongavam os braços, pegavam-no pela barba ou pelas vestes; ia ser esmagado, quando Simeão gritando, os afastou (2).simeão estilita

Muitas vêzes, ao pé da coluna, os credores perdoavam as dívidas aos devedores, os amos libertavam gratuitamente os escravos (3). Quando, no fim da quaresma, se reabriram as portas do seu recinto, não sòmente a montanha de Telanissa, senão também as montanhas das cercanias fervilhavam de gente. Vê-lo de longe bastava a grande número de pecadores e pecadoras para abraçarem a penitência e retirarem-se em mosteiros. Invocavam-no, tanto ausente como presente. Os marujos iam agradecer-lhe havê-los socorrido na tormenta e salvado do naufrágio (1). Os cristãos da Pérsia lhe enviavam cartas e legados para agradecer-lhe haver libertado da prisão trezentos e cinqüenta dêles, e feito cessar a perseguição com o trágico fim do mago que a instigara (2). O próprio rei da Pérsia concebeu pelo santo a mais elevada estima. A uns legados que lhe falavam do santo, perguntou como vivia êste e quais eram seus milagres. A rainha, sua espôsa, pediu azeite abençoado por Simeão e o recebeu como grande presente. Todos os cortesãos, apesar das calúnias dos magos, cuidavam de se instruir com êle, e lhe chamavam varão divino.

No meio dessa glória, era êle tão humilde que se julgava o último dos homens. De fácil acesso, doce e agradável, respondia a todos, fôsse artesão, camponês, mendigo. Dizia aos que libertara suas enfermidades: “Se alguém vos perguntar que vos curou, dizei que foi Deus; guardai-vos de falar de Simeão, pois recaireis no vosso mal”. Teodoreto, que o vira e com êle conversara várias vêzes, e que lhe escreveu o resumo da vida, bem via a dificuldade de acreditar em tais maravilhas. É por isso que diz: “Ainda que eu disponha por testemunhas, se assim devo falar, de todos os homens vivos, temo que a minha narração pareça à posteridade uma fábula inteiramente destituída de verdade. O que aqui se passa está acima da humanidade; entretanto, costumam os homens medir o que lhes diz pelas fôrças da natureza, e quando alguma coisa lhe ultrapassa os limites, afigura-se mentira aos que desconhecem as coisas divinas” (1).

No ano de 459, sofreu a cidade de Antioquia espantoso desastre.

Foi, na narrativa de uma testemunha ocular, durante a noite de 7 para 8 de junho, durante a noite do domingo de Pentecostes para a segunda-feira (2). O povo acabava de se entregar a tais desordens e brutalidades que superavam em muito a ferocidade das feras, segundo a expressão de Evagro (3). De súbito, pelas quatro horas da noite, verificava-se um tremor de terra tão furioso que fez desabar quase tôda a cidade, e sobretudo a parte mais rica e povoada. Várias localidades dos arredores tiveram a mesma sorte. O refúgio dos infelizes, na época, era o grande Simeão Estilita. Viu êste chegar ao pé da sua coluna uma multidão em pranto, sacerdotes e leigos, trazendo grandes cruzes, archotes e incensórios fumegantes. A afluência durou cinqüenta e um dias. Era tão grande o terror que ninguém ousava entrar nas casas nem trabalhar nos campos. Por tôda parte se ouviam gritos e gemidos. A única esperança da turba era Simeão. Estava pronta para tudo quanto êle ordenasse.

Após os cinqüenta e um dias de luto, houve, no mês de julho, uma grande solenidade, a última do bem-aventurado Simeão. Não creio, diz o autor da sua vida, testemunha ocular, que jamais tenha havido reunião tão numerosa; era como se Deus tivesse arrancado dos seus países todos os povos do universo para os reunir num mesmo lugar, a fim de dizer o derradeiro adeus ao seu amado servidor. Êle, como pai que dita as últimas vontades a filhos dóceis, tendo mandado chamar os sacerdotes e o povo, consolou-os a princípio, e em seguida os exortou muito a observar os mandamentos de Deus. Acrescentou, então: “Agora, voltai para vossos lares, e celebrai vigílias cristãs durante três dias; depois, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, ide, sem temor, cuidar dos vossos afazeres, e retomem os artesãos o seu respectivo trabalho; tenho a certeza de que Deus se apiedará de vós no futuro.” Disse, e a todos despediu.

Trinta dias depois da partida dêles, em 29 de agôsto, um sábado, às onze horas, na presença de alguns dos seus discípulos, o servidor de Deus foi repentinamente atacado de um mal que, alastrando-se-lhe pelo corpo todo, em breve se fêz mortal. Do domingo à têrça-feira, o seu estado foi, pouco mais ou menos, o mesmo. Entretanto, emanava-se-lhe do corpo uma suavidade e uma variedade de odores incomparáveis. Finalmente, na quarta-feira, 2 de setembro, às nove horas, estando presentes todos os discípulos, prepôs dois dêles aos demais, e recomendou todos ao Senhor. Em seguida, ajoelhou-se três vêzes e, depois de se levantar, olhou para o céu. Gritando-lhe de todos os lados a multidão: “Abençoai-nos, Senhor!” êle volveu o olhar para as quatro partes do mundo, e, erguendo a mão, o abençoou e o recomendou ao Senhor por três vêzes; depois, erguendo de novo os olhos ao céu e batendo três vezes no peito, pousou a cabeça no ombro do primeiro discípulo e expirou. A multidão continuava a lhe contemplar o rosto, sem saber se estava vivo ou morto. Um dos discípulos valeu-se do tempo e daquela incerteza, para mandar avisar às ocultas o bispo de Antioquia. Temia-se que o povo lhe raptasse o corpo. Pelo mesmo motivo, os discípulos não o baixaram da coluna para colocá-lo no relicário; pelo contrário, mostraram o relicário sôbre a própria coluna, aguardando o dia do funeral.

A nova da sua morte divulgou-se imediatamente por todo o mundo. Houve, ao mesmo tempo, luto e júbilo. Os órfãos e as viúvas perguntavam, entre lágrimas e soluços: Aonde iremos encontrar-vos agora, Simeão, vós que, após Deus, fôste a nossa única esperança? Os que se viam oprimidos pelos poderosos e privados dos seus bens exclamavam com amargura: nós, os mais infelizes dentre os mortais, agora é que iremos temer a cólera e a cobiça dos lôbos! Como livrar-nos de tais angústias? Que auxílio invocaremos? Ah, quem despertará do sono êste leão cuja voz formidável fazia tremer todos os animais ferozes? Os enfermos diziam, chorando: aonde poderemos ir, encontrar um médico igual a vós, Simeão, vós que expulsáveis a enfermidade antes de ver o enfermo? O clero o lamentava como firme sustentáculo da fé e da disciplina. Ao mesmo tempo, todos se alegravam, refletindo que, após uma vida tão santa, fôra coroado no céu.

No seu funeral, houve incontável multidão. O patriarca na Antioquia, Martírio, apareceu com vários bispos. Ardaburo, que governava o Oriente com um poder quase soberano, também apareceu com vinte e um condes, um grande número de tribunos ou generais, seguidos das tropas romanas. Os habitantes de Antioquia tinham lhe pedido a honra de conservar na cidade as relíquias do santo, para lhes substituírem as muralhas que haviam desabado. Foi com tal pompa que o corpo foi transportado, a princípio pelos sacerdotes e bispos, desde o recinto da coluna até a primeira aldeia, pelo espaço de quatro milhas; em seguida, puseram-no num carro escoltado por guardas de honras, pelos príncipes, por todos os magistrados da cidade, pelas tropas romanas e por uma multidão sem fim de povo. Ao canto dos hinos, ao esplendor dos archotes, misturava-se o perfume que ardia à passagem do cortejo. Homens e mulheres, anciãos e moços, plebeus e nobres, desertavam as cidades para venerar as relíquias do santo, e receber dêle a sua derradeira bênção. O cortejo durou cinco dias, sendo a distância de quinze léguas. Na segunda-feira, tiraram-no do recinto, na sexta-feira entrou em Antioquia, onde o corpo foi depositado na grande igreja. Um energúmeno, que fôra curado durante a passagem do corpo, o acompanhou até lá. O patriarca e o seu clero instituíram um ofício cotidiano em sua honra. Verificaram-se ainda mais milagres no seu túmulo do que os realizados durante o tempo em que vivera. O imperador pediu aos habitantes de Antioquia que lhe deixassem transportar os seus restos a Constantinopla. Mas êles lhe rogaram deixasse o corpo do santo na sua cidade, para substituir as muralhas ruídas pelo tremor de terra, o que lhes foi concedido. Eis a narração do padre Cosme, testemunha ocular, o qual, quinze anos depois da morte de Simeão, terminou de lhe escrever os atos ou a vida, em sírio.

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Notas:

(1) Assemani, Acta S. Simeon, Stylit., pág. 311.

(2) Ibid. pág. 343.

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(1) Assemani, Acta S. Simeon. Stylit., pág. 315.

(2) Assemani, Acta S. Simeon. Stylit., pág. 318.

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(1) Bolland, 5 de janeiro.

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(1) Assemani, Acta. S. Simeon. Stylit., 396.

(2) Teod. Pág. 883.

(3) Assemani, 345.

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(1) Ibid. 331-335.

(2) Ibid. 329-332.

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(1) Teod., 877, 887.

(2) Acta S. Simeon. Stylit. Evod. Assemani, p. 404. Romaem 1748.

(3) Liv. II, c. XII.

 

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-Dados da Obra-
Livro: Vidas dos Santos
5° dia de Janeiro - São Simeão Estilita
Paginas:165-183
Autor: Padre Rohrbacher
Edição atualizada por Jannart Moutinho Ribeiro sob a supervisão do Prof. A. Della Nina (Bacharel em Filosofia)
Volume I
Editora das Américas - São Paulo
Nihil Obstat Padre Antônio Charbel. S.D.B
Iprimatur São Paulo, 10 de Julho de 1959
† Paulo Rolim Loureiro Bispo Auxiliar e Vigário Geral

sábado, 9 de outubro de 2010

Documentário: A Primeira Hora «ABORTO»

 

Todos os anos são feitos cerca de 53 milhões de abortos em todo o mundo. Em muitos países, mais de 70% das mulheres já interromperam uma gravidez. Diante dessa ameaça à vida, o programa mostra o testemunho de médicos, mulheres e pessoas de movimentos pró-vida. O Dr. Stojan Adasevic realizou mais de 55.000 abortos antes de se converter. Graças a ação do movimento do Pe. Phillip Reilly, nos E.U.A., muitas mulheres desistiram de praticar o aborto no último minuto.

 

Fonte: http://www.aisbrasil.org.br/web-tv?task=videodirectlink&id=30

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Realidade = Boatos? Isto no dicionário do professor Chalita

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Por João S. de Oliveira Júnior

 

 

 

 

 

Para a folha de São Paulo em outubro de 2007, a sra. Dilma Rousseff dá sua declaração sobre o que acha do aborto no Brasil:

 http://www.youtube.com/watch?v=TdjN9Lk67Io&feature=player_embedded

Mas isto só é um “boato”...

Em abril de 2009, em entrevista concedida a revista Marie Claire, Dilma também coloca sua opinião no tema só que também é apenas um “boato”...

A poucas semanas da eleição presidencial 2010, a mesma candidata conversa com jornalistas da Isto É Independente, ela também deixa claro sua posição, repete o chavão de questão de saúde pública, e quando tem oportunidade, não mostra propostas para o aborto ser evitado:

 http://www.youtube.com/watch?v=CPtb7c5aIfc&feature=player_embedded#!

Fiz questão de ver um vídeo na íntegra, sem cortes. Mas, chalita11para o professor Gabriel Chalita (foto), que também é apresentador em um canal de TV católico é apenas “outro boato”.

Bem, a assinatura da então ministra no PNDH III, programa que, dentre aborto, descaracterização da heteronormalidade e imposição de outros disparates anticristãos e totalitários fora apenas um “boato rubricado” pela então ministra e seu partido. Aliás, vai ver que a Nota emitida pela Regional Sul 1 da CNBB esclarecendo dados históricos do PT sobre o aborto, alertando aos brasileiros, foi apenas “boatos” espalhados pelos próprios bispos, segundo deduzimos do raciocínio do Chalita.

Em correria nas vésperas das eleições e percebendo um vazamento de votos em determinado segmento, Gabriel Chalita junto com assessoria da Candidata Petista se reúne com meia dúzia de lideranças religiosas para aquela dizer que é contra o aborto, “desmentir” que tudo eram apenas “boatos”, embora ela reconheça que ampliação do aborto está na agenda de seu partido.

No dia seguinte às eleições, Chalita diz ao O Globo que a  perda de votos de sua candidata fora devido ao tema aborto dentre outros “boatos”.

Conclusão:

No mundo do circo, há três personagens clássicos: O Mágico ilusionista que transmite para o público uma ilusão do real, lúdico. O Malabarista que se vira como pode para tentar se equilibrar no local onde se encontra sem largar os instrumentos que tem. E finalmente, o Palhaço, este ser hilário que mesmo não tendo graça sabe fazer suas palhaçadas. Perceptivelmente, no mundo político é comum ter pessoas que conseguem ser um artista circense completo, o três em um. Só não esperamos que ele se promova de cristão ou se diga cristão para se promover. E isto, é o que mais está acontecendo ultimamente, não é “Charlitos”?

 

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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Modernismo: síntese das heresias

pioX
São Pio X
 
 
Por Prof. Pedro M. da Cruz.
 
 
“Sim, infelizmente, há os que parecem querer caminhar de acordo com nossos inimigos, e se esforçam por estabelecer uma aliança entre a luz e as trevas...”
(Beato Pio IX - 1873)
 
 
Durante, mais ou menos, os primeiros cinqüenta anos do século XX, o modernismo conseguiu manter-se como uma realidade clandestina no seio da Igreja Católica. Com efeito, muitos pensadores viveram uma espécie de cripto-modernismo visionário; isso os permitia transitar nos meios eclesiásticos esquivando-se, com astúcia, dos direcionamentos papais.
Em 1907, São Pio X já havia levantado a voz contra os perigos que tal pensamento traria para a fé cristã. Num documento seu, de particular interesse para nós, “Pascendi Dominici Gregis”, chegara a firmar que os fautores do erro já não deveriam mais ser procurados entre os inimigos declarados do catolicismo; mas, sim, entre seus próprios membros (por incrível que pareça, além de leigos, padres e, até mesmo, bispos). De acordo com o Pontífice, o fato de eles terem a ousadia de se ocultar no interior da Igreja, torna-os duplamente nocivos para o futuro da cristandade.
“Não se afastará, portanto, da verdade quem os tiver como os mais perigosos inimigos da Igreja. Estes, em verdade, como já o dissemos, não fora, mas dentro da Igreja, tramam seus perniciosos conselhos[C1] ...”
Mas, o que é o Modernismo? É, com toda certeza, a síntese das heresias, um corpo uno e compacto das variadas doutrinas errôneas, sejam elas agnósticas, racionalistas, naturalistas e etc. Ele é o fruto não só dum entendimento aberrante e deformado, como também, do orgulho e do apego às novidades. É uma aliança sacrílega entre a filosofia heterodoxa e a fé cristã.
Os seguidores desta corrente de pensamento sempre acreditaram que, um dia (vencidas as resistências anacrônicas do clero dogmático, assim como, as relutâncias do espírito tradicional) a Igreja viria a aceitar seus princípios revolucionários. Por isso, ocultaram-se no interior do catolicismo, ansiosos pelo momento em que Roma iria render-se, finalmente, à sua insistência ideológica.
Organizaram, deste modo, uma espécie de “fraternidade oculta”. Assim, trocavam cópias reservadas de suas especulações e teorias, encontravam-se em congressos internacionais, realizavam debates em segredo, promoviam os pupilos e livros uns dos outros, além de trocarem longas correspondências entre si.
O famoso historiador francês Monseigneur Louis Marie Olivier Duchesne[C2] (membro da fraternidade), escrevia a um de seus companheiros, o diretor da influente École Fénelon de Paris, Pierre Hébert, para que o mesmo agisse com cautela, e não tentasse reforma alguma dos ensinamentos da Igreja Romana. Segundo ele, o único resultado dessas tentativas poderia ser uma provável expulsão do meio católico. Hébert - continuou Duchesne - “devia ensinar aquilo que a Igreja ensina. Mas deixar que a explicação abrisse o caminho em caráter privado”. E, por fim, manifesta a esperança secreta da fraternidade: “Pode ser que, apesar de todas as aparências, um dia o velho edifício eclesiástico se desmorone...”.
Só agora, talvez, possamos entender melhor aquelas palavras da Pascendi que nos dizia: “... confiados em uma consciência falsa, persuadem-se de que é amor pela verdade o que não passa de soberba e obstinação.” (São Pio X)
Teilhard Chardin S.J[C3] , outro cripto-modernista, certa vez, também explicara a um ex-padre Dominicano, que preferia permanecer dentro do catolicismo para continuar a luta desde o interior da própria instituição e não fazer como ele que se afastara. Deste modo, acreditava, era mais eficaz em seus esforços. Modernismo
Como pudemos perceber, o Modernismo se transformou  numa velhaca Sociedade secreta dentro do próprio catolicismo. (Sacrorum antistitum, S. Pio X). [C4] E, se agora já não apresenta as feições de outrora, é porque soube camuflar-se novamente; encontrou renovada guarita, discreta e operosa, tanto em centros de ensino como em púlpitos aparentemente ortodoxos. Se nos inícios a heresia modernista foi subterrânea, atualmente, após tantos anos de experiência, com toda certeza, ela soube fazer-se ainda mais imperceptível em suas reais intenções heterodoxas.
Permanecer na Igreja de Cristo, ocupar altos cargos de influência, e apresentar-se como o “salvador da pátria”, continua sendo, algumas das grandes armas dos Modernistas. “Esses tais são falsos apóstolos, que se disfarçam em apóstolos de Cristo, o que não é de se espantar. Pois, se o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz, parece bem normal que seus ministros se disfarcem em ministros de justiça[C5] .”
Maria Santíssima, Vencedora dos inimigos da Igreja, rogai por nós.
 
Referência bibliográfica:
São Pio X. Pascendi Dominici Gregis, 8 de Setembro de 1907.
Beato Pio IX. Carta ao presidente e membros do Círculo Santo Ambrósio de Milão, 6 de Março de 1873.
FEDELI, Orlando. Carta a um padre. São Paulo: Véritas, 2006. Pg.67
MARTIN, Malachi. Os Jesuítas. A Companhia de Jesus e a Traição à Igreja Católica. Trad.: Luiz Carlos N. Silva. Rio de Janeiro: Record, 1989. Pg. 243
 

[C1]São Pio X. Pascendi Dominici Gregis, 8 de Setembro de 1907.
[C2]MARTIN, Malachi. Os Jesuítas. A Companhia de Jesus e a Traição à Igreja Católica. Trad.: Luiz Carlos N. Silva. Rio de janeiro: Record, 1989. Pg. 243
[C3]FEDELI, Orlando. Carta a um padre. São Paulo: Véritas, 2006. Pg.67
[C4]Idem. Pg. 68
[C5] II Cor. 11,14-15

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Mórmons - "Pérolas" de grande valor

Templo da seita Mórmon - Salt Lake City
Templo da seita Mórmon - Salt Lake City
 
 
Por Prof. Pedro M. da Cruz.
 
 
“...os adversários aí são muitos.” [1]
“...não o recebais em vossa casa, nem o saudeis.” [2]
 
 
Após havermos consultado os últimos artigos referentes ao mormonismo, podemos nos entreter com algumas “pérolas” colhidas por aí. Claro que esta lista poderia se alongar quase que indefinidamente, porém, detenhamo-nos no que se segue. Talvez nossos leitores possam enriquece-la com outros exemplos edificantes...
 
J. Smith, segundo os mórmons:
 
Na visão de John Taylor (um dos que presenciaram o assassinato do fundador da seita Mormon[3] enquanto o mesmo tentava fugir através da janela) Joseph Smith, com exceção apenas de Jesus, teria feito mais pela salvação dos homens neste mundo do que qualquer outro indivíduo.[4]
* Aqui o senhor Smith é colocado acima da Mãe de Deus, sempre Virgem e Imaculada.
 
Testemunho de um ex-mórmon:
 
Após haver lido acusações de um determinado ex-membro da seita mormon, William Schnoebelen[5] também se decidira por abandonar a mesma. Em livro intitulado “Os fabricantes de deuses” descobrira relevantes indicações da relação entre o mormonismo e a própria maçonaria. Assim escreve:
“O Livro serviu para convencer-me de que minhas reservas sobre o mormonismo eram procedentes, e que era de fato uma seita anti-cristâ.(...) Nos capítulos sobre o templo mormom, os autores traçaram paralelos brilhantes entre os seus ritos e os da maçonaria.”[6]
“ ‘Os fabricantes de deuses’ matou dois coelhos com a mesma cajadada, convencendo-me tanto da falsidade da seita mormon quanto do perigo da maçonaria.”[7]
* Mais uma possível evidência da forte influencia velada de grupos maçônicos em tudo o que se levanta contra a verdadeira Igreja de Cristo, Católica, Apostólica e Romana.
 
Ainda do mesmo autor:
 
“Percebi que meus líderes na igreja mórmon estavam pouco à vontade com minhas perguntas sobre a Bíblia, quando não parecia que queriam me enganar – pelo menos eu tinha a impressão de que sutilmente davam voltas em torno das questões, em vez de encara-las. Comecei a entender que meus lideres não estavam sendo francos comigo...” [8]
* Aqui uma prova daquilo que já havíamos observado em outro lugar: “...com muita astúcia, escondem o ‘podre’ de sua doutrina durante os encontros iniciais. Usando deste estratagema, os mesmos tem conseguido enganar a muitos desinformados...[9]
 
Jesus nas américas? Sim. Mais essa...
 
“Depois de sua ressurreição, Jesus visitou os povos nas américas e organizou Sua Igreja entre eles. Depois, Ele os deixou e subiu ao céu. Por mais de duzentos anos, esse povo viveu em retidão e estava entre os povos mais felizes que já foram criados por Deus. (Ver 4 Néfi 1:16)”[10]
* Historiadores e arqueólogos estão aí para rirem destas teorias absurdas...
 
De que Igreja falam os mórmons no texto abaixo? Para bom entendedor...
 
“Logo crenças pagãs dominaram o pensamento daqueles que eram chamados ‘cristãos’. O Imperador romano adotou esse falso cristianismo como religião de estado. Essa igreja era muito diferente daquela organizada por Jesus. Seus membros acreditavam que Deus era um ser sem forma ou substância (...) Não havia apóstolos ou outros líderes do sacerdócio com poder de Deus, nem dons espirituais. (...) Não existia mais igreja de Jesus Cristo; ela era agora uma igreja de homens. Até mesmo o nome havia mudado.”[11]
* Poderíamos trabalhar com todas as partes desta citação[12], porém, contentemo-nos com apenas uma: “Não havia apóstolos ou outros líderes do sacerdócio com poder de Deus, nem dons espirituais.” Temos a História para comprovar a sucessão ininterrupta dos descendentes apostólicos. A própria lista dos Papas que sucederam a São Pedro pode ser conferida em incontáveis livros espalhados pelo mundo. No mais, como podem afirmar que não haviam nem mesmo dons espirituais? A Hagiografia responde a esta invenção mentirosa. Finalmente, uma multidão de milagres sobrenaturais clamam contra a mentira do mormonismo: Lanciano, incorrupções, Guadalupe, bilocações, Genazzano, as mais extraordinárias curas, profecias... para não citarmos a heroicidade de mártires e confessores, que, se não fosse a mão de Deus, jamais teriam assombrado o mundo com o testemunho eloqüente de sua santidade.
Virgem Santíssima, "torre inconcussa da Igreja de Cristo", rogai por nós!

[1] I Cor.16,9
[2] II Jo.10
[3] J. Smith foi assassinado em Carthage, Estado de Illinois, em 27 de Junho de 1844.
[4] D&C 135: 3
[5] Escritor protestante.
[6] SCHNOEBELEN, William. Maçonaria, Do Outro Lado da Luz. Curitiba, Luz e Vida, 1997. Pg. 14.
[7] Ídem. Pg. 15
[8] Ídem. Pg. 13
[9] Conferir neste mesmo Blog o Artigo: Mormons. Introdução e curiosidades.
[10] Princípios do Evangelho. Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias; 1995. Pg. 105
[11] Ídem. Pgs. 105-106
[12] Conferir, por exemplo: AQUINO, S. Tomás de. Exposição Sobre o Credo. Trad. D. Odilão Moura, OSB. São Paulo: edições Loyola, 1981; p. 73-77. “ Os erros não a destruíram. Pelo contrário: quanto mais os erros proliferavam, tanto mais era a verdade manifestada.” (S. Tomás de Aquino)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Cigarros: fato pitoresco e reflexão

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                                                  G. K. Chesterton
 
 
Por Prof. Pedro M. da Cruz.


 
 
 
 
“Não é aquilo que entra pela boca que mancha o homem, mas sim o que sai dele.” (Mat. 15,11)
 
 
1- Fumavam em toda parte, exceto na capela.
 
Em 1957 a Companhia de Jesus reunia-se para sua trigésima Congregação Geral (CG30). É durante esses momentos solenes que os rumos da Ordem são clarificados. A primeira CG ocorrera em 1558, poucos anos após a morte de Santo Inácio (†1556).
O Pe. Janssens acupava naqueles idos do Século XX o cargo de “Padre-geral” da Sociedade, a maior autoridade da Congregação[C1] . Basta nos recordarmos que o primeiro “Geral” da Companhia de Jesus fora o próprio fundador, Inácio de Loyola.
Bom, em dado momento daquela reunião de superiores, os mesmos tiveram de apresentar-se perante o papa Pio XII. Com efeito, deviam ouvir a mensagem do Pontífice com referência à citada Congregação. Grande foi a surpresa!
Pio XII, além de chamar a atenção dos Jesuítas no tocante à ortodoxia e a obediência, tocou num ponto de particular curiosidade para nós: haviam excessos, como, por exemplo, no uso do fumo. O papa foi o mais terminante e decisivo possível em relação a este detalhe aparentemente pequeno. Seu latim foi curto e grosso”: Auferatur hic abusus de medio vestrum (que o abuso seja varrido do vosso meio).
Era 185 o número de delegados jesuítas presentes ao lado do Padre-geral, Janssens. Os delegados da Holanda ouviram com os olhos vidrados aquela repreensão. O fumo era tão disseminado e aceito na província holandesa, que era possível fumar em toda parte, exceto na capela. “Para os holandeses, era o mesmo que o papa tivesse mandado que eles parassem de respirar 23 de cada 24 horas[C2] .”
A CG30 terminou em novembro de 1957. Uma nota ligeira foi dada na seqüência aos resultados ali obtidos e foi proporcionada pela questão do fumo levantada por Pio XII. Ora, segundo a tradição, o padre-geral deveria mesmo escrever uma carta a toda a Sociedade sobre todas as resoluções tomadas na ocasião. Os desejos do Papa (tanto na questão do fumo como nas restantes) deveriam ser respeitados.
Provinciais diversos estabeleceram normas diversas. Alguns chegaram até a transformar em condição para a entrada na Sociedade a promessa do candidato de não fumar, ou, se ele já fumasse, que deixasse de fazê-lo. O provincial holandês escreveu uma carta a seus subordinados que foi copiada e passada de mão em mão por, praticamente, toda a Companhia. Os fumantes eram divididos em diferentes classes: os inflexíveis, os incessantes, os principiantes e assim por diante. Então, eram dadas receitas para lidar com cada classe.

                Freiras
 
Os fumantes velhos e inflexíveis podiam ser deixados em paz; tinham um vício repugnante, mas estavam velhos demais para mudar; eram incorrigíveis[C3] (Sic.). Os jesuítas de meia-idade tinham que enfrentar o problema da meia-idade. Os Jovens”... e ia por aí. No fim, os homens da província holandesa continuaram a fumar enquanto seguiam seu caminho até à eternidade, como sempre o fizeram.
Menos de um ano após o final da reunião geral dos Jesuítas, Pio XII havia morrido. O Beato João XXIII, fora eleito como seu sucessor na cátedra de Pedro. Os holandeses apressaram-se em assinalar que o novo papa ainda fumava cigarros. “Ironias do Destino”. O fato é que muitos interpretaram erroneamente a bondade e o zelo de Pio XII...
Quanto ao Beato João XXIII, Alden Hatch - um seu biógrafo - presenteia-nos com interessantes fatos de sua vida[C4] . Conta que o papa João XXIII, ainda quando Núncio Apostólico, tornara-se agradável anfitrião dos franceses. Segundo o mesmo autor: “Os vinhos e charutos eram escolhidos cuidadosamente.” Afinal, Ângelo Roncalli possuía muito bom gosto. Os holandeses estavam certos quanto à sua observação; mas, não quanto a seus excessos...
 
2- O vício é terrível e condenável
 
É ordinário os autores apresentarem o fumo como parte das chamadas drogas não terapêuticas[C5] . Estas são usadas com a finalidade de se obter prazer, recreação e similares. A maconha, e a cocaína, por exemplo, são ilegais, enquanto que o álcool e o fumo, por nós tratado, são tidos como lícitos, socialmente aceitáveis.
O tabaco é, de fato, uma droga utilizada com largueza. Nos últimos anos vem crescendo a convicção de que fumar em excesso, é um grave perigo para a saúde do corpo. Informação esta que não deve ser desprezada pelo bom católico. O cristão verdadeiro leva a sério sua responsabilidade pela vida e saúde da humanidade. Aproximar-se desses bens lícitos exige prudência e sabedoria.
O vício é, com toda certeza, algo terrível. Assemelha-se a um leão buscando a quem devorar. Nem todos têm músculos, maturidade e inteligência o bastante para enfrentá-lo com grandeza de caráter na hora devida. Deve, sim, ser repelido, ainda que distante, quando finge não incomodar.
Talvez os Jesuítas reprovados por Pio XII quanto ao uso excessivo do cigarro, tenham esquecido as sábias palavras de Baltasar Gracián[C6] , um antigo escritor de sua mesma Ordem, que afirmara: “O vício é seu próprio castigo.” Com efeito, ele acaba não só com a vida, como também com a honra de quem lhe é escravo. Concluamos, portanto, com o mesmo pensador: “Tudo que é muito bom sempre foi pouco e raro: usar muito o bom é abusar.”
 
3- Cigarro, armadilha para incautos
 
Reflitamos: geralmente, o ego desordenado fala mais forte, o impulso por mostrar-se”, numa teatralidade muitas vezes cômica, impera sobre o indivíduo. A tragada, ou mesmo, certos movimentos de mão, começam por emprestar à pessoa, e isso, num universo de fantasias interior, tudo aquilo que ele não é, mas gostaria de sê-lo. É estranho, no entanto, temos de reconhecer: existe uma misteriosa relação entre o ato de fumar nos imaturos, e sua ânsia por realizar-se enquanto pessoa.
Fumar, de algum modo, faz-lhe sentir-se mais. Como que, compõe em sua mente a peça que lhe faltava para apresentar-se com o status que sabe não possuir. De fato, determinados objetos[C7] , quiçá por seu caráter social, possuem este poder de fadas. Faz-nos sentir um pouco o que não somos; e, por serem assim, perigam aprisionar-nos num mundo de sonhos, onde, mais que sermos nós mesmos, podemos tornar-nos personagens vãos e hipócritas num jogo de orgulho e sensualidade. Ora, a ilusão, em determinados momentos, pode criar uma espécie de auto-gestão, torna-se, digamos assim, autógena, e, então, ameaça destruir o que há de mais genuíno na personalidade que a incubou.
Não negamos o que há de positivo no universo simbólico criado em nós através de certos objetos. Podem sim, e devem, servir-nos como auxílios, ferramentas, um coadjutor nas buscas pessoais pela integralidade possível. Afinal, há, indiscutivelmente, uma relação natural entre os seres humanos e as coisas com seus significados. O problema está em que, pessoas imaturas podem escravizar-se por aquela agradável e transitória sensação fantasiosa que alguns bens criados nos conferem, e, assim, ao invés de uma saudável assimilação de valores, tornarem-se prisioneiros num mundo onírico e irreal.
Claro que esta situação não permaneceria num mesmo nível por toda a vida do indivíduo (isto se imaginarmos que ele viverá por muitos anos), pois, é observável e imperativo, pela natural estrutura do ser humano, que ocorra um progresso pessoal e constante, mesmo que em ritmos variados. A própria diversidade das relações vividas durante o fluxo da convivência social nos possibilita tal empresa.
Porém, a visão quimérica de si mesmo, causada aos míopes, em nosso exemplo, também pelo ato de fumar (que, desta forma, o levará à dependência, se já não o levou) retardaria sensivelmente este processo de amadurecimento da personalidade. E é claro que tal situação lastimável causará transtornos, não só para ele, como também para todos que gozam de sua companhia.
Finalmente, não deixamos de reconhecer – como já o fizemos nas entrelinhas - que o fumo seria apenas mais uma arma nas mãos do imprudente, usada, sem que ele o perceba, contra seu próprio ser. Tem que existir um emaranhado de outros, objetos, situações, atos e circunstâncias que, concomitantemente, conduzam à maior dificuldade no caminho da realização pessoal. Um rapaz, por exemplo, buscará também em shows, bares, e modas, ou mesmo, “no fundo dos copos”, sua própria felicidade. Porém, sempre se relacionando de forma indevida com essas realidades.
O fato é que, não buscar o conhecimento verdadeiro de si mesmo, mas, pelo contrário, viver numa teatralidade malsã, sempre tornará o ser humano escravo de todas as coisas. A química presente no cigarro, por exemplo, será (agora, sim!) a próxima corrente que fará o indivíduo, ainda mais, cativo daquele objeto. Afinal, “um abismo atrai outro abismo”... Porém, repitamos: antes disso, foi também a ignorância e imaturidade humanas quem o fizeram iniciar-se no caminho da autodestruição.
Deste modo, o que deveria ser apenas um degrau que elevasse a mente da criatura ao criador, serviu-lhe, neste caso, como meio de perdição. Veja, caro leitor, até onde pode chegar o ser humano, ferido como está pelo Pecado Original.
Que a Virgem Maria seja o auxilio e a proteção contra todo vício que ameaça destruir a nossa juventude.
Nossa Senhora, sacrário da ciência divina, rogai por nós!
 
✠ ✠ ✠
 
Bibliografia
 
MARTIN, Malachi. Os Jesuítas. Tradução. Rio de Janeiro: Record, 1987. 464 pgs.
HATCH, Alden. João XXIII, o Papa Inesquecível. Trad.: Paulo Nasser. Rio de Janeiro: Casa Editora Vecchi, 1963. 360 pgs.
LOWERY, Daniel L. Seguir o Cristo. Manual de Moral para o povo de Deus. Trad.: Pe. Carlos Sanson, C.SS.R. São Paulo: Editora Santuário, 1995. 168 pgs.
GRACIÁN, Baltasar. A Arte da Prudência. Trad.: Davina M. de Araújo. Rio de Janeiro: Sextante, 2006. 97 pgs.

[C1]Obviamente que este, o padre geral, submetia-se à CG. No mais, toda esta estrutura estava sob a autoridade suprema do Santo Padre, o Papa.
[C2]MARTIN, Malachi. Os Jesuítas. Rio de Janeiro: Record, 1987. Pg. 215
[C3]MARTIN, Malachi. Os Jesuítas. Rio de Janeiro: Record, 1987. Pg. 218
[C4]HATCH, Alden. João XXIII, o Papa Inesquecível. Trad.: Paulo Nasser. Rio de Janeiro: Casa Editora Vecchi, 1963. Pg.114.
[C5]LOWERY, Daniel L. Seguir o Cristo. Manual de Moral para o povo de Deus. Trad.: Pe. Carlos Sanson, C.SS.R. São Paulo: Editora Santuário, 1995. Pg. 109-112.
[C6]GRACIÁN, Baltasar. A Arte da Prudência. Trad.: Davina M. de Araújo. Rio de Janeiro: Sextante, 2006. 97 pgs.
[C7] Podemos citar, além dos cigarros,: Carros, Motos, Roupas etc.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Mormonismo, ardiloso eco satânico

 
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Por Prof. Pedro M. da Cruz.
 
 
 
 
“Errais, não compreendendo as escrituras nem o poder de Deus”[1]
“Esse é o Anticristo, que nega o Pai e o Filho”[2]
“Meu povo não tem entendimento.”[3]
 
 
A fé na existência dum “Ser absoluto” é de importância central para a Teologia. Partindo da idéia de “Divindade”[4], temos, qual fonte, a base para a conclusão de todas as verdades cristãs.[5] Aqui, surge grande e imprescindível necessidade de possuirmos a visão mais clara que nos for possível sobre Deus[6]. Caso contrário, perder-nos-emos num labirinto de contradições e incoerências...
Lúcifer, o pai da mentira, tem como um dos objetivos centrais de sua obra, a desfiguração da verdade. Assim, destruindo as bases do edifício teológico, pretende, num ato contínuo, jogar por terra todo o resto que lhe estava subordinado. Por este motivo, escrevia-nos Cefas, o príncipe dos apóstolos: “Resisti-lhe fortes na fé!”[7],enquanto São Paulo, por sua vez, seguindo o mesmo raciocínio, completava em outra parte: “Sede firmes! Sede homens! Sede vigorosos![8]
Seguindo a lógica luciferina, seitas multiplicam-se pelo mundo.
Cada uma com doutrinas mais extravagantes que a outra.
Parecem mesmo concorrer pelo título de maior iniquidade.
Porém, o mormonismo[9] é um dos grupos que mais se destacam em certos aspectos. Junto a muitas outras seitas, tem chamado atenção a particularidade exótica de suas crenças estranhas, esquisitas.
Quem é Deus para os Mórmons? O que dizem sobre Ele? Quando conferirmos, um pouco que seja, o pensamento deste grupo nocivo sobre o assunto, veremos que o mesmo está tão distante do cristianismo, quanto seu fundador do equilíbrio, ou, quiçá, da honestidade...
Pois bem, segundo Joseph Smith, Deus “já foi um homem como nós (...) o próprio Deus, o Pai de todos nós, habitou sobre uma terra, tal como o próprio Jesus Cristo o fez.[10] Na visão mórmon, o Pai Celestial não teria chegado a ser o que é, se caso não houvesse como que galgado uma escada, começando por baixo e subindo, degrau por degrau, até possuir todo o poder. Essa foi, supostamente, a maneira como ele se tornou deus.[11]
Já havíamos demonstrado, rapidamente, este modo de pensar do mormonismo num artigo anterior. De fato, no mesmo livro do qual retiramos as citações precedentes, pode-se ler:
“‘Caso o véu se rompesse hoje, e o grande Deus que mantém este mundo em sua órbita (...) se fizesse visível – digo, se vós pudésseis vislumbrá-lo hoje, ve-Lo-íeis em forma de homem.’ Deus é um homem glorificado e perfeito, um personagem de carne e ossos[12]. Dentro de Seu corpo tangível, existe um espírito eterno.”[13]
Quereis uma doutrina mais estranha ao cristianismo que esta? Vemos aqui, um modo de pensar totalmente alheio a tudo o que se tem ensinado desde o princípio. Eles, porém, vão mais além... confiramos uma letra cantada em suas assembléias:
 
Ó Meu Pai[14]
 
“Há somente um Pai Celeste? Não, pois temos mãe também. Essa verdade tão sublime nós recebemos do além.”
“Quando deixar a humana vida, este frágil corpo mortal, Pai e mãe verei contente, na mansão celestial.”
É isso mesmo, caro leitor, agora, além do “pai celestial” haveria, também, a “mãe celestial”. E, não pensemos que se trate, talvez, da Virgem Maria; não, pois esta “mãe celestial” seria um ser misterioso, unida a Deus por uma espécie de casamento eterno...
Perguntemo-nos: será possível destoar, ainda mais, do cristianismo tradicional? Veremos!
Para o mormonismo, nós tivemos uma “vida pré-mortal” (primeiro estado). Então, de acordo com Joseph Smith, o próprio Deus, vendo-se em meio a espíritos de glória, porque era mais inteligente, teria achado por bem instituir leis para que os demais pudessem ter o privilégio de progredir como Ele, e quiçá, tornarem-se deuses.[15] Sendo assim, (explica-nos Marion G. Romney, um dos líderes da Igreja) viemos para a terra a fim de cumprirmos os propósitos do Senhor, dentre os quais, o primeiro, a saber: “...obter corpo físico de carne e ossos na semelhança de nosso Pai Celestial...[16] Este, a propósito, seria nosso “segundo estado”, um tempo de mortalidade.
Continuando, assim, nosso caminho, (prossegue o ensinamento mórmon), caso consigamos ser fiéis ao suposto “Plano de salvação” traçado por Deus, poderemos alcansar a “Exaltação” no reino celestial, tornando-nos semelhantes a Ele, com todo poder e glória. Sim! Por meio dum apetitoso “Plano de Salvação” os mórmons nos juram que poderemos tornar-nos como o próprio Deus. “...e passarão pelos anjos e pelos deuses ali colocados, rumo à sua exaltação e glória em todas as coisas (...) serão Deuses, porque terão todo o poder e os anjos lhes serão sujeitos.[17]
Ora, Deus é pai de filhos espirituais, além de ser, claro, um criador; seguindo, portanto, a lógica mórmom, poderemos “...tornar-nos como o Pai Celestial, e isso é exaltação.”[18] Vejamos algumas bênçãos prometidas àqueles que alcançarem este onírico estado megalomaníaco:
- Tornar-se-ão deuses. (Como, aliás, já nos havia prometido o próprio Lúcifer[19])
- Serão capazes de gerar filhos espirituais. Esses filhos espirituais terão o mesmo relacionamento com eles que nós temos com o Pai Celestial e serão uma família eterna.
- Terão tudo o que o Pai Celestial e Jesus possuem, todo poder, toda glória, domínio e conhecimento.
Eis a promessa da chamada “Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”: dar aos membros da sua seita uma vida de júbilo, glória e progresso eterno, rumo à divinização.[20] Isso, claro, repitamos em alto e bom som, se forem fiéis aos ensinamentos do mormonismo, pagando o dízimo e dando ofertas para a obra, como está escrito nas “Exigências para a Exaltação”.[21] Bem que sentíamos falta de algo nessa estória toda... o dinheiro.
Os ensinamentos de Joseph Smith são, com toda certeza, o eco das palavras sedutoras de Lúcifer, no paraíso: “Sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal.
Pensamos que o exposto seja o bastante, para convencer os leitores deste Blog sobre a periculosidade da seita mórmon. Ao reduzirem o Senhor Deus à idéia de “homem evoluído”, Cristo à categoria de mero “irmão mais velho”, tirando-lhe toda a grandeza da Cristologia católica, só demonstram a origem satânica de sua doutrina. No entanto, vejamos ainda,Jesus Christ, Mormon Temple, Salt Lake City, Utah uma última citação dos mesmos sobre a pessoa de Nosso Senhor, retirada de seus escritos: “Cremos absolutamente que Jesus Cristo é o filho de Deus (...) da mesma forma como vocês e eu somos filhos de nossos respectivos pais terrenos.[22] Nas entrelinhas desta afirmação, encontra-se agachada, quase que às escondidas, toda a doutrina exposta de modo explícito nos parágrafos acima. Em frases simples, muitas vezes, bonitas, dadas seu teor poético, inúmeros cristãos inocentes, para não dizermos ignorantes, são, infelizmente, laçados pelo inimigo; e, deste modo, correm o risco de serem arrastados ao inferno...
Possa a Virgem de Guadalupe, proteger-nos da terrível sedução maligna e conceder-nos força no combate às seitas que, guiadas pelo Demônio, pretendem solapar o edifício da verdade. Amém.
 
✠ ✠ ✠
 

[1] Mat. 22, 29
[2] I Jo. 2,22
[3] Isa. 1,3
[4] Desprezamos para este termo, obviamente, todo sentido difuso e contraditório, próprio de ideologias esotéricas e anticristãs.
[5] Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, n. 36.
[6] AQUINO, S. Tomás de. Exposição Sobre o Credo. Trad. D. Odilão Moura, OSB. São Paulo: edições Loyola, 1981; p. 23-31
[7] I Pdr. 5, 9
[8] I Cor. 16, 13
[9] A auto-intitulada “Igreja de J. Cristo dos Santos dos Últimos Dias
[10] Princípios do Evangelho. Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias; 1995, p. 305
[11] Idem. 305
[12] D&C 130:22 (citação retirada do corpo do texto, a fim de facilitar a leitura)
[13] Princípios do Evangelho... n. 9
[14] Letra: Eliza R. Snow, 1804-1887; Música: James McGranahan, 1840-1907Conf.: Princípios do Evangelho. Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias; 1995, p. 350-351
[15] Vinde a Mim. Guia de Estudo Pessoal da Sociedade de Socorro 3. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, p.30
[16] A Liahona, agosto de 1976, p.74
[17] D&C 132: 19-20
[18] Princípios do Evangelho... p. 302.
[19] Gen. 3,5
[20] Ensinamentos dos Presidentes da Igreja. Heber J. Grant. Publicado por: A igreja de Jesus Cristo dos Santos Últimos Dias. Salt Lake City, Utah, 2003, p. 225
[21] Princípios do Evangelho... p. 303.
[22] Ensinamentos dos Presidentes da Igreja. Heber J. Grant. Publicado por: A igreja de Jesus Cristo dos Santos Últimos Dias. Salt Lake City, Utah, 2003, p. 221